The Ruler And The Killer escrita por Marbells
Notas iniciais do capítulo
Leiam as notas finais. Já agora, peço desculpa pelos erros, eu os corrigirei mais tarde. Boa leitura!
Ouçam: Cure for the enemy
Cato volta a segurar a minha mão, ainda com mais força do que antes. Sinto o olhar das duas garotinhas que me entregaram a mim e a Cato os ramos de flores sobre mim e sei que ninguém tem a certeza do que vou fazer. Era suposto eu ficar no meu lugar e em menos de três minutos fazer o meu discursozinho, mas eu estou agora apoiada ás colunas de pedra daquela espécie de varanda e olho directamente para a multidão.
–Não há nada que eu possa dizer que seja suficiente para recompensar a perda de um tributo, de uma pessoa que lutou e deu tudo o que tinha para sobreviver. – a minha voz é amarga, tal como a minha expressão. Embora eu esteja a olhar para a multidão, estou tão concentrada nas minhas palavras que nem lhes vejo as expressões, mas o silêncio que se faz durante a minha curta pausa é suficiente para que eu saiba que toda a gente está atenta ao que digo – Eu podia dizer que agradeço o sacrifício dos vossos filhos, amigos e parentes, porque se eles não tivessem… morrido, eu não estaria aqui. – engulo em seco. Eu estou tão encrecada – Mas prefiro deixar a parte dos agradecimentos e justificações para a Capital, pois os verdadeiros Vencedores são eles, os habitantes dessa cidade onde nunca falta comida nem água. – nesta altura, já ninguém está calado. Há murmúrios, assobios e aplausos, assim como gritos vindos dos Pacificadores. Enobaria e Brutus, que estavam atrás de mim e Cato, estão agora lá em baixo, a tentar controlar os Pacificadores que querem que eu me cale.
–Clove, pare de falar. Não se atreva a dizer nem mais uma palavra! – Cato ordena, furioso, surpreendido e urgente. Ele sabe tão bem quanto eu que seremos perseguidos feitos loucos assim que eu acabar de falar. Só o inicio do meu discurso é razão suficiente para eu ser executada naquele momento. Mais uma vez, eu não estou nem aí.
Clareio a minha garganta e aumento o meu tom de voz.
–Nós perdemos sempre e eu recuso-me a participar num jogo em que tenho de pretender sentir algo que não sinto. Eu não sinto tanta pena pelos que morreram como sinto pena por aqueles que estão vivos e continuam a cair na manipulação da Capital. Temos de parar isto. É agora ou nunca.
–É agora ou nunca! – uma voz vinda da multidão grita e eu não podia concordar mais. No momento em que um singelo sorriso se forma no meu rosto, mãos tapam a minha boca e sou puxada para trás.
Pelo canto do olho, vejo os Pacificadores a colocarem-se no lugar onde eu e Cato estávamos á momentos e a dispararem para a multidão. Eu e a minha boca grande somos deixadas para depois, o mais importante agora é travar o motim. Um grito escapa-me da garganta e levanto a cabeça tanto quanto consigo – o que não é muito. Quem está me arrastando pelo corredor é Cato, que tem o rosto vermelho e suado. Começo a espernear, a gritar para que ele me solte, mas o que Cato faz é o oposto. O insolente coloca-me ao ombro, como se fosse um mero saco de batatas, e desata a correr pelo corredor.
A minha boca está finalmente descoberta, mas não digo nada. Já disse tudo o que havia para dizer e mais do que devia ter dito. Agarro-me ao tronco dele, para não cair, quando Cato aumenta a velocidade depois de ouvirmos alguém nos chamar.
–Parem! – a voz grita atrás de nós. Os passos são rápidos e sei que quem quer que seja é veloz e não demorará a alcançar-nos – Estou do vosso lado! Parem agora! – a voz garante e eu levanto novamente a cabeça para ver quem é que está nos seguindo.
É um garoto, provavelmente um ano mais velho do que eu, com cabelos escuros a cair-lhe nos olhos e sardas a cobrir-lhe a pele. Os olhos dele são cinzentos, mas tão claros que quase parecem brancos. O garoto é muito alto e atlético, por isso é tão veloz. Ele tem o braço esticado e continua nos chamando.
–Cato, pare! – peço, batendo nas costas dele, mas o teimoso continue correndo, me ignorando – Cato, pare agora! – grito, mas é inútil. O meu rosto bate contra as costas de Cato e gemo de dor. Congelo completamente quando vejo o garoto tirar algo do bolso. A principio pensei que fosse um canivete ou algo do género, como uma faca, mas o objecto tem uma forma estranha e longa e é branco reluzente. É um revolver.
–Pare ou eu disparo! – a ameaça é rapidamente eficaz, pois Cato parou de imediato, como se tivesse batido contra uma parede invisível. Os seus músculos ficam todos tensos e os braços de Cato agarram a minha cintura, embora não me tire do seu ombro – O meu nome é Blye Wellwood e estou encarregado de proteger vocês dois.
–Você acabou de dizer que ia disparar. – Cato retruca e Blye suspira.
–Eu tinha de fazer você parar e me escutar. – o garoto volta a guardar a arma no bolso nas calças e olho directamente para mim – Talvez você devesse colocar ela no chão, a sua expressão não me parece muito boa. – e é verdade, eu me sinto meio enjoada, mas até que é suportável.
Cato me coloca no chão e rapidamente se vira para Blye, fitando-o e me colocando atrás de si. O toque de Cato não é gentil e a ausência de contato visual me prova de que as minhas suspeitas sobre a sua raiva estavam corretas.
–Quem mandou você? – Cato pergunta. Blye dá um passo em frente e Cato recua, me obrigando a recuar com ele.
–Os rebeldes do Distrito 8. – os meus olhos se esbugalham e quase me engasgo de surpresa. Não vejo a expressão de Cato mas sei que ele está tão chocado quanto eu. Rebeldes? Mas que… Blye olha para trás e começa a correr – Venham! Eu explico tudo depois! – o garoto segura o meu pulso e me leva com ele quando passa por mim, me obrigando a correr feita louca com aquelas sandálias de salto absurdamente alto. Olho ligeiramente para trás, vendo Cato a correr atrás de nós, tentando alcançar a minha outra mão, mas Blye é mais rápido.
Não afasto o garoto, estou curiosa agora e se eu sentir que ele é um perigo posso derrubá-lo facilmente. Corremos o tempo que nos leva a chegar ás traseiras do Edifício. Blye abre a porta e me empurra para o exterior. O garoto espera por Cato, que só agora me apercebi ter ficado bem para trás. O meu namorado me fita a mim e a Blye com raiva, os punhos cerrados e o sei que ele quase espanca o garoto rebelde por ele me ter levado.
–Venham comigo. – Blye continua segurando o meu pulso e recomeça a andar. Cato o impede de me arrastar outra vez, segurando pelo ombro. Os olhos de Blye se esbugalham e eu sei que ele tem medo de Cato. Afinal, quem (com exceção da minha pessoa) não teria?
–Não toque nela! – Cato praticamente arranca a minha mão da de Blye, que engole em seco – Se quer nos levar a algum sítio, explique tudo primeiro!
–Eu… Er. – o garoto coça a nuca com a mão – Eu tenho ordens para vos levar imediatamente para a floresta, onde estarão esperando por vocês.
–Quem?
–A Enobaria, o Brutus, o Gale e outros rebeldes. – franzo o cenho.
–Quem é o Gale? Acho que já ouvi esse nome. – o garoto volta a engolir em seco e pela sua expressão entendo que ele disse algo a mais. No entanto, algo me diz para confiar nele. E mesmo que eu não quisesse confiar nele, tal como Cato estava a fazer, os Pacificadores atrás de nós obrigaram-me a segui-lo.
Ouvimos os Pacificadores a gritarem e a disparem contra a porta. Desatamos todos as correr, nós á frente e os Pacificadores atrás. Felizmente a zona tinha algumas árvores atrás, onde nós nos escondíamos, correndo aos zig zags. Blyen vai á frente e quase que o posso imaginar numa pista de atletismo, a correr de um lado para o outro com aquelas pernas magras e compridas. A dada altura, tenho de tirar as sandálias. Jogo-as para a grama escassa e volto a correr, com Cato agora a meu lado.
Os tiros cessaram, mas isso não quer dizer que o perigo terminou. Nem perto disso. Arrisco-me a olhar para trás. Os Pacificadores estão bem atrás de nós, talvez uns cem metros e deve ter sido por isso que pararam de disparar, perceberam que era um desperdício de balas. Estamos a correr há pouco tempo, mas já sinto a cabeça a latejar do lado direito, onde a pedra que o Thresh jogou para cima de mim me acertou. Fecho a boca e obrigo-me a respirar apenas pelo nariz e para me focar na cabeça de Cato, uns dois metros á minha frente, mesmo atrás da do garoto rebelde. É estranho chamar-lhe assim, pois dadas as circunstâncias, eu sou tão rebelde quando ele. E Cato também, que podia ter-me deixado no Edifício da Justiça ou ver-me fugir com Blye, mas, em vez disso, ele veio comigo. Ele sempre vem.
Finalmente, chegamos á floresta. Há uma vedação á volta do perímetro, mas Blye para já saber da existência de um furo na vedação e faz-nos sinal para que passemos por baixo dela, logo a seguir a ele. É frustrante ter de rastejar no chão com aquele vestido. O tecido verde de seda fica toda manchado de lama, assim como os meus braços e os pés, que estavam descalços. Além disso, o vestido é tão leve e fino que, juntando o fato de eu ter sido obrigada a usá-lo sem sutiã, ao deitar-me no chão e arrastar-me nele tenho de puxar o decote para cima, certificando-me de que o garoto rebelde não vê nada a mais. Cato o cegaria se ele visse.
Blye me ajuda a levantar, ajuda que eu aceito imediatamente.
–Você está bem? – o garoto me pergunta. Sei que o meu aspeto não deve ser dos melhores, também não me sinto bem. Cato não olha para nós nem sequer demonstra nenhuma preocupação. Ele está mesmo furioso comigo.
Assinto e limpo a sujidade do meu vestido. O meu peito dói, bem próximo do coração, e o latejar na minha se tornou mais violento. Mas não posso desistir agora. De certa forma, este momento faz-me lembrar dos meus últimos minutos na arena, lutando contra Katniss e Peeta, Cato desmaiado e a lesão na minha cabeça a voltar a agravar-se. Olho de relance para Cato, que me ignora, e forço uma expressão firme. Por mais chateado que ele esteja comigo não o quero preocupar, pois sei que o meu namorado morre de medo que eu piore novamente.
–Estou ótima. – olho á minha volta. É só verde, verde e mais verde – Para onde vamos?
–É uma pequena cabana perto de um lago. – informa Blye, recomeçando a andar. O garoto dá passos largos e rápidos. Os Pacificadores continuam atrás de nós, mas também começaram a andar. Estamos todos esgotados. Esforço-me para seguir as passadas do meu namorado e do garoto rebelde sem tropeçar ou cair, mas os joelhos fraquejam-me e sinto dificuldade em respirar. Felizmente, ninguém se apercebe disso, a raiva cegou e ensurdeceu Cato e Blye está distraído a informar-nos – A casa está abandonada, os donos morreram e os familiares deles disponibilizaram-nos a casa por uma quantia razoável.
–Pode repetir quem vai estar lá? – pergunto, tendo sucesso na tentativa de manter a minha voz firme e não a deixar fraquejar.
–Claro. – Blye olha para trás e suspira, coçando o pescoço – Mas só quando lá chegarmos. – e lá começa ele a correr novamente, nós o seguindo como cães (e isso é, de certa forma, irritante).
Os tiros e gritos recomeçam, vindos de trás, onde estão os Pacificadores, correndo na tentativa de nos alcançar. Um grito estridente escapa da minha boca quando uma bala passa a cinco centímetros dos meu rosto. Cato olha para trás, assustado e preocupado, interrompendo a sua embirração. Faço-lhe sinal de que estou bem e Cato volta a olhar para a frente. Inspiro com força e começo a dar velocidade á corrida, ultrapassando Cato. Devo estar numa figura lamentável, de cabelo desgrenhado, suja e com os pés a sangrar, mas a adrenalina que faz o meu corpo arder e a mente entrar em combustão não me permite sentir nada.
–Não parem de correr! – urge Blye, com a voz entrecortada pela respiração acelerada – Estamos quase a chegar!
E Blye não mente. Consigo já ver o topo da pequena cabana, embora o topo das árvores não me facilite a visão. “Vai correr tudo bem” convenço-me “Você e o Cato vão se ajudados pelos…” os meus olhos se esbugalham de pânico quando o som de algo pesado a cair no chão interrompe o meu pensamento.
Viro-me bruscamente e sinto como se tivesse levado com uma bala também quando vejo Cato caído no chão.
–CATO! – eu berro, correndo para ele, inconsciente e deitado em cima de uma poça de sangue. Alguém se segura os braços. É Blye – Me solta! Cato! Cato! Não! – a mão de Blye tapa a minha boca e eu a mordo. O sabor a sangue enche a minha boca e revolta o meu estômago, mas aquilo não é nada quando comparado com o sangue de Cato no chão.
Bato violentamente com o cotovelo no estômago de Blye, atirando-o para o chão com um grito de dor. Blye não me deixa escapar facilmente. Ele me faz uma rasteira e eu caio no chão, batendo com o rosto no chão. A minha cabeça parece estar prestes a explodir e sinto como se pequenos martelos estivessem a martelar o interior do meu crânio. Sinto-me a ser arrastada pelos pés por Blye, que me tenta acalmar, mas a dor tolda-me os sentidos e não percebo as suas palavras. Esperneio-me e estico os braços na tentativa vã de alcançar Cato, mas cada vez estou mais longe. Pontos negros aparecem á frente dos meus olhos. Não posso desmaiar agora. Se alguma coisa acontecer com o Cato eu nunca me vou perdoar. Fui eu que comecei aquilo tudo, a culpa é minha. Mas o que me impede de respirar, como se eu tivesse um tanque em cima do peito, a esmagar os meus pulmões e a privá-los de oxigénio, é a incerteza do que lhe acontecerá se for apanhado pelos Pacificadores. Irão matá-lo? Torturá-lo aqui na floresta, talvez? Ou levá-lo-ão para a Capital, de onde ele, o meu garoto da espada, nunca mais voltará?
Um rosnado sai dos meus lábios e o meu pé acerta o rosto de Blye. Sei que ele está a tentar proteger-nos – se fosse o contrário ele não arriscaria a sua vida por isso – mas a vida de Cato está à frente da minha. E qualquer pessoa que pense que eu posso simplesmente deixar o meu namorado, melhor amigo e parceiro de treino está completamente enganada. Deixá-lo para trás seria como dividir-me ao meio e uma das metades abandonar a outra, sozinha e indefesa.
Blye grita por ajuda e apercebo-me de que as balas já não estão a ser disparadas na nossa direção. No entanto, continuo a ouvir o som de disparos. Mais uma coisa para a lista de explicações devidas de Blye Wellwood.
Arrasto-me no chão até Cato. Procuro pelo buraco da bala, o que está a causar a tão grande hemorragia. Os meus olhos quase me saltam das órbitas quando vejo o buraco no ombro de Cato, tenho quase a certeza que a bala furou ambos os lados. Mordo a língua para não chorar. Se a primeira lágrima cair, tenho a certeza de que não conseguirei conter a nascente por detrás dos meus olhos e impedi-la de derramar a minha tristeza. Olho à minha volta, procuro Blye. Esse já se encontra a meu lado.
–Vá, Clove. – abano a cabeça e aperto a mão de Cato. Não consigo dizer nada, é como se eu me tivesse transformado numa Avox – Os outros estão a distrair os Pacificadores, eu vou cuidar do Cato. O aerodeslizador deve estar a chegar. – volto a abanar a cabeça e, com um soluço, deito-me no chão, ao lado do corpo inconsciente de Cato. – Clove, por favor, faça o que eu digo! – o garoto rebelde pede, em pânico.
Penso que foi o terror do que lhe fariam que motivou Blye a sacar do revolver e a pontá-lo à minha testa. Engoli em seco. Eu não conhecia o garoto e ter confiado a minha nele já tinha sido demais. Eu não podia morrer ali, incerta quanto ao futuro de Cato.
A custo e tropeçando, quase a tombar no chão, eu me levanto. Ando devagar, não dá mais do que isso. Não olho para trás, mas prometo a mim mesma que se Cato não voltar vivo eu mesma vou pisar Blye Wellwood como se ele não passasse de um inseto e deixá-lo a conhecer o Inferno enquanto está vivo.
*
Cheguei à cabana há quatro horas. Fiquei sozinha durante alguns momentos, encolhida contra uma das paredes, sem armas e praticamente a cair para o lado. Eu não sabia se aquele era o lugar a que Blye se referiu, mas nem me preocupei com isso, tinha coisas definitivamente mais importantes em que pensar. Passado algum tempo, a porta abriu-se. Eu já tinha visto aquele rosto antes, na gravação da colheita do Distrito 12. Foi ele que levou a Primrose Everdeen para longe enquanto a irmã da mesma era levada por Pacificadores para o palco. Não me recordava do nome dele, mas sabia que era amigo de Katniss. Isso é bom, mais uma pessoa contra mim.
Gale – Brutus me disse seu nome mais tarde – não me dirigiu uma palavra. O garoto fechou a porta atrás dele, me pegou ao colo e inicialmente, no meu estado de apatia, não fiz nada. Não me lembro da sensação de estar novamente nos braços, mas o horror que me atacou de repente, ao lembrar-me de quando, naquele mesmo dia, quase fui estrupada, fez a minha mão voar de encontro ao rosto de Gale. As minhas unhas deixaram marcas ensanguentadas no seu rosto e um olhar mortífero dirigido a mim.
–Se eu quisesse fazer mal a você já o teria feito à muito tempo, garota das facas. – a porta abre-se e Brutus entra. Ele olha para nós e rola os olhos – Não me diga que se encantou por ela também. – Gale solta algo que parece um grunhido e tenho a impressão de que a vontade dele era atirar-me para o chão.
–A garota está ferida, não sei se é grave, mas é melhor nos apressarmos a ir para o aerodeslizador.
Brutus, que a principio não reparou no meu ferimento – cuja existência me era desconhecida, me analisa com os olhos, procurando a lesão a que Gale se refere. Só quando os olhos dele param no meu tronco é que eu sinto a dor excruciante. O ferimento não é de uma arma, mas sim de uma pedaço da vedação. Enterrado na minha carne, o pedaço de metal está lavado no meu sangue, assim como o vestido que outra fora de um verde tão vivo e bonito.
Sinto o meu estômago a apertar-se e tenho vontade de vomitar. Só tenho de tempo de ouvir Gale e Brutus a chamarem o meu nome e a pedirem que me esforço para me manter consciente e minimamente calma antes de os pontos negros me atacarem e a inconsciência me tomar.
*
Acordo cinco dias depois, num Hospital do Distrito 2. Ao meu lado, encontro Johanna Mason, uma vencedora dos Jogos Vorazes. Johanna sempre foi a minha vencedora preferida, com uma coragem e inteligências que me impressionaram. Claro, no início eu, tal como todos os outros, achei que ela não ia passar do banho de sangue. Mas não só ela sobreviveu a esse massacre inicial como também conseguia enganar toda a gente, sem exceção, e sair como vencedora. Johanna me explica o que aconteceu. Eu estou bem, Cato está bem. O Distrito 8 já estava a planear uma rebelião, mas parece que eu me adiantei e isso foi um ponto a favor deles. Agora, os Distritos 8, 12 e 2 – que apenas pareceu se convencer por ter sido eu e não outra pessoa a iniciar a rebelião – estão a travar uma batalha contra a Capital. Procuramos agora convencer os outros Distritos a se juntarem a nós contra a odiosa Capital para que finalmente a mesma possa ser derrotada.
Uma rebelião começou. Eu comecei uma rebelião e é pela boca de Johanna Mason que sou informada de que serei – ao lado de Cato - a líder de um movimento que tem como objectivo mudar uma nação inteira.
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Não gostei deste capitulo, mas foi o melhor que consegui. Deixem-me saber o que acharam e comentem! Obrigada ♥