Calor Latente escrita por Meizo


Capítulo 1
Capítulo único




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Calor Latente – Por: meilyn


Lá fora nevava intensamente. Se soubesse que começaria uma nevasca forte feito aquela, teria ido para Fairy tail desde o começo. Agora lá estava ela presa no próprio quarto junto com “ele”. Olhou de soslaio para a cama e viu um certo garoto de cabelos rosados cantarolando uma musiquinha qualquer enquanto folheava uma revista em quadrinho.

– AAH!! – Ele gritou de repente – ESTOU COM TÉDIO, LUCY!!

Lucy, que até então estava tentando ter ideias para uma nova história em sua escrivaninha, pegou um dos vários livros que ali se encontravam e jogou no garoto.

– Idiota! Deveria ter ficado junto com o Happy lá na guilda em vez de vir e invadir meu quarto! – Reclamou a loira um pouco tensa, enquanto esfregava as mãos tentando aquecê-las.

Seu corpo tremeu um pouco devido ao frio. Ficou com um pouco de inveja do garoto, que aparentemente não estava sentindo nem um pouco de frio. Lucy por um momento imaginou como deveria estar quentinho perto dele e ficou com vontade de ir se aconchegar próximo a ele. – Olhe só o que você está imaginando, Lucy! – Ela se repreendeu mentalmente.

Ficar em um lugar a sós com o dragonslayer estava abalando fortemente a sua sanidade. Ou seria melhor dizer que estava acabando com o seu autocontrole? Cerca de dois meses atrás, em uma missão ao acaso, acabara percebendo como Natsu era ao mesmo tempo fofo e atraente. Desde o dia que percebera isso, não conseguia olhá-lo da mesma maneira. E sem falar que ultimamente uma vontade de tocá-lo mais do que o necessário, havia surgido dentro de si e a estava assustando muito.

– Mas lá estava tão chaaato! E Happy não estava na guilda... Parece que ele tinha ido ajudar Wendy e a Charles em algumas compras... – Natsu disse enquanto dava uma rápida olhada no conteúdo do livro que fora jogado nele – Não sabia que você lia esse tipo de livro, Lucy...

– Que livr... – Lucy perdeu a fala ao ver a capa do tal livro – KYAA! ME DEVOLVA ISSO AGORA! – Ela gritou ao pular na direção do garoto.

Natsu, por sua vez, começou a correr pelo quarto e rir da expressão de constrangimento da garota.

– Por que está tão envergonhada?! – Ele sorriu travesso. Era tão divertido perturbá-la.

Como o não havia muito espaço sobrando para correr a vontade, Lucy acabou alcançando-o rapidamente. Em um ato impensado e um pouco louco, ela pulou em suas costas, fazendo os dois caírem rolando no chão.

– Idiota! Não é nada do que você está pensando! – Lucy dizia enquanto tentava inventar um desculpa em sua mente – Na verdade... Comprei esse livro sem querer e...

Novamente a loira ficou sem fala diante a situação. De alguma maneira inusitada, ela acabara caindo por cima de Natsu e agora se encontravam com os rostos muitos próximos. Fitavam-se intensamente. Poderiam ter ficado naquela posição por muito mais tempo, mas Lucy interrompeu aquele momento íntimo desviando o olhar.

– Ah... E-eu preciso ir ao banheiro! – Levantou-se em um pulo e correu para o banheiro, trancando a porta logo em seguida.

Lucy sentia cada vez mais confusa. Ela teve que obrigar o próprio corpo a se afastar de Natsu. Se não tivesse cessado aquele estranho clima que havia se formado entre eles, provavelmente teria feito alguma loucura pela qual acabaria se arrependendo depois. Encostou-se na porta e deslizou até sentar no chão. Abraçou os próprios joelhos e tentou refletir. – Talvez eu esteja vendo coisas, mas... Tenho quase certeza que vi um pouco de... “Alguma” coisa em seu olhar eu sei que vi! – Pensou um pouco esperançosa. Talvez Natsu não fosse tão inocente como a guilda imaginava. Ou pelo menos era isso que ela estava começando a achar.

– Não posso passar o dia inteiro aqui... Daqui a pouco ele vai achar que estou com disenteria! – Lucy levantou-se e caminhou até o espelho – Força Lucy! Você só tem que agüentar até a nevasca passar! Depois ele vai embora e você volta ao seu comportamento normal...

Lavou o rosto e olhou-se determinada no espelho. Quando teve plena certeza que estava sobre controle de suas emoções, abriu a porta e saiu do banheiro. Não ficou nem um pouco surpresa quando deu de cara com Natsu assaltando sua geladeira.

– Natsu! Você vai acabar com minha comida de novo! – A loira falou irritada. Era sempre assim. Natsu e Happy faziam o favor de devorar tudo que era comestível e depois não ajudavam a repor nada.

– Oe, Lucy! – Ele disse meio que enrolando a língua – Já passou sua diarréia?

A garota estranhou aquilo. Ele estava com as bochechas levemente coradas e parecia estar um pouco tonto. Ignorou a pergunta idiota feita por ele e arqueou uma das sobrancelhas.

– Você esta bem? – Perguntou ao se aproximar do mesmo.

– Claro que sim!

– Você está comendo o que, em?

– Ah, eu to tomando esse suco gostoso que encontrei aqui...

Lucy esbugalhou os olhos não acreditando no que via. Na mão dele repousava uma garrafa de vinho quase vazia.

– VOCÊ ESTA BÊBADO?!

– Ahn? Do que esta... – Soluçou – ...Falando?

– A minha garrafa de vinho para eventos especiais... – Choramingou – Como você a tomou tão rápido?!

A loira não podia estar mais chocada. Ficar presa no próprio quarto, com um Natsu alcoolizado em um dia de nevasca, estava longe de ser o que desejava. Parecia mais que haviam jogado uma praga nela, ou que uma onda de azar a estava afogando. Definitivamente não podia ficar pior.

– Ai, ai... Esse dia não vai ter fim? – Olhou temerosa através da janela e viu o que já esperava. A nevasca não havia diminuído nem um pouco – É... Parece que você vai ter que dormir aqui... – Falou olhando para o garoto, completamente alcoolizado, rolando no chão.

Não ia adiantar de nada repreendê-lo naquela situação. No mínimo, ele acordaria no dia seguinte com uma baita ressaca e não se lembraria de nada. Andou até seu guarda-roupa e abriu-o. Depois de vasculhar um pouco, encontrou um cobertor, relativamente grosso, adequado para o garoto utilizar. Com o cobertor em mãos, ela fechou a porta do guarda-roupa e antes que pudesse se virar sentiu seu corpo sendo puxado.

– “Puxou-a contra seu corpo, e ela pôde sentir o calor que emanava dele. Ele sorriu satisfeito diante o rubor que surgiu na face da garota. Mordeu-a levemente no pescoço e após mordeu o lóbulo da orelha. Ela respondia aos toques com pequenas arfadas...” – Natsu sussurrou na orelha da loira com a voz rouca e depois a mordeu levemente no lóbulo da orelha – Consegui repetir direito o que estava no livro?

Lucy arfou devido à proximidade. O que Natsu tinha na cabeça? Minhocas? A garota não sabia. Talvez o excesso de álcool estivesse afetando o cérebro dele.

– O-o que esta fazendo? – Lucy perguntou, tentando se afastar dele para cessar aquele contato – Você deve estar muito bêbad...

– Lucy, Lucy. – Ele sussurrou novamente próximo ao ouvido dela – Por que você faz isso, em? Quer me torturar? – Ele perguntou, passando os braços na cintura dela.

A loira parou de reagir. Aquilo estava muito estranho para ser real. – Já sei! É um sonho! Devo ter caído no sono enquanto escrevia minha história... Sim! É isso! – Ela pensou geniosa – E já que é um sonho... Eu posso fazer tudo o que eu quiser... É o meu mundo!

Girou o corpo e ficou cara a cara com o garoto de cabelos rosados. Levou uma das mãos próximo ao rosto dele e passou um dedo suavemente por sobre o lábio do mesmo.

– É um sonho, não é?

Natsu sorriu malicioso. Ao fitar aquele sorriso no garoto, Lucy achou ter encontrado uma prova que aquilo era um sonho. Afinal, o rosado era demasiadamente infantil para se expressar de tal forma.

– Você sonha comigo? – Ele aumentou o sorriso.

– Se você é meu sonho, deveria saber que sim.

E antes que o garoto falasse mais alguma coisa, selou os lábios dele com os seus. Em vez de começar com um beijo mais ameno, começou logo com um de tirar o fôlego mesmo. As suas línguas faziam uma dança envolvente que só eles poderiam fazer. Pouco a pouco o calor natural do corpo de Natsu penetrava na pele da loira, aquecendo-a. Passou os braços ao redor do pescoço dele e arranhou levemente a nuca do rapaz.

– Se eu soubesse que você beijava tão bem, teria lhe abordado há muito tempo! – Lucy disse entre arfadas, quando - por fim - faltou-lhes ar – Você é quente...

Rapidamente se envolveram em outro beijo selvagem. Aproveitando o momento, Natsu ergueu-a pela cintura, o que a fez enlaçar as pernas ao redor do tronco dele. De alguma forma conseguiram alcançar a cama, sem sequer interromperem o beijo. As mãos dela logo se concentraram em retirar a camisa do garoto, que rapidamente foi jogada em algum lugar qualquer do quarto.

– Nossa, que garota apressada! – O rosado comentou ao parar o beijo e começar a fitá-la com luxúria.

– Cala a boca e me beija! – Ela soou autoritária, com o olhar igualmente repleto de lascívia – Este é meu sonho e vai acontecer do jeito que eu quero!

Não foi preciso mais nenhuma palavra para que recomeçassem a examinar e experimentar o corpo um do outro. Naquela noite, com certeza, nenhum traço de ar frio conseguiria abaixar aquela temperatura que, conseqüentemente, dominou o quarto.


The end.


#-#-#-#


Enquanto isso... Na Fairy Tail...


– Vocês se lembram daquela vez que acabamos embebedando Natsu? – Mira perguntou sorridente.

– Nem me lembre... Foi assustador... – Levy lembrava claramente do dia em questão.

– O que foi que aconteceu? – Gajeel perguntou subitamente interessado.

Happy parou de tomar seu suco e se intrometeu na conversa.

– Aye! Parecia que ele havia comido peixe estragado!

– Na verdade, parecia que ele havia despertando uma segunda personalidade galanteadora! Ou tarada se preferir...

– Talvez aquela fosse a verdadeira personalidade dele. – Mira parecia se divertir com essa suposição – Ou será que isso acontece com todos os dragonslayers?

– E que tal se... – Cana sorriu faceira – Embebedarmos Gajeel, só para testar?

Levy levantou-se por impulso e falou veemente.

– NUNCA! NEM PENSE NISSO! – O dragonslayer do metal olhou-a surpreso, o que fez ela sentar-se e corar levemente – Afinal, não queremos outro incidente como aquele, não é? – Ela olhou em volta procurando apoio no resto do grupo que ali conversava.

– Ok, ok. Então, podemos usar a Wendy...

– Ela é só uma criança!! – Levy se exaltou novamente.

– Estamos brincando, não é Mira? – Cana gargalhou.

– Claro, claro... – Mirajane concordou, mesmo que em seu olhar um brilho indicava que a mesma havia tido uma ideia. Se Gajeel percebeu algo, nada comentou.


Fim.


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