The Ruler And The Killer escrita por Marbells


Capítulo 30
Complications - parte 2


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo! E VÃO AQUI: http://askuscatoandclove.tumblr.com/ E FAÇAM PERGUNTAS AO CATO E À CLOVE!



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Arband é puxado para longe de mim pelos punhos de Cato, que atiram o garoto para o chão. Com o pé direito, Cato dá um pontapé certeiro no estômago de Arband que geme em agonia.

-O que estava acontecendo? – o meu namorado grita, furioso e com o punho preparado para dar um soco no rosto de Arband – Que porra era aquela? Clove? – Cato olha para mim, mas não consigo dizer nada, limitando-me a escorregar as minhas costas até ao chão.

-Eu… não… Não era nada! – Arband geme, com as mãos no lugar onde está o estômago dele – Estávamos só falando!

-Mentiroso filho da puta! – Cato rosna e praticamente salta para cima de Arband.

O que acontece asseguir é muito rápido, Cato começa a esmurrar e a pontapear Arband, que está indefeso e é espancada contra o chão de pedra. Eu continuo ali, sentada e encostada á parede, sem saber o que fazer e praticamente com a mente vazia. Ignorando as súplicas e os gemidos de dor de Arband e as ofensas de Cato, aquele lugar até parece bem acolhedor, com o aroma de pinheiros e algumas plantas que não conheço. Levo a mão ao cabelo e solto-o, jogando o gancho que antes o prendera para o chão. Há uma brisa suave que me faz arrepiar e penso no quanto eu queria ter trazido um casaco, por mais leve que fosse, e que Colan e Niah não me deixaram usá-lo. Levanto-me alguns minutos depois e olho para os dois garotos, um deles estendido no chão, aparentemente incosciente e com marcas arroxeadas por todo o rosto, e o outro em pé, ofegante e vermelho de raiva e ódio. Cato prepara-se para dar outro pontapé, agora na perna de Arband, quando eu o chamo:

-Cato. – a minha voz sai fraca e praticamente inaúdivel e pé de Cato embate violentamente na perna de Arband, que se remexe no chão – Cato. Cato! – consigo gritar, a minha voz inespressiva, e consigo que o meu namorado finalmente olhe para mim.

-Clo…

-Vamos embora. – Cato afasta-se repentinamente de Arband e leva as mãos ao cabelo, puxando-o com força – Você já fez o que queria, vamos embora. – viro as costas e toco na maçenata da porta do terraço – Ele está vivo ainda, certo? – pergunto cautelosamente e ouço Cato a praguejar algo.

-Você está defendendo aquele desgraçado? – a pergunta sai mais como uma acusação e sei que Cato realmente está a pensar que eu estou preocupada com o cara que tentou me estrupar.

-E isso interessa porquê? – as palavras saem dos meus lábios sem que eu lhes dê permissão e arrependo-me no momento. Claro, essas palavras não são sentidas, porque eu ficaria muito mais satisfeita se Cato realmente matasse o miserável, mas as consequências seriam graves demais, principalmente para o meu namorado. Arband é uma pessoa da Capital e eu não quero sequer imaginar o que o Presidente Snow faria se descubrisse que um de nós, que nem sequer deviamos estar vivos, matou um cidadão da Capital, principalmente um possível patrocinador (que, por norma, são a spessoas mais ricas de Panem).

-Isso interessa par quê? – Cato praticamente berra e viro o rosto a tempo de o ver a caminhar perigosamente na minha direção – Ele estava tocando você, Clove! Aquela cara ia estru…

-Vamos embora. – interrompi-o e olhei diretamente naqules olhos agora confusos, enfurecidos, magoados e preocupados – Apenas vamos embora, pode ser? Já passou, você chegou a tempo. Vamos embora. – a minha voz é extremamente calma e completamente o contrário de como me sinto naquele momento. Sinto-me suja e desesperada por poder finalmente ficar sozinha em algum lugar para poder pôr para fora as lágrimas que sei que, assim que tiverem oportunidade, jorrarão sem piedade dos meus olhos.

-Mas Clove… - não deixo que Cato termine o que ia dizer, abro a porta e saio do terraço. Posso ouvir os passos dele atrás de mim, tal como posso sentir o olhar de quase todas as pessoas em nós. “Porque é que ela está despenteada, páliada e com as mãos a tremer?”, “Porque é que ele está tão vermelho, ofegante e com uma expressão e precouapda e simultaneamente assassina?”. “Ah, caros patrocinadores, vocês ficariam chocados se soubessem”.

Ando até ao fim da sala, onde há uma porta enorme de madeira e posso ouvir a voz de Cato a chamar-me, mas ignoro. Assim que me preparo para girar a maçeneta, uma mão agarra o meu pulso. De início penso que é Cato, o que não faria muito snetindo, pois a mão é fina e com menos de metade da força da de Cato, e só quando me volto é que percebo que é Enobaria, que me fita intensamente.

-O que aconteceu, Clove? – ela me pergunta e eu encolho os ombros.

-Nada.

-Não pode ser nada, porque toda a gente ouviu gritos vindos lá do terraço. – Enobaria larga o meu pulso e olha para Cato, que está a um metros de nós e não desvia o olhard e mim – Vocês estavam discutindo?

-Não. – ele responde friamente e avança alguns passos, o suficiente para pegar na minha mão – Mas nós temos de ir agora. – com isso, Cato abre a porta e puxa-me gentilmente atrás dele. Assim que ouço a porta a fechar-se, juntamente com Enobaria a chamar-nos, largo a mão de Cato e tiro os sapatos de salto alto, jogando-os para um canto qualquer da rua. Em seguida, corro. Corro o mais que consigo com aquele vestido e com o nervosismo, o pânico, a raiva, a trizteza, a vontade de chorar e a repulsa que sinto de mim naquele momento – Clove! Clove, não! – ele grita, correndo também, mas desta vez eu sou mais rápida.

A estação onde o nosso trem está não é muito longe e em menos de dez minutos de corrida hei-de chegar lá. A brisa leve agora se transformou em vento e a minha pele esta gelada e os meus dentes batendo, mas, de certo modo, tudo isso alivia um pouco o turbilhão de emoções que estou sentindo. Não olho para trás vez nenhuma, mas sei que Cato está me seguindo, eu apenas sou mais rápida do que ele. O trem já não está muito longe e vejo que uma das portas está aberta, pelo que, assim que chego lá, entro imediatamente. Não paro de correr e vou para onde sei ser ficar o meu quarto – quarto esse que eu praticamente não uso porque fico sempre no do Cato. O meu quarto está impecavelmente arrumado, provavelmente por não ter sido usado quase nunca.

Assim que entro no quarto, o primeiro soluço inrrompa do meu peito. Parece que, de repente, peso dez vezes mais do que há segundos atrás. Começo a chorar assim que entro no quarto e nem me preocupo em fechar a porta atrás de mim. O meu rosto rápidamente é lavado pelas lágrimas e nem consigo respirar direito. Andando até ao centro do quarto, dispo bruscamente o vestido, não me importando com as consequências. Fico apenas de sutiã e calcinha e me sento no chão, tremendo, chorando e soluçando. Momentos depois, ouço passos e nem me dou ao trabalho de ver quem é. Fico ali, indefa e ridícula, e um arrepio atravessa a minha coluna quando ouço a voz de Cato, também chorosa e tão preocupada que se eu ainda não estivesse a chorar começaria naquele momento:

-Clove, me desculpa. – ele praticamente implora. Levanto o rosto e o encaro com confusão:

-De… qu… que… mer… merda… voc… você… está… fal… lando? – pergunto entre soluços e o meu choro se intensifica quando uma lágrima escorre pelo rosto de Cato. Desesperado, ele dá alguns passos na minha direção, de braços estendidos prontos para me abraçarem, mas eu olho para baixo e estendo a mão, fazendo sinal para ele parar e ficar onde está – N… Não…

-Clove… Você está chateada comigo, certo? – ele pergunta depois de fungar e se a situação não fosse tão dramática eu até riria daquela pergunta absurda – Eu não… Eu quase não cheguei a tempo e…

-Está calado, Cato! – grito antes de me levantar de repente e correr até ele. Cato não estava preparado para o que eu ia fazer, por isso, apanhado de surpresa como foi, até me espantei de não termos caído no chão quando saltei para o colo dele. Os braços de Cato seguraram-me firmemente contra ele e encostei o meu rosto no pescoço dele – Você não… Você não tem culpa, Cato! Não volte a dizer isso, ok?

-Ele… O que é ele fez com você, pequena? – ele sussurra e nesse preciso momento o choro recomeça – Não chora, Clove! Por favor não chora, eu não consigo ver você chorando.

-Me… me… des…culpa… - peço e beijo o pescoço dele. Cato afaga as minhas costas e beija o topo da minha cebça – Eu… me sinto suja.

-Quer tomar banho?- Cato pergunta gentilmente e a forma como ele me segura é tão cuidadosa como a de uma mãe segurando um filho. Abano a cabeça.

-Não posso, a Niah e o Colan…

-Eles que se fofam, Clove! – a raiva borbulha novamente na voz de Cato e o ouço suspirar, tentando se acalmar – Vá tomar um banho e demore o tempo que quiser, não se preocupe com nada, pequena. – Cato tenta me colocar no chão, mas eu me agaroo a ele ainda com mais força.

-Não. Fica comigo, Cato. – e a maneira como a minha voz sai, implorando e tão frágil como um pedaço de papel, pareçe resultar, porque Cato também me abraça com mais força – Não me idexa ficar sozinha.

-Você nunca vai ficar sozinha, Clove. Nunca, ok? – ele beija a minha testa e começa a andar até ao banheiro.

Desta vez, o trem tem uma banheira. Uma banheira branca e brilhante, enorme e cheia de botões e buracos de onde sai espuma e óleos. Cato mesneta no tampo da sanita e tira duas toalhas, colocando-as perto da bannheira. Em seguida, o meu namorado liga a torneira e água quente e com vapor começa a escorrer. Cato carrega também em alguns botões da banheira e em seguida olha para mim. Percebo que ele confuso, sem saber o que fazer e por isso a iniciativa vem da minha parte. Levo a mão ao meu rosto e limpo-o e, logo asseguir, me levanto em eaproximo de Cato. Pego na mão dele e, ainda a segurando, entro na banheira. Me acomodo na banheira e um gemido de prazer escapa dos meus lábios quando a minha pele entra em contato com a temperatura morna da água, que tem uma fina cobertura de espuma.

-A temperatura da água está boa?

-Ótima. - olho ppara Cato e reparo que os olhos dele estão normais agora, doces e gentis, tais como os do Cato que eu conehçi, o Cato inocente e intocado pela maldade da Capital.

-Você vai entrar ou vai ficar aí a olhar? – provoco com um sorrisinho que, agora, é genuíno. Cato rola os olhos e larga a minha mão, começando a despir-se.

Não me atrevo a olhá-lo enquanto o meu namorado se despe, pois sei que ficarei corada e nervosa e não quero ser apanhada em flagrante. Entõ, me distraio com a espuma. A sensação de sujidade ainda continua, mas já é menor, pois apenas a prensença de Cato melhora as coisas. É sempre assim. Sou apanhada de surpresa pelas mãos de Cato nas minhas costas e faço espaço para ele entrar. A nossa posição não é muito normal, mas é muito confortável. Cato está praticamente deitado na banheira, que tem uma almofada atrás da cabeça dele, e eu estou deitada em cima dele, o meu peito contra o de Cato. As minhas mãos enlaçam o pescoço de Cato e as deles abraçam possessivamente a minha cintura.

-Você está bem? – ele pergunta, passados alguns minutos. Eu já estou de olhos fechados e com o rosto encostado ao peito de Cato. Mais um pouco e adormeço.

-Agora estou muito melhor. Obrigada, Cato.

-Obrigada pelo quê? – ele pergunta, frustrado – Eu devia ter estado com você! Aquela miserável nem devia ter entrado no mesmo espaço que você!

-Mas ele entrou, Cato. – digo num suspiro – E você chegou mesmo a tempo de me salvar. É, você me salvou e eu agradeço por isso. Agora, me deixa dormir. – posso até imaginar Cato rolando os olhos e sinto ele beijando a minha testa.

-Eu te amo, pequena, e nunca mais vou deixar nada nem ninguém magoar você. – sorrio e beijo o peito dele.

-Eu também te amo, Cato. Não se esqueça disso, ok?

-Nunca. – e com isso, eu adormeço, me sentindo novamente protegida e segura. Não importava o que viria asseguir, esta era a prova de que eu e o Cato eramos uma equipa e que se alguém machucasse um de nós de qualquer forma, o outro estaria a postos para tornar a vida do infeliz um Inferno.


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Notas finais do capítulo

Comentem e até ao próximo capítulo! Quero ver perguntas para eles responderem!