Perguntei-a:
– O que foi que houve? Porque saiu do lago assim? Está com medo de mim? – Sentei ao seu lado, apoiando minha mão em seu joelho. Tentando passar a sensação de segurança. Nunca faria mal algum para ela. – Eu não vou te machucar. Na verdade, não entendi o que aconteceu aqui... Eu só achei você uma garota simplesmente linda e em sintonia com esse lugar. Quis compartilhar isso com você, te conhecer. – Estava preocupado. Queria solucionar o seu problema, cuidar dela. Naquele momento, uma brisa fria nos envolveu. Fazendo com que ela estremecesse. Senti por debaixo de minha mão, que ela havia se arrepiado. Ela estava com frio. Então ela respondeu. – Não houve nada, é que senti um pouco de frio... Você percebeu que a água estava bem refrescante? O sol já está se pondo... – Que o sol já estava se pondo, era verdade. Mas não acreditei naquela resposta. Eu conseguia ver que ela estava mentindo apenas olhando no fundo de seus olhos. Mas tudo bem. A expressão dela de repente mudou de suave e desconfiada, para assustada. Ela disse rápido:

– Oh meu Deus. Já vai anoitecer logo, logo... E eu não sei como vim parar aqui! Aqui é lindo, mas certamente não é a minha casa. To morrendo de frio e fome! O que vamos fazer? – Ela disse como se tivesse acabado de cair sua ficha. Por um segundo, vê-la assim depois de ter mentido para mim, foi engraçado. Mas logo percebi a seriedade em seu olhar. Estava preocupado. Olhei para cima e vi uma maçã pendurada na árvore. Levantei-me, pegando-a, e a entreguei, dizendo:
– Aqui, para você! Coma... Parece estar suculenta! – Estava sendo generoso, para dessa forma, tentar acalmá-la. Sentei-me novamente ao seu lado, abraçando-a. Acolhendo-lhe. Ela estava gélida. Acho que dessa forma, poderei esquentá-la com nosso calor corporal. Ela devorou metade da maçã, e me ofereceu a outra. Eu recusei. Estava com um pouco de fome, mas nem tanto. Para mim, era mais importante a sua segurança e seu bem-estar. Se ela estivesse bem, eu também estaria. Ela se acalmou, até se aconchegou mais em meus braços. Eu estava muito feliz, psicologicamente e fisicamente. Aquela situação estava perigosa. Nós estávamos apenas de roupas íntimas, e nossos rostos estavam próximos. Ela já estava ofegante, quando então eu resolvi aproveitar a oportunidade, e abrir o meu coração. Olhando em seus olhos, eu comecei:
– Rose, você é a menina mais linda que eu já vi. Sabe... Nós acabamos de nos conhecer, mas de alguma maneira parece que nos conhecemos há muito tempo. Eu gosto de você. – Fiz uma breve pausa, para verificar como ela digeria tudo. Agora ela olhava bem no fundo dos meus olhos, com um brilho no olhar. – Eu não sei o que vai acontecer... Não sei o que será de nós dois... Mas neste momento, eu sinto que devo cuidar de você – Abracei-a mais forte, pressionando nossos corpos. Levei minha mão até seu rosto, acariciando sua bochecha com as costas de minha mão, e colocando uma mecha de seu cabelo para trás de sua orelha. – Você era tudo que eu procurava – Olhava-a com desejo. Fui me aproximando mais de seu rosto até que então, nossos lábios se encontraram. Começou com um selinho, partindo para um beijo quente. Nossas línguas se entrelaçavam em perfeita sincronia. O clima estava muito bom, e eu não queria parar de jeito nenhum. Ela levou suas mãos até a minha nuca e eu segurei-a pela lateral de seu corpo, deslizando minha mão até sua cintura, apertando a mesma. Aquele momento estava perfeito, delicioso. Nós dois juntos, debaixo daquela árvore, ao pôr-do-sol, naquele lugar paradisíaco. Ela estava se entregando a mim, e eu a ela. Nada podia dar errado. Eu queria fazer amor com ela, queria amá-la para sempre. Eu já a amava. Eu amava-a mais do que tudo na minha vida. Ela era minha, e enquanto ela fosse apenas minha, ela podia ter certeza de que, eu seria apenas seu. Quando eu já estava sentindo toda aquela excitação percorrendo o meu corpo, aquela imagem de nós dois agarrados, foi se diluindo. De repente, eu comecei a ouvir vozes altas ao alto. Era o Niall, Louis e Liam tocando violão e cantando para acordar a mim, e ao Harry. Não tinha me dado conta de que Harry estava dormindo ao meu lado, na cama de casal. Dei um pulo na cama e imediatamente abri os olhos. “NÃO PODE SER. POR FAVOR, NÃO!” pensei e escapuliu – NÃO, NÃO PODE SER. FOI UM SONHO? NÃO PODE TER SIDO UM SONHO. NÃO. NÃO. NÃO – gritei e levantei correndo da cama e fui em direção a minha bolsa, pegar o meu bloco de desenhos e um lápis comum. Comecei a desenhá-la, uma caricatura. O melhor que eu pudesse fazer para que ela, aquela garota maravilhosa, aquele corpo, aquele rosto não saísse de minha mente jamais. Enquanto desenhava, lágrimas escorriam no meu rosto. – Rose... Precisa ficar perfeito. – Disse alto demais. Os meninos estavam preocupados comigo, até mesmo o Harry que estava dormindo veio correndo junto aos outros em minha direção para ver o que eu tinha.