The Ruler And The Killer escrita por Marbells


Capítulo 32
The show must go on


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais. Já agora, peço desculpa pelos erros, eu os corrigirei mais tarde. Boa leitura!



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Ouçam: Cure for the enemy


Cato volta a segurar a minha mão, ainda com mais força do que antes. Sinto o olhar das duas garotinhas que me entregaram a mim e a Cato os ramos de flores sobre mim e sei que ninguém tem a certeza do que vou fazer. Era suposto eu ficar no meu lugar e em menos de três minutos fazer o meu discursozinho, mas eu estou agora apoiada ás colunas de pedra daquela espécie de varanda e olho directamente para a multidão.

–Não há nada que eu possa dizer que seja suficiente para recompensar a perda de um tributo, de uma pessoa que lutou e deu tudo o que tinha para sobreviver. – a minha voz é amarga, tal como a minha expressão. Embora eu esteja a olhar para a multidão, estou tão concentrada nas minhas palavras que nem lhes vejo as expressões, mas o silêncio que se faz durante a minha curta pausa é suficiente para que eu saiba que toda a gente está atenta ao que digo – Eu podia dizer que agradeço o sacrifício dos vossos filhos, amigos e parentes, porque se eles não tivessem… morrido, eu não estaria aqui. – engulo em seco. Eu estou tão encrecada – Mas prefiro deixar a parte dos agradecimentos e justificações para a Capital, pois os verdadeiros Vencedores são eles, os habitantes dessa cidade onde nunca falta comida nem água. – nesta altura, já ninguém está calado. Há murmúrios, assobios e aplausos, assim como gritos vindos dos Pacificadores. Enobaria e Brutus, que estavam atrás de mim e Cato, estão agora lá em baixo, a tentar controlar os Pacificadores que querem que eu me cale.

–Clove, pare de falar. Não se atreva a dizer nem mais uma palavra! – Cato ordena, furioso, surpreendido e urgente. Ele sabe tão bem quanto eu que seremos perseguidos feitos loucos assim que eu acabar de falar. Só o inicio do meu discurso é razão suficiente para eu ser executada naquele momento. Mais uma vez, eu não estou nem aí.

Clareio a minha garganta e aumento o meu tom de voz.

–Nós perdemos sempre e eu recuso-me a participar num jogo em que tenho de pretender sentir algo que não sinto. Eu não sinto tanta pena pelos que morreram como sinto pena por aqueles que estão vivos e continuam a cair na manipulação da Capital. Temos de parar isto. É agora ou nunca.

–É agora ou nunca! – uma voz vinda da multidão grita e eu não podia concordar mais. No momento em que um singelo sorriso se forma no meu rosto, mãos tapam a minha boca e sou puxada para trás.

Pelo canto do olho, vejo os Pacificadores a colocarem-se no lugar onde eu e Cato estávamos á momentos e a dispararem para a multidão. Eu e a minha boca grande somos deixadas para depois, o mais importante agora é travar o motim. Um grito escapa-me da garganta e levanto a cabeça tanto quanto consigo – o que não é muito. Quem está me arrastando pelo corredor é Cato, que tem o rosto vermelho e suado. Começo a espernear, a gritar para que ele me solte, mas o que Cato faz é o oposto. O insolente coloca-me ao ombro, como se fosse um mero saco de batatas, e desata a correr pelo corredor.

A minha boca está finalmente descoberta, mas não digo nada. Já disse tudo o que havia para dizer e mais do que devia ter dito. Agarro-me ao tronco dele, para não cair, quando Cato aumenta a velocidade depois de ouvirmos alguém nos chamar.

–Parem! – a voz grita atrás de nós. Os passos são rápidos e sei que quem quer que seja é veloz e não demorará a alcançar-nos – Estou do vosso lado! Parem agora! – a voz garante e eu levanto novamente a cabeça para ver quem é que está nos seguindo.

É um garoto, provavelmente um ano mais velho do que eu, com cabelos escuros a cair-lhe nos olhos e sardas a cobrir-lhe a pele. Os olhos dele são cinzentos, mas tão claros que quase parecem brancos. O garoto é muito alto e atlético, por isso é tão veloz. Ele tem o braço esticado e continua nos chamando.

–Cato, pare! – peço, batendo nas costas dele, mas o teimoso continue correndo, me ignorando – Cato, pare agora! – grito, mas é inútil. O meu rosto bate contra as costas de Cato e gemo de dor. Congelo completamente quando vejo o garoto tirar algo do bolso. A principio pensei que fosse um canivete ou algo do género, como uma faca, mas o objecto tem uma forma estranha e longa e é branco reluzente. É um revolver.

–Pare ou eu disparo! – a ameaça é rapidamente eficaz, pois Cato parou de imediato, como se tivesse batido contra uma parede invisível. Os seus músculos ficam todos tensos e os braços de Cato agarram a minha cintura, embora não me tire do seu ombro – O meu nome é Blye Wellwood e estou encarregado de proteger vocês dois.

–Você acabou de dizer que ia disparar. – Cato retruca e Blye suspira.

–Eu tinha de fazer você parar e me escutar. – o garoto volta a guardar a arma no bolso nas calças e olho directamente para mim – Talvez você devesse colocar ela no chão, a sua expressão não me parece muito boa. – e é verdade, eu me sinto meio enjoada, mas até que é suportável.

Cato me coloca no chão e rapidamente se vira para Blye, fitando-o e me colocando atrás de si. O toque de Cato não é gentil e a ausência de contato visual me prova de que as minhas suspeitas sobre a sua raiva estavam corretas.

–Quem mandou você? – Cato pergunta. Blye dá um passo em frente e Cato recua, me obrigando a recuar com ele.

–Os rebeldes do Distrito 8. – os meus olhos se esbugalham e quase me engasgo de surpresa. Não vejo a expressão de Cato mas sei que ele está tão chocado quanto eu. Rebeldes? Mas que… Blye olha para trás e começa a correr – Venham! Eu explico tudo depois! – o garoto segura o meu pulso e me leva com ele quando passa por mim, me obrigando a correr feita louca com aquelas sandálias de salto absurdamente alto. Olho ligeiramente para trás, vendo Cato a correr atrás de nós, tentando alcançar a minha outra mão, mas Blye é mais rápido.

Não afasto o garoto, estou curiosa agora e se eu sentir que ele é um perigo posso derrubá-lo facilmente. Corremos o tempo que nos leva a chegar ás traseiras do Edifício. Blye abre a porta e me empurra para o exterior. O garoto espera por Cato, que só agora me apercebi ter ficado bem para trás. O meu namorado me fita a mim e a Blye com raiva, os punhos cerrados e o sei que ele quase espanca o garoto rebelde por ele me ter levado.

–Venham comigo. – Blye continua segurando o meu pulso e recomeça a andar. Cato o impede de me arrastar outra vez, segurando pelo ombro. Os olhos de Blye se esbugalham e eu sei que ele tem medo de Cato. Afinal, quem (com exceção da minha pessoa) não teria?

–Não toque nela! – Cato praticamente arranca a minha mão da de Blye, que engole em seco – Se quer nos levar a algum sítio, explique tudo primeiro!

–Eu… Er. – o garoto coça a nuca com a mão – Eu tenho ordens para vos levar imediatamente para a floresta, onde estarão esperando por vocês.

–Quem?

–A Enobaria, o Brutus, o Gale e outros rebeldes. – franzo o cenho.

–Quem é o Gale? Acho que já ouvi esse nome. – o garoto volta a engolir em seco e pela sua expressão entendo que ele disse algo a mais. No entanto, algo me diz para confiar nele. E mesmo que eu não quisesse confiar nele, tal como Cato estava a fazer, os Pacificadores atrás de nós obrigaram-me a segui-lo.

Ouvimos os Pacificadores a gritarem e a disparem contra a porta. Desatamos todos as correr, nós á frente e os Pacificadores atrás. Felizmente a zona tinha algumas árvores atrás, onde nós nos escondíamos, correndo aos zig zags. Blyen vai á frente e quase que o posso imaginar numa pista de atletismo, a correr de um lado para o outro com aquelas pernas magras e compridas. A dada altura, tenho de tirar as sandálias. Jogo-as para a grama escassa e volto a correr, com Cato agora a meu lado.

Os tiros cessaram, mas isso não quer dizer que o perigo terminou. Nem perto disso. Arrisco-me a olhar para trás. Os Pacificadores estão bem atrás de nós, talvez uns cem metros e deve ter sido por isso que pararam de disparar, perceberam que era um desperdício de balas. Estamos a correr há pouco tempo, mas já sinto a cabeça a latejar do lado direito, onde a pedra que o Thresh jogou para cima de mim me acertou. Fecho a boca e obrigo-me a respirar apenas pelo nariz e para me focar na cabeça de Cato, uns dois metros á minha frente, mesmo atrás da do garoto rebelde. É estranho chamar-lhe assim, pois dadas as circunstâncias, eu sou tão rebelde quando ele. E Cato também, que podia ter-me deixado no Edifício da Justiça ou ver-me fugir com Blye, mas, em vez disso, ele veio comigo. Ele sempre vem.

Finalmente, chegamos á floresta. Há uma vedação á volta do perímetro, mas Blye para já saber da existência de um furo na vedação e faz-nos sinal para que passemos por baixo dela, logo a seguir a ele. É frustrante ter de rastejar no chão com aquele vestido. O tecido verde de seda fica toda manchado de lama, assim como os meus braços e os pés, que estavam descalços. Além disso, o vestido é tão leve e fino que, juntando o fato de eu ter sido obrigada a usá-lo sem sutiã, ao deitar-me no chão e arrastar-me nele tenho de puxar o decote para cima, certificando-me de que o garoto rebelde não vê nada a mais. Cato o cegaria se ele visse.

Blye me ajuda a levantar, ajuda que eu aceito imediatamente.

–Você está bem? – o garoto me pergunta. Sei que o meu aspeto não deve ser dos melhores, também não me sinto bem. Cato não olha para nós nem sequer demonstra nenhuma preocupação. Ele está mesmo furioso comigo.

Assinto e limpo a sujidade do meu vestido. O meu peito dói, bem próximo do coração, e o latejar na minha se tornou mais violento. Mas não posso desistir agora. De certa forma, este momento faz-me lembrar dos meus últimos minutos na arena, lutando contra Katniss e Peeta, Cato desmaiado e a lesão na minha cabeça a voltar a agravar-se. Olho de relance para Cato, que me ignora, e forço uma expressão firme. Por mais chateado que ele esteja comigo não o quero preocupar, pois sei que o meu namorado morre de medo que eu piore novamente.

–Estou ótima. – olho á minha volta. É só verde, verde e mais verde – Para onde vamos?

–É uma pequena cabana perto de um lago. – informa Blye, recomeçando a andar. O garoto dá passos largos e rápidos. Os Pacificadores continuam atrás de nós, mas também começaram a andar. Estamos todos esgotados. Esforço-me para seguir as passadas do meu namorado e do garoto rebelde sem tropeçar ou cair, mas os joelhos fraquejam-me e sinto dificuldade em respirar. Felizmente, ninguém se apercebe disso, a raiva cegou e ensurdeceu Cato e Blye está distraído a informar-nos – A casa está abandonada, os donos morreram e os familiares deles disponibilizaram-nos a casa por uma quantia razoável.

–Pode repetir quem vai estar lá? – pergunto, tendo sucesso na tentativa de manter a minha voz firme e não a deixar fraquejar.

–Claro. – Blye olha para trás e suspira, coçando o pescoço – Mas só quando lá chegarmos. – e lá começa ele a correr novamente, nós o seguindo como cães (e isso é, de certa forma, irritante).

Os tiros e gritos recomeçam, vindos de trás, onde estão os Pacificadores, correndo na tentativa de nos alcançar. Um grito estridente escapa da minha boca quando uma bala passa a cinco centímetros dos meu rosto. Cato olha para trás, assustado e preocupado, interrompendo a sua embirração. Faço-lhe sinal de que estou bem e Cato volta a olhar para a frente. Inspiro com força e começo a dar velocidade á corrida, ultrapassando Cato. Devo estar numa figura lamentável, de cabelo desgrenhado, suja e com os pés a sangrar, mas a adrenalina que faz o meu corpo arder e a mente entrar em combustão não me permite sentir nada.

–Não parem de correr! – urge Blye, com a voz entrecortada pela respiração acelerada – Estamos quase a chegar!

E Blye não mente. Consigo já ver o topo da pequena cabana, embora o topo das árvores não me facilite a visão. “Vai correr tudo bem” convenço-me “Você e o Cato vão se ajudados pelos…” os meus olhos se esbugalham de pânico quando o som de algo pesado a cair no chão interrompe o meu pensamento.

Viro-me bruscamente e sinto como se tivesse levado com uma bala também quando vejo Cato caído no chão.

–CATO! – eu berro, correndo para ele, inconsciente e deitado em cima de uma poça de sangue. Alguém se segura os braços. É Blye – Me solta! Cato! Cato! Não! – a mão de Blye tapa a minha boca e eu a mordo. O sabor a sangue enche a minha boca e revolta o meu estômago, mas aquilo não é nada quando comparado com o sangue de Cato no chão.

Bato violentamente com o cotovelo no estômago de Blye, atirando-o para o chão com um grito de dor. Blye não me deixa escapar facilmente. Ele me faz uma rasteira e eu caio no chão, batendo com o rosto no chão. A minha cabeça parece estar prestes a explodir e sinto como se pequenos martelos estivessem a martelar o interior do meu crânio. Sinto-me a ser arrastada pelos pés por Blye, que me tenta acalmar, mas a dor tolda-me os sentidos e não percebo as suas palavras. Esperneio-me e estico os braços na tentativa vã de alcançar Cato, mas cada vez estou mais longe. Pontos negros aparecem á frente dos meus olhos. Não posso desmaiar agora. Se alguma coisa acontecer com o Cato eu nunca me vou perdoar. Fui eu que comecei aquilo tudo, a culpa é minha. Mas o que me impede de respirar, como se eu tivesse um tanque em cima do peito, a esmagar os meus pulmões e a privá-los de oxigénio, é a incerteza do que lhe acontecerá se for apanhado pelos Pacificadores. Irão matá-lo? Torturá-lo aqui na floresta, talvez? Ou levá-lo-ão para a Capital, de onde ele, o meu garoto da espada, nunca mais voltará?

Um rosnado sai dos meus lábios e o meu pé acerta o rosto de Blye. Sei que ele está a tentar proteger-nos – se fosse o contrário ele não arriscaria a sua vida por isso – mas a vida de Cato está à frente da minha. E qualquer pessoa que pense que eu posso simplesmente deixar o meu namorado, melhor amigo e parceiro de treino está completamente enganada. Deixá-lo para trás seria como dividir-me ao meio e uma das metades abandonar a outra, sozinha e indefesa.

Blye grita por ajuda e apercebo-me de que as balas já não estão a ser disparadas na nossa direção. No entanto, continuo a ouvir o som de disparos. Mais uma coisa para a lista de explicações devidas de Blye Wellwood.

Arrasto-me no chão até Cato. Procuro pelo buraco da bala, o que está a causar a tão grande hemorragia. Os meus olhos quase me saltam das órbitas quando vejo o buraco no ombro de Cato, tenho quase a certeza que a bala furou ambos os lados. Mordo a língua para não chorar. Se a primeira lágrima cair, tenho a certeza de que não conseguirei conter a nascente por detrás dos meus olhos e impedi-la de derramar a minha tristeza. Olho à minha volta, procuro Blye. Esse já se encontra a meu lado.

–Vá, Clove. – abano a cabeça e aperto a mão de Cato. Não consigo dizer nada, é como se eu me tivesse transformado numa Avox – Os outros estão a distrair os Pacificadores, eu vou cuidar do Cato. O aerodeslizador deve estar a chegar. – volto a abanar a cabeça e, com um soluço, deito-me no chão, ao lado do corpo inconsciente de Cato. – Clove, por favor, faça o que eu digo! – o garoto rebelde pede, em pânico.

Penso que foi o terror do que lhe fariam que motivou Blye a sacar do revolver e a pontá-lo à minha testa. Engoli em seco. Eu não conhecia o garoto e ter confiado a minha nele já tinha sido demais. Eu não podia morrer ali, incerta quanto ao futuro de Cato.

A custo e tropeçando, quase a tombar no chão, eu me levanto. Ando devagar, não dá mais do que isso. Não olho para trás, mas prometo a mim mesma que se Cato não voltar vivo eu mesma vou pisar Blye Wellwood como se ele não passasse de um inseto e deixá-lo a conhecer o Inferno enquanto está vivo.

*

Cheguei à cabana há quatro horas. Fiquei sozinha durante alguns momentos, encolhida contra uma das paredes, sem armas e praticamente a cair para o lado. Eu não sabia se aquele era o lugar a que Blye se referiu, mas nem me preocupei com isso, tinha coisas definitivamente mais importantes em que pensar. Passado algum tempo, a porta abriu-se. Eu já tinha visto aquele rosto antes, na gravação da colheita do Distrito 12. Foi ele que levou a Primrose Everdeen para longe enquanto a irmã da mesma era levada por Pacificadores para o palco. Não me recordava do nome dele, mas sabia que era amigo de Katniss. Isso é bom, mais uma pessoa contra mim.

Gale – Brutus me disse seu nome mais tarde – não me dirigiu uma palavra. O garoto fechou a porta atrás dele, me pegou ao colo e inicialmente, no meu estado de apatia, não fiz nada. Não me lembro da sensação de estar novamente nos braços, mas o horror que me atacou de repente, ao lembrar-me de quando, naquele mesmo dia, quase fui estrupada, fez a minha mão voar de encontro ao rosto de Gale. As minhas unhas deixaram marcas ensanguentadas no seu rosto e um olhar mortífero dirigido a mim.

–Se eu quisesse fazer mal a você já o teria feito à muito tempo, garota das facas. – a porta abre-se e Brutus entra. Ele olha para nós e rola os olhos – Não me diga que se encantou por ela também. – Gale solta algo que parece um grunhido e tenho a impressão de que a vontade dele era atirar-me para o chão.

–A garota está ferida, não sei se é grave, mas é melhor nos apressarmos a ir para o aerodeslizador.

Brutus, que a principio não reparou no meu ferimento – cuja existência me era desconhecida, me analisa com os olhos, procurando a lesão a que Gale se refere. Só quando os olhos dele param no meu tronco é que eu sinto a dor excruciante. O ferimento não é de uma arma, mas sim de uma pedaço da vedação. Enterrado na minha carne, o pedaço de metal está lavado no meu sangue, assim como o vestido que outra fora de um verde tão vivo e bonito.

Sinto o meu estômago a apertar-se e tenho vontade de vomitar. Só tenho de tempo de ouvir Gale e Brutus a chamarem o meu nome e a pedirem que me esforço para me manter consciente e minimamente calma antes de os pontos negros me atacarem e a inconsciência me tomar.

*

Acordo cinco dias depois, num Hospital do Distrito 2. Ao meu lado, encontro Johanna Mason, uma vencedora dos Jogos Vorazes. Johanna sempre foi a minha vencedora preferida, com uma coragem e inteligências que me impressionaram. Claro, no início eu, tal como todos os outros, achei que ela não ia passar do banho de sangue. Mas não só ela sobreviveu a esse massacre inicial como também conseguia enganar toda a gente, sem exceção, e sair como vencedora. Johanna me explica o que aconteceu. Eu estou bem, Cato está bem. O Distrito 8 já estava a planear uma rebelião, mas parece que eu me adiantei e isso foi um ponto a favor deles. Agora, os Distritos 8, 12 e 2 – que apenas pareceu se convencer por ter sido eu e não outra pessoa a iniciar a rebelião – estão a travar uma batalha contra a Capital. Procuramos agora convencer os outros Distritos a se juntarem a nós contra a odiosa Capital para que finalmente a mesma possa ser derrotada.

Uma rebelião começou. Eu comecei uma rebelião e é pela boca de Johanna Mason que sou informada de que serei – ao lado de Cato - a líder de um movimento que tem como objectivo mudar uma nação inteira.



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Notas finais do capítulo

Não gostei deste capitulo, mas foi o melhor que consegui. Deixem-me saber o que acharam e comentem! Obrigada ♥