Unbroken escrita por Minds


Capítulo 5
Chapter four




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(...)

Renesmee


Alec encarou-me por alguns segundos. E eu ofeguei ao olhar para seus olhos, poças de vinho. Meu coração estava tão acelerado, que parecia que um buraco se abriria no meu peito. Seus cabelos estavam bagunçados, pois eu havia puxado durante o “beijo”.

Ele me lançou um sorrisinho cínico. Seus lábios se contorceram e ele passou a língua por ali. Sedução barata. Empurrei-o, e o desgraçado começou a rir.

— Do que está rindo, panaca? Eu provavelmente deveria estar te estapeando por ter me agarrado. — ele me encarou, confuso. — Na verdade, Alec, agora percebi que você é um pervertido que ainda não me matou por que sou bonita.

— Na verdade... — ele ia fazer uma piadinha, mas o cortei.

— Na verdade cale a boca! — ele revirou os olhos e segurou a risada quando dei a última palavra.

Um barulhinho levemente irritante tomou conta do lugar, e demorei poucos segundos para perceber que era o celular do Alec.

— Como é que esse troço ainda tem bateria? Ah, não vou atender! — ele rosnou, distraído. Corri e agarrei o telefone em minhas mãos. Fiz uma expressão maliciosa no rosto e ele ficou parado, esperando pelo o que eu iria fazer.

— O que você vai fazer?

— Observe, Alec. Observe. — ri.

Apertei em “atender” e logo comecei a falar com a voz fina:

— Alô? Quem fala? – encarei Alec.

— A irmã desse pilantra que tá te comendo. — Antes de eu engasgar de rir, Alec arregalou os olhos.

— Como assim? — me fiz de desentendida. Era tão bom poder provocar Jane Volturi... Espero que ela não descubra que sou eu no telefone...

— Ele para garotas na estrada e viaja com elas para outros países, pra provavelmente fazer o que está fazendo agora. — Alec arregalou mais ainda os olhos. Eu pisquei umas duas vezes, incrédula. — Alô? Eu posso falar com ele? Eu estou indo matá-lo, então me fale onde ele está, por favor.

Isso é que é amor de irmão. Ela deve jogar a mão no fogo por ele, notou a ironia?

— Ele está em Paris, e você sabe onde. — desliguei, e entreguei o celular bruscamente para ele.

— Renesmee, espera! — ele falou, mas eu já estava correndo, e chorando. Foi tão fácil assim? Por que não tive lábia? Por que não segui minha intuição? E deixar um pegador me enganar. Tão estúpida. Isso é castigo. Eu não devia ter ido embora de casa.

Eu era mais rápida que ele, mas as lágrimas deixavam minha visão turva, quando bati minha cara com força na parede mais próxima. A dor estava me matando.

... Silêncio.

— Quer ajuda? — Alec perguntou, me vendo jogada no chão. Evidentemente morrendo.

— IMAGINA ALEC! EU QUERO FICAR AQUI POR QUE EU GOSTO DE ABRAÇAR A PAREDE, OLHA SÓ COMO ELA TÁ SOLITÁRIA... TADINHA! — gritei e me virei de lado com a mão na testa. Nunca, nunca mesmo fui tão burra a ponto de me machucar desse jeito.

Ele revirou os olhos e me puxou, me deixando sentada, encostada à puta da parede que quase me matou há alguns segundos.

Olhei pra ele, ainda com a mão na testa. Comecei a soluçar que nem uma criança — sabe, na hora que se machuca e de tanta dor nem consegue chorar — e as lágrimas vieram. E sabe o que eu fiz? Aplausos pra mim: gritei e gritei. Então comecei a chorar mais alto, ainda balançando meu corpo de tão grandes os soluços.

— Renesmee...

Continuei chorando.

— Renesmee...

Ainda não conseguia falar.

— RENESMEE! — ele gritou, e fiquei espantada. Olhei para ele, com a mão na boca, tentando inutilmente parar os soluços.

Engoli as lágrimas, e logo comecei:

– Por que, Alec? Por que você brincou comigo? Não podia deixar eu me ferrar sozinha? Você destruiu minha vontade de fazer o que eu quero. — tudo o que restou foi apenas mágoa.

Eu me levantei, colocando a mão na testa.

— Sente dor? — ele perguntou desviando o olhar.

— Claro. Estou quase morrendo aqui. Vou me lembrar de nunca mais tentar atravessar paredes. — murmurei, com a voz escorrendo de sarcasmo.

— Não é disso que estou falando. Sente dor? Digo, por que gosta de mim? — ele perguntou, sorrindo fraco. Tive vontade de matá-lo.

— Alec, com todo amor, vai se foder. — ele fechou a cara. — E quer saber? Só vou ficar aqui até sua irmã chegar, e como ela disse, vou ajudá-la a te matar. Vou dançar em cima do seu caixão enquanto ela invoca o fogo do capeta.

— Credo! — ele falou espantado.

Depois disso comecei a rir. Rir muito. E alto. E rolei no chão de tanto rir.

— Você tem probleminhas, ruiva? — ele falou recuando.

Levantei, sem deixar de sorrir.

— Vou ver minha situação, — apontei para meu rosto, que provavelmente estava desfigurado — e tomar um banho.

Ele assentiu, e saiu de perto de mim com um pouco de medo. Isso é bom, eu acho.

Subi as escadas, dessa vez chorando silenciosamente, e bem devagar. Eu não ia gostar de sair rolando escada abaixo. Entrei no quarto de Alec, pouco me importando se ele ia fazer gracinhas. Já dei um soco nele, — como se tivesse doído — mas eu daria de novo, até calar sua boca.

Entrei no banheiro, e liguei a torneira da banheira. Já me acostumei com o fato disso ser realmente uma mansão. E, é claro, muito luxuosa. Tirei minhas roupas devagar, e entrei na água, sendo consumida por bolhas de sabão, que lembram minha infância.

Abaixei-me, e fiquei submersa. Fechei os olhos, esperando parte daquela dor passar. E parece que funcionou. Depois de lembrar dos banhos que Alice me dava, parecia que um peso havia ido embora.

Comecei a me esfregar, e logo a banheira estava só a espuma. Ouvi passos no quarto e quase enfartei. Ele abriu a porta com aquele típico sorriso zombeteiro.

— Parece tentador. — eu o fuzilei. Ele me olhava de modo lascivo. — Ok, Jane fez parecer que sou um idiota que só está te usando, mas isso não é verdade.

— Prossiga. — murmurei, escondendo meu corpo na espuma. Não vou lhe dar a glória de me ver nua com tão pouco tempo de “relacionamento”. Não sou esse tipo de mulher.

— Bem, não sou um idiota e não estou te usando. Gosto de você e quero te provar isso hoje. — Alec continuou. — Sei que não tenho muitas chances com você, mas se me desse apenas uma, eu provaria que a quero de verdade.

E lá foi ele, massageando meu ego. Se aproveitando que gosto de ser elogiada. Eu devo ser sobrinha do Emmett Cullen mesmo, em outra encarnação eu fui ele.

— Prossiga. — pedi novamente.

— Tem uma boate só de vampiros aqui em Paris. Gostaria de te levar. Se você quiser... É claro.

— Aceito ir com você Alec. — continuei sendo a Rainha da Superioridade. Empinei o nariz e o encarei. — Dê licença, preciso terminar meu banho.

Ele saiu, então depois de ficar mais alguns minutos, peguei a toalha e comecei a andar para um outro cômodo. Não tenho roupas! O que eu posso fazer? Entrei no quarto que tinha uma placa com o nome Jane. Até que ela tem bom gosto... Se Alice estivesse aqui provavelmente estaria dando pulinhos frenéticos. Tranquei a porta do quarto, e comecei a me arrumar. Não é culpa minha que Jane me mate por estar usando as roupas do closet dela. É culpa do Alec, ele não me levou ao shopping.

Depois de minutos desesperantes, me olhei no enorme espelho no quarto dela.

Gostei do que vi.

— Alec, estou pronta! — falei alto o suficiente para ele escutar. Depois de alguns segundos, ele entrou e me encarou lentamente, de cima a baixo, com a boca aberta.

— Uau! — foi o que conseguiu dizer.

Revirei os olhos e peguei em sua mão. Ele também não estava de se jogar fora. Não estava nada mal. Na verdade, estava mais que perfeito. O jeans que ele usava, a camiseta preta de marca e a jaqueta de couro lhe davam um ar de bad boy, que ele já tem.

Logo, vi que já havíamos saído da mansão, entrado no carro, e lá estava eu: colocando Who’s Dat Chick no som MP3 da BMW roubada. O som estava alto, e eu dançava loucamente no banco. Alec estava rindo, mas isso não importava. Agora existe só eu e a Rihanna, baby.


 


Alec


Ela desceu o vidro assim que parei no estacionamento.

— Essa boate tem estacionamento? — questionou, confusa.

— Como você pode ver... — falei impacientemente.

Ela me ignorou, e fomos para a porta dos fundos, onde teria a fila. Tudo isso para despistar humanos.

E lá estava. Uma fila de mais ou menos vinte pessoas para entrar.

Logo, ouvimos algumas risadas. E uma voz que eu conhecia muito, muito bem.

— Fique aqui. — pedi para Renesmee, e fui para frente da fila. — Marie?

Ela virou-se para mim e sorriu.

— Alec... Como vai? Quem você pegou dessa vez? — ela falou com arrogância, colocando as mãos na cintura.

— Eu vou bem. E não... “Peguei” alguém, podemos dizer assim...

— Alec, o que você tá fazendo? — Renesmee chegou atrás de mim.

— Uma Cullen? Nossa, você tem jeito no que faz, hein, Alec. — colocando pilha.

— Quem é você? — Renesmee perguntou, confusa.

— Eu sei que isso é estranho, mas eu sou a ex dele. — Marie sorriu.







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