Raito Não É Deus escrita por ConstançaAconstante


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Yoo, Minnaaaa! Bem... essa é a primeira fic Yaoi que eu escrevo então... peguem leve comigo. Eu simplesmente acho que sempre houve algo entre L e Raito, e a ideia dessa fic veio de repente na minha cabeça, então por que não escrevê-la não é mesmo?! XD
Quero deixar EXTREMAMENTE CLARO que esta fanfiction não denigre nem promove nenhuma religião em particular, embora um Deus Absoluto seja uma das peças-chave nela.
Pode-se até dizer que o Deus retratado na fanfic é o Deus da fé cristã/judaica/etc, mas ele tem algumas características que estas religiões não pregam.
Por Favor, peço que não julguem a fanfic baseando-se nessa informação (apesar dela ser importante), gostariam que vocês a lessem antes de decidir se ela vai contra suas crenças ou se você se ofende com ela.
Obrigada, e
se puderem,
aproveitem!
Ja ne!
Até as Notas Finais do Capítulo!



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Todos sabem... todos sabem que uma vez usuário de um Death Note, a entrada dessa pessoa no Céu ou no Inferno seria vedada. Restaria a ela apenas a imensidão do vazio... eterno e completo... vazio.


Mas não para Raito Yagami. Não... não para ele.


Deus, o verdadeiro Deus, indignado, ultrajado com os atos do humano enquanto vivo, abriu uma pequena excessão: Kira, Yagami Raito, Segundo L, assassino, psicopata, justiceiro, Deus, ou como vocês preferirem chamá-lo, foi amaldiçoado pelo soberano divino, tendo que agonizar, num inferno criado só para si, metade da eternidade. A outra... a outra metade poderia descançar no vazio prometido.


Afinal... o rapaz realmente merecia isso... pretender ser Deus... imagine?! Nunca aprendera que Deus trabalha de maneira estranha? Tudo no mundo estava como deveria estar... e Yagami Raito deveria estar... pagando por sua arrogância e loucura.


Já Lawliet... foi presenteado logo que chegou ao paraíso. Ele poderia desejar o que quisesse. E Deus já sabia o que o moreno pediria... mas não tentou impedí-lo.


Ele era Deus... e tudo era como deveria ser.

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O inferno de Raito

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A dor... a dor era insuportável... não que ele tivesse a opção de suportá-la ou não.


Raito era inteligente... aliás... fora por essa inteligência que havia chegado lá. Sabia as mais variadas coisas sobre os mais variados assuntos... e dominava o assunto que se tratava de instrumentos e métodos de tortura...

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Dama de Ferro Estiramento Garrote

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Parecia que seus orgãos estavam sendo cortados, rasgados, estirados, puxados... E ao mesmo tempo... era como se a dor não existisse, como se lhe dissessem:" Ah... você é fraco... vê como chora por nada?". Mas a dor continuava... devastadora...

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Berço de Judas Pêra Cadeira de Bruxas

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O que era aquilo? Agulhas? Espadas? Serrotes? Revólveres? Vidro? Bastões? Não sabia direito dizer... só reconhecia aquele martírio.Esquecera-se de tudo: pessoas, acontecimentos, seus pecados, nem mesmo se lembrava o motivo de estar ali... Não... não tinha forças para lembrar.

Mas uma coisa ele recordava-se... algo pequeno... uma letra só... L. No entanto, era apenas aquilo, nada mais; não suportaria a agonia do esforço por apenas uma única letra.

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Banco de Tortura Potro Empalação Manivela Intestinal Serrote

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Não fazia ideia de como era a aparência física de sua alma e de seu espírito naquele momento, porém devia aparentar algo tenebroso. Cara deformada, sangue escorrendo por tudo quanto é poro e orifício talvez?

E o pior... há tempos havia perdido os sentidos, com a excessão do tato. Ah, como queria perdê-lo... não sentir mais nada.


Raito absorvia a escuridão... e era absorvido por esta.

Não via nada... apenas a escuridão...

Não ouvia nada... ouvia apenas a escuridão...

Não sentia o cheiro de nada... a não ser o da escuridão.

E a fala então? Não podia mais gritar. Perdera essa habilidade.


E como era angustiante ser incapaz disto... a dor permanecia presa em seu interior, nunca estravasada, acumulada.


Mas o que ele não sabia... era que gritava sim, mais alto que tudo.

O Diabo o ouvia.

Deus o ouvia.

O Inferno inteiro o ouvia.

Todo o Paraíso o ouvia.

O Mundo Shinigami.

Os seres humanos sentiam sua dor...


A Terra sentiria a tensão de que algo acontecia e aconteceria pela metade do resto da eternidade.

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Até os anjos... até os anjos em sua felicidade perpétua na devoção a Deus ouviam os gritos de Raito... que ele próprio não conseguia ouvir.


Mas...


Havia um anjo em especial... era bem novo, na verdade, fazia pouco tempo que chegara ao Paraíso, onde teve o privilégio de ter sua alma transformada de humana para divina.


Como era de costume, o recém-criado anjo poderia fazer um desejo a seu soberano.


Deus já sabia o que esse anjo desejaria.


E assim o faria.


Pois tudo está no lugar certo e deveria acontecer exatamente como ocorre.

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Alguém graciosamente pousou no chão de textura grotesca do inferno recentemente criado.


Esse ser... tez branca, cabelo negro e desordenado, descalço, magro, postura sempre curvada, olheiras sob os olhos, enormes olhos... que examinavam o lugar...


... Simplesmente chocado.


A aparência do lugar, como já imaginava, refletia o estado de espírito da pessoa a qual ele [o lugar] pertencia. O que não era nada bom. O lugar era... puro sangue.


Literalmente banhado em sangue.


Aquele inferno que Raito "decorara" não passava de uma sala pequena. Não havia um ponto das paredes que estivesse livre do sangue. Era tudo puramente vermelho. Com um som de fundo extremamente macabro:o grito mais ensurdecedor que já ouvira.


E o chão? Também não escapava, um lago rubro, gosmento, grudento... O "visitante" olhou para os próprios pés, totalmente cobertos de sangue, assim como a barra da calça jeans sempre desbotada. Olhou de esguelha para trás, as pontas de suas asas tinham sido manchadas também.


Se horrorizou.

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De quem era aquele sangue?!

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Se aproximou... passo por passo... lentamente... seus pés fazendo pegadas no chão "macio". Se agachou em sua maneira tão conhecida e característica, de cócoras com as mão apoiadas no joelho, e olhou o torturado.


Era... era assim que Raito se imaginava? Tão horrenda achava que deveria ser sua aparência? Era tanta assim a dor?


Raito estava tão coberto de vermelho quanto toda aquela habitação. Sua boca permanecia escancarada, gritando e gritando... Tinha uma expressão de pavor. Seu corpo inteiro estava atado por correntes grossas, os pés... as mãos atrás das costas... tudo imobilizado. Devia ser uma posição exaustiva, já que era a de joelhos. O peito, os braços, as coxas.... tudo rasgado e mutilado, e sangue saía de todo orifício imaginado: boca, nariz, orelhas, poros, olhos... que nem passavam de duas órbitas escuras.


Era aquele sangue das órbitas... lágrimas de sangue?

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Raito parecia arrependido de seus pecados.

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Mas o estava realmente?

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Para Lawliet, aquilo era o que menos importava.

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Abraçou-o fortemente, ficando de joelhos, quase completamente em cima do outro. E envolveu-o com suas enormes asas brancas.

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Esperava tomar a dor de Raito para si.

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Para que ele não sofresse nunca mais.

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Era esse seu desejo. Que tocando-o, sofreria por ele.

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E foi o que ocorreu. Aos poucos, a sanidade do rapaz foi retornando e melhorando, assim como seus sentidos e sua aparência. Não tinha mais o corpo inteiro atado, não sangrava tanto, haviam olhos em suas órbitas... Já podia cheirar, falar, ouvir, ver, sentir...


E todos esses sentidos diziam-lhe que quem o abraçava era muito familiar.

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"Ry-Ryuuzaki?", sua voz estava trêmula e atônita.


"Si-im, sou-eu, Rai-to...", tinha extrema dificuldade para falar, devido à dor. Era a mesma que a que Raito sofria antes, insuportável... insustentável... mas não vou descrevê-la novamente, dói muito a esta autora ver L sofrer...


E como sofria... "Ryuuzaki... o que está fazendo?!"


"E-u quero te prote-ger, R-raito. P-patético, não? L que-rendo p-prote-teger Kira... M-mas... eu t-te am-mo... o que pos-s-so fazer?"


Raito se remexeu, desconfortável. "Ryuuzaki... por favor, não suporte tudo sozinho. Ryuu-zaki...", neste momento, Yakami-kun se lembrou de todos, todos os seus pecados, e se arrependia destes apenas por um motivo: Lawliet padecia em dor.


Percebeu que o desejo pelo caderno o ensandeceu mais que a tortura a qual fora submetido. Fechara seus olhos para tudo... principalmente para o fato de que era apaixonado por seu próprio perseguidor. E... nossa, ele matara seu amado. Ele era o culpado.


"N-não se preo-cupe... quando o fim d-da met-t-tade da eternid-dade acabar... a dor se i-rá..."


"Você... sabe o que significa metade da eternidade?!"


"Se-sei... es-tou c-ciente".


O ex-Kira o mirou... e seu rosto assumiu uma feição de culpa e horror. Ele estava... exatamente como pensava aparentar antes. Inteiro ensanguentado, mutilado, rasgado, ele não poderia se movimentar mais, imobilizado, sempre estaria abraçando Raito, se segurava para não gritar. Mas... por algum motivo... Ryuuzaki conseguia manter um pouco de sua sanidade.

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Por que será que conseguia mantê-la?

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Raito enterrou seu rosto no pescoço do moreno, e então murmúrios baixos de lamento foram ouvidos. Ele estava chorando. Pediu, implorou para que L passasse pelo menos um pouco da dor para si, que sofressem juntos. No entanto, o moreno queria tomar as dores do outro.


Que masoquista...


Que amor perturbado...


E Raito o amava deste jeito também.


Pena que o percebeu tarde demais...

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E odiava o Death Note por isso.


Odiava Ryuuk por isso.


Odiava Remu por isso.


Odiava Misa por isso.


Odiava todos que o perseguiram por isso.


Odiava todos que o ajudaram por isso.


Odiava o mundo inteiro por isso.


Odiava Satã por isso.


Odiava Deus por isso.


Mas acima de tudo, odiava a si mesmo.


Até onde iria sua psicose quando vivo?


Sua odiosa psicose...

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"É, senhor, ele te odeia...", comentou um dos milhares anjos do Reino dos Céus, quando resolveu prestar um pouco mais de atenção no que ocorria no Inferno de Raito.


"Sim, mas não há problema nisso, é o que deve acontecer.", explicou-lhe o soberano. "Sua arrogância, suas vitórias e sua derrota. Seu amor mal sucedido em vida. Sua punição. Tudo. É seu destino, juntamente ao do anjo Lawliet, estão interligados."


"E você ainda deu um jeito de perdoá-lo e aliviá-lo, senhor..."


"É o Destino, meu servo e filho. Além do mais, perdoo a todos, amo a todos, até os que tentam se passar por mim. Você sabe disso. Todos sabem."


"O senhor também trouxe a felicidade do nosso pequeno anjo... Claro, já que também era seu destino estar junto de Raito Yagami, mesmo depois da morte... Eles devem ficar juntos... não?"


"Sim, juntos"


Silêncio, até que o anjo comentou, "Ah, Senhor, está havendo uma pequena discordância de opiniões entre o casal..."


"Sim, estou ciente, interromperei no momento certo".

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LRLRLRLRLRLRLRLRLRLRLRLRLRLRLRLRLRLRLRLRLRLRLRLR


A dor... a mesma dor de antes de repente mostrou-se na alma de Raito. No entanto mais fraca, pela metade para ser mais precisa.


Alguém dividira a dor em duas, e passou uma parte para si.

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Quem havia feito isso?

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Bem, não lhe importava. Apenas lhe importava o fato de que agora sofria junto de L. Seus esforços... igualados. Eles próprios igualados. Até no estado físico do espírito: estavam menos presos pelas cordas e correntes, o banho de sangue era menor, até as paredes mostravam alguns tons de cinza ao invés de vermelho; ambos possuíam olhos nas órbitas; os sentidos permaneciam ativos e a vontade de gritar podia ser suprimida.


Contanto, agora existiam correntes prendendo um ao outro, aproximando-os mais ainda, colando seus corpos, quase não deixando nenhum vazio entre eles.

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E era assim que deveria ser.

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Juntos.

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"Es-tou tão f-feliz, L... Eu estou c-com vo-cê...", o rapaz pálido suspirou e sorriu, ele também estava feliz. "L, e-eu... pr-preciso de v-você... Me-me des-culp-pe".


O outro assentiu, "I-Irônico, n-não? Em vi-da, tão únidos p-pelo ódio, et-ternos inimigos, m-mas na v-verd-dade..."


"S-sim."


O abraço se intensificou, mas apenas isso, nunca houve algum beijo, e nunca haveria, apenas tinham força para ficarem colados, unidos, sem se mexer.

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Juntos.

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Juntos.

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Juntos.

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Sofrendo juntos até o fim da metade da eternidade.

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E o melhor...

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Eles sabiam que ele nunca viria.





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Notas finais do capítulo

Bem, eu realmente não gostei muito de algumas partes do final, porque... QUANDO EU FUI SALVAR O TRECO ACONTECEU OUTRO TRECO MUITO DOIDO E METADE DA FANFIC FOI LÁ PRO CU DE JUDAS!
Bem, depois de algumas semanas (sim, semanas -.-') tentando me recuperar da raiva... resolvi terminá-la... Ai ai... -.-'
Espero que tenham gostado.
Se sim, mande um review, nem precisa ser comprido, um simples "Gostei" já ta ótimo.
Se não, peço que explique o motivo para que eu melhore minhas habilidades na escrita na próxima vez, se possível. XD
Ja ne! XD