The Last Tear escrita por Emis


Capítulo 18
Capítulo 17 - Meu anjo e meu demônio


Notas iniciais do capítulo

Não sei quem ainda está acompanhando ou não, mas então...Quanto tempo heim^^
Gente me da um UP aí!! Ta complicado viu^^
Avisando, provavelmente a fanfic vai ter muuuuiiitooos capítulos hehehe.
Beijos^^



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A paisagem e os dois, eu havia visto algo parecido, mas onde?

Passei a mão sobre o quadro, pregado na parede, com a imagem dos anjos caindo e se acolhendo, querendo um ao outro e ao mesmo tempo tristes, sentindo um a dor do outro. O que era aquilo? Eu conseguia sentir seus sentimentos e ao mesmo tempo não compreendia.

O céu grandioso, com o lago e a floresta. Os dois estavam fugindo ou caindo? O anjo olhava para a anja, querendo puxá-la, enquanto ela caia? Estava confuso. Os dois tinham asas e estavam caindo?

Mas isso é muito estranho. Esse quadro é muito complicado e ele, o anjo, me lembrava alguém. Muito estranho!

-O que é estranho? – Levei um susto quando a mão do Keith pousou em minha barriga, me puxando para perto dele, que estava atrás de mim, e percebi que falava em voz alta. – Então, o que é estranho? – Repetiu a pergunta, olhando do quadro para mim.

-Sua mão, é muito estranha. – Sorri, tirando a mão toda cheia de calo e cortes de perto de mim, como se fosse um peso. – Aonde vamos? – Olhei para os dois arcos que segurava e as flechas, reparando na roupa de caça que usava e uma adaga.

-Caçar. – Sorriu de lado e me entregou um arco, que pesava a chumbo.

Nós entramos na floresta de novo, pelo portal que ficava nos fundos do prédio, onde tínhamos estado naquele buraco escuro. Foi muito rápido, de um passo para o outro nós já estávamos na floresta.

-E agora? – Perguntei ao Keith, parado e prestando atenção em sei lá o que, olhando para o céu.

-Agora nós esperamos. – E sentou no mato, deixando o arco perto de si.

-Só isso?! – Eu continuava em pé, querendo satisfação. – Mas eu nem sei usar o arco direito, como vou caçar?! – E me ignorou, com os olhos fechados e em silêncio, parecendo meditar. – Merda! – Sentei sem saber o que fazer.

Passaram-se quinze minutos e nada, ele continuava parado e meditando, para piorar. Levantei, andei de um lado para o outro, sentei, brinquei com um galho, joguei fora e bufei, olhando para ele, encarando cinicamente seu rosto calmo. Esse Elfo estava me tirando do sério.

Certo, eu não tinha nada para fazer e acabei deitando na grama, olhando o céu claro e esperando não sei o quê. Um pássaro, não, uma águia. Ela estava voando em círculos, foi embora e depois de um tempo voltou, se aproximando cada vez mais, mais, e parecia vir em minha direção, ótimo! Levantei em um pulo, me aproximando do Keith como se ele fosse me proteger, claro.

Não era impressão minha, a águia apareceu do nada e foi direto para o braço do Keith, que estava erguido, esperando ela.

-O Elfo e seus animais, como se não bastasse o leão. – Revirei os olhos, me preocupando por nada.

-A humana e sua paciência, como se não bastasse a língua. – E revidou com um sorriso, se levantando e me carregando tão rápido que não tive tempo de argumentar. – Vamos á caça! – Alargou um sorriso de menino, parecendo uma criança.

A adrenalina subiu tanto que segurei forte no Keith. Tudo estava borrado, tanto que não dava para saber o que era e o que não era uma árvore. Nós estávamos, não, o Keith estava em uma velocidade absurda.

-Elfo, eu vou vomitar se você não diminuir a velocidade! – Comecei a resmungar em seu ouvido, porque eu realmente iria se ele não parasse. – Eu estou falando sério, aquele lanche não me caiu bem! – E o agarrei forte, querendo esmaga-lo. Puxei seus cabelos e a camisa com força e finalmente consegui, ele parou.

-Mas é claro, você não parou porque eu pedi! – Murmurei olhando ele pegar o arco e atirar em alguma coisa, que depois gritou igual uma besta. – Um filho das trevas? - Não sabia se era, mas pelo berro parecia e era agonizante.

-Lindo. – Respondeu, sorrindo ameaçador. Ele estava ficando louco. – Que som lindo, um grito da morte. Curioso não, por que eles gritam quando morrem? – E me olhou como se eu fosse responder. – Eles escolheram. Os Tenebris viraram o que são porque escolheram. – Sorriu satisfeito, como se eu estivesse entendendo as besteiras que ele falava.

-Primeiro, de quem você está falando? – Ele sabia que eu não estava entendendo nada e o sorriso que recebi foi de descontentamento. - Eu lá pareço uma enciclopédia dos céus, sabendo de tudo, só porque fiquei sabendo que sou um anjo? – E bufou, pegando meu braço.

-Vamos desde o início, “meu anjo”. – E me puxou para perto, sussurrando em meu ouvido, enquanto meu rosto estava em seu ombro, quase beijando seu pescoço. – Você já viu um Tenebris. O “lobo”, uivando, sua amiga no chão, morta. Lembrou? – Sussurrava gentil, me arrepiando, fazendo cada pelo da minha nuca se levantar e o meu coração a disparar, o medo estava nas palavras. Eu não queria lembrar a cena, a Laura fria, morta.

-Eu não quero mais ouvir. Eu lembrei, eu sei o que é. – Sussurrei, e como reflexo, passei os braços por cima do ombro dele, abraçando-o, querendo sentir algo. Eu queria ser acolhida, segurada e protegida, igual os dois anjos. Eu queria algo, mas o que? E então, as imagens vieram, fazendo meu humor mudar. – Eu lembrei seu idiota! – E empurrei o Keith.

-Lembrou o quê? – Agora era ele que não estava entendendo nada, só pela reação.

-A gente não teve uma relação ontem á noite. Você cuidou de mim! – Fiquei brava enquanto ele sorriu, começou a entender sobre o que eu falava e depois estava rindo até não aguentar mais.  – Por que não disse nada quando perguntei?! – E comecei a bater nele. – Keith, seu idiota! Arghh, que vergonha! E eu achando que tínhamos feito sexo! – Ele paralisou meus braços de bater contra seu peito, sorrindo galã. – Elfo estúpido! Isso é o cúmulo! – Gritei, porque não tinha o que fazer naquela situação.

-Mas, assim não é mais divertido? – Evitei o sorriso sedutor, desviando o olhar para o mato e os arcos no chão, junto ás flechas. – Já disse que é uma humana engraçada? – Voltei o olhar para os olhos cinza, querendo me dizer alguma coisa.

-Eu já entendi. Você adora me provocar! – E tirei as mãos dele de perto de mim, zangada.

-Não tanto quanto adoro matar “animais”. – Respondeu atirando a adaga em algo, que estava bem longe, depois de ouvir um grito eu sabia que era mais um filho das trevas. - Claro, um caçador adora suas presas, ainda mais quando resiste. – E sorriu para mim, atirando uma flecha na mesma direção. Outro grito, e pior.

-Sim, quando se é um caçador, algo que não está nos seus limites, meu caro Elfo. – Sorri e virei para pegar o arco. – Na boca do diabo só se ouve merda, ainda mais com o disfarce! – Murmurei brava.

-E a humana se acha santa. – Disse baixo, mas ao ponto de eu conseguir ouvir e  sorriu como se não tivesse dito nada quando voltei a encará-lo. – Perdeu algo ou espera um beijo?

-Perdi algo, que nunca foi meu. – E essa seria a sua cabeça, Elfo. Sorri propositalmente, percebendo que ele me ouviu mentalmente.

 Eu estava começando a entender essa habilidade de telepatia e poderia ser bem útil com o Keith.

-Vamos, eu ainda preciso caçar. – Ele parecia bravo e me pegou no colo quieto, pensativo.

-Cansei, e até agora eu só acertei um! – Sentei exausta, sem fôlego e com os braços quase caindo.

Depois de correr atrás de vários coelhos e alces, eu estava soando igual uma porca e o Keith nem ao menos parecia cansado, claro. Ele ficou sentado e me observando boa parte do tempo, enquanto descascava uma maçã e comia lentamente, vidrado em me observar de longe.

-Você precisa acertar pelo menos quatro para ir embora. – E pior que ele estava falando sério.

-E você vai ficar aí, até eu acertar mais quatro? – Comecei a rir, deitando na grama, achando graça de nada, só o Keith me encarando o tempo inteiro, esperando algo. – Isso é perda de tempo, eu vou levar um século!

-Então vamos esperar um século. -  Eu ri ainda mais, ironizando o que ele acabou de falar, chegando perto e erguendo a mão para eu me levantar. Que romântico, de baixo ele parecia um ser sobrenatural, um anjo com asas pretas, não, um demônio muito bonito.

-Um demônio, isso sim! – Ignorei a mão erguida e levantei sozinha, pegando o arco e duas flechas. – Você vai se arrepender, Elfo. – E lá vamos nós de novo, caçar animaizinhos.

-Não se perca! – Avisou e fui andando, tentando encontrar alguma coisa para acertar e esfregar na cara daquele elfo.

-Demônio! – Gritei depois de vinte minutos correndo, sem encontrar nada. – Inferno, Keith, onde você está?! – Ele não respondia, nem ao menos um sinal.

Idiota, não era ele que estava de guarda, caso acontecesse alguma coisa? Onde infernos ele estava?!

Ouvi um barulho bem próximo de onde eu estava e provavelmente era o Keith.

-Keith? – Perguntei, achando que era ele, mas não. Era outra pessoa, alguém que me era familiar, que eu reconhecia de algum lugar só pela presença. Ele estava me observando, atrás de algumas árvores, sem que eu pudesse vê-lo. – Quem é você? – A pessoa não disse nada, mas continuava me observando, eu sentia seu olhar em mim. – Então não vai falar? Ótimo, se for o Keith melhor ainda. – Segurei o arco firme, com a flecha no lugar e posicionei para atirar. – Então, vai continuar mudo? – Nenhuma resposta. Se for o Keith ele vai conseguir desviar, então tudo bem.

Mirei na sombra atrás de algumas árvores e me concentrei, soltando a flecha em direção a esse alguém. Nada, eu não ouvi grito, nem a voz de alguém machucado. “Ele” estava começando a me dar medo e eu só tinha mais uma flecha.

-Keith, eu sei que é você, aparece! – Estava tentando me convencer de que era ele, mas não sabia se era ou não e continuei parada. – Para de brincar, você está me deixando nervosa! – Gritei.

-Katherine. – Alguém falou, nas sombras, se aproximando lentamente e expondo o corpo. Primeiro eu vi um braço, segurando a flecha e depois as pernas, musculosa igual os braços e o abdome, que estava á mostra, com somente uma vestimenta estranha.  O que me chocou não foram as asas, mas o rosto. Era um rosto familiar, com os lábios, os olhos e os cabelos que eu reconhecia. – Katherine. – Repetiu gentilmente, me deixando hipnotizada com os lábios perfeitos e os olhos esverdeados, me encarando. Seus cabelos eram dourados e um pouco cacheado.

 -Haziel. – O nome veio por impulso como se eu soubesse que era ele. – Não. Quem é você?! – Fiquei confusa, totalmente confusa.

-Katherine, eu estava te procurando. – Ignorou minha pergunta e andou até mim. Comecei a recuar pela proximidade, a mais ou menos um metro de mim.

-Pare ou eu atiro! – Ergui o arco com a flecha, enquanto ele continuava andando e ficando cada vez mais próximo. – Eu estou falando sério!

-Então atire. – E fiz o que ele disse, mas nada aconteceu, a flecha não o tocou. Ele a segurou quando estava a centímetros do rosto. – Continua teimosa, Katherine. – E sorriu como um anjo, me lembrado uma sensação familiar de carinho e amor.

-Haziel ou seja lá qual for o seu nome, eu não me chamo Katherine. – Meu corpo estava petrificado e tenso, perdendo as forças quando ele me tocou, me olhando como se me amasse e acariciando o meu rosto.

-Eu te procurei por muito tempo. – E tudo virou um nó na minha cabeça. Calma, se acalme Kate. Um anjo brota do nada e diz que me procura, mas eu sei quem  ele é e ao mesmo tempo não. – Quem é “Keith”? – Perguntou bravo e tudo estava virando o cúmulo.

-Não, quem é você?! – Dei um passo para trás, evitando o contato com ele. – De onde você surgiu e o que você quer comigo?! – Meu nervosismo e paciência não estavam em sincronia, muito menos a minha cabeça. Eu queria fugir e estava curiosa sobre o que ele estava falando.

-Se acalme, Katherine. – Disse agarrando o meu braço e me puxando para perto de si.

-Saia de perto de mim! – O empurrei e quase tropecei se não fosse por ele me segurando.

-Você é muito teimosa, Katherine. – Haziel, esse anjo, não estava querendo me largar e me abraçou. – Finalmente a encontrei, minha Katherine. - Céus, e lá vai mais um que não sai do meu pé.

-Keith! – Gritei tanto alto quanto mentalmente. – Keith, Keith!

-Quem é o infeliz?! Você fica chamando e chamando esse tal de “Keith”! – Haziel parecia bravo a cada vez que eu chamava o elfo.

-E quem é você para ficar bravo?! – Minha paciência estava no limite. – Eu nem te conheço, mas parece que você me conhece e não quer me largar! Me solte! Keith, me ajuda! – Eu estava praticamente socando o anjo e ele não estava sentindo nada. – Droga! – E nisso uma flecha apareceu entre mim e o Haziel, fazendo-o se distanciar e eu conseguir sair de perto dele.

-Não dá nem dois minutos e você já está agarrada em alguém. – O tom de voz eu reconhecia e me fez feliz, mesmo ele sendo arrogante. – Muito sábia, Kate, foi se encontrar justamente com um anjo. Certamente inteligente. – Me olhou com desdém, encostado em uma árvore e segurando o arco e a adaga. Saí correndo até ele.

-Obrigada por estar sempre por perto, Keith. – Não foi um elogio, eu não estava nada feliz, mas ele me acalmou. Meu braço estava tremendo e ele percebeu, me agarrando bravo.

–Idiota, você sumiu do nada! – Sussurrou em meu ouvido, me abraçando cuidadosamente. Ele estava ofegante, provavelmente me procurava.

-Então você é o tal Keith. – A voz de Haziel estava medonha, ele provavelmente queria matar o Keith, mas eu não sabia o porquê. – Katherine é minha, você não tem permissão para tocá-la! – E do ruim estava indo para o pior. Ele veio com uma adaga em nossa direção e tentou acertar o Keith, mas isso não o atingiu. A rapidez dos dois era impressionante, eu não estava acompanhando direito, só os socos e os chutes eram impossíveis, ainda mais quando o Keith chutou o Haziel e lá se foi uma árvore, de erguida ela estava caída. A força era incomparável com a de um humano, aquilo estava ao alcance do anormal.

-Vai parar ou quer apanhar mais? – Keith sorriu, ao meu lado. Ele tinha alguns cortes, nos braços e no rosto, mas não queria soltar a minha mão e o Haziel nos olhava com raiva.

-Eu voltarei para busca-la, Katherine. – Disse quando já estava em pé, erguendo as asas e indo embora.

-Covarde. – Ouvi o Keith murmurar e comecei a rir.

-Não se deve brigar com anjos! – Brinquei como se estivesse dando uma bronca nele.

-E menos ainda com elfos. – Aquele sorriso não me entediava, ele me protegia. O Keith me protegia, ele era meu anjo e meu demônio. 


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Notas finais do capítulo

Alguém me da um UP! uhuu!



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