Depois de todo aquele “conto de fadas” totalmente invertido, e de passar à tarde com as meninas, logo anoiteceu e fui pra casa, o mais estranho é que não vi mais o David, fazia um dia que não entrava em meu quarto para ser sincera, fiquei torcendo para que visse ele trocando de roupa do outro lado da janela, mas infelizmente ele também não estava lá. O que estava havendo comigo? Seria paixão? Atração? Desejo? Ou eu simplesmente gosto do fato de correr perigo, de sentir meu coração pulsar mais forte, de sentir meu sangue fluir cada vez mais pelas minhas veias, daquela respiração ofegante, de todo aquele mistério, de todo aquele suspense, de toda aquela adrenalina, eu gostava da presença dele, e o mais engraçado é que eu não sabia nada dele, e eu estava louca para descobrir cada segredinho daquela família, e eu não ia fazer isso sozinha. Depois de ficar ali, parada olhando para a janela do quarto dele, ou supostamente eu achava que era o quarto dele, eu acordei de meus pensamentos e resolvi ir pra cozinha comer algo, já que meu estômago gritava por isso.

– Oi mãe, tem alguma coisa pra comer?

– Não sei querida, olhe na geladeira, não preparei nada hoje, estou cansada, vou tomar um banho e dormir. Beijo.

–  Então tá né. – Parece que vou ter que fazer brigadeiro. Depois de pegar todos os ingredientes e prepara-lo e coloca-lo na geladeira, esperei enquanto ficasse gelado, recebo uma mensagem dizendo: “Você fica linda de pijama. –D” era do David, com certeza, logo em seguida respondi com um: “Como conseguiu meu número? –H” “Já disse Hanna, eu consigo o que quero. –D”. Resolvi não responder a mensagem e nem comer o brigadeiro e ir deitar, era a melhor coisa que fazia: dormir.

Spencer narrando.

Chegando em casa, um dos lugares que eu não gosto muito de estar. Vejo Peter, o namorado da minha irmã mais velha Melissa.

– Spencer, oi.

– Oi, veio ver a Melissa? Ela não está, saiu com minha mãe, mais se quiser posso ligar pra ela.

– Não, eu não vim ver ela, eu vim ver você.

– Ah, precisa de algo?

– Sim preciso de você.

– De mim? – disse assustada.

– É... - ele disse se aproximando de mim, me emburrando fazendo com que eu batesse minhas costas na porta, ele ia chegando seus lábios cada vez mais perto dos meus. Logo o emburrei, mais ele não parava segurava minha cintura e meus braços com força, não podia fazer isso com minha irmã e nem ele, ela não merecia isso.

– Me solta Peter, eu vou gritar.

– Eu sei que você quer isso, qual é Spencer, não precisa fingir.

– Você está muito enganado, eu não quero nada que venha de você. Já disse, me larga.

Logo vejo o Drake, passando por ali, eu pensei: ”O que ele faz aqui?”, mas isso não importava, ainda. Ele foi se aproximando e...

– Solta ela. – ele disse com aquela voz sexy, que vez meu coração pular.

– E quem você pensa que é? – disse Peter nervoso, ele estava me assustando. Logo que ele disse isso e se virou de frente á ele, Drake respirou fundo e repetiu a frase: – Solta ela.

Mais nada fez aquele idiota do Peter soltar meu braço, que já estava ficando dolorido nessas horas. Em segundos Drake, deu um soco no meio do nariz dele, o que sangrou e o fez soltar meu braço e dar uma risadinha fraca e logo dizer entre o sorriso: – Tudo bem, eu solto, pode ficar com ela. Eu só queria brincar, nem ia demorar, mas ei, Spencer, não pense você que isso acabou por aqui. Eu te vejo depois minha querida.

Depois de ele ter dito isso e entrando no seu carro e partido, eu estava mais nervosa ainda com Drake me olhando daquele jeito, eu poderia começar meu interrogatório ou agradecer por ter me salvo de um psicopata preste a tentar me levar pra cama á força?

– De nada. – disse Drake, em tom de ironia.

– Eu já ia chegar lá.

– Não precisa. – ele sorriu ainda com um toque de ironia. Será que os irmãos dele não cansavam de ser irônicos? Por favor, né.

­– O que estava fazendo aqui?

– Além de te livrar de um safado?

– Ele não é um safado. É o namorado da minha irmã.

– Sua irmã tem um ótimo gosto para namorados.

– Ele não é assim, devia ter bebido muito.

– Avisa pra sua irmã, que seu namorado, está tendo outras atrações, não só pela irmã dela, mais por outras mulheres também.

– Como você sabe disso?

– Eu sei de tudo. – disse ele sendo convencido, até demais.

– Convencido.

– Realista.

– Ainda te acho convencido.

– E eu te acho linda. – Depois que ele disse isso, eu fiquei vermelha, dos pés á cabeça, eu sentia umas borboletas em meu estômago, e pra ajudar o Sr. Bonitão, chegava cada vez mais perto de mim, me deixando sem ter como respirar, e eu não queria sair dali, porque eu estava totalmente encantada por seus olhos, pelo seu cheiro. E ele disse sussurrando: – Boa noite. – e deu um beijo na minha bochecha, é eu estava esperando mais do que um simples beijinho na bochecha, minha vontade era de dizer isso á ele, porém a coragem, onde estava? Ele se virou e foi embora andando, desaparecendo na escuridão, me deixando ali sozinha na frente da minha casa o vendo ir embora. Eu tinha que contar isso para as garotas, mais eu não conseguia pensar e nem falar, não naquela noite, então resolvi ir deitar e descansar, onde meus pensamentos estavam fixados no Drake, naqueles lindos olhos.