School Of Rock II escrita por Snapelicious


Capítulo 17
An Elmo and a Pig




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/242244/chapter/17

Narrado por Remus Lupin.

-ÁÁÁGUAAAAAA! - gritava a ruiva mais irritante da galáxia – A DRINK FOR THE HORROR THAT I'M IN! FOR THE GOOD GUYS AND THE BAD GUYS, FOR THE MONSTERS THAT I'VE BEEN!

O show tinha acabado, mas Lily Evans não parecia saber disso. Pulava pelo camarim como se estivesse bêbada, com seus cabelos vermelhos grudando na cara.

-Pode parar, Elmo? - pedi, atirando uma garrafa de água para ela.

-Fica na sua... hãn... Ah, que se dane. Você não é estranho o suficiente para eu conseguir criar algum apelido ofensivo que pegue – tentou ela, e depois bebeu meio litro de água direto.

-Ah, obrigado?

-Galera, cadê a Lene? - perguntou Sirius, que tinha passado os últimos quinze minutos deitado no chão frio, de olhos fechados – Ela disse que estaria aqui depois do show.

-ESSE FOI O SHOW MAIS DIVÔNICO DE TODA A HISTÓRIA DA SCHOOL OF ROCK! - gritou Lily, jogando o resto da água pra longe.

-Ah, começou... - resmunguei.

-O COMEÇO FOI TIPO “OOOOHHHHHH” E DEPOIS BAM BAM BAM E SIRIUS TUNTS PÁ TUNTS TUNTS PÁ E O JAMES NHÉNHINHÉÉÉÉ E O REMUS TUN TUN TUN SOU EMO TOCO BAIXO TUN TUN...

A garota respirou fundo e sentou no chão.

-Nossa. Foi exatamente isso que aconteceu – falei ironicamente, e ela sorriu para mim, ofegante.

Na verdade, foi quase isso. Podemos tirar o “SOU EMO TOCO BAIXO” da minha parte, mas foi basicamente isso.

-MEUS BEBÊS! - gritou Zac, entrando no camarim, dando saltinhos – EU AMO VOCÊS, EU AMO A MÚSICA DE VOCÊS, E EU AMO... - ele parou para pensar por alguns instantes – EU ME AMO, FALA SÉRIO!

-SCHOOL OF ROCK É DEZ! - gritou Lily, se levantando de um salto, com os braços para o alto.

-E além do mais – continuou Zac – Vocês... pausa dramática... tcham tcham tcham... preparados? Preparados?

-Diz logo! - exclamou James.

-VOCÊS GANHARAM CACHÊ!

Me juntei a Lily e a Zac em uma espécie de Hula Hula pelo camarim.



Narrado por Dorcas Meadowes.



-Lene, tem certeza? - perguntei, apreensiva. Mas ela estava decidida.

Se um dia você encontrar uma Marlene que não seja cabeça dura, pode ter certeza que o apocalipse está próximo.

-Mas você não deve fazer isso, não sem contatar o resto da banda primeiro – falei, segurando o braço dela.

-A banda que se dane – ela respondeu, se soltando em um puxão – Isso é pessoal.

A School Of Rock tinha arrasado, isso ninguém podia negar. Mas eu passei a maior parte do show tentando convencer Marlene McKinnon a não dar porrada no nosso ex-professor de Filosofia.

-Mas isso... Isso é ridículo! - gritei, a acompanhando na saída do ginásio. Uma tentativa de banda de rock se apresentava, chamada Kelly got the Melly. É, também não entendi – Você não pode simplesmente sair por aí, roubando porcos alheios! Ele não é seu, Lene! Nunca foi!

-Eu o amava! - berrou ela, se voltando abruptamente para mim. Algumas pessoas ao redor nos observavam, imaginando que estávamos falando de garotos. Como estavam errados... - Ele era especial, ok? E veio aquele idiota e simplesmente o tomou de volta! Não é justo!

Podia sentir a dor em sua voz. Nunca imaginei que uma garota como Marlene iria se importar tanto com um porco como Ariclenes.

-Eu posso te comprar um peixinho – murmurei, mas ela revirou os olhos e saiu à procura de Ronei Carlos. Fico feliz que ela tenha deixado seu estoque de facas em Londres.

-Com licença, você sabe onde fica o banheiro? - perguntou alguém atrás de mim. Levantei o braço para apontar para o outro lado do campo quando vi quem era.

Ah, tinha que ser. Esse tal de destino tá de sacanagem.

-Professor Ronei? - chamei, em um fio de voz.

-Não sei se ainda posso ser chamado de professor – respondeu ele, acariciando a cabeça de Ariclenes, em seu colo – Desde aquele incidente com as sanguessugas, as normas escolares nunca foram mais as mesmas. McKinnon, não é?

-Meadowes – corrigi, e segurei o impulso de completar com “McKinnon está armando um plano diabólico para roubar seu porco enquanto anda por esse evento selvagem com uma pá imaginária, que ela sabe muito bem como usar” - Nossa, há quanto tempo... Ariclenes está bem?

-Madonna – corrigiu ele, de nariz empinado – Ela está perfeitamente bem, obrigado.

-O banheiro é por ali – indiquei – Se quiser, eu cuido dele... dela, enquanto você vai.

-Ah, é muita gentileza de sua parte – disse ele, me entregando Aricle... Madonna. Nunca vou me acostumar com isso – Volto daqui a meia hora. Intestino trabalhoso esse, viu...

Ele simplesmente se afastou.

Ah, não pode ser. Não pode ser tão fácil. Nunca é assim tão fácil.

Principalmente para nós.



Narrado por James Potter.



-Cadê todo mundo? - perguntou Zac, de cara feia, quando se aproximou da van. Ele nos encarregou de colocar todos os instrumentos dentro dela, para voltar à viagem.

-Só eu sobrei – respondi – Lene e Dorcas sumiram, Lily foi ver uns filhotinhos de cachorro na barraca aqui do lado, Sirius foi ao banheiro e Remus... Não sei cadê ele.

-Tô aqui – ouvimos uma voz fraca vindo de dentro da van. Remus aparentemente estava em algum lugar entre a bateria e alguns fios – Tô te chamando há um século.

-Ah, desculpe – disse, o desenterrando com dificuldade do emaranhado de fios – Achei que fosse o palhaço aqui do lado. Ele sabe fazer uma minhoca de balão.

Sirius e Lily se aproximaram.

-Ele era tão fofis, parecia uma bolinha de pelos – dizia a garota, para um Sirius com cara de pastel.

-James, por favor – disse ele, pálido – Compra um cachorro para sua namorada.

-Pra dentro – falei.

-Por favor? - pediu Lily, fazendo biquinho.

-Quando voltarmos para casa, eu compro um – falei, sorrindo. Ela me tascou um beijo e entrou na van.

-Você não vai comprar, não é? - sussurrou Sirius, antes de entrar.

-Claro que não.



Narrado por Sirius Black.



-Dois, quatro, cinco – contou Zac, apontando para cada um de nós – Tá faltando alguém.

-Alguém que é loiro, retardado e se chama Dorcas Meadowes – resmungou Marlene. Ela parecia ter voltado à seu espírito de chata. Lily a encontrou resmungando perto de uma barraca de algodão doce.

-E alguém que por uma razão que ninguém sabe explicar está se aproximando da gente com um porco – disse Lily calmamente, com o nariz grudado na janela. Segui seu olhar e saí da van correndo.

-NÃO PODE SER! - berrei.

Alcancei Dorcas antes que Ariclenes pudesse dar seu surto de pânico.

-Eu o encontrei – ofegou a garota – Na verdade, eu o roubei. Então acho que seria legal se meio que saíssemos daqui. Tipo, agora.

-Eu não acredito... - falei, pegando o porco no colo. Meus olhos se encheram de lágrimas – Ah, eu senti tanto sua falta...

Por um segundo, achei que o porco correspondia meu abraço. Mas ele começou a se agitar.

-Ari?

-AH MAS ISSO É UM ABSURDO! PEGUEM AQUELE ROQUEIRO!

Alguém segurou meus braços antes que eu pudesse ter qualquer reação.

-COMO VOCÊ OUSA TENTAR TIRÁ-LA DE MIM? - berrava Ronei Carlos, apontando seu dedo linguiçudo para minha cara. Ele arrancou Ari dos meus braços – Policiais, levem-no!

Pude sentir hesitação.

-Ahn, moço – começou um policial, que segurava meu braço esquerdo – não podemos prendê-lo por tentar roubar um porco.

-E PORQUÊ NÃO?

Pelo canto do olho, vi Zac, Lily, James e Remus se aproximarem.

-Porque, bem... é um porco!

-MAS É O MEU PORCO! - berrou Ronei.

-Não estava tentando roubá-lo, oficiais – comecei, com a maior cara de inocente que consegui. Nossa, não me sinto tão inocente há anos – Eu não o via há muito tempo, só queria matar a saudade.

-Tudo que vocês viram pode não ser exatamente o que vocês imaginaram – afirmou Dorcas, com uma cara de sábia. Olhamos para ela, confusos.

-Tudo bem – disse o outro policial, e senti a pressão em meus braços aflouxar – Vamos deixar eles em paz.

Os policias se afastaram, mas Ronei Carlos continuou nos encarando com raiva.

-Não pensem que eu não sei o que vocês fizeram no verão passado – disse.

-Ahn... O que fizemos no verão passado? - perguntei.

-E eu sei lá. Vi isso em um filme e sempre quis dizer – respondeu ele, dando de ombros – É como: TÁXI, SIGA AQUELE PÔNEI!

Fui trocar um olhar confuso com Dorcas, mas ela parecia entender.

-Ah, sei – disse ela – Eu sempre quis dizer isso também.

-Professor – começou Lene, cautelosa. Acho que ela perdeu a vontade de matar alguém – Não queremos tirar Madonna do senhor. Mas tem que admitir que passamos bastante tempo com ela. Se puder, por favor, deixar a gente se despedir dele...

Ronei pareceu pensar.

-Tudo bem – disse por fim, colocando o porco no chão – Mas vou ficar de olho.

Lene se abaixou, e eu também.

-Você dá um soco no idiota e eu pego o porco – sussurrou ela. Olhei para ela – Tá, tá, tudo bem. Ari... NEM VEM, PROFESSOR, O NOME DELA SEMPRE VAI SER ARICLENES! Ari... Nós passamos momentos maravilhosos, mas infelizmente eles acabaram há tempos. Não podemos mais nos ver – ela afagou a cabeça do porco.

-Como se ele entendesse... - resmungou James, atrás de mim. Mas ele se agachou também – Sentimos sua falta, Ari. Nós te amamos.

-Mais do que tudo – fungou Zac, puxando um lenço do bolso. Ele parecia não saber o que dizer.

-Você sempre será o mascote da School Of Rock, mesmo não estando por perto – falei – Aqueles dias malucos na sala de música não...

Ouvimos um grito.

-O que foi isso? - perguntei, olhando ao redor.

-Parece que sua amiga arranjou briga com algumas aves – disse Ronei Carlos, olhando para o lado.

-ALGUÉM SEGURA AQUELE PATO!

Lily tentava segurar o animal, mas ele dava bicadas nela e tentava escapar.

-Essa garota não consegue ficar um minuto sem armar confusão? - resmunguei, indo atrás dela.

-Vocês são a School Of Rock – disse Ronei – O normal não é aceito por vocês.

Disse o cara que tem um porco chamado Madonna.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!