El Beso Del Final escrita por Ms Holloway


Capítulo 22
Tiroteio no Deserto




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            Dom retirou seu colar de prata e o colocou no pescoço de Letty. A pesada cruz brilhante acomodou-se ao decote da camiseta dela.

— Não precisa me dar isso.- disse ela.

— Mas é só pra você guardar pra mim até eu voltar.- ele sussurrou ao ouvido dela, sorrindo. Letty, porém estava com a expressão séria.

— Lembra o que eu te expliquei noite passada!.- ela disse. – Quando você sair daquele túnel, esteja preparado!

— Te vejo mais tarde.- ele disse beijando-a. Letty o beijou de volta. Ela pegou a filha dos braços dele.

     Dominic entrou no carro, deu partida e se foi. Priscila apareceu na garagem assim que Dom saiu. Ela se aproximou de Letty e indagou:

— Está preocupada com ele?

— Não. Mas se algo acontecer com ele o Braga é quem vai ter de se preocupar porque eu vou atrás dele até no inferno se for preciso.

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— Com todo o respeito, chefe mas isso não vai funcionar.- disse Bryan quando a agente Trinh terminou de colocar um pequeno aparelho de escuta, do tamanho de uma pílula preso muito discretamente na parte de trás da orelha dele. – Escutas são muito fáceis de descobrir. Esses caras são profissionais!

       Penning, que estava diante dele franziu o cenho e respondeu:

— Ora Bryan, não me venha com uma das suas ideias de fazer as coisas por debaixo dos panos. Dessa vez, vamos fazer tudo direiro. Apesar de você me fazer perder a paciência o tempo todo não quero te ver morto, portanto faremos tudo dentro do protocolo. Você vai usar a escuta e nós vamos ter acesso a toda informação que precisamos para pegar o Braga.

— Mas Penning...- Bryan insitiu.

     Mônica balançou a cabeça negativamente. Ela estava sentada em uma poltrona da sala da agente Trinh, os pés calçados em botas de grife descansando em cima de uma mesa.

— Bryan, esse dispositivo de escuta é o mais moderno que temos na agência nesse momento, tenho certeza que vai passar imperceptível.

— Claro, sem problemas.- disse Bryan.

— Eu não gosto quando ele fala assim.- ironizou Mônica.

— O’Connor, você vai usar a escuta. Isso é uma ordem!- bradou Penning.

— Sim, senhor!- disse Bryan.

       Mônica deu uma risadinha.

Tá na minha hora!- Bryan anunciou deixando a sala.

      Assim que ele saiu, Penning disse a Mônica:

— Segue ele!

      Ela assentiu.

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     Dom seguiu estritamente as coordenadas do GPS e chegou a uma loja de peças de carro no centro de LA. Ele estacionou na parte de trás da loja. Viu Bryan se aproximando em seu Skyline GT procurando uma vaga para estacionar. Os outros quatro pilotos que iriam nessa missão também tinham acabado de chegar.

     Bryan e Dom se cumprimentaram com um menear de cabeça e seguiram juntos para dentro da loja. Campos não estava lá, muito menos a garota bonita que recrutara os pilotos para a corrida. Apenas Fênix e alguns capangas de Braga estavam lá para informar aos pilotos qual seria a missão.

— Vejo que estão todos aqui, incluindo o piloto de verdade!- Fênix disse dando um olhar debochado à Dom. – ¡Que bueno! Sigam-me!

     Todos seguiram Fênix através de uma porta dupla que levava à uma enorme oficina mecânica onde havia três carros pretos modelo Honda CRV 2008. O porta-malas dos carros estavam abertos. Os homens de Braga começaram a carregar pesadas valises pretas nos porta-malas, duas em cada carro. Além dos carros havia um carreta, tão grande que poderia caber os três honda dentro.

— O que estamos transportando?- Dom indagou observando as valises.

— Não é da sua conta.- respondeu Fênix. – Todos vocês estão sendo pagos para transportar a carga e ponto final.

— Ainda não vi nenhum centavo.- Dom comentou com ironia.

— Vai ver no final do túnel.- respondeu Fênix, enigmático.

       Enquanto isso, Penning, Trinh, Stasiak e outros agentes ouviam tudo o que estava acontecendo ao redor de Bryan. Mônica tinha estacionado seu carro a alguns blocos da loja e assim como os outros agentes no FBI ela também podia ouvir o que estava acontecendo dentro da oficina. Depois que todos os carros tinham sido carregados com as valises, Fênix instruiu os pilotos:

— Agora eu quero que vocês entrem nos carros em duplas.

       Dom e Bryan seguiram para o mesmo carro. Fênix entregou a chave do carro para Dom e disse:

— Piloto de verdade.

      Ele o ignorou e foi tomar seu lugar na cadeira do motorista. Bryan sentou-se ao lado dele no banco do carona.

— Fênix, tu te esqueceu de revistar os homens!- disse um dos capangas.

      Ele fez cara de impaciência.

— Ok, todo mundo fora do carro agora. Revistem eles!

— Puta merda!- Mônica exclamou.

      No FBI, Penning falou em seu microfone:

— Bryan, mantenha a escuta! Não faz nenhuma besteira! Eles não vão descobrir!

      O policial sequer pensou por um segundo. Rapidamente, ele retirou a minúscula escuta detrás de sua orelha e engoliu depressa antes de descer do carro com Dom. Mônica e os agentes no FBI ouviram o barulho do aparelho sendo engolido e descendo pela garganta de Bryan antes de perderem comunição com ele completamente.

— Ele fez o que eu estou pensando que ele fez?- Penning indagou à Trinh.

     Ela apenas assentiu com a cabeça. Penning respirou fundo.

— Ok, alguém me traga um remédio pra dor de cabeça. Agora!- Penning exigiu.

— Sim, senhor. Já vou providenciar!- falou Stasiak.

— E lá vamos nós.- disse Mônica em seu microfone.

— Agente Fuentes, continue seguindo o O’Connor.- instruiu Penning.

— Farei o melhor que eu puder, senhor.- respondeu Mônica.

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      As duplas voltaram a entrar nos carros. Dominic se preparou para dirigir para fora da oficina, mas ele e Bryan ficaram surpresos quando a porta de trás da carreta abriu-se e Fênix anunciou.

— Dirijam devagar para dentro da carreta.

     Letty contara a Dom que quando ela estava sob disfarce na equipe do Braga, eles tinham dirigido seguindo o GPS até a fronteira com o México e entrado em uns túneis secretos, mas ela não dissera nada sobre ser transportada em seu carro dentro de uma carreta. Dom trocou um olhar furtivo com Bryan. Ele também não estava gostando nada disso. Mesmo assim eles seguiram as ordens de Fênix, não dava mais para voltar atrás.

     O tempo pareceu uma eternidade para os pilotos sentados em seus carros dentro da carreta. O motorista no carro atrás de Dom e Bryan saiu da CRV em um momento e perguntou a eles: - Vocês sabem aonde estamos indo? Mas eles deram de ombros. Finalmente a carreta parou e a porta de trás se abriu. Fênix orientou os pilotos a dirigirem para fora da carreta. Uma vez que estavam do lado de fora, já era noite e estavam diante de uma parede de concreto que se abriu devagar. Fênix e seus capangas dirigiram para dentro enquanto a carreta ficou do lado de fora. Os pilotos fizeram o mesmo e descobriram que a entrada se tratava de um túnel muito estreito e longo, exatamente como Letty descrevera, pensou Dom.

     Depois de dirigir longos minutos dentro do túnel poeirento e claustrofóbico o grupo finalmente saiu do outro lado. Bryan não sabia mas Mônica decidira seguir a carreta que deixava a oficina e a acompanhou por horas muito discretamente até chegar à mesma parede de concreto que os outros. O motorista da carreta cochilava e não percebeu quando ela passou por ele e também entrou no túnel. A escuta dela foi perdida assim que ela entrou deixando Penning atônito, mas não havia nada que ela pudesse fazer.

     Como o túnel era estreito ela conseguiu passar desapercebida, mantendo uma certa distância dos outros carros. Quando ela saiu de lá, o último carro já tinha se afastado consideravelmente então ela pôde dirigir para o lado oposto e se esconder atrás de umas pedras da onde ela podia ver o grupo de uma certa distância.

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     Quando os carros estacionaram no meio do deserto, os homens de Braga passaram a descarregar as valises sem dizer uma palavra aos pilotos. Os motoristas desceram dos carros desconfiados e interromperam a atividade deles.

— Ei, vocês estão levando as cargas, mas quando é que vão nos pagar?- perguntou um deles.

— Sim, eu quero meu dinheiro!- disse outro.

      Dominic e Bryan também estavam fora do carro.

— Eu também quero saber qual é o negócio do Braga em nos trazer aqui se não vamos ser pagos?-provocou Dom.

— Quero meu dinheiro!- falou outro piloto se aproximando de Fênix que sacou sua arma e atirou friamente no homem. A partir daí uma saraivada de tiros começou e os pilotos caíram mortos na areia. Bryan correu para detrás de uma das CRV e se protegeu das balas. Dominic engatinhou pelo chão e conseguiu abrigo atrás de uns cactos altos e pedras.

     Um capanga veio por trás de Bryan e tentou atirar nele, mas o policial conseguiu rendê-lo usando suas pernas para derrubá-lo ao chão e sufocá-lo. Quando o homem desmaiou, Bryan pegou a arma dele e começou a atirar de volta nos bandidos. Ele viu Dom saindo detrás das pedras e tentou chegar até ele mas não conseguiu. Uma bala perdida o aceitou em cheio no peito e Dom gemeu de dor.

      Na casa de Roman Pierce, Letty segurava um copo de vidro com água e o deixou cair no chão quando sentiu uma dor aguda no peito.

— Você está bem, Letty?-indagou Pitty.

— Dom.- ela murmurou.

— Dom!- Bryan gritou, sua voz ecoando no meio do deserto. Mas Dominique não caiu, seu olhar estava enfurecido e ele enfiou o dedo no ferimento arrancando a bala lá de dentro. Seu olhar eraraivoso e ele partiu para cima de Fênix mesmo desarmado.

     Fênix não ficou para lutar com ele. Sua munição havia acabado e seus homens estavam mortos ou feridos. Ele largou todos eles lá e fugiu em seu Ford Grand Torino. Muito sangue jorrava da ferida no peito de Dominique e ele não aguentou dar mais dois passos.

— Merda!- Bryan exclamou correndo até ele.

     Nesse momento, um carro cinza modelo Subaru Sti apareceu vindo na direção deles. Mônica colocou a cabeça para fora da janela e gritou:

— Vamos, entrem no carro!

— Ele desmaiou.- falou Bryan. – Preciso de ajuda!

    Mônica parou o carro, mas deixou-o ligado.

— Dios mio!- ela exclamou quando viu a quantidade de sangue no peito de Dom.

— Me ajuda a erguê-lo.- Bryan pediu e ela o ajudou de imediato.

      Os dois ergueram Dom com dificuldade e o colocaram no banco de trás do carro. Bryan retornou até a CRV em que eles estavam antes e retirou as duas valises que os homens não tinham tido tempo de levar, colocou no porta-malas do subaru e entrou no carro. Mônica saiu dirigindo em alta velocidade.

— Pro hospital?- ela indagou.

— Não, nós precisamos da Mia.- respondeu Bryan.

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— Letty!- bradou Roman. – Eu prometi pro Bryan e pro Dom que ia cuidar de você, não pode sair assim mulher!

     Mas Letty já estava indo. Pitty entregou a ela a chave de seu camaro amarelo.

— Toma cuidado!- ela pediu.

— Obrigada, Pitty. Cuida bem da Nina.

— Pode deixar!- a loira assegurou.

     Letty saiu no camaro cantando pneus. Roman bufou.

— Pitty, isso vai dar em merda! Ela deveria ter ficado aqui. Eu prometi...

— Roman!- exclamou Pitty segurando-o pelos ombros. – Ela teve um pressentimento e precisa achar o Dom. Eu tinha que ajudà-la.- respondeu Pitty retornando para a casa.

— Agora fodeu-se tudo!- disse Roman seguindo a namorada para dentro.

 

Continua...

 

 

 

 

 

 


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