El Beso Del Final escrita por Ms Holloway


Capítulo 27
Fechando o Cerco




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Capitulo 27

Fechando o Cerco

O tráfego na principal rodovia que ligava o interior da Califórnia ao centro de Los Angeles estava parado desde às quatro horas da manhã devido à colisão de um Camaro que acabara capotando no acostamento e uma SUV muito suspeita, parada na estrada com as luzes ainda ligadas. Um casal de fazendeiros que dirigia pela rodovia antes do sol nascer encontrou a SUV parada e o corpo de um homem de meia idade caído no chão perto do veículo. A cena inteira do acidente era muito estranha e depois que o legista da polícia da cidade de Los Angeles, concluiu, ainda na cena do crime que a vítima encontrada no local tinha sido alvo de um disparo, o FBI foi chamado e os donos dos carros foram identificados. A SUV pertencia à Albert Gibson, um influente empresário no ramo da biomedicina e o Camaro estava registrado no nome de Priscilla Summers, web designer, que não foi encontrada no local.

Como aquele setor da rodovia não possuía câmeras de perímetro ficava difícil de entender como o acidente havia ocorrido. No entanto, havia marcas de pneus no asfalto demonstrando que pelo menos mais um carro estaria envolvido no acidente. A polícia agora precisava localizar Priscilla para descobrir se ela estava dirigindo o Camaro, ou se havia outra pessoa envolvida. Uma autópsia no corpo de Albert Gibson ajudaria a entender melhor o que acontecera e o tipo de arma usada no crime que parecia ter sido uma execução.

Jack Penning, delegado geral do Bureau de Los Angeles já estava no telefone há cerca de quarenta minutos com um de seus agentes que havia sido enviado para investigar o local. Aparentemente, um grupo de adolescentes que estava farreando na estrada tinham visto o Camaro antes do acidente sendo perseguido por uma picape GM; ambos os veículos estavam sendo dirigidos à toda velocidade e a SUV teria chegado pouco depois que o Camaro capotara ao ser empurrado pela GM.

— Como assim os adolescentes não querem depor?- inquiriu Penning suando em bicas, o telefone já estava quente em sua orelha.

— Eles estão com medo de serem apreendidos porque estavam consumindo maconha no local, senhor.- disse o agente.

— Eu tô nem aí pra maconha!- Penning resmungou. – Eu tenho mais o que fazer! Pega o contato de telefone dos pais dessa gurizada e leva todo mundo pra delegacia. Daqui a pouco a família do Gibson vai bater na minha porta pedindo explicação, então dá teu jeito!...hum, tá bom, me mantenha informado.

Ele desligou o telefone e respirou fundo após colocar o aparelho de volta no gancho. Não conseguia deixar de pensar que de alguma maneira o caso que estavam investigando tinha a ver com aquele acidente/execução. Perseguições em alta velocidade na estrada, ele tinha aprendido, durante seus dez anos de FBI, nunca eram coincidência.

Penning resolveu tirar um break e foi para a copa destinada aos agentes de cargos mais altos no quartel general da polícia de Los Angeles, disposto a comer o sanduíche que a esposa lhe havia preparado, porém soltou uma imprecação quando viu que a tupeware de cor azul que ele tinha colocado na geladeira mais cedo havia desaparecido.

Não, seu dia não poderia ficar ainda pior ou poderia? O caso Braga o estava enlouquecendo. Seu melhor e também mais teimoso agente, Bryan O'Conner tinha quase sido morto no deserto junto com seu amigo criminoso Dominic Toretto e agora estavam em posse do produto mais caro oferecido pela organização chefiada por Arturo Braga; no entanto, Bryan e sua parceira, Mônica Fuentes se recusavam a informar sobre seus paradeiros, tudo porque ambos agora protegiam Toretto. Ele queria muito entender a razão desse fascínio pelo ladrão de gasolina metido à Robin Hood que muitos pareciam ter.

— Penning!- ele ouviu a voz de Stasiak, seu agente mais irritante do lado de fora da copa. – O senhor precisa vir imediatamente!- ele acrescentou, nervoso.

Penning fechou os olhos e contou até cinco, se preparando para a tragédia que ele sentia que se anunciava a cada vez que Stasiak o chamava daquele jeito. Finalmente, ele empurrou a porta da copa e disse:

— Stasiak, se quer me contar alguma coisa ruim vai ter que primeiro me arranjar um sanduíche porque o meu desapareceu da geladeira e...

Ele paralisou no lugar ao ver que o agente Stasiak não estava sozinho. Ao lado dele estava a agente Trinh seguida por Mônica Fuentes e Bryan.

— Ah, finalmente resolveram aparecer! Que merda estavam pensando?- rosnou Penning. – Aonde está o bagulho?- indagou se referindo às drogas.

— Penning, a gente precisa conversar...- disse Bryan mas foi cortado pelo chefe.

— Que conversar o quê, O'Conner?- retrucou ele. – Acho bom vocês...

Naquele exato momento, uma figura esguia de mulher vestindo roupas escuras, com o rosto parcialmente marcado por um hematoma saiu detrás de Bryan e disse:

— Quanto tempo, Penning!

— Letícia Ortiz?- ele balbuciou perplexo como se estivesse diante de um fantasma porque a visão daquela mulher em seu escritório só podia ser uma assombração.

— Pois é, eu estou muito viva.- Letty adicionou diante do olhar chocado dele.

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— Vocês são dois estúpidos!- gritou Campos depois de encontrar seus homens abatidos por uma única mulher que os enganara da maneira mais clichê que existia. – Como vocês puderam pensar que a Ortiz estaria interessada em prestar favores sexuais para cada de um vocês? Coños! Quase botaram tudo a perder por causa de uma bunda empinada!

Os dois estavam tão embaraçados com a situação que não ousaram dizer nada para o chefe deles, a humilhação estava doendo mais que os ferimentos inflingidos neles por Letty. Resmungando, ele saiu de perto de Gus e Patrick, ordenando ao seus outros homens que os punissem de acordo pela falta que tinham cometido. Os dois começaram a suplicar por clemência, mas Campos já estava bem longe deles. Pelo menos ele ainda tinha a criança e aquilo era ameaça de sobra para Toretto e Letty.

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Gisele ainda estava chocada com o fato de seu padrinho ter sequestrado o bebê de Dom para chantageá-lo. Aquilo era baixo demais até para ele. Pesquisando na internet, ela tinha conseguido encontrar e pedir pelo delivery o leite adequado para a pequena Caterina. Mesmo assim, a nenê não estava aceitando a mamadeira muito bem, não parecia estar acostumada com leite artificial e chorava muito. Gisele sentia-se de coração partido ao ver o sofrimento da menina e estava pensando no que fazer para ajudá-la.

Tinha levado Caterina para o seu quarto aonde ela ficaria mais confortável, longe dos criminosos que habitavam aquele local e de seus praguejos. Criminosos? Ela repetiu em sua mente. Como se ela também não fosse uma deles. Gisele ouviu Campos no corredor conversando com um dos homens. A voz dele estava alterada e ele exclamava os mais sujos palavrões em espanhol. Quando ela conseguiu terminar de dar a mamadeira para Caterina com muita dificuldade, a menina se acalmou um pouco e Gisele a colocou em sua cadeirinha. Em seguida saiu do quarto por alguns minutos e confrontou Campos na sala de estar.

— O que está acontecendo?

— Aqueles imbecis do Gus e do Patrick! Atiraram num empresário importante e agora la polícia vai cair matando em cima da gente. Aparentemente, alguém anotou a placa da GM que os idiotas estavam dirigindo quando pegaram a Letty na estrada.

— A Letty?- Gisele indagou com a mão no peito. Lembrava-se muito bem dela, a pilota que conseguira fugir das garras da organização e que estava desaparecida há algum tempo. – O que a Letty tem a ver com tudo isso?

Campos balançou a cabeça em negativo e disse:

— Gisele, eu sei que não te conto tudo o que acontece, mas isso você precisa saber! A Letty é a namorada do Toretto e mãe desse bebê que você está tomando conta. Tínhamos conseguido capturá-la, mas Gus e Patrick deixaram ela escapar. Pelo menos ainda temos a criança!

— Meu Deus!- Gisele exclamou, horrorizada com a situação toda. – Como pôde fazer isso?

Campos deu uma risadinha.

— Mi hija, não me olhe assim! São apenas negócios!

— Você não pretende mesmo devolver a menina aos pais dela- ela concluiu, irritada.

— Braga te cuidó muy bien. Talvez sea el momento de darte una hermanita."(O Braga cuidou muito bem de você e talvez tenha chegado o momento de te dar uma irmãzinha.) Ele deu-lhe um beijo na testa. Gisele sentiu-se enojada pelo gesto.

— Fica perto do telefone porque eles devem ligar daqui a pouco.- ele acrescentou sem emoção.

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A agente Fuentes trouxe um chá de camomila para Penning com o intuito de ajudar o chefe a sair do estado catatônico que ele tinha ficado ao ver Leticia Cristina Ortiz na frente dele quando tinha quase certeza que ela havia sido assassinada.

— Aqui, chefe.- Mônica colocou a caneca fumegante em frente à ele que apenas balançou a cabeça em agradecimento.

Bryan tinha puxado uma cadeira ao lado de Letty antes de fechar a porta do escritório de Penning.

— Então quer dizer que você esteve viva todo esse tempo, Letícia?- ele finalmente falou. Segurou a caneca de chá e assoprou antes de tomar um pequeno gole da bebida. – Por que não contactou o FBI quando as coisas saíram errado há 1 ano atrás? Ainda mais estando grávida!

— Se eu tivesse feito isso, não estaria aqui agora. Nem eu, nem a minha filha!

— Mesmo assim você se infiltrou na organização do Braga, mesmo sabendo que estava grávida, entendendo perfeitamente o tipo de risco que estava correndo...

— Fazia pouco tempo que eu tinha descoberto a gravidez.- Letty contou. – Foi um erro, mas o erro maior que eu cometi foi ter acreditado que o FBI me protegeria, o que não aconteceu.

— Letty, eu...- Bryan começou a se justificar porque ainda se sentia muito culpado pelos acontecimentos, mas Letty não deixou que ele continuasse.

— Peraí, Bryan! O que eu quero dizer é que o Penning sabia mais do que todos nós sobre os riscos daquela missão e mesmo assim ele deixou tudo nas suas costas! Você sozinho não podia me proteger! Mas o Penning sabia disso...

Jack deu um suspiro, mas nada disse. Letty continuou.

— Eu era descartável por ser uma criminosa assim como o Dom! Nós dois somos descartáveis!

— Letícia, você e o seu namorado estavam muito encrencados. Eu nunca acreditei que eu pudesse conseguir uma anistia para o Toretto mesmo se ele capturasse o Braga sozinho. Esse perdão que você espera conseguir para ele vai muito além do que eu posso fazer!

— Isso não é verdade!- Bryan reclamou. – O senhor conhece pelo menos 80% dos juízes federais, pode muito bem fazer uma recomendação pelo Dom, mas o senhor não quer nem tentar desde o princípio porque...

— Eu não acredito que homens como Dominique Toretto possam ser reabilitados.- Penning confessou. – Quando você passa pro outro lado, não tem mais volta, Bryan.

— O senhor me trouxe de volta pro Bureau.- disse Bryan. – Eu passei para o lado "errado".- ele fez um gesto com as mãos indicando que a palavra estava entre aspas.

— Você não é como o Toretto, Bryan!

Ele voltou sua atenção novamente para Letty.

— E quanto a você, terei que prendê-la por ter forjado sua própria morte! O Secretário de Defesa Estadual tá caindo em cima de mim por causa do seu tio Ortiz que usou a amizade que tem com ele para reabrir o seu caso como prioridade. Você pelo menos deveria ter tido a decência de contar pra ele que estava viva. O pobre homem deve estar sofrendo!

Letty bufou, irritada.

— Eu não forjei a minha morte! Eu fugi dos Estados Unidos porque estava prestes a ser morta e sinceramente foi a melhor decisão que tomei já que o FBI continua sem me proteger.

— Letícia, o que você sugere que eu faça então?- questionou Penning, impaciente. – Eu estou de mãos atadas aqui...

— O Braga está com a minha filha!- Letty revelou, os olhos molhados, lábios tremendo. – Ela só tem 3 meses.- acrescentou.

— Como é que é?- disse Penning, ainda mais chocado do que quando ela entrara em seu escritório.

— O Braga sequestrou a nenê e a namorada de um amigo meu que estava tomando conta dela.

— Não temos certeza ainda se ela foi sequestrada ou se faz parte do plano.- Mônica lembrou.

— Como foi que isso aconteceu?- Penning perguntou a eles. – Eu preciso dos fatos agora mesmo! Se uma criança foi sequestrada, eu preciso de toda informação possível.

— Ela foi sequestrada de uma pequena comunidade fora de Los Angeles, da casa de Roman Pierce.- Bryan contou.

— Roman Pierce?- retrucou Pening. – Meu Deus, isso está ficando pior do que eu pensava. Como é o nome da mulher que estava com a criança?

— Priscilla Summers.- disse Mônica.

— O que? Você disse Priscilla Summers?

Bryan e Mônica assentiram. Penning olhou para suas anotações que tinha feito sobre o acidente na rodovia e viu que o nome da pessoa dona do Camaro envolvido no acidente era o mesmo que ele ouvia agora. Bryan notou o olhar confuso de Penning e disse:

— O que foi?

— Houve um incidente na rodovia principal esta madrugada, um Camaro e uma SUV. O Camaro pertencia à Priscilla Summers.

— Eu estava dirigindo o Camaro.- Letty contou.

— Você?- inquiriu Penning.

— A Pitty me emprestou o carro para que eu pudesse ir atrás do Dom, mas uma picape GM me fez capotar na estrada. Um homem que dirigia uma SUV tentou me ajudar, mas um dos homens que estavam na GM atirou nele, bem na minha frente. Homens do Braga.

— Tudo faz sentido agora.- falou Penning. – Foram os homens do Braga que mataram Albert Gibson.

— Quem é Albert Gibson?- perguntou Bryan.

— Um empresário importante que levou chumbo na estrada quando estava tentando ajudar a Letty.

Letty pensou no motorista da GM que tentara lhe ajudar dizendo que a levaria ao hospital. Ainda podia ver em sua mente a cara de surpresa e medo dele quando foi atingido pelo disparo de um dos capangas de Braga.

— Eu preciso de mais informações agora mesmo.-disse Penning. – O nome da criança, uma fotografia, preciso também saber aonde está o produto...

— Não!- Letty disse com ênfase.

— Como assim não?- retrucou Penning sem entender.

— O senhor só vai saber aonde está o produto se der cobertura pra mim e pro Bryan enquanto nos preparamos para trocá-lo pela minha filha!

—Letty, o FBI não negocia com terroristas, muito menos com traficantes!

— Pois agora vai negociar!- ela disse com firmeza. – A vida da minha filha depende disso e o FBI vai fazer o que eu disser, senão eu vou revelar ao mundo sobre todos os erros que o FBI cometeu durante essa investigação que já ocasionou a morte de pelo menos três pessoas.

Penning arregalou os olhos, surpreso com a atitude de Letty. Entretanto, ele não tinha escolha. Se Letty colocasse a boca no trombone, ele não escaparia de ser investigado pelo Bureau por ter feito escolhas erradas em relação à segurança das pessoas que estiveram infiltradas na organização de Braga.

— Penning, a gente tem menos de uma hora para ligar para o Campos.- falou Bryan.

Em silêncio, o delegado geral deu seu consentimento para eles com um aceno de cabeça. Letty pegou o celular de Bryan e discou o número de Campos.

Continua...


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