Capitulo 25

Conexão

O tempo passou e Patrick não ouviu mais nenhum ruído vindo do quarto. Ele tinha ouvido anteriormente o barulho de corpos cainda na cama e sorriu consigo mesmo, pensando que seu amigo estava se dando bem, no entanto o silêncio pairou sobre o ambiente minutos depois.

— Gus?- ele chamou através da porta, mas não obteve resposta. – Gus?- chamou de novo. – Gus!- chamou mais imperativamente.

— O Gus está descansando. Acho que eu exauri todas as energias dele.- disse Letty do outro lado da porta. – Mas quer saber? Eu ainda não estou satisfeita. Por que não vem aqui me ajudar? Patrick é o seu nome, não é?

Patrick sorriu de lado pensando que não haveria mal nenhum em entrar no quarto por alguns minutos, se divertir, acordar Gus e voltarem para o seu posto. A garota estava cooperando e o chefe nunca iria saber. No entanto, assim que ele entrou no quarto, mal teve tempo de respirar porque Letty se jogou sobre ele, dando-lhe uma chave de coxa e derrubando-o ao chão.

Ele se debateu, mas ela não o soltou, continuou apertando o pescoço dele até que desmaiasse. Quando a cabeça dele bateu no chão inconscicente, Letty respirou aliviada e apressou-se em pegar as armas dos dois capangas de Braga. Colocou uma no cós da calça jeans e a outra escondeu na bota que usava. Saiu do quarto com cuidado para que não fosse vista e desapareceu na noite.

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— Vocês acham que quando o Dom me matar, vai ser rápido ou ele vai me fazer sofrer antes de morrer?- indagou Roman a Leon e Vince, muito preocupado. Ele tinha chegado à clínica há mais ou menos meia hora e repetido a história que contara a Bryan ao telefone. Agora ele estava aterrorizado imaginando como Dominic Toretto reagiria ao fato de que sua família estava desaparecida no momento.

Os dois amigos se entreolharam e Leon respondeu primeiro:

— Mano, vai ser doloroso.

— Vai?- retrucou Roman, arregalando os olhos.

— Vai ser tão ruim que vais continuar sentindo a dor lá do além. – completou Vince.

— Cruzes!- exclamou Roman fazendo o sinal da cruz.

Bryan, Mia e Mônica conversavam um pouco mais adiante. Ela estava visivelmente muito abalada depois de descobrir que não apenas Letty tinha sumido, mas sua sobrinha também.

— O Dom vai ficar louco quando souber!- disse Mia enxugando algumas lágrimas teimosas que lhe escorriam pelo rosto. – Eu não posso acreditar que isto esteja acontecendo, Bryan. A Nina é só um bebezinho!

— Mia, eles não vão machucá-la. Levaram o bebê para nos chantagear. Eles sabem que estamos com as drogas!- falou Bryan.

— Mas como eles podem ter feito isso ao mesmo tempo em que as coisas estavam acontecendo no deserto?- refutou Mia.

— Porque eles tinham alguém nos espionando desde o princípio.- concluiu ele/

— Mas quem?- questionou Mia, baixinho.

— Eu ainda não sei.- disse Bryan. – Mas certamente é alguém que conhece o Roman muito bem.

— A namorada dele.- concluiu Mônica levantando-se de sua cadeira e indo até Roman, chamando-o.

— O que foi?- retrucou ele. – Já sabem qual vai ser o meu destino final?

Ela ignorou o comentário dele.

— Você tem certeza de que a sua namorada sumiu? Como era o mesmo o nome dela?- Mônica perguntou.

— Pitty.- respondeu Roman. – Sim, ela sumiu. Quando eu acordei ela e o bebê tinham desaparecido.

— Porque ela levou o bebê depois de te acertar com a frigideira.- disse a agente.

Roman balançou a cabeça em negativo.

— De jeito nenhum!- retrucou. – A Pitty nunca faria isso?- ele pausou e pensou um pouco, em seguida disse: - Mas por que ela faria isso? Como ela ia saber que eu era amigo de vocês antes dessa porra toda acontecer? Eu nem conhecia o Dom e a Letty...

— Roman, se isso for verdade o Braga deve ter chantageado ela para te trair.- disse Mia.

— Você entrou em contato com a Pitty logo depois que acordou?- indagou Mônica.

— Não, eu fiquei muito perturbado com o sumiço da neném e daí comecei a ligar pra Letty que não atendeu, liguei pra vocês...

— Liga pra ela agora então- sugeriu Mônica. – Finge que está ligando de casa.

Roman assentiu, pensativo. Se isso fosse mesmo verdade, ele jamais perdoaria Pitty por ter feito uma coisa dessas. Ele pegou o celular e disse para o aparelho: "Ligar para a Pitty!"

O telefone chamou algumas vezes, mas ela finalmente atendeu. Roman sentiu um nó na boca do estômago, mas colocou a namorada no viva-voz.

— Buenas noches!- disse uma voz masculina muito animada do outro lado da linha. Bryan reconheceu de imediato o dono da voz. – Em que posso ser útil? Imagino que esteja querendo falar com a Priscila nesse número, estou correto?

Roman ficou furioso ao ouvir aquilo e gritou:

— O que você fez com ela, seu filho da...?

A voz de Campos foi substituída por uma voz femenina chorosa.

— Roman! Roman é você?

— Pitty!- ele chamou. – Aonde é que você tá, gata?

— Eu não sei. -ela murmurou.

Roman ouviu um barulho seguido de um grito.

— Pitty!- ele exclamou.

Os outros estavam aglomerados ao redor dele. Campos retomou a ligação.

— Oye, ainda estás aí, papí?- disse o latino em um tom muito amigável, mas que não era capaz de mascarar a crueldade de suas intenções.

— O que você quer?- Roman peguntou mais controlado.

— Vocês sabem o que eu quero, chicos! Eu sei que estão todos me ouvindo nesse momento. Então se me derem o que eu quero, tudo fica bem, todo mundo sai ganhando. Mas é melhor se apressarem porque estou começando a me afeiçoar ao bebê do Toretto! Mi madre vem me dizendo que gostaria de ter netos!

— Hijo de puta!- Mônica xingou em espanhol.

— Vocês tem exatamente duas horas para me ligarem de volta neste mesmo número se quiseram ver a criança e a garota outra vez. Hasta la vista!

Ele desligou o telefone. Bryan que estivera tentando localizar a ligação, teve o rastreamento interrompido quando Campos desligou o telefone.

— Mas que merda!- ele xingou.

— Aquele desgraçado está com a minha sobrinha!- disse Mia, agoniada. – O que a gente vai fazer?

— Eles vão matar a Pitty!- falou Roman.

— Não vão não!- prometeu Bryan. – Mônica e eu vamos agora mesmo ao FBI falar com o Penning e se preparar pra encontrar o Campos ainda hoje.

— Cara, o sujeito não mencionou que estava com a Letty!- disse Vince.

Mia suspirou.

— Ai, meu Deus! Onde será que ela está?

O telefone de Mia tocou nesse momento. Ela agarrou o aparelho depressa e não reconheceu o número no visor, porém atendeu assim mesmo:

— Alô? Letty!- Mia exclamou animada logo após reconhecer a voz rouca de sua cunhada.

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Flashback

Dom viu Letty entrar na piscina sorrateiramente, mas fingiu que não a tinha visto. Sorriu consigo e continuou de costas dentro da água até sentir o corpo molhado dela de encontro ao seu.

— Hola!- ela disse com a voz sedutora.

— Hola!- ele respondeu de volta antes de se virar para ela e agarrá-la pela cintura.

— Cadê os nossos convidados?- Dom perguntou.

— Todo mundo já se mandou.- ela respondeu.

— Mas o Vince tá dormindo no sofá, né?

— Como você adivinhou?- ela retrucou com uma risadinha.

— E a Mia?

— Foi passar a noite na casa de uma amiga.- Letty respondeu.

— Amiga? Sei!

— Deixa ela!- falou Letty levando as mãos para trás das costas e soltando o fio da parte de cima do bíquini. – Eu só quero nós dois aqui.

Ela jogou o sutiã do bíquini na àgua e passou as mãos pelo peito dele.

Fim do flashback

— Letty... – Dom murmurou e acordou de repente com uma dor lancinante no corpo. Piscou os olhos várias vezes tentando reconhecer aonde estava, mas nada lhe parecia familiar! – Letty!- ele gritou.

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Letty tinha acabado de pegar um táxi após falar com a Mia ao telefone e decobrir que Dom tinha levado um tiro. O pressentimento dela de que algo tinha acontecido com ele fora real. Agora ela estava a caminho do hospital para vê-lo.

— Pode ir mais rápido?- ela pediu ao motorista.

De repente sentiu uma pontada no peito que não soube explicar e mordeu lábios, instinvamente tentando conter a dor.

Continua...