Memories From Those Moments escrita por Agatha Fawkes


Capítulo 11
Capítulo 11 The West Side Of The Lake




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Três se levantaram e ajudaram um quarto a ficar de pé. Estavam atônitos! Começaram a perguntar-me um turbilhão de coisas, mas eu não entendia uma palavra sequer. Para onde ele fora? Era meio que óbvio que ele deveria se juntar aos amigos para enfim retornarem para casa. Talvez ele tivesse ido garantir o tal caminho de volta para nós...

"Do you have any food? I'm completely starving!" Disse um deles. Era o irlandês! Tive uma sensação estranha. Tantos reecontros com pessoas de meu passado, repentinos... Começaram então a me perguntar como o Zayn tinha me achado, mas eu escondi alguns fatos, com certeza eles não me entenderiam. Perguntavam também onde ele estava, mas em meus pensamentos essa mesma pergunta ecoava, sem resposta, ou talvez uma meia resposta, quem sabe...

" I know you. I remember you! You were Zayn's girlfriend when we were teenagers!" Disse o que estava sendo amparado por dois dos senhores.

"Yes, I were...."

"Why would he find YOU, eventualy, in this middle of nothing?" Ele perguntou em seguida, erguendo uma sobrancelha.

"I have no idea. He just...Found me. Maybe, somehow, it was meant to be."

"You are Louis, right?"

"Yes, ma'am."

Louis... Ele tinha me dito para falar alguma coisa para esse Louis... O que era?

De repente ouvimos barulho de helicópteros, vimos luzes no céu e pessoas gritando nossos nomes. Em seguida estávamos cercados de policiais, de pessoas, de Charlie, Sarah e muitos dos que estavam na festa beneficente! A festa! Eu havia esquecido completamente! Como eles nos acharam? Todo um esquadrão estava lá para realizar o resgate, traziam agasalhos e comida, bem como uma unidade de atendimento móvel para eventuais lesões mais sérias. Zayn! Aquele era o caminho de volta! Ele foi até a cidade em busca de ajuda e me deixou aqui com seus amigos para tranquilizá-los! Como pode uma pessoa ser tão boa desse jeito?  Charlie estava visivelmente transtornadado, se possível, mais confuso que eu nos últimos seis meses, mas eu apenas dizia que alguém me trouxe até lá, o mesmo alguém que fora à cidade em busca de ajuda. Onde ele estava? Deveria estar no meio de todas aquelas pessoas, se não, como teriam achado o caminho? Comecei a procurá-lo com o olhar, mas não o via em canto algum, nem a menor sombra. Por que ele não estava ali?

"Tell them to look for the firfth on the West side of the lake"

AGORA EU ENTENDI! O QUINTO! ELE ERA O QUINTO! Ele foi para o lado Oeste do lago! Para quê todo esse suspense? Às vezes acho que ele deveria ter seguido carreira em dramaturgia.... Imediatamente comuniquei aos policiais que o quinto estava no lado Oeste do lago, exatamente as mesmas palavras. Será que poderíamos ficar juntos agora? Nos reencontramos... Ah, mas ele ainda não me explicou direito por quê terminou comigo daquele jeito! Teremos uma conversinha depois! Mas era depois, bem depois, não queria pensar em tristeza agora, só em alegria! Charlie queria me levar para casa, pois eu deveria estar cansada, mas eu disse que não, teimei e finquei o pé afirmando que iria até o lado Oeste com todos! Os outros quatro foram levados para o hospital para receberem os cuidados adequados, mas aparentemente, não havia nada de grave com eles. O irlandês ia sendo conduzido feliz da vida saboreando um sanduíche de sei lá o quê e um outro lá estava adorando a atenção que estava recebendo, fazendo até piada com os fatos.

As atenções agora estavam focadas no West Side e na quinta vítima do acidente, Zayn Malik. Eles iam atentos a qualquer barulho ou sinal fora do comum, mas eu ia tranquila, certa de que o veria lá esperando por nossa chegada. Agora, ele teve muita sorte em eu ter entendido o "enigma" a tempo, se não ele iria ficar esperando por dias a fio e eu nem queria cogitar essa hipótese.

Era uma caminhada longa, nunca havia percebido como aquele bosque era grande, talvez porque sempre passasse de carro próximo a ele. As pessoas não gostavam muito de andar por aqueles lados, tinham medo das histórias que a gente antiga contava, já eu, sempre tive certa curiosidade a respeito, mas esta era moldada pela considerável distância de minha antiga casa àquele lugar.

Chegamos ao lago. Era meio grande, mas não sei se era profundo, de dia a paisagem deveria ser muito bonita. À noite, bem, à noite causava arrepios. Caminhamos até o lado Oeste. Meus olhos voltavam-se a todas as direções procurando por algum sinal de Zayn, mas não via nada.

"Are you sure he is here, Mrs Fawkes?" Perguntou um dos policiais.

"Absolutely." Respondi meio apreensiva.

"Well, I see nothing here, let's search in the neighbourhood, the whole area should be covered." O outro disse em voz alta, como se desse um ordem aos outros.

"Yes, sir." Bateram continência.

Começaram a procurar, a procurar e procurar. Já estava perdendo a paciência, comecei a bater meu pé no chão e me mexer de um lado para outro. Charlie chamou-me mais uma vez para casa, a busca poderia levar horas e afinal, qual o interesse nele? Minha vontade foi de mandá-lo calar a boca, mas simplesmente virei a cara. Sou bem chata quando fico impaciente. Depois do que me pareceu uns 40 minutos de procura, um dos rapazes disse:

"I've found something here. Bring on the lights."

Meu coração começou a palpitar, minha respiração acelerou, meus músculos estavam tensos.

"It's a body."

Meu Deus! Não! Não, não pode ser ele, não! Ele estava tão bem! Ele estava ótimo! Não! Algo estava errado, não podia ser ele! Corremos para o local e ainda não consigo acreditar no que vi. Lá estava ele, no chão, os olhos semicerrados, expressão inexistente, pálido.

"NO!!!!!!!!!"

Eu gritei. E quando dei por mim, estava debruçada por cima do corpo dele, chorando, tomando-o nos braços em vãs tentativas de trazê-lo de volta.

"No! No!!!!Nooooo!!!!!"

"OH MY GOD, NO!!!!!"

Não! Eu me recusava a acreditar, ele estava bem! O que acontecera!

"He's been dead for a few days, ma'am" Disse um perito para mim.

"No he hasn't! He brought me here tonight, we talked, he hugged me, he sang to me, HE WAS WITH ME TONIGHT!"

"I'm afraid not, ma'am. See? These signs here appoint that he's been dead for at least a week. The humidity of this place preserved his body a little longer."

Foi aí que eu entendi.

" I couldn't get through..."

"You have to know"

"I have to show you"

Ele se recusou a deixar seus amigos, seus irmãos, morrerem! Ele morreu fazendo de tudo para salvá-los. Ele não desistiu, ele foi até mim sabendo que eu sempre poderia sentí-lo, ele foi até mim para se despedir! E para fazer-me perdoá-lo e para salvar quatro vidas preciosíssimas para ele! As lágrimas não pareciam acabar nunca! Não enxergava nada à minha frente, a dor era imensa. O dia já ia amanhecendo. Fora a noite mais feliz e a mais triste da minha vida. Virei um pouco minha cabeça para o lado; vi uma luz e ouvi sua voz. Levantei a cabeça. Ele estava ali. Estava rumando a algo que eu não conseguia ver, a origem da luz. Eu continuava a chorar, mas conseguia vê-lo claramente. Ele se dirigiu a mim, agachou-se ao meu lado e disse:

“Don’t you cry for me, love. See? I think I look so much better than this! I won’t leave you, never, remember? Stay strong, one day we will meet again, one day we will find a place for us.”

“You told me to ask you for you to show me something…” Eu disse numa vã esperança de que fosse algo que o trouxesse de volta.

“Now I can’t, but you Will know.”

“How?”

“Do you trust me?”

“Yes, I do.”

“ So, that’s quite enough for now. Pray for me, ok?” Disse-me dando um beijo em minha testa.

“I Will.”

“ Don’t forget to ask Louis for my letter, ok? You’ve got to get that.God bless you! See ya.”

E então ele se foi com a luz. Ele seguiu para um lugar muito melhor que ali. Continuava a chorar, mas eu percebi que sua morte não fora em vão. Se não fosse por seu espírito, seus amigos talvez nunca fossem achados com vida. É, uma vida pela outra, a Lei do Universo... Foi aí que uma brisa suave soprou com o Sol que nascia e nessa brisa eu ouvi sua voz mais uma vez:

“If it’s not me, who’s going to be in your happy endings?”

“No one else.” Eu sussurrei baixinho esperando que de alguma forma ele pudesse ouvir. Continuava junto a seu corpo, mas agora eu sentia que poderia ter forças para ficar de pé e deixar que fizessem seu trabalho. Afaguei uma última vez seus cabelos com umas poucas mechas pratedas e enfim me levantei, amparada por Charlie e Helen. A cara de Charlie era cômica, ele estava visivelmente perdido nos fatos desta noite que passara.

“O que foi aquilo tudo, mamãe? Você o conhecia?”

“Longa história, meu filho, longa história...” Disse com um soluço.

Ele me abraçou e me levou de volta para casa. Helen levou-me ao meu quarto e perguntou:

“That dead man...It  was him, right? The one you loved the most?”

Não tinha palavras mais. Apenas assenti com a cabeça deixando uma lágrima solitária rolar. Era ele sim. Sempre foi e sempre seria.

Don’t forget to ask Louis for my letter...” Ele dissera.

 Será que era para mim essa carta? O que tinha nela? Pelo visto terei de fazer uma visitinha a Louis amanhã. Será que ele vai entender o que Zayn queria dizer?


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