The Ruler And The Killer escrita por Marbells


Capítulo 20
Waking up


Notas iniciais do capítulo

Ei! Voltei mais cedo, gente! Fiquei mesmo muuito contente com os comentários do capítulo anterior e lamento dizer que este capítulo não é tão grande como eu gostaria. Amanhã há mais, se vocês comentarem, é claro.
Este capítulo é mais leve do que os outros, mas isso não vai durar muito mais tempo. Daqui a pouco começa a parte mais difícil dos Jogos e também a minha preferida. Hehe.
Ah, já agora eu queria esclarecer uma coisa. Eu sei que há fanfictions - mesmo as sobre Clato - que são mais sentimentais que esta, acho eu. Mas é que eu não sou muito, hum, sentimental e acho que posso ser considerada uma versão menos sanguinária da Clove. Nunca fui muito boa a escrever sobre sentimentos, acho que sou melhor a descrever o que vejo - ou a personagem vê, neste caso - do que o que sinto. Pronto é isso.
Bom, vou parar de "falar" e desejo-vos uma boa leitura!



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Algo estava errado, muito errado. Os meus olhos estavam pesados e sentia dor em todo o meu corpo, mas isso não era suposto acontecer. A dor era semelhante áquela que eu sentia quando a Enobaria me obrigava a fazer horas extra nos treinos. Durante os treinos eu ficava ofegante e suava, mas quando o treino acabava e Enobaria me deixava ir para casa eu me sentia como se tivesse sido saltado de um penhasco e caído contra uma parede de cimento. A dor era imensa, mas, felizmente, eu também aprendera a ignorá-la. Quase que pude ouvir a voz de Enobaria a dizer “Está tudo na sua cabeça, Clove. É você quem manda, não a dor”. E foi assim que fiz, ritmando a minha respiração e tentando distrair-me com algo que não estivesse ligado a qualquer tipo de dor.

Aí lembrei-me que era suposto eu estar morta. Não sei como é estar morto, mas tenho a certeza que não é assim. Porque sinto-me viva, viva demais até. E isso está errado.

-Clove? – ouvi o meu nome e tentei abrir os olhos, mas não conseguia – Clove, você está a ouvir-me?

-Hum… - senti um toque no meu rosto. Era algo húmido e quente e se assemalhava a gotas. Eram lágrimas – O que… Cato? – ele assentiu, Cato tinha a cabeça na curva do meu pescoço e distribuía beijos nele.

-Ainda bem que você acordou. – a voz dele estava aliviada e eu não pude evitar sentir-me mal por isso. Era para eu estar morta, porra!

Abri os olhos e pestanejei durante alguns segundos. Quando já não me ardia tanto os olhos foquei-me no rosto de Cato, que, agora, estava a poucos centímetros do meu. Ele não tinha picadas no rosto, mas estava pálido e com olheiras. Mesmo assim, Cato continuava exageradamente bonito, apenas com um aspeto mais humano. Ao contrário de Cato, aposto que eu me assemelhava a um zombie.

-Oi. – tentei sorrir mas foi em vão – Estou assim há quanto tempo? – Cato beijou a minha testa e sorriu para mim. Havia um brilho nos olhos dele, um brilho de alívio e felicidade.

-Dois ou três dias, não tenho a certeza.

-Onde estamos? – olhei á minha volta e percebi que ainda não tinha estado ali antes.

-Algures na floresta. – assenti e tentei sentar-me, mas os braços de Cato me impediram e ele me lançou um olhar reprovador – Não. Você ainda está muito fraca para se levantar, Clove. – bufei e Cato rolou os olhos – Vou buscar comida e água para você, ok? – assenti novamente e ele levantou-se – Fique aí, pequena, eu já venho.

Vi Cato ir-se embora e suspirei. O sítio onde estávamos se assemelhava a uma pequena cabana. Era como se várias jangadas estivessem a fazer de paredes e de teto. As “paredes” estavam presas umas às outras por várias lianas e não havia janelas nem porta, apenas a falta de uma “parede” á minha frente. Eu estava deitada em cima de um monte de folhas enormes, mas era melhor do que nada. Ainda cansada e cheia de dores no corpo, volto a fechar os olhos e espero que Cato volte.

Minutos depois, ouvi os passos de alguém a entrar na “cabana”. Abri imediatamente os olhos e, já de faca na mão, apontei-a na direção dele. O garoto esbugalhou os olhos.

-Não! Espere!

-Porquê? – olhei para as mãos dele, onde estava uma garrafa de água e duas saquetas, uma com pão e outra com carne – Onde você arranjou isso? – perguntei sem baixar a faca e o garoto engoliu em seco.

-O… O Cato me mandou vir dar isso a você. – baixei a faca e fiz sinal para que ele se aproximasse – Ele me avisou que você podia tentar matar-me, mas não pensei que fosse verdade. – ergui uma sobrancelha.

-E porque não? – o garoto colocou a comida no chão e ajudou-me a sentar. Apoiei as costas na “parede” de madeira atrás de mim. Tive de fechar os olhos durante alguns segundos, pois ao snetar-me a minha cabeça pareceu ter começado a girar, deixando-me tonta e desorientada. Já recuperada, continuei: - É porque sou uma garota ou porque sou mais baixa que a maior parte de vocês? – ele abanou a cabeça.

-O outro garoto e você estiveram inconscientes durante quase três dias. Ele acordou umas duas ou três horas mais cedo e não conseguia mexer-se, então, como você ficou mais tempo desacordada, eu pensei que estaria pior. – sorri sarcásticamente e, lentamente, me inclinei na direção da comida e a coloquei no meu colo.

-Surpresa! – bebi um pouco de água e depois trinquei o pão – Me diga, - engoli um pedaço do pão e abri a saqueta com carne seca – de que Distrito você vem?

-Do Distrito 3. – o garoto sentou-se ao meu lado, mas no chão – Eu sou o Iann.

-Há quanto tempo estamos na arena, Iann? – ele sorriu um pouquinho e já parecia estar mais á vontade comigo, mas continuava atento.

-Sete ou oito dias, não tenho a certeza. – isso era o sufiente. Ainda faltava uma semana ou mais alguns dias para o fim dos Jogos Vorazes e, como já deu para ver, eu continuava viva.

-Agora, me explique uma coisa Iann, - fiz questão de olhar diretamente nos olhos castanhos do garoto, deixando claro que queria uma resposta verdadeira, caso contrário, ele sofreria as consequências – porque é que o Cato haveria de aceitar fazer uma aliança com você?

-Explosivos. Eu coloquei explosivos á volta dos suprimentos que vocês tinham recolhido. - o garoto começou e eu continuei a comer. Estava esfomeada e doí-me o estomâgo. Por isso é que nunca gostei de ficar mais de um dia sem comer – Por isso o Cato não veio, ele e o Marvel estão a memorizar os sítios que podem pisar sem fazer com que as minas expludam.

-Está bem, isso é suficiente. – Iann suspirou de alívio e eu continuei a comer, ignorando o garoto que não passava de mais um obstáculo entre Cato e a vitória. Mas ele nos estava a ajudar e eu valorizava o trabalho que as pessoas tinham e teria isso em consideração se, mais tarde, tivesse de ser eu a matá-lo.

-Oh, já agora, quantos tributos estão vivos? – Ian pareceu pensar durante algum tempo e depois respondeu, contando os dedos:

-Eu, você, o Cato, o Marvel, o garoto do 10 e a garota do 5, aquela com cara de raposa, os dois do Distrito 11 e do 12. – apertei a garrafa de água com tanta força que alguma água saltou para cima de mim, fazendo Iann pular de susto. Talvez até fosse bom eu não ter morrido afogada no rio ou com as picadas das teleguiadas, pois assim eu ainda tinha chances de poder matar a “Garota em Chamas” com as minhas próprias mãos.

*

Já tinha passado uma hora ou duas e, finalmente, eu já me conseguia levantar sem precisar da ajuda de Iann. O garoto parecia inteligente e sabia do que falava quando o assunto era teclonogia. Mas ele vinha do Distrito 3, pelo que isso já era de esperar.

-Já estou bem, - afirmei quando ele não me quis deixar sair da “cabana” – vou ter com o Cato e o Marvel. Tenho de decorar os sítios onde posso andar sem ser feita em pedaços. – ele abanou a cabeça, negando, e colocou-se á minha frente, impedindo-me de sair – Saia daí, Iann. Não o matei a ainda, mas não há muita coisa que me impeça de o fazer agora.

-O Cato me mandou cuidar de você e ele me disse que ele próprio trataria de me matar da pior forma possível se eu não fizesse isso. – quase ri, aquilo era muito á Cato. Mas eu era mais teimosa que aqueles dois e não queria parecer mais fraca do que já era.

-Eu asseguro-me de que você continua a viver, ok? – ele suspirou e dei dois passos para o lado, deixando-me passar – Obrigada, Iaan e, já agora, fique aí.

-Poqruê? – ele estava confuso.

-Porque, como você já disse, o meu namorado vai querer matar você e eu vou tentar distraí-lo, mas não prometo nada. – Iann engoliu em seco e abanou a cabeça, assentindo.

Apenas quando saí da “cabana” é que vi o quanto ela estava escondida. Era uma espécie de camuflagem, pois, na parte exterior, a madeira estava coberta de folhas coladas umas às outras por lama. A “cabana” estava encostada a uma parede de pedra repleta de plantas idênticas e eu dúvido que alguém que não soubesse que estava ali aquele pequeno abrigo pudesse detetá-lo e entrar nele ou destruí-lo. Cato e Iann tinham feito um bom trabalho.

Demorei cerca de vinte ou trinta minutos a chegar ao limite da floresta. Era muito mais rápido quando não tinha de estar á procura de tributos ou a caçar algum animal, mas eu continuava atenta e preparada para atacar caso fosse necessário. Não demorou muito até eu conseguir ver a pilha de suprimentos, que era em forma de uma pirâmide, perto da cornucópia. Ao lado, havia uma espécie de tenda onde estavam Cato e Marvel. Torci as mãos quando repaarei no estado trágico do rosto de Marvel e imaginei que o meu não estivesse muito diferente. O garoto do Distrito 1 tinha olheiras enormes debaixo dos olhos e alguns arranhões no rosto, assim como três picadas de vespas teleguiadas na testa e mais duas no pescoço.

Assim que me viu, Cato levantou-se e, com menos energia do que era comum, correu até mim, abraçando-me em seguida.

-Oi para você também! – brinquei, abraçando-o de volta. Os braços de Cato quase esmagavam a minha cintura e eu sabia que ia ficar uma marca, mas seria mais uma que se juntaria ao número quase incontável de cicatrizes e hematomas que eu adquirira não só na arena, mas também durante os meus anos os meus treinos no Distrito 2.

-Você não devia estar aqui, Clove. – ele disse ao beijar os meus cabelos.

-Eu estou bem. – afastei-me dele e sorri – Aquele esconderijo está muito bem feito, quase que nem o conseguia destinguir do resto da parede.

-Eu e o Iann o construímos juntos, ele mais do que eu, na verdade. Por falar em Iann, ele não estava com você? – agora sim, a reação de que eu estava á espera.

-Sim, ele estava, mas eu praticamente o obriguei a deixar-me sair. – Cato suspirou e rolou os olhos, provavelmente ele já sabia que eu ao fazer isso, mas ainda esperava que algome conseguisse manter deitado o dia todo.

-Você tinha de ficar ali, Clove! – Cato afastou-se, aborrecido – Sabe como eu me senti quando percebi que você ainda estava no lago?

-Eu estou bem agora, Cato. Esqueça isso! – Cato levou as mãos ao ar, exasperado.

-Eu não consigo! – aproximei-me dele e toquei o seu ombro – Só de pensar que vo…

-Hey, está tudo bem agora, ok? – ele fechou os olhos e, em bicos de pé, beijei-o – Você me tirou dali e me pôs boa, isso é a única coisa que deve lembrar. Você me salvou e eu estou aqui, Cato. E vamos aproveitar enquanto pode ser assim. – Cato assentiue puxou-me contra o seu corpo, beijando-me com mais agressividade, mas daquela forma que ele sabia que eu gostava tanto.


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Notas finais do capítulo

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