O Banheiro Do Terceiro Andar escrita por Hana


Capítulo 1
Beijo da morte


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal lindo. Só pra esclarecer uma coisinha. A fic terá continuação. Não sei quando, mas terá. Eu coloquei terminada apenas para alguns leitores não ficarem no meu pé perguntando sobre o próximo capitulo, pois já tenho três fics em andamento. Fofos =)
Kissus.



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17 anos...


Essa é a minha idade. Tenho olhos esverdeados assim como duas esmeraldas, não sou nem magra nem gorda, fisicamente normal. Mas, ...



Nada mais importa agora. Não importa se há minutos eu era a capitã das lideres de torcida, não importa se eu era uma das pessoas mais populares do colégio, não importa se algum dia tive sonhos. Não importa.



Porque agora nada mais resta a mim. Minha vida acabou, não existe mais propósito para alguém como eu.



Há minutos atrás meus pais e meu irmãozinho morreram em um acidente de carro. Um caminhão desgovernado andava na contra mão e bateu em cheio com o carro deles. Ambos os veículos se colidiram e capotaram em diferentes direções. Mas o irônico da história é que o motorista bêbado conseguiu sair do caminhão e fugir com apenas ferimentos leves, e a minha família ficou presa no carro. Meu pai até chegou ajudar meu irmãozinho de apenas quatro anos a sair do carro. Mas a explosão foi grande e o atingiu.



Como disse antes, eles morreram. E me deixaram sozinha nesse mundo. Ambos meus pais eram filhos únicos, não tenho tios ou primos. Meus avós por parte materna morreram, e por parte paterna minha avó só vive no hospital, e meu avô cuidando dela. Ninguém vai ficar comigo, não tenho idade o suficiente para assumir a casa, só Deus sabe o que irá acontecer.



Mas como tudo pode mudar de uma hora pra outra? Há minutos atrás eu era apenas uma estudante comum, que iria se formar, e ser uma pessoa normal. E agora o que eu sou? O que é estranho é que eu era pra ter morrido também. Hoje é feriado então apenas os alunos que quisessem podiam vir para aula hoje. Como não tinha nada a fazer em casa eu vim, mas era pra eu estar naquele carro, e morrer com a minha família. Pois meu propósito morreu ali.



Eu estava na aula de literatura no momento exato que eles morreram. Não senti nada, nada que me ligasse a eles. A aula estava divertida e eu estava rindo. Depois no quarto tempo quando recebi uma mensagem via torpedo que li secretamente da professora para ela não pegar meu celular, fiquei paralizada. Nunca chorei na escola, mas naquele momento lágrima teimosas se formaram em meus olhos, e eu chorei como um bebezinho assustado. Larguei minhas coisas lá e corri para o terceiro andar, pois tenho certeza que não me encontraram aqui.



Por que esse prédio é dos alunos que fazem cursos a parte. Não queria que ninguém me visse assim. Não quero compartilhar a minha dor com ninguém, apenas comigo mesma. Dói de mais saber de algo tão triste. Tomei minha decisão minutos atrás, não quero mais viver, simplesmente não quero.



Há meses atrás eu e meus amigos descobrimos algo surreal de mais para se acreditar. No banheiro feminino do terceiro andar, no corredor norte existe algo assustador lá dentro. Pois todas as pessoas que entram, não conseguem mais sair. Só se ouve gritos ensurdecedores. Como sou covarde de mais para me suicidar formalmente, e como não tenho nada a perder, tenho certeza que ali é o melhor lugar para a minha morte.



E assim com esse pensamento foi com que tive coragem de sair do armário de limpeza e andar calmamente até o banheiro. Sabia que depois que passasse aquelas portas não haveria mais volta pra mim, mas eu já não ligava mesmo. Ainda não tinha parado de chorar, mas eu não conseguia fazer isso, meus olhos simplesmente não me obedeciam.



Passei pelas portas, e eu mesma as fechei, a partir dali já tinha selado meu destino. Escorreguei pela porta até o chão, no qual abracei minhas pernas e fechei meus olhos, aguardando a morte. Se passou alguns minutos até que senti uma brisa gélida vir de encontro com a minha pele até então quente. Não havia janelas abertas naquele recinto o que foi bem intrigante.



Se sabia que ia morrer, porque entrou aqui?

A voz ecoou pelo recinto. Sabia que não estava mais sozinha.



Porque eu anseio pela morte.



Foi tudo o que consegui dizer. Depois ouvi uma risada um tanto medonha no fundo do lugar.



Desejas morrer? Intrigante.

No momento seguinte vi uma silhueta masculina aparecer no centro do banheiro como se fosse um truque de mágica, só que muito mais assustador. Olhei para o homem a minha frente. Pálido, bem mais alto do que eu contando que sou um pouco baixa. Seus olhos eram de fato fascinante, mais negros que dois onixs. Da mesma forma que eu o analisara, ele fazia o mesmo comigo.



Me senti meio que hipnotizada naqueles lindos olhos. Me levantei calmamente sem deixar por um segundo de olha-lo. Trajava uma calça preta, camiseta azul escura e um sobre tudo preto. Parecia que eu via a própria morte em minha frente, mas o estranho é que não o temia. Nem um pouco.



Talvez o motivo por ele me olhar tão curioso, fosse porque eu não estava gritando e esperneando pra sair daquele banheiro com medo do que fosse acontecer. Muito pelo contrário, eu escolhi por espontânea vontade estar ali.



Por um momento senti como se toda a minha dor desaparecesse. Como se por apenas alguns segundos eu não sentisse como se minha vida fosse inútil. Minha cabeça pareceu girar por um tempo, como se fosse desmaiar a qualquer momento. Mas no fundo sabia que era aquele belo par de onixs que estavam me seduzindo. Ele começou a andar em minha direção, e senti meus membros paralisados. Ele não tinha nem uma espécie de facão, arma, ou qualquer coisa pontiaguda que pudesse ferir uma pessoa.



O que era intrigante, pois se não me falhava a memória as pessoas gritavam muito ao entrar ali. E com certeza não era só pelo pânico de estar trancado em um banheiro. A cada passo que dava, tinha certeza que o ar começava a faltar em meus pulmões.



Diga-me. Por que deseja a morte?



Por que... Eu não tenho mais razões para continuar a viver.



Ele continuou a andar em minha direção até que com uma de suas mãos tocou meu rosto na região das bochechas secando o rastro de lágrimas que ainda havia ali, encurtando a pouca distância que ainda havia entre nós. Abaixou-se consideravelmente ficando a altura do meu rosto para então juntar nossos lábios como um só.



No começo foi um beijo rápido e fascinante, eu me mantinha parada como se estivesse paralisada. Depois virou um beijo mais calmo e intrigante. Mas não demorou muito até que eu não conseguisse mais resistir a seus encantos, enlacei meus braços em seu pescoço ficando quase na ponta dos pés para ficar mais perto de seu rosto. E ele como se quisesse me ajudar, me abraçou pela cintura, suspendendo-me no ar.



Ainda estava confusa em relação aos gritos que todos davam quando entravam naquele recinto. Era estranho, pois tudo que tinha ali era um homem mais lindo que já podia ter visto na vida, sedutor, e mais assustador que a própria morte. Não entendia o que de tão assustador ocorria ali. O homem misterioso foi descendo os beijos para o meu pescoço, até que...



Como se o mundo quisesse responder a minha pergunta, senti como se duas lanças pontiagudas e afiadas estivessem sendo cravadas em meu pescoço. Uma dor surreal, mas para mim... Suportável. Aquela dor não era nem um terço da dor que senti quando meus pais morreram.



Com certeza essa era a razão dos gritos. As pessoas não agüentavam suportar essa dor fisicamente, quando apenas deviam entender que a dor é algo relativo e machuca não machuca por fora, e sim por dentro.



Senti meu sangue escorrer pelo ombro, manchando minha blusa de vermelho, comecei a perder os sentidos pela falta de sangue, era como se... Já visse a morte a minha frente. Era o que eu queria. Pelo menos descobri o mistério do banheiro do terceiro andar. O que havia lá, era um...



Vampiro.



–------------ Sasuke on -------------



Ela era diferente. Sem dúvidas. Diferente de todas que já haviam entrado ali. Ela em nenhum momento gritou, ou se desesperou em salvar sua vida. Pelo contrário. Ela não queria mais viver, se desapegou a vida, estava comprovado que morreria ali mesmo sem hesitar, sem se arrepender.



Vi quando ela desmaiou em meus braços, até um pouco que surpreendente que ela tenha suportado tanto tempo, afinal quase não tinha mais sangue. E pelo que parece, minha busca de meses tinha chegado ao fim.



Perfeito.



A deitei em meus braços, e me tele transportei dali, para bem longe. Assim então chegando em casa. Na minha aconchegante, espaçosa e adorável casa. Logo que me viram, os servos vieram me atender.



Deseja algo Sasuke-sama?



Avise o meu pai, que já encontrei minha esposa.



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Notas finais do capítulo

Olha eu aqui de novo povinho. Quem me conhece sabe que eu adoro ter leitores fofos e compreensivos que leem e depois comentam. Então faça essa autora feliz e deixe um reviewn com a sua opinião, vou ficar feliz em saber dela.