Bicolor Threat escrita por Luh


Capítulo 3
Tenho Uma Conversa Com Minha Caixa de Mensagens


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, mas eu tenho uma ótima explicação.

Primeiramente, eu vou mentir se disser que eu estudei o ano todo, então é lógico que eu fiquei de recuperação. Foram dias e dias de estudo, até que finalmente acabaram as provas (Passei, uhul). Eu escrevi o capítulo quase inteiro, mas quando eu fui salvar, a internet fez o favor de cair (Eu escrevo nos docs do Nyah), e eu perdi tudo. E então, chegou o Natal. Passei o fim do ano numa casa de praia sem internet e nem computador. E depois, eu voltei para casa, sem criatividade ou força de vontade para escrever o capítulo. Mas felizmente, eu terminei o capítulo, e se vocês acharam pequeno, desculpa.

Curtam a leitura!



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Mal saímos da sorveteria, o tal garoto - Mason, que eu supunha ser um sátiro - veio na nossa direção.

– Eu falei com Quíron - ele disse - Ele disse para saírmos agora. Que temos pouco tempo antes da polícia chegar.

Seguimos ele até um carro que estava parado não muito longe. Meu braço estava doendo e eu me sentia terrível, mas eu tentei esconder. Tentei me lembrar o que acontecia com as pessoas que tinham alguma parte do corpo atacadas por um manticore. Talvez eu devesse ter prestado atenção nas aulas de latim.

Kestrela se recusou a sair de perto de mim, então tive que dividir o banco de trás com ela, que alternava o olhar entre Annabeth e Mason.

– Então... O que é esse Acampamento Meio Sangue?

– Um lugar seguro para semideuses.

– E onde fica isso?

– Long Island.

– Isso é realmente necessário?

– É.

– Vocês tem um remédio ai?

– Por que?

– O braço de Jack tá verde.

Meus olhos pararam imediatamente no meu ombro machucado. Realmente, ele estava verde, além de dolorido. Kestrela cutucou a ferida com uma cara de quem acabou de descobrir o mundo.

– Cara, isso é do caralho.

– Você realmente tem que fazer isso?

– Você acabou de me colocar num carro com uma menina que parece estar de TPM e um cara que vai se mijar nas calças se eu disser "bu". Acho que... - ela foi interrompida por um objeto voador não identificado que bateu em sua cabeça com força. Apontei e ri da cara dela, recebendo em resposta um soco na cara.

– Qual o seu problema com a cara das pessoas, débil mental?!

– Então - Mason interrompe, provavelmente temendo que eu e Kestrela façamos do banco de trás um ringue de luta livre - você sabe como usar néctar, ahn...

– Kestrela. Meu nome é Kestrela. E não, não sei como usar essa porra aí. - ela disse, franzindo o rosto para o objeto voador não identificado, que era só um cantil.

Tirei o cantil das mão dela e lancei a ela um olhar de repreensão, cuidando do meu próprio ferimento. Estava cheio da antipatia de Kestrela. Ela sempre fora insuportável, chamando briga com o primeiro que visse, exigindo a liderança em qualquer grupo de estudo e não aceitando prêmio menor que o primeiro lugar. Dois meses atrás, conheci a mãe dela e devo admitir que fiquei surpreso do exército ter aceitado uma pessoa tão doce e carinhosa, e me perguntei quem havia sido o crápula com quem ela teve a filha, e se ela estava usando alguma droga no momento em que o conheceu.

Quando terminei com meu braço, o cansaço tomou conta de mim. Deitei a cabeça na janela do carro, e pouco depois adormeci.

~

– Jack.

Abri os olhos, mas Kestrela continuou me cutucando. Dei um tapa na mão dela.

– O que foi, resto de aborto?

– Chegamos - ela apontou para fora.

Sai do carro grogue de sono, desejando mais que tudo um lugar confortável para deitar a cabeça de novo. Na nossa frente, uma colina se erguia, com um pinheiro no topo e algo brilhante nos galhos. Gemi. Eu tinha mesmo que subir aquilo? Kestrela franziu o rosto.

– Você tá sentindo esse cheiro?

– Hm, sei lá... Morango? - respondi. Ela me deu um olhar travesso.

– É. Esse lugar está repentinamente muito mais interessante.

Eu, Kes, Annabeth e Mason subimos a colina, e admito que fiquei impressionado. Na minha frente, um acampamento de verão se estendia, mas alguma coisa parecia diferente. Uma parede de escalada parece ter lava. Os cavalos tem asas. Sátiros correm atrás de garotas que repentinamente se transformam em árvores. Vários chalés juntos numa formação que parecia a letra grega Ômega. Reprimi um sorriso. Eu esperei durante anos para chegar até aqui, mas eu tinha a leve impressão que ficaria pendurado no telefone ouvindo a bronca do meu pai por horas, e talvez nem ficasse por lá durante muito tempo.

Annabeth nos guiou até uma grande construção azul e branca. Ela e Mason passaram pela porta e indicaram para que fossemos junto. Kes começou seu caminho seguindo eles, mas se virou abruptamente.

– Você não vem? - ela perguntou tão rápido que precisei de um instante para entender o que ela disse.

– Eu... Eu tenho que fazer uma ligação. Já vou.

Ela me fitou por um instante, e depois seguiu seu caminho. Me sentei nos degraus da varanda e tirei meu celular do bolso. Três novas mensagens de texto. Uma mensagem de voz. Sete ligações perdidas. Ou seja, morte instantânea. As mensagens pareciam levemente desesperadas, e pela mensagem de voz eu poderia dizer que eu iria morrer num futuro próximo. Decidi ligar - por algum motivo estranho - e tentar explicar o que tinha acontecido. Disquei o número do celular dele, mas de acordo com a voz irritante, estava "fora de área ou desligado". Liguei para casa.

Oi, você ligou para a residência dos Schmidt.

E ai?– minha voz gravada disse.

Quieto. Infelizmente, não estamos no momento, mas deixe sua mensagem e ligaremos assim que possível.

Se for eu que ouvir sua mensagem, não conte com isso!

E agora, se Jack calar a boca, deixe a sua mensagem após o sinal.

Tchau!

O famoso bip soou e eu tentei pensar no que dizer.

– Ei, pai... Sou eu. - comecei - Entããão, se lembra daquela vez que você me disse que monstros poderiam aparecer em qualquer lugar? Bem... Você estava certo. Meio que me atacou quando eu estava com a Kestrela... Aliás, você vai achar isso engraçado: ela é semideusa! Haha, que engraçado, né? Mas voltando ao assunto, eu peguei aquela sua faca e eu não consegui dar um fim no monstro, mas chegaram uma semideusa e um sátiro pra nos ajudar, e eles mataram o monstro, e ele morreu. E adivinha só: eles estavam me procurando a dezoito meses. Você sabia disso? Mas enfim, eu estou no Acampamento Meio Sangue agora, e tá tudo bem. Então tá, é isso. Eu te ligo depois.

Desliguei o telefone. Ouvi a porta sendo aberta. Me virei e Kestrela estava com a cabeça para fora, e parecia um pouco pálida.

– Hm, então, eles querem te ver. E tente não se assustar com a aparência do nosso... Como podemos chamar a pessoa que é nossa autoridade no acampamento mas só é metade humano?


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Notas finais do capítulo

Reviews? Recomendações?

(Um beijo pra quem for resto de aborto)