The Last Tear escrita por Emis


Capítulo 3
Capítulo 2 - O encontro


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e continuem acompanhando.!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/241904/chapter/3

Kate (Ela não tem os olhos azuis, só para avisar, são mel.)



Depois de chorar tanto, meus olhos ficaram inchados. A Laura foi lançada do carro quando caímos. E, tudo por causa do cinto que ela não pôs.O que eu faço agora? Minha amiga morre e me deixa sozinha, nem me leva com ela. Droga, deixei ela morrer! Minha culpa, só minha!

Enquanto lamentava, ouvi passos, então fiquei alerta. Encontrei um galho, bem afiado, ao meu lado e o peguei. Depois, tentei ficar em pé.

–Quem está aí? - Perguntei, segurando firme o galho.

Ninguém respondeu.

–Que interessante, uma humana. - Alguém falou,após um tempo. Parecia ser a voz de um homem.

–Claro que sou. - Respondi olhando ao redor. Não encontrei ninguém.

–E, que ainda consegue me ouvir? - A voz perguntou, soando um pouco divertido.

–Sim, te ouço. Não sou surda. - Que pergunta mais idiota.

Uma sombra apareceu, depois foi ficando mais claro. Era um homem, como imaginava. Ele estava de frente para mim, a alguns metros de distância.

–Quem é você? - Perguntei, olhando-o.

Ele era bonito. Tinha um rosto perfeito, o nariz fino, as sobrancelhas grossas, compridas, os lábios carnudos e os olhos, os olhos eram um azul claro,mais claro que os da Laura. Pareciam ser cinzas.

–Eu? Sou um elfo. - Ele falou, se encostando na árvore, com os cabelos castanhos, escuros, caindo em seus olhos, depois cruzou os braços.

–Ah é? E eu, sou um duende. - Falei, dando uma risada. - Sério, não estou com brincadeiras. - Disse, reparando em suas roupas. Ele estava todo de preto, literalmente, a camisa, a calça e até as botas eram pretas.

–Eu também não. - Disse, dando um sorriso de leve. - Vamos ver, se você é um duende. - Ele pegou o arco que estava em suas costas e,uma flecha, depois mirou em mim.

–Hey, calma aí, amigo. - Disse, levantando a mão direita. - Eu só estava brincando. - Falei, mas era tarde. Ele atirou a flecha e eu, fechei os olhos.

Não senti nada e pensei que tinha morrido. Mas, não, a flecha passou pelos meus cabelos e acertou algo, atrás de mim. Abri os olhos e me virei. Tinha um lobo deitado, uivando e, ao seu lado, estava aquele homem com uma faca, pegando a flecha que tinha-o acertado.

–O que você está fazendo? - Perguntei, levantando a voz.

–Você não está vendo? - Ele disse, me dando um sorriso e enfiando a faca no coração do lobo. - Matando. - o lobo uivou. Porém, era um uivo diferente, algo como um grito bem forte e rouco.

–Por que? - Perguntei, dando um olhar de reprovação.

–Por que, o quê? - Ele estava sendo arrogante, limpando a faca em um pano e guardando-a no bolso da calça.

–Por que você o matou?! - Me enfureci sem motivo algum, com votade de me atirar em cima dele. - Ele já estava ferido, não precisava matá-lo! - O olhei, quando ele se levantou.

–Ele iria te matar se eu não o matasse. - Ele disse, se aproximando de mim.

–Ele era só um lobo e estava ferido. Não iria me atacar. - Eu estava tensa. Ele tinha aproximadamente 1,80m e estava bem próximo a mim.

–Tem certeza? E aquilo, você chama de lobo? - Ele respondeu, apontando para o lobo, morto. Olhei.

–Mas, o que... - Não acreditei. O "lobo", tinha virado pó. - O que aconteceu? - Disse, recompondo minha voz.

–Aquilo, não era um simples lobo. Era um filho das trevas. - Ele respondeu, me encarando com aqueles olhos cinzas, vibrantes.

–Um, o quê? - Perguntei levantando a voz, quando ele já estava andando em direção ás profundezas da floresta.

–Não importa, você não precisa saber e, pessoas estão te procurando. - Respondeu, virando-se para me olhar. - Até mais, humana. - Ele disse, falando lentamente a última palavra, depois foi embora entrando na mata.

–Espera! - Tentei alcançá-lo. - Como faço para sair daqui?! - Gritei, mas ele já tinha desaparecido, igual ao ar.

Droga.O cara aparece do nada e vai embora como se nunca estivesse aqui.E, essa porcaria de perna e cabeça que não me ajudam em nada quando estão sangrando. Merda, odeio ficar sem fazer nada em uma situação como essa.

Depois de uma hora os helicópteros apareceram para nos resgatar, mas a Laura já estava morta então só eu fui resgatada. Eu estava tonta, ao ponto de desmaiar por perda de sangue, então fui logo levada para o hospital.

Eu durmi durante a viagem e só fui acordar quando estava no quarto, cheia de fios nos braços. Senti uma mão, quente. Era o Nate, ao meu lado.

–Bom dia. - Ele disse, dando um sorriso.

–Bom dia. - Respondi, tentando me levantar, quando minha cabeça latejou de dor.

–Vai com calma. - Ele me empurrou para que eu deitasse, mas não obedeci.

–Estou bem. - Segurei sua mão, que estava no meu ombro.

–Não, você não está . Sofreu uma concussão séria e perdeu muito sangue, vai precisar ficar aqui por uma semana. 

–Tudo bem, mamãe. - Comecei a rir.

Ele me beijou na testa quando deitei.

–Que bom que você está melhor. - Falou, se sentando.

–Pode parando. - Reprovei o tom em como ele se dirigiu á mim. 

–Com o que? - Ele perguntou, sem entender.

–Com essa atuação de mãe. - Respondi, me sentindo enjoada só de mencionar a palavra "mãe".

–Ok, vamos ligar para a sua mãe. - Ele pegou o celular do bolso.

–É melhor não. - Franzi o cenho.

–Por que não? - Perguntou, preocupado.

–Porque ela não viria, está muito ocupada com seu trabalho. - Respondi com a voz fria.

–É claro que ela viria. Você sofreu um acidente, toda mãe ficaria preocupada. - Ele disse.

–Não, você não conhece minha mãe. Ela iria perguntar se eu estava bem, só isso. - Falei.

–Vamos tentar, pelos menos. - Falou, abrindo o celular.

–Não diga que eu não avisei. - Disse, em seguida dei o número do celular dela.

Depois de ter ligado, ele me disse o que ela falou e aconteceu exatamente o que eu disse. Ela perguntou se eu estava bem e disse que não daria para vir.

Comecei a rir.

–Por que você está rindo? - Ele perguntou.

–Porque isso sempre acontece. Ela nunca vem. - Parei de rir. - Até, quando eu tinha dez anos. - Eu estava séria. - Fui levada para o hospital, porque desmaiei quando uma bola me acertou, na aula de educação física, mas ela nunca veio. - Olhei para a janela, de frente para a minha cama.

–Então quem te buscou? - Ele perguntou.

–Meu pai. - Virei para olhá-lo.

–E se nós ligarmos para ele? - Me olhou dando um sorriso.

–Só se for chamada para o céu. - Falei, rindo.

–Desculpa. - Ele me evitou, desviando seu olhar.

–Tudo bem. - Disse. - Eu não me sinto mais triste, quando falo dele. - Sorri.

–Como ele morreu? - Perguntou, voltando a me olhar.

–Foi em um acidente de carro. - Falei, reparando na janela. Tinha algo estranho do lado de fora. Dava para ver um prédio e lá tinha uma árvore. Essa árvore me lembrava a floresta e o "caçador", que se proclamava "elfo".

–Quantos anos você tinha, quando ele morreu? - Perguntou.

–Dez. - Me virei, lembrando da Laura. - Quando vai ser o funeral dela? - Me senti culpada por perguntar.

–Que funeral? - Ele perguntou.

–O funeral da Laura. - Respondi. - Não te falaram? - Perguntei, sem saber o que falar.

–Não. Me falaram que depois de te resgatarem eles voltaram para buscá-la, mas não a encontraram . - Ele disse.

–Isso é impossível. - Murmurei.

–O quê? - Ele perguntou, aproximando-se.

–Ela estava morta! - Gritei, confusa, pasma e preocupada. - Não tinha como ela sair andando! - Eu estava quase chorando só de lembrar ela deitada, cheia de sangue.

–Calma, kate. - Ele falou, me dando um abraço. - Eles vão encontrá-la.

–Não, é minha culpa. - Me afastei, enxugando uma lágrima. - Eu quem vou encontrá-la. - Eu estava séria em relação a isto. - Fui eu quem a matou e sou eu quem encontrará seu corpo.

–Não, Kate. Você vai ficar aqui, se recuperando. - Nate apertou minha mão. - E o que aconteceu com ela não foi sua culpa.

–Foi sim! - Afirmei. - Fui eu quem não prestou atenção e saiu da pista. Eu, somente eu, mais ninguém. - Falei firme e sem orgulho algum. Me sentindo mais culpada ainda.

–Não. - Ele estava tentando me convencer de algo que nunca entraria na minha cabeça. - Não foi sua culpa. - Ele estava sério, muito sério. Dava até arrepios de olhá-lo.

–Se não foi minha culpa então de quem foi? - Perguntei, levantando uma sobrancelha e cruzando os braços.

–Não foi culpa de ninguém. - Ele respondeu, ainda me olhando sério. - Foi um acidente. Você desviou de um animal na estrada e perdeu o controle, saindo da pista. - Ele disse. Mas, Aquilo não era verdade. Eu nem ao menos vi um animal, parecia que algo tinha caído com força no carro e não que eu tinha batido em algo.

–Quem te contou isso? - Olhei desconfiada para ele.

–A polícia. - Respondeu.

–Você sabe se isso é verdade? - Perguntei.

–E não é? - Ele me olhou confuso. - Acharam a prova. Tinha um alce morto na estrada. - Ele afirmou.

–Bom... - Como que eu acharia uma prova de que algo realmente caiu, no carro, quando eu nem sabia o que era? - É. - Falei por fim. Eu não sabia o que dizer.

–Viu? Você não é culpada. - Falou com uma voz calma.

–Sim, eu sou. - Ele ainda não conseguia me convencer. - Você não precisa ir comigo. Eu a encontrarei sozinha. - Eu não aguentava mais ele dizer que não era minha culpa, porque era. E minha pessoa não precisava de nenhuma ajuda.

–Kate, você não pode ir agora. - Ele parecia estar pedindo quando disse.

–Por que não? - Perguntei, tirando os fios que estavam no meu braço.

–Porque agora você não está em condição para ficar em pé, muito menos correr. - Ele me impediu de tirar o último fio.

–Estou sim. - Falei como se o tivesse ameaçando. - Estou ótima. - Puxei minha mão da dele e tirei o fio do braço.

–Desisto. - Ele disse, se sentindo horrível por falar aquelas palavras. Provavelmente não gostava de perder. - Mas, vou com você. - Falou, me segurando no braço.

–Você não precisa ir. - O olhei. Ele estava me segurando forte.

–Preciso sim, Kate. - Me apertou ainda mais forte. Meu braço estava começando a ficar vermelho. - Você é minha namorada e não quero que se machuque. - Droga, agora ele acha que sou sua namorada! É um idiota se pensa que pode me controlar.

–Não, realmente não precisa. - Falei. - E, desde quando virei sua namorada? - Perguntei, pegando sua camisa e o puxando para ficar de frente para mim. Seu rosto estava a centímetros do meu.

–Desde que você me beijou. - Ele disse e eu senti sua respiração. - E desde quando eu a quis.

–Interessante seu raciocínio. - Falei, largando-o. - Porém, eu escolho meus namorados quando bem quiser. E, você ainda não está na lista. - Dei um sorriso de lado.

–Mas vou estar. - Ele disse, se levantando. - Não saia do quarto. - Falou com um tom de ordem. - Vou preencher umas papeladas e já volto. - Ele virou, antes de abrir a porta.

–Droga! - Gritei, pegando um travesseiro e o socando. - Ele pensa que é quem para falar assim comigo?! - Eu estava falando para mim mesma.

–Ele não é seu namorado? - Alguém falou, rindo.

Olhei para ver quem era. Era o caçador, ele estava ao lado da janela, com os braços cruzados.

–Não. Ele não é. - Respondi com uma voz arrogante. - Como você entrou aqui? - Franzi o cenho.

–Pela janela. - Ele apontou.

–Mas, como?! - Eu estava estupefata. Não tinha como alguém escalar um prédio.

–Bom, com os pés e depois as mãos? - Ele me olhou, dando um sorriso de lado.

–Sei. Isso deve ser bem fácil. - Revirei os olhos. Como se fosse algo óbvio escalar um prédio com os pés e as mãos.

–É, para quem não é humano então, sim. É fácil. - Ele estava andando, em minha direção. - Quer tentar? - Perguntou, estendendo a mão.

–Não, mas se você me tirar daqui então, sim. - Peguei em sua mão.

Ele sorriu, depois me carregou como se eu fosse uma princesa. O cara era forte, bem forte. Me levantou igual uma pena, como se aquilo fosse fácil.

–Segure firme. - Ele disse, quando nós estávamos na janela.

Fiz o que ele mandou e senti seus músculos, do pesoço e do braço. Eram diferentes dos de Nate, eram maiores e sua pele era macia.

–Qual o seu nome? - Perguntei.

–Keith. - Respondeu bem próximo ao meu rosto. - E você, humana? - Ele deu um sorriso, daqueles bem atraentes que você não consegue parar de olhar.

–Kate. - Disse, quando ele estava pronto para pular.

Olhei para baixo e vi que era muito alto. Nós devíamos estar no 4° andar.

–Droga. - Falei e ele deu uma risada. - Você vai pular? Comigo? - Eu estava arrepiada.

–Não. Eu vou te jogar daqui. - Respondeu.

–Você está brincando, certo? - Perguntei, não dava para saber se ele estava brincando ou não com aquele rosto sério.

–Ás vezes penso que sim. - Ele começou a rir quando o olhei insegura. - Se eu quisesse, você estaria morta há um bom tempo, humana. - Ele me olhou, parando de rir.

–Ainda bem que você não quer. - Falei, afirmando.

–Talvez, não. - Ele sorriu, depois pulou.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Last Tear" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.