Cap 33

Hermione PDV:

Desci para o jantar e encarei Fred por alguns segundos.

- O que?

- Nada. – Dei de ombros e voltei a descer.

Eu me lembrava dos enterros depois da batalha, era incrível imaginar que tudo aquilo nunca havia acontecido.

- Então, senhorita Granger. – Os dois se colocaram ao meu lado.  – Namorado novo... Na verdade, é o primeiro que você nos apresenta.

- É uma longa história que eu não vou contar. – Avisei.

- Bom, não temos mais solteiros para perturbar. – George deu ombros. Ele continuava sem uma das orelhas.

Ri e eles me encararam como se eu fosse louca.

- Não dissemos que ficaríamos quietos.  – Fred lembrou. – Afinal, casais são conhecidos por sua vida sexual.

Quase afundei o rosto nas mãos, mas eles não permitiram.

- Oh, senhorita Granger, então estamos certos.

- Não foi isso que...

- Não tente nos enganar. – George lembrou. – Eu disse, George, as santinhas são sempre as piores. Você e Riddle, não? Hm...

- Parem do constranger Hermione. – Sra. Weasley passou por nós. – Porque não conversam um pouco com o garoto Tom, hum? Ele, Ron e Harry estão lá fora no quintal. Façam companhia.

- Estamos indo para a loja, mamãe. – Avisaram antes de se levantar. – Até mais, Hermione.

Eles desaparataram e ri antes de seguir atrás de senhora Weasley.

- Quer ajuda com o jantar?

- Oh, não, querida.

- Será que eu posso... – Pigarreei. – Posso fazer uma coisa? Um prato.

- O forno é todo seu.

(...)

Estalei os dedos nervosamente enquanto apagava o fogo. É claro que eu sabia cozinhar, minha mãe não me deixaria no vácuo assim, mas ainda era difícil com alguém como a Senhora Weasley assistindo em silêncio e na expectativa dos Weasley e Tom comerem.

Roí uma das unhas com impaciência. Era um bolo de cenoura. Sim. Bolo de cenoura. Eu realmente não sei porque fiz isso, apenas fiz.

- Jantar. – Senhora Weasley anunciou e fui para a mesa, encontrando-me com os outros.

Tom parecia à vontade ao conversar com Harry e os Weasley, o que me deixou muito feliz.

Eu sentia falta do barulho dos Weasley durante o jantar, do jeito desesperado como eles comiam, das brincadeiras... Eram uma família para mim.

O jantar foi descontraído, todos falando alto e – em sua maioria – com Tom. Todos estavam curiosos sobre todos os aspectos da vida do até então desconhecido. Ele foi sincero. Disse que havia sido criado num orfanato e, aos 11 anos, um bruxo foi buscá-lo, mas que não havia ido para uma escola conhecida. Era apenas um lugar pequeno, mas muito competente. Contou como havíamos nos conhecido e até mesmo de nosso “ódio gratuito” um pelo outro.

- Bom, ela era um desafio. – Confessou. – Completamente desconhecida e mais inteligente que a maioria, eu fiquei um tanto frustrado.

- Um tanto? – Arqueei uma sobrancelha e ele riu.

- Tudo bem. Muito frustrado. E então ela se machucou por minha culpa.

- E ele me seguiu por todos os lugares daquela escola. – Continuei. – Era praticamente insuportável.

- Eu estava me sentindo culpado. – confessou. – No mesmo dia nós brigamos no corredor.

- Eu o chamei de idiota.

- E eu a chamei de ingrata.

- Então do nada ele me chamou pra sair. Na frente de todos. – Contei e eles riram. – quando nos sentamos, todos estavam olhando para nós. Foi vergonhoso.

- Mas o encontro valeu à pena. Nós almoçamos juntos.

- E o resto vocês podem presumir. – Concluí.

- Ah, claro que podemos. – Gina riu. – Principalmente por esse anel na sua mão direita.

Tom sorriu e senti meu rosto avermelhado.

- Vocês formam um casal tão bonitinho. – Ela continuou e o resto concordou.

- Mamãe. – Ron chamou. – O que tem de sobremesa?

Senhora Weasley sorriu para mim e foi até a cozinha.

- Aqui está. – apareceu com o prato.

Sinalizei um “silêncio” com o dedo e ela sorriu ainda mais, cortando os pedaços e os distribuindo.

Tom analisou o bolo e franziu as sobrancelhas.

- Senhora, do que é feito? –Lhe olhou. – Eu quero dizer, nunca vi nenhum bolo com o mesmo cheiro.

- É de cenouras, querido.

Ele pareceu curioso e pegou o primeiro pedaço, assim como todos.

Em meio segundo, todos estavam comendo desesperadamente.

- O que a senhora pôs aqui? – Ron lhe olhou. – É incrível, macio, quentinho... Eu quero mais.

Ri e Sra. Weasley fez o mesmo.

- Créditos à Hermione. – Avisou e todos me encararam.

- Oh meu Merlin. – Gina berrou. – Você precisa me ensinar, não é Harry.

Meu amigo não respondeu, estava mais ocupado comendo.

Ri e revirei os olhos.

- Claro.

Terminamos de comer – com muito esforço, já que ninguém queria deixar a mesa – e  fomos para o jardim d’a Toca.

- Você realmente gostou? – Encarei Tom e ele riu.

- Eu adorei. – Jurou e olhou os Weasley. – Eles são uma família muito bonita.

- Eu sei. – Sorri. – Molly faz tudo para vê-los felizes. Não têm muitos recursos, mas nem ao menos precisam de luxos.

- Sete filhos, não?

- Sete. – Confirmei. – Charlie, William, Percy, Fred & George, Ron e Gina.

Tom confirmou levemente e sentamos na grama.

- Obrigado. – Murmurou.

- Pelo que?

- Por me dar a oportunidade de ver e viver tudo isso.

Sorri e beijei sua bochecha, apoiando a cabeça em seu ombro.

Continua...