Entramos no quarto desesperadas e Cassie bateu a porta com agressividade assustando o médico e a minha mãe, ali estava ela, deitada naquela cama, ligada ao soro e a um aparelho que bipava o tempo todo com uma linha que corria de cima a baixo indicando seus batimentos cardíacos.

-Mãe, o que houve?

Eu disse ainda em meu lugar, meus olhos ainda ardiam e minha voz era tremula e baixa.

-Por favor, esperem lá fora, preciso terminar os exames.

O médico disse e saímos do quarto.

Quando saímos encontramos Cristiano, o homem que deveríamos chamar de pai.

Cassie voou em cima dele e começou a soca-lo

-Cassie para!

Eu gritei para ela que começou a dizer para ele.

-O que você fez? O que você fez com ela canalha?

As pessoas no hospital ficavam olhando.

-Cassie para! Já chega!

Agarrei-a pelo braço mas ela se sacudiu e se soltou me jogando para longe, eu bati com as costas na parede.

-Olha o que você fez!

Cristiano gritou e se jogou no chão perto de mim.

-Você está bem?

-Estou!

Disse me levantando e pondo a mão na cabeça.

-Olha meninas é melhor irem para casa.

-Nossa casa fica a milhas daqui!

Cassie disse ainda de pé o olhando de cima, como se fosse superior.

-Eu vou sair daqui!

Ela disse saindo, o salto batendo no chão fazendo barulho e todas a olhavam, ela parou  de frente para uma enfermeira e pegou a caneta e a mão da mesma e anotou algo.

-Qualquer novidade sobre o estado da paciente do 174 me avise.

Ela saiu ainda com a caneta enrolando o cabelo num coque e prendendo-o com a mesma, ela se virou olhou para a enfermeira e disse:

-Obrigada pela caneta!

Fiquei paralisada no chão e a porta se fechou.

-Não, não, vai começar tudo de novo!

Disse colocando a cabeça por entre as pernas.

- O que vai começar de novo, ela vai começar agir do mesmo jeito que agia antes.

Disse olhando para ele.

-Calma!

Ele disse e me abraçou.

-Me solta, cretino! – impurrei-o. – Ela é assim por sua causa!

Me levantei e saí encontrei o carro, então abri a porta e olhei em baixo do banco.

- Não muda nhé?

Lá estava a chave, reluzente, era assim que fazíamos quando mais novas, Cassie dizia que se eu quisesse encontra-la em alguma festa era só ir com o carro da mamãe que a chave estaria em baixo do banco, nossa mãe pegava as chaves dos nossos carros para não fugirmos quando estávamos de castigo, mas Cassie sempre conseguia pegar a chave dela.

Pov Ryan On...

-Vamos vamos vamos!

Eu dizia olhando o placar do aeroporto.

“voo 177 sentido Brasil, pousado”

Pousou, vamos-la. Ta na hora de saber o que aconteceu.

Eu corri tanto que fui o primeiro a entrar no avião assim como os meninos.

***

Chegamos a casa das meninas e o portão estava aberto, então escutamos um grito e corremos soltei as malas no gramado do jardim e passei pelo mesmo correndo, o sol que brilhava no alto do céu estava tirando as minhas forças, este lugar é muito quente, os gritos não paravam de soar, escutávamos coisas sendo quebradas e meu nervosismo aumentava cada vez mais, ao saber que esse gritos eram da Cassie.

Quando entrei a sala estava totalmente destruída e eu ouvia choros.

-O que houve aqui?

Caitlin perguntou olhando em volta.

-Eu ia fazer a mesma pergunta!

Nos viramos e vimos Julietta.

- Ju! – Corremos e a abraçamos. – Que está havendo?

-Minha mãe está...

Ouvimos algo quebrar e Cassie gritar.

Olhamos para Julietta, ela soltou a bolsa no chão e subiu as escadas correndo.

-Cristiano! – Ela gritou – É melhor deixá-la em paz!

Ela entrou em um quarto que tinha uns desenhos estranhos na porta e na maçaneta havia sangue.

-Este com certeza é o quarto da Cassie, até a maçaneta tem sangue falso Justin disse.

-Não e falso Julietta disse e tentou abrir a porta, but, não funcionou.

-As daí!

Eu disse pra ela, então comecei a dar porradas na porta com o meu braço, então Justin e Chris começaram a me ajudar até que a fechadura quebrou e porta se abriu, o quarto estava vazio.

-A varanda! – Julietta apontou para umas portas grandes de vidro que tomavam a parede inteira – Ela nunca as deixa aberta.

Corremos para a varanda e Cassie estava de pé olhando para baixo como se fosse pular.

-Cassie!

Julietta gritou.

-Me deixa em paz, me deixa, eu só quero ficar com ela.

-Cassie ela está bem! Ela vai sair dessa!

-Não ela não vai ela...

-CASSIE!

Gritei em alto e bom som, então ela virou o rosto e me olhou

-Ryan?

-Eu – comecei a me aproximar – Sou eu Cassie – eu andava devagar com a mão estendida para ela – Vem, vem comigo, me conte o que aconteceu!

Ela chorava, até que eu estava bem perto, ela pegou na minha mão e eu a puxei para os meus braços, lhe apertando contra mim enquanto ela chorava e gritava.

-Shshshs! Calma! Calma!

-Vem, por aqui!

Julietta disse e nos levou para um quarto, era uma coisa mais lilás, mas doce mas calma, parecia ser o quarto da Julietta.

-Toma!
Justin trouxe um copo com água e Cassie bebeu logo em seguido cuspiu.

-Merda Justin o que fez com essa água!

-É água com açúcar!

Ele disse rindo.

-Toma banho com ela então, pra você ficar doce cassete!

Ela disse dando o copo a ele.

-Ela voltou!

 Chris disse e todos batemos palmas.

-Agora porque você estava daquele jeito?

Perguntei calmo.

-Mamãe está internada!

Julietta disse de braços cruzados, estava estranha não parecia ela.

-Não Ju, ligaram do hospital, ela morreu!