“Sometimes there's airplanes I can' t jump out

Sometimes there's bullshit that don't work now

We are god of stories but please tell me

What there is to complain about”

01:

–VOCÊ vai ficar bem? – minha mãe perguntou indo em direção a porta, suspirei já me irritando.

“Quem vê acha que você se importa” – pensei.

–Vou mãe, tchau! – respondi irritada abrindo a porta para ela passar, ela me olhou com pena e se foi, empurrei a porta com força. Se ela soubesse o tanto que a odeio. Desde que papai se fora ela virou uma megera, só sabendo dar para todos os garotos novos que existiam em toda a New York!

New York. Essas duas palavrinhas me fez voltar à realidade, minha querida York estava tão longe. Agora eu tinha que aprender a conviver com esses barulhentos de merda dos britânicos. Claro que isso é uma puta de uma ironia, mas lá era minha cidade e não aqui.

Caminhei até minha cama, me afundando nas cobertas, fechei os olhos tentando dormir... Até que meu Iphone vibrou

“Quantas horas são aí? Aqui ta uma merda sem você Soph, te amo

– xx”

Aquilo quase me fez chorar, mas agora não era hora para dramatismo, então apenas respondi:

“É hora de dormir.. se aí ta ruim imagina aqui, onde tô sozinha. Também te amo. MissU – x ”

Após enviar joguei o objeto longe e tentei dormir. Amanhã seria um longo dia. Um longo primeiro dia em Londres.

–----

Oh. My. Fucking. God.

Era a única coisa que conseguia imaginar naquele momento!

Catherine Johnson não me comunicou que a faculdade em que estudaria seria tão... Tão... Okay fiquei sem palavras.

Todos ali estavam divididos em grupos incrivelmente arrumados, as meninas eram lindas e os meninos... Bom, eu sempre sobre que os garotos ingleses eram de querer morder, mas enfim.

Sorri com o pensamento, e olhei para a pequena folha em minhas mãos. Ali continha um pequeno mapa do campus, minhas aulas, diretoria e todas essas coisas. Ainda olhando para o papel comecei a caminhar. Acabei peitando em alguém. Ia me preparando pra xingar quando o “troço” se pronunciou.

–Desculpa – ela disse rapidamente – não te vi!

Revirei os olhos e bufei, olhei com desprezo para a menina e voltei a caminhar. Nunca fui o tipo de pessoa que é legal com alguém que não conhece, deve ser por isso que só tenho uma amiga, que é a minha irmã, mas tudo bem. Escutei a garota gritar:

–ESTÚPIDA! – lhe mostrei o dedo do meio sorrindo.

Fútil, fútil.

Depois disso fui à diretoria resolver qualquer coisa pendente, e escolher o curso adicional - que era obrigatório!Estava cursando música, e o bônus seria teatro. As duas têm algum tipo de ligação para mim.

Depois de andar quase pelo campus inteiro encontrei minha sala, e devo dizer que me surpreendi. Ela estava totalmente lotada.

Isso aqui até que é bom caramba.

Fui para o final da sala – apenas lá tinha lugares ainda – e me sentei, o lugar do meu lado ainda estava vago.

Ouvi algum tipo de sirene, deve ser avisando que as aulas já estavam começando, então mais alunos entraram ocupando seus lugares. A garota que esbarrou em mim na entrada entrou por último, ela caminhou em minha direção. Mandei um olhar sugestivo para ela. Ela sorriu.

–Posso? – perguntou e eu assenti. Como se eu tivesse escolha.

O professor entrou e quando estava quase começando a dar sua aula três garotos bateram na porta. O professor riu.

–Como sempre né garotos! – os meninos riram e foram para o lado oposto de onde eu estava.Eles não eram novatos, conclui.

Sem querer – querendo – comecei a analisá-los.

Um era loiro de olhos azuis, ele usava aparelho e tinha bochechas vermelhas. Ele era fofo.

O outro tinha olhos claros também, eu só não sabia se eram verdes ou azuis, ele tinha o cabelo encaracolado e de uma lado de suas bochechas tinha uma covinha. Não sei se sempre era assim.Esse não era fofo, um sorriso sapeca se encontrava em seu rosto.Ele era muito lindo também.

O último era o mais bonito e o mais moreno. Ele tinha um meio topete e seus olhos eram marcantes, algo como... Prenetantes! É, acho que era isso. Eu tinha uma leve impressão que esse último eu conhecia de algum lugar. Mas deve ser apenas coisa da minha grande cabeça.

A garota do meu lado pigarreou.

–Toma cuidado viu? – disse brincalhona, balancei a cabeça – você vai começar a baba! – e gargalhou atraindo alguns olhares. Revirei os olhos.

–Eu só estava analisando! – retruquei e comecei a prestar atenção no que o professor começava a explicar.

–Quer um conselho? – perguntou colocando a mão em meu ombro – fica longe deles!

A olhei sem entender. Ela prosseguiu:

–Desses três e de outros dois, que logo você conhecera!

–E eu posso saber por quê?

–Eles não são do tipo amigável. – respondeu apenas logo depois se virando para frente, bufei. Essa guria é doida? – Ah, e meu nome é Kate.

–Sophie. – resmunguei. Ela riu.

Então eu voltei a prestar atenção na aula. Eu tentei é claro, porque sempre meus olhos voltavam para os três meninos do outro lado. Kate sempre percebia e me dava um cutucão.

Que tipo de gente pode ser perfeito assim?

No final de tudo o professor explicou como eram seus modos de analisar um aluno, falou sobre trabalhos extras e que todo final de mês tinha uma apresentação de um aluno sorteado. Fiquei feliz com essa última notícia, eu sempre amei apresentações. A não ser que seja eu a se apresentar, é claro.

Logo já era o intervalo, que Kate afirmou se apenas uns minutos para chegarmos à outra sala, porque aqui elas eram distantes uma da outra.

Acabou que eu e Kate tínhamos as mesmas aulas, então ela não saiu do meu lado em nenhum momento, sempre tagarelando muito. Eu não reclamei, porque aqui eu tinha que arrumar alguma companhia.

Minha irmã não estava aqui para ser minha parceira em tudo. E eu não queria ficar zanzando por aí feito um zumbi, pelos menos ela conhecia aquilo com a palma da sua mão, era seu segundo ano.

Mas enfim, Kate me contou sobre o porquê de eu ter que ficar longe dos meninos gatos da nossa sala, era algo de “eles pegam todas, e quando eu digo todas são TODAS mesmo” e outra coisa de “e depois de tudo você simplesmente não consegue se afastar, mas você não será a única”. Eu apenas revirava os olhos e ela sorria.

“Não diga depois que eu não avisei” – dizia.

Como se eu fosse o tipo de garota que se apega a meninos fúteis.

Ela quis saber sobre como era minha vida nos E.U.A, quantos amigos eu deixei para trás ou amores.Eu ri muito nessa hora a deixando confusa, lhe expliquei que eu não conseguia fazer amizades e que minha única amiga era minha irmã mais nova.Simples assim.

–Mas agora você é minha amiga. – disse risonha quando nos sentamos em uma mesa na lanchonete. Gargalhei;

–Quem disse isso? – perguntei irônica, ela fechou a cara – Brincadeira! Mesmo você falando muito eu gostei de você, por isso você ainda ta andando do meu lado.

Ela me deu língua.

–Okay, olha para aquilo – apontou levemente com a cabeça para uma mesa a alguns metros da nossa.

Dei uma olhada por cima dos ombros e encontrei o que ela mostrava. O três meninos da primeira aula estavam agora com mais dois. Eles eram tão bonitos quanto os primeiros, virei e perguntei:

–Todos os meninos daqui são bonitos assim? – mordi os lábios e voltei a observá-los, Kate sussurrou ao meu lado:

–Fuja deles Sophie, eu estou avisando. - olhei irritada para ela.

–O que eles fizeram para você meu Deus?! – e me levantei com pressa, ela tinha me irritado com todos esses avisos.

–Pra onde você vai? – gritou quando eu já estava distante.

–Por aí! – gritei de volta, antes de sair do local dei uma última olhada para a mesa, o de topete me observava, dei um sorriso de lado logo em seguida mordendo fortemente meus lábios.

Caramba, como ele era sexy!

Agora eu precisava encontrar um lugar calmo para ligar para a única pessoa que poderia me ajudar... Se é que eu precise de ajuda.