No Ritmo Do Amor E Do Odio escrita por Maiisa Vieira


Capítulo 1
Capítulo 1




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E aqui estou eu em cima desse palco, dançando no meu tão sonhado recital da companhia de balé e musica clássica de Londres... Bem, ninguém me disse que eu não podia sonhar não era?

- Anda garota, precisa dançar mais uma vez... Não pagamos você para que você perca seu tempo ai sonhando... – Tudo bem, agora me disseram. – Anda logo menina. Tem dois minutos para subir naquele palco e ir dançar, ou está demitida, não vou pagar nenhuma vadia para não fazer o seu trabalho. – Traves seu velho idiota. Como eu adoraria matar você, mas eu não posso estragar ainda mais minha vida sendo presa.

- Sim senhor, já estou indo. Só estou terminando de por o meu figurino. – Que figurino?? Isso é só uma personificação vadia de uma enfermeira.

Eu adoraria dizer que sou uma bailarina clássica e que esse é um dos meus recitais, mas infelizmente meu trabalho está longe disso, na verdade eu trabalho como uma vadia Striper... Não que eu seja vadia como as outras, eu só trabalho no meio de muitas dela... Mas o que eu posso fazer se é a única coisa que consegui para sobreviver? Desde que eu fugi de casa para tentar conseguir uma bolsa na academia de dança de Londres e acabei tendo o pedido de bolsa recusado, esse emprego de dançarina em uma boate de Long Beach é o único que me ajuda a pagar as minhas contas quando não arranjo bicos de modelo ou dançarina em algum clipe musical idiota.

- ANDA GOSTOSA PAGAMOS AQUI PARA VER O SEU SHOW, ENTÃO DANCE LOGO PARA NÓS DOCINHO. – Um dos bêbados fracassados que freqüenta o bar gritou para mim que estava parada no palco. Olhei para o lado e vi Traves me encarando.

Eu comecei a dançar, se é que o que eu faço é dançar, rebolei feito uma prostituta de quinta, retirando cada peça de roupa, jogando nos tarados da platéia enquanto em troca eles lançavam notas e mais notas em vários valores de dólares sobre o palco. Eu tinha que recolher todas colocando debaixo das minhas roupas intimas, ou melhor, a segundo e menor camada delas, bem a minha vantagem é que apesar de ser a striper que mais consegue grana naquela pocilga eu sou a única que não fica totalmente nua sobre o palco.

Quase cinco minutos depois eu pude descer do palco enquanto ouvia alguns idiotas me dizerem coisas obscena e outros velhos pedirem para eu voltar. Fui em direção a Traves entregando o dinheiro que consegui para que ele fizesse a contagem.

- Pronto gracinha aqui está a sua parte... – Falou me entregando algumas notas, eu as contei e notei que ainda faltava grana.

- Heyyy, pode ir parando, ainda falta dinheiro aqui Traves, o nosso trato é meio a meio, e aqui não tem a metade.

- Qual é? Achou que eu não iria descontar a grana do atraso?

- Vai se ferrar Traves... Temos um trato, eu danço e o dinheiro do palco é dividido meio a meio, e no final do mês você me dá o meu salário imbecil e medíocre. Mas pelo trato eu quero a minha grana, eu ganhei mais de 2500 dólares dançando e aqui só tem 1250 dólares, ainda me faltam 250, não ache que eu sou burra como o resto das vadias desse lugar.

- Olha aqui gracinha eu não quero saber, ou se contenta com esse dinheiro ai ou vai para a rua.

- hahaha, acorda Traves, você sabe muito bem que essa pocilga só ganhou fregueses e começou a crescer desde que eu entrei aqui, e sabe bem que com as outras bailarinas você não consegue nem a metade desse dinheiro. Mas agora você que sabe, ou me dá o dinheiro ou a “gracinha” aqui não dança mais o resto da noite, e se me demitir, bem... Você que sabe. – Olhei para ele com cara de sínica.

- Pega essa droga desse dinheiro... E vá se preparar, suas próximas danças são nas mesas.

- Bom menino... E eu sei quais são minhas próximas danças. – Falei bebendo um pouco do Whiskey dele.

Voltei para as cabines para me arrumar, meia hora depois eu tive que me dirigir às mesas, admito essa é a pior parte, pois é lá que os clientes mais idiotas achavam que devíamos ser prostitutas.

- Mesa 04 para você Elisa. – Marg falou me apontando a mesa.

- Não me chama de Elisa Margarete.

- Ok, agora vá para a mesa 04.

Cheguei à mesa, eu sabia os mesmos idiotas da semana passada, executivos que tem por volta dos 40 anos, ainda engravatados, acabados de sair do trabalho e que vem para uma boate para tentar encontrar uma prostituta para se satisfazer do jeito que não se satisfaz em casa, para o meu azar eles acham que sou eu essa prostituta.

- Até que enfim a nossa gracinha apareceu para fazer o nosso showzinho. – Mas que merda que tem esses caras de me chamarem de gracinha.

- Bem, esse é o meu trabalho... Mas SUA gracinha eu não sou, pois aqui não há contrato de exclusividade.

Dancei por pelo menos dez minutos para aqueles idiotas que ficaram tentando passar a mão em mim.

Eram por volta das três da manhã quando eu finalmente sai da boate, peguei uma carona com Aline que me levou ate a rua do meu apartamento. Entrei em casa na esperança de Monique e David dormindo, mas tudo que encontro é Monique bêbada na sala.

- Bebada novamente não é?

- Não enche mamãe... – ela me respondeu de forma irônica.

- Onde está David?

- No quarto, a babá disse que ele dormiu cedo hoje,  parece que ele tem prova de Portugues amanhã.

- Parece? – Como ela pode dizer que parece? Como mãe do garoto ela deveria saber. – Quer saber deixa pra lá... vamos eu te levo pro quarto.

- E como foi a noite Gracinha? Conseguiu muita grana?

- Aff, o que eu tenho de gracinha para receber esse apelido.

- O homens acharam que era a sua cara e acho que não estão errados.

- Vai se ferrar.

Levei Monique para a cama e ela logo dormiu, David dormia na cama ao lado como um anjinho. Sai do quarto indo tomar um banho frio e demorado, eu odiava os ares daquela boate, o cheiro, o ar, as luzes e principalmente os clientes idiotas. Sai do banho e bebi um pouco de Whiskey. Depois desabei em cima da dura e disconfortavel cama do quarto.

- E no fim de mais uma noite eu estarei inteira e pronta para a próxima... – Falei logo depois adormecendo.

P.O.V Brian

Acordei com uma luz irritando os meus olhos, olhei para o relógio na cômoda e faltava quinze para o meio dia, Babby uma das dançarinas da Turner estava deitada nua do meu lado da cama, agora eu me lembrei, eu tava chapado pra cacete aquela noite e dormi com Babby.

- O gostozão acordou, pega. – Falou me entregando uma cerveja. – Achei que não tinha te cansado muito mas você dormiu como uma pedra, acho que fiz um bom trabalho.

- É você fez, pega uma toalha pra mim e um comprimido preciso de um banho estou com uma ressaca dos diabos.

- Aqui está. – Falou me entregando tudo e deitando de novo na cama ascendendo um cigarro.

- Hey, vá fumar na sacada não na minha cama garota. – Ela revirou os olhos e se levantou enquanto eu entrava no banheiro.

Tomei um banho de pelo menos 20 minutos, meu corpo estava completamente dolorido, que merdas será que eu deveria ter ingerido aquela noite? Eu não sei mas parece coisa pesada. Estava me enchugando quando ouço vozes no meu quarto duas de homens e a de Babby . fui saindo do banheiro ainda só de toalha.

- Bri, tem visitas pra você. – A garota tentou me agarrar. Sentados nas poltronas estavam Jimmy e Matt.

- E ai fuleiro, não acha que esta na hora de acordar não? – Jimmy falou rindo.

- Vai se ferrar Jimbo... – Falei mostrando o dedo do meio para ele. – Hey garota, pode ir... vá dar uma volta e leve sua chaminé daqui. – Falei ríspido, a garota revirou os olhos, e sorriu quando Matt fez um sinal com a mão que eu não pude ver pois eu estava procurando uma roupa.

- Tudo bem Bri,Bri. – A garota saiu me arrancando a toalha e me deixando nu, enquanto Matt e Jimmy morriam de rir.

- HEY GATES COBRE ISSO AI, NINGUEM VEIO AQUI PARA VER SEU DOCUMENTO... – Matt ria escandalosamente. Sai correndo para o banheiro com uma cueca e uma calça na mão. As risadas de Matt e Jimmy já estavam me irritando.

- Porra parem de rir cacete. Agora me digam que vieram aqui para fazer algo alem de armarem para me ver pelado.

- Não viemos te ver pelado seu babaca, viemos te acordar o que é diferente.

- Eu já estou bem acordado, só estou com uma enxaqueca do caralho.

- Quem mandou usar aquele monte de merda ontem? Agora agüenta.

- Aff vai se ferrar papai. – falei e Jimmy me respondeu com um dedo do meio.

- Hey cara se cura dessa ressaca porque mais tarde os caras do BMV vão levar a gente em uma boate aqui de Long Beach.

- Que merda cara, outra boate?

- É uma casa de striper idiota.

- Humm, agora eu me interessei.


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