El Beso Del Final escrita por Ms Holloway


Capítulo 3
Viver intensamente ou morrer




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/24273/chapter/3

Chapter 3

Viver intensamente ou morrer!

República Dominicana,

1 ano antes

- Dom. – foram as primeiras palavras de Letty ao acordar e não encontrar Dominic na cama com ela. Esfregando os olhos, ela se sentou na cama sentindo uma estranha apreensão dentro de si. – Dom! – ela o chamou mais uma vez olhando na direção da porta do banheiro imaginando que ele estivesse no banho, mas não ouvia o barulho do chuveiro.

Letty se levantou da cama e foi até o banheiro ainda chamando por ele. Mas o banheiro estava vazio. Ela voltou para o quarto e vestiu sua calça jeans, prendendo os cabelos em um rabo de cavalo e calçando os chinelos antes de deixar o quarto e caminhar pela praia vazia. A manhã estava nublada, mas o sol se mostraria logo.

Ela caminhou pela areia branca e fofa esperando encontrar Dom dando um passeio pela beira da praia, tentando pôr seus pensamentos em ordem, mas ele também não estava lá. A apreensão cresceu ainda mais no peito de Letty e ela correu de volta para o quarto.

- Não, seu desgraçado! Você não fez isso comigo!- Letty murmurou consigo mesma indo até o armário e procurando pelas roupas de Dom. Mas não havia uma única peça de roupa lá, nem mesmo qualquer outro objeto pessoal.

Foi então que ela notou os maços de dinheiro em cima do criado mudo. Mais de três maços de dólares que ele deixara para ela, uma boa grana, mas Letty não se importava com isso, queria seu homem ali com ela ou então o dinheiro não valeria a pena. Não era só pelo dinheiro que participava dos roubos com Dom, fazia isso porque era com ele. Era algo que faziam juntos e muito bem, mesmo que fosse algo que significava transgredir a lei.

- Dom, por quê? – ela gritou num acesso de fúria e jogou todo o dinheiro pelo quarto, chutando os maços para debaixo da cama. Seu corpo inteiro tremia. Ele tinha falado sobre a possibilidade de deixá-la, mas Letty não esperava que ele realmente fosse fazer isso. E que se caso ele realmente se decidisse por fazê-lo, não seria no meio da noite, seria às claras e ele diria a ela para onde estava indo. Agora Letty não fazia a menor idéia da onde Dom poderia ter ido e sabia que ele não atenderia o celular se ela telefonasse. Dom havia tomado sua decisão e nada o faria mudar de idéia, Letty sabia.

- Oh não, Dom!- ela choramingou e deixou-se cair na cama.

Letty não costumava ser do tipo dramática, que se desmanchava em lágrimas por qualquer motivo, mas a partida de Dom foi um baque muito forte para ela. Era como se tivessem arrancado um pedaço dela, não sabia como viveria sem Dom ao seu lado. Chorando, Letty enterrou sua cabeça no travesseiro sentindo o peito arder de desespero. Foi quando ela sentiu um objeto metálico e frio embaixo do travesseiro. Letty puxou o objeto e viu que se tratava da corrente prateada de Dom com um pesado crucifixo. Ele deixara a corrente para ela, para que nunca se esquecesse dele.

Ela apertou o cordão entre os dedos e voltou a soluçar. Não conseguiu mais deixar o quarto naquela manhã.

xxxxxxxxxxxxxx

Los Angeles, Estados Unidos

6 semanas depois

- FBI!- Letty leu mentalmente as palavras em enormes letras prateadas fixadas à entrada do prédio de tinta branca lascada onde se localizava a sede do FBI de Los Angeles.

As últimas semanas em que ela permanecera na República Dominicana tentando levar sua vida sem Dom, tinham sido muito difíceis. Ela não conseguia esquecê-lo e também não se conformava que ele a tivesse deixado por medo de que algo acontecesse com ela. Então só havia uma solução para eles. A solução perfeita para que eles voltassem a ficar juntos. Dom precisava de anistia policial para que não fosse mais perseguido e só havia uma pessoa que podia ajudá-la quanto a isso. A pessoa que em parte era responsável por Dom ser um fugitivo agora.

- Bom dia.- ela saudou o policial na recepção quando adentrou o prédio do FBI.

- Bom dia.- respondeu o policial educadamente alisando sua gravata de seda e sorrindo de modo sedutor para Letty, discretamente medindo-a dos pé a cabeça.

Letty sorriu para ele também. Naquela manhã estava vestida com uma roupa não usual para ela. Um vestido discreto de cor bege que ia até os joelhos e delicados sapatos de salto. Ela se vestira assim porque desejava causar boa impressão quando chegasse ao FBI, isso facilitaria com que ela pudesse falar com a pessoa a quem procurava.

- Em que posso ajudá-la, senhorita?- indagou o policial, todo solícito.

Letty fez charme com os cabelos soltos, mexendo na franja e disse:

- Estou procurando um velho amigo, o nome dele é Bryan O’Conner.

O homem franziu o cenho quando ouviu o nome que ela acabara de pronunciar.

- Bem, eu acho que ele não está por aqui agora, parece que saiu numa missão.

- Oh, que pena.- Letty se lamuriou falsamente tentando comover o recepcionista. – Faz cinco anos que não vejo o Bryan e vim de tão longe só para vê-lo. È um assunto meio urgente, será que não poderia me ajudar, senhor... – ela leu o nome no crachá dele. - ...Melbourne.

O policial sorriu outra vez para ela achando que de alguma forma Letty estaria interessada nele. Percebendo sua vitória, ela alimentou as esperanças dele:

- Eu posso te chamar de Allan?

- É claro.- ele respondeu. – Eu poderia até ajudá-la, senhorita...

- Ortiz. Letícia Ortiz.- ela respondeu. – Mas meus amigos me chamam de Letty.

- Certo, Letty. Veja bem, posso ajudá-la se me disser que tipo de assunto veio tratar com O´Conner. Ele não é muito bem visto aqui na polícia, sabe?

- Mesmo? - retrucou Letty, impaciente, querendo que aquele idiota a levasse logo até Bryan.

- Pois é, dizem que ele deixou um criminoso perigoso escapar cinco anos atrás e por isso ele foi destituído da polícia, mas o malandro conseguiu voltar e...

Letty o interrompeu antes que o homem começasse a falar demais e a fizesse perder tempo:

- Bem, Allan, o assunto que tenho com Bryan não tem nada a ver com a polícia, na verdade é um assunto pessoal.

- Sério?- indagou ele com a voz desapontada imaginando que Letty seria uma antiga namorada de Bryan.

- È, o Bryan e eu precisamos muito conversar, então... – ela chegou mais perto dele e acrescentou uma nota sedutora a sua voz: - Creio que se me ajudar a falar com o Bryan, mais cedo eu termino o assunto que me trouxe até aqui e quem sabe podemos tomar um café depois

Melbourne se animou de novo sentindo suas esperanças se renovarem quando ela falou em terminar seu assunto com O´Conner. Olhando de um lado para o outro da recepção, ele abandonou seu posto e disse a Letty em tom discreto:

- Venha comigo!

xxxxxxxxxxxx

- Cacete!- Bryan xingou quando entrou em seu escritório na polícia repleto de agnetes andando de um lado para o outro. Ele estava transtornado com o último caso em que estava trabalhando. Um poderoso e escorregadio traficante de drogas chamado Arturo Braga. O FBI estava tentando capturá-lo há três meses e não tinham feito nenhum progresso importante.

A última coisa que ele tinha descoberto era que o traficante costumava contratar pilotos de racha através de terceiros para transportar sua mercadoria pela fronteira para o México. Seria um ótimo plano se ele pudesse se infiltrar como piloto na equipe de Braga para conseguir informações, mas seu superior acabara de lhe dizer que isso não seria possível. Que não tinha dado certo da primeira vez quando ele se infiltrara na família de Dominc Toretto, o que quase lhe causara uma expulsão da polícia, mas depois de fazer umas prisões importantes e conseguir provar que poderia voltar à ativa, Bryan foi recontratado.

Entretanto, agora ele tinha outro abacaxi para descascar em suas mãos. E se seu superior não permitiria que ele fosse o infiltrado, Bryan teria que encontrar outra pessoa que o fosse. O plano era simplesmente perfeito. Braga estava sempre precisando de pilotos e não seria difícil colocar uma pessoa dentro da organização. Ele estava tão distraído pensando nas providências e decisões que tinha de tomar que não notou a presença de Letty no escritório até que esta se pronunciasse.

- Beija sua mãe com essa boca, O’Conner?

Bryan ouviu a voz familiar vinda do canto de sua sala e viu Letty sentada em uma das cadeiras estofadas com os braços cruzados sobre o peito. Cinco anos se passaram e ele podia ver o ar de maturidade que tinha se formado no semblante dela, principalmente vestida com aquela roupa formal. Porém, o ar moleque de que ele tanto se lembrava nela deu sinais de ainda existir quando ela lhe sorriu antes de ficar séria novamente.

- Letty?- ele indagou, surpreso em vê-la. – O que faz aqui? Já faz tanto tempo.

- Preciso de ajuda.- ela foi objetiva. – È sobre o Dom.

Ele puxou uma cadeira e sentou-se de frente para ela ouvindo atentamente.

- Dom partiu. Não sei para onde. Ele simplesmente se foi. Estava com medo de que algo acontecesse comigo se continuássemos juntos.

- Tá legal! Informação demais. Primeiro me diz por onde vocês andaram esse tempo todo?- Bryan quis saber.

- Depois que você o deixou fugir, Dom foi me encontrar no México. Eu estava com o León. Ficamos algum tempo por lá e depois saímos por aí fazendo o que sabíamos fazer de melhor.- Letty respondeu. – Mas de repente o Dom começou a ficar angustiado com a vida que estávamos levando e se foi. Ele fez isso para me proteger, mas não posso continuar sem ele. Não é justo!

Bryan assentiu. Podia compreender o que ela sentia pois ele mesmo tivera de abrir mão de seu relacionamento com Mia, a irmã de Dom porque eles se encontravam em lados opostos da justiça e a situação para Bryan depois de ter deixado Dominic fugir não era das melhores.

- Não tem mesmo a menor idéia para onde o Dom possa ter ido?

- Não, homem.- ela respondeu. – Acha que se eu soubesse teria vindo falar com você?

- E quanto a Mia? Eles são irmãos, ele deve ter entrado em contato com ela.

- Eu pretendo procurar por ela quando eu sair daqui, mas sei que mesmo que ela saiba onde o Dom está, ela não me dirá, O’Conner. Como você mesmo acabou de dizer, eles são irmãos.

- Há quanto tempo ele partiu?

- 6 semanas. Estávamos na República Dominicana. No dia seguinte à partida dele eu contatei o Vince e o León para me ajudarem a procurá-lo, mas nossas buscas foram em vão. O Dom sabe mesmo se esconder quando quer.

- O que você quer que eu faça, Letty?- perguntou Bryan. – Eu gostaria muito de ajudá-la, mas aqui sob a jurisdição do FBI fico de mãos atadas. O Dom está sendo procurado e...

- Ele está sendo procurado por sua culpa, droga!- ela se ergueu da cadeira e o encarou com aquele mesmo olhar de determinação que um dia Bryan vira há cinco anos atrás. Ele sabia que Letty amava Dom e que seria capaz de fazer qualquer coisa por ele. E O’Conner também sabia que Letty sabia correr como ninguém, afinal ela era parte do grupo de assaltos de Dom, uma das peças principais do time dele. Uma mulher corajosa e ousada que não temia nenhum obstáculo que pudesse impedi-la de alcançar seu objetivo. De repente, a chegada repentina de Letty ao seu escritório parecia ter sido muito providencial.

- Dom precisa voltar para casa, mas não pode fazer isso enquanto for procurado. Ele precisa ser perdoado, cumprir sua pena em regime aberto e é aí que você entra, O’Conner. Você sujou, você limpa, entendeu?- ela agora apontava o dedo em riste para ele antes de se sentar de novo na cadeira e dar um olhar de tristeza à Bryan. Seus olhos imploravam que ele a ajudasse.

Bryan começou a pensar e de repente tudi ficou muito claro em sua mente. Se Letty cooperasse com ele na dissolução do cartel de Braga, eles poderiam fazer alguma coisa por Dom. Poderiam propor um acordo ao FBI e conseguir uma anistia para Dominic. E assim, seus dois maiores problemas seriam resolvidos, a prisão de Braga e a volta de Dom à Los Angeles sem tem que se preocupar mais em ficar fugindo da polícia. Durante todo o tempo que convivera com Dominic no passado, Bryan aprendera a admirá-lo e agora convivia com a culpa do amigo ter sido descoberto pela polícia. Mia jamais o perdoara por isso. Se conseguisse reintegrar Dom à sociedade será que ela o ouviria depois de cinco anos?

- Acho que posso te ajudar Letty.- Bryan disse por fim.

- O que tem em mente, O’Conner?

- Faria qualquer coisa por Dom?- ele perguntou num tom que não deixava margem para evasivas.

- Qualquer coisa.- ela respondeu sem pestanejar.

- Então vou te explicar o meu plano.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!