Acordei na madrugada e segui para o quarto do meu pai, bati na porta três vezes e ele me mandou entrar.

-Pai, posso falar com você? –perguntei com uma voz baixa

-Pode venha aqui. –falou e então eu acendi o abajur que estava sob a cômoda e me sentei ao seu lado

-Desculpa... –comecei a chorar em meio as palavras

-Adolescentes fazem besteira não é? –perguntou enquanto colocava a mão na minha

-Não, não é uma besteira é o meu filho, ou filha... –falei num suspiro e ele me olhou profundamente como se quisesse dizer algo. –O que foi?

-Sua mãe teve o Adam com a mesma idade que você e foi muito difícil depois disso, não quero que aconteça a  mesma coisa. –falou firme

-Você precisa contar pro Adam que ele é seu filho meu irmão, uma hora ou outra não pode esconder mais isso! –quase gritei

-Calma, eu vou falar no tempo certo e na hora certa.

-Se você não falar, pode ter certeza que eu falo. –disse olhando-o com firmeza e após um minuto de silêncio eu perguntei. -Pai, o que você vai fazer comigo?

-Eu vou fazer o que os pais fazem, apóiam. –sorriu pra mim. –Não vou mentir, estou muito decepcionado, mas isso não tem volta. –falou e então eu dei a conversa por encerrada e voltei ao meu quarto

Dessa vez foi mais fácil dormir, pois eu estava com a consciência tranquila.

-Emily, o Liam esta aqui... –John me acordou, irritado afinal ele odiava quando o Liam vinha cedo demais para cá

-Oi Amy. –entrou no quarto com a expressão triste

-Oi querido, o que houve? –perguntei me sentando

-Eu to assim, muito preocupado com a sua gravidez agora. –falou se aproximando de mim e se sentou ao meu lado me abraçando

-Ah! Que bom que você se deu conta...

-Você não entende os paparazzis só vão correr atrás de você e não vai dar pra disfarçar sua gravidez porque após alguns meses você vai ficar gorda e então eles vão contorcer essa história e eu não quero que você passe por isso... –falou passando as mãos no meu cabelo

-Estou confusa. –suspirei

-Nós podemos procurar algum apartamento ou casa e moraremos juntos! –segurou em meu ombros e eu concordei com a idéia

-Vai ser isso então? –perguntei

-Se você quiser vai sim. –ele disse sorrindo e eu sorri de volta e o abracei

-Plano A, comprar um imóvel. –falei sorrindo. –Plano B, Liam aprende a cozinhar e trocar fraldas. –eu disse rindo e dessa vez ele ficou me encarando, mas depois de um tempo ele riu

-Plano C, Emily me beija. –falou e me beijou

-Sabe... Gostei muito desse plano!

-Agora vamos, você vai ter que ir no médico. –falou me puxando e eu birrei um pouco

O caminho parecia nunca ter fim, o nervosismo só aumentava.

Chegamos lá e o médico me mandou entrar, Liam como bom pai foi junto. O médico me passou várias dietas e remédios que eu deveria tomar, sai dali com o estomago no coração e o coração na boca.

-Olha só o tanto de coisa que eu não posso comer, e olha o tanto de coisa que eu tenho que comer! –falei brava olhando a receita médica

-Calma, eu faço essa dieta com você! –ele falou sorrindo, mas sem tirar os olhos da rua

-Eu não sei o que faria sem você. –falei e ele sorriu

-Eu também não, aliás você não faria nem isso sem mim. –falou olhando literalmente para a minha barriga e eu comecei a rir

-Eu to com vontade de comer Trakinas. –falei

-Opa, vamos comprar senão nosso filho vai nascer com cara de Trakinas, mas perai Trakinas já é a sua cara. –ele falou e começou a rir sem parar como se fosse o trocadilho mais engraçado do mundo eu o encarei com uma cara confusa. –Se você não entendeu é só falar... –ele disse, mas não fazia sentido, pois eu tinha entendido

-Ok, quer saber me deixa em casa mesmo preciso conversar com alguém. –falei e foi isso que ele fez me deixou na porta de casa e se despediu com um beijo, ele tinha que ir resolver algumas coisas sobre a próxima turnê

Mal cheguei e meu celular começou a tocar, era Jessie.

-Oi Jessie! –falei com um sorriso no rosto

-Oi, você ta viva... Ainda não contou? –falou sem mais delongas

-Contei e até que eles estão felizes. –respondi

-Só queria saber se você tava bem, se  você precisar de alguma coisa meu tio faz exame de DNA na casa dele. –ela falou, pelo tempo que eu passei com ela percebi que ela tinha uma família bem estranha

-Agradeço, mas acho que não vou precisar disso. –falei

-Ta você que sabe... Vou desligar a diretora ta revistando os quartos e eu preciso esconder as drogas. –ela disse e eu fiquei boquiaberta até ela desligar

-Oi filha. –John disse chegando em casa

-Olá, vou ir falar com o Adam agora. –disse pegando minha bolsa e ele segurou no meu braço. –Nem adianta tentar me impedir! –gritei

-Tome cuidado, só isso... –ele suspirou e me permitiu passar pela porta

Andei pela calçada me pulando de linha em linha como uma retardada. Cheguei na rua que ele morava, não era assim tão longe da minha casa

-Adam! –gritei

-Emily, que saudades. –saiu da casa e me deu um abraço forte

-Também senti saudades ir... –Não continuei o que iria dizer. –Preciso te contar uma coisa. –falei sem delongas e nós nos sentamos na escada que dava acesso a porta de entrada

-O que é dessa vez? –perguntou ajeitando o cabelo e eu olhei fundo nos seus olhos

-Eu sou sua... –não consegui terminar de falar e engasguei

-Ela é sua irmã! –olhei para papai que estava a poucos metros de nós dois

-Irmã? –perguntou confuso

-Sim, e eu sou seu pai. –ele disse e abraçou Adam com uma força até maior que ele e ele ficou em prantos

-Meu pai morreu. –Adam disse

-Não, não morreu eu sou seu pai Adam, não percebe isso? –perguntou e Adam entrou correndo para dentro de casa e trouxe a nossa tia Cácia pra fora

-É verdade tia? Ele é meu pai e a Amy minha irmã? –perguntou segurando-a pelos ombros e eu a olhei com uma cara de piedade, ela o abraçou e respondeu com um sonoro “Sim” e ele começou a chorar sem parar e se sentou novamente na escada

-Adam, nunca mais vou deixar você ficar longe de mim. –falei o abraçando forte e ele correspondeu o abraço

-Vocês só vieram me procurar agora? –perguntou ele

-Não, querido é uma longa história... –papai disse e se sentou ao nosso lado, depois de um tempo ali nós voltamos para casa com uma pessoa a mais, Adam voltou a morar com a gente

Eu fiz o que sempre quis fazer, briguei com ele pelo controle remoto. Liam ficou sabendo mais rápido que o resto dos parentes e fez questão de o chamar de cunhado. Nesse mesmo dia muitos de nossos parentes vieram me dar os parabéns tanto pelo bebê quanto por ter encontrado meu irmão. Adam ficou muito feliz por brevemente se tornar titio Own.

Depois blábláblá dormir.