Estava no meu quarto chorando e pensando nele – Daniel – como eu o amava... e meu pai não entendia isso, ele preferia acreditar nas coisas que o Nicolas falou do que acreditar na sua própria filha... Pensei em varias coisas que eu poderia fazer, mas parecia que nada daria certo. Até que tive uma ideia: eu iria fugir com o Daniel.

Tratei de dormir logo, pois no outro dia teria aula, e lá na escola eu falaria com Daniel. Acordei, tomei banho, não tomei café, estava completamente sem fome. Quando estava saindo, meu pai me chamou.

- Juliana, pode ir parando. Eu vou te acompanhar até a escola.

ÓTIMO, eu só precisava daquilo. E se meu pai visse o Daniel lá? Ele me arrancaria a força daquela escola... eu tinha que resolver aquilo o quanto antes, a cada minuto a situação parecia piorar mais.

Meu pai me largou na porta da escola e foi trabalhar, dei a volta na escola e encontrei Daniel embaixo de uma arvore. Corri para o seu lado e me joguei nos braços dele, e soluçava em meio ao choro... meu Deus, ele estava tão lindinho com aquela cara de que estava preocupado e ao mesmo não entendendo nada... dei um sorriso fraco, e tentei me acalmar para explicar o que tinha acontecido.

Ele me aninhou no seu colo, e aquilo imediatamente me fez sentir protegida, e uma pontinha de esperança finalmente surgiu em mim. Ele me olhava tão ternamente, acariciava meu corpo, me dava beijinhos na testa... por um segundo até esqueci da situação em que me encontrava.

- Daniel... a gente precisa conversar – disse, fraca

- Sobre o que? – ele parecia preocupado

Expliquei o que tinha acontecido, ele me olhava atônito. Estava sem palavras, eu via isso em seu olhar. 

- Dan, a gente precisa fugir. – disse, convicta

- O... o que? Como, mas... – ele não sabia mesmo o que dizer

- Meu amor, eu simplesmente não vou deixar de ser feliz por causa de um garoto mimado que acha que pode destruir minha vida só porque não corro mais atrás dele? E meu pai, aquele sem coração, nem quis saber o que eu sinto, simplesmente impôs sua vontade... – disse já com a voz embargada pelo choro novamente

- Tudo bem Julie, então nós vamos fugir... Você sabe que eu faria tudo por vc.

Gente como eu amo esse menino! Sério, ele é muito fofo! Sinto-me segura com ele, eu sei que ele vai cuidar de mim, então praticamente estou entregando minha vida nas mãos dele...

POV Daniel

Meu deus o pai da Julie é louco... não acredito que ele tinha a capacidade de fazer uma coisa dessas... Mas, pelo jeito ele tinha sim. Sei que não é o certo a se fazer, mas no momento, é o único jeito que poderíamos ficar juntos...

Saí da escola para a casa que Demétrius tinha me arrumado para minha nova ‘vida’. Então tratei de pegar algum dinheiro que eu tinha guardado a muito tempo, soquei algumas roupas em uma mochila qualquer e guardei minha guitarra na capa. “Essa eu não posso deixar para trás”.

Fiquei tramando alguns planos, amanhã seria o dia – sim, teria que ser o quantos antes, para o pai da Julie não ter tempo de perceber o plano, nem de descobrir que estudamos na mesma escola.

Comi algo e saí, tinha que me distrair um pouco, estava muito nervoso com essa situação, fui em direção a loja do Klaus. No meio do caminho, alguma coisa me fez tropeçar e eu quase caí – sabe aquele momento em que vc finge estar correndo para ninguém perceber que vc tropeçou em algo? Pois é... foi o que eu fiz.

- Ora, ora, ora Daniel – me apareceu Demétrius

- Argh, só me faltava essa mesmo ¬¬’ o que vc quer?

- Vejo que vc está causando mais problemas VIVO do que MORTO – apesar de parecer impossível – Vê lá eim... espero que vc pare de me dar dor de cabeça, antes que eu tenha que te matar. De novo.

O que? Não, eu não podia voltar a ser fantasma o.o ainda mais agora, quando estava dando tudo certo entre eu e a Julie... TÁ, a quem eu estava querendo enganar? Estava dando tudo errado pra nós, mas mesmo assim... era tão bom tê-la perto de mim, e eu não iria desistir de lutar por ela. NÃO MESMO.