Annie Cresta - Poor Mad Girl escrita por HaymitchEscritor, emilydefarias


Capítulo 2
Capítulo 2 - O verdadeiro início


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pela demora, mas o capítulo ta ai e espero que gostem!



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O caminho pode ser longo, mas sempre se chega a seu destino. E eu cheguei ao meu. Caio com tudo na água. Água fria invade meus meus ouvidos e até acabo engolindo um pouco. Com toda certeza, se tivesse preparada para esse, literalmente, banho de água fria, teria conseguido mergulhar e ser uma das primeiras a chegar à terra firme, graças aos anos de prática em meu distrito, o quatro, porém essa piada dos idealizadores me pegou de surpresa.

Tento retornar o mais rápido que posso à superfície, emerjo e tomo uma lufada de ar. O lago parece razoavelmente fundo, mas tudo bem.

A antiga plataforma, as cercas e até os corpos dos tributos mortos desapareceram, tudo que sobrou foi um imenso ferro prateado, que supostamente segurava a plataforma, bem no meio do grande lago. O lago parece perfeitamente redondo, é cercado por imensas árvores e na direção norte, há uma montanha, e em seu cume, visível para todos os tributos que ainda vivem - a cornucópia. Aparentemente, as árvores na área onde se encontra a montanha não são tão longas como no restante da arena.

Mesmo tendo perdido alguns segundos analisando a arena, nado rápido e já estou na metade do caminho, quando vejo Peter se afogando um pouco adiante.

Como ele chegou até aqui? E como só agora está se afogando?

Muitas coisas em relação ao Peter me deixam confusa e intrigada, mas agora não é hora para isso. Nado até ele o mais rápido que posso e coloco seu braço em meu pescoço. Com um pouco mais de lentidão e cuidado, nado até a terra firme.

Quando chegou o Peter senta no chão, respira e logo se levanta.

– Vamos logo. – Diz ele. Concordo, mas antes olho para a água. Dois ou três corpos boiando na água. Um tributo afogando o outro. Alguns chegando até a terra com um pouco de esforço. Volto a cuidar da minha vida e saio correndo atrás de Peter, mas de repente me lembro

– Onde está Rony, Samanta e a garota do 5? – Pergunto, ofegando, à ele.

– Não faço a mínima ideia. Espero que estejam bem. – diz.

Continuamos correndo, e percebo que estamos indo em direção à cornucópia, mas acho que lá não há ninguém, ao menos por enquanto.

Atravessamos algumas árvores e chegamos à base da montanha. Ela parece ser ridiculamente fácil de escalar e não muito alta. Uma vez escalei algumas montanhas que existem do distrito 4 com um grande amigo. Aquele dia foi realmente muito divertido, rimos muito e foi a partir daquele dia que percebi que estava apaixonada por ele. Finnick. Odiarei nunca mais vê-lo.

Estamos quase no cume da montanha. O Peter escala na frente, parece ter experiência de um profissional, acho que aprendeu a escalar durante os treinamentos.

A primeira coisa que vejo é um imenso cone, ou melhor, chifre metálico. Nele vejo armas, mochilas e embalagens de suprimentos.

Pela visão periférica vejo algo se mexendo, saindo das árvores. Alarmada, pego a mão de Peter e aponto. Ele olha assustado, mas recupera a calma de sempre e aponta para uma moita, corres para nos esconder quando alguém grita:

– ANNIE! Olho já sentindo a morte próxima e vejo Rony e garota do 5, cujo nome não entra de jeito nenhum em minha cabeça. – Eu e Peter vamos correndo em sua direção.

–Como chegaram tão rápido? – Pergunto quase indignada.

– Ah, a Ester estava ao meu lado na plataforma. Quando tudo desabou, eu segurei em sua mão antes de atingirmos a água. A queda foi longa! – Ele ri, e continua – Nadamos rapidamente para terra firme, ela já sabia nadar, então facilitou bastante. É ótimo que vocês estejam bem, já estávamos preocupados, na verdade.

– Precisamos sair daqui o mais rápido possível, levando só as melhores e mais úteis armas, equipamentos e suprimentos. – Interrompe Peter, determinado, já entrando na cornucópia. Eu e Rony o seguimos, entretanto, Ester prefere ficar mais um pouco na entrada.

Na entrada estão tanto armas quanto suprimentos muito bons, mas decidimos adentrar mais na Cornucópia, pois chegamos a conclusão de que lá devem estar as armas e equipamentos realmente estraordináiros.

Vejo um arco, mas não pego, não teria utilidade. O Peter pega um grande bastão e uma lança, além de umas 3 mochilas cheias de suprimentos prontamente selecionados por ele. Rony pega facas, uma espada, um machado e uma rede de pesca, além de uma mochila.

O que vou pegar? No distrito 4, eu costumava pescar com meus pais e geralmente usava a rede de pesca ou um tridente, mas não vejo nenhum tridente por aqui. Olho em volta e resolvo pedir as facas ao Rony, apesar de só ter usado quando dissecava peixes. Já começando a ficar indecisa de novo, pego as facas e vou pegar uma ou duas mochilas.

Então um grito de dor ecoa pelas paredes metálicas.

Rony e Peter saem correndo, empunhando suas armas, e os acompanho.

Será que ficamos tempo demais dentro do chifre e esquecemos que havia inimigos lá fora?

Saindo do chifre vejo uma cena horripilante. A garota que eu havia acabado de gravar o nome, a garota do rosto meigo e bonito, a garota que deve ter uma família que a ama, e que era feliz no lugar onde vivia, agora está com um imenso corte na garganta jorrando sangue como um chafariz. Corte este, provocado por um garoto com um destacado 10 em sua roupa. Um ar de arrependimento e medo se estampa no rosto do garoto, de forma que chega a dá pena.

Será esse efeito que ele quer provocar? Pena?

Antes de tomar qualquer decisão sobre o garoto estar ou não arrependido, Rony lança sua rede de pesca em cima do garoto capturando-o, que assustado, cai no chão em um bolo de pessoa e rede. Rony pula imediatamente em cima do garoto, imobilizando-o.

– Annie, uma faca! – ele exclama exigente, estou perplexa demais para fazer qualquer coisa. Existe uma garota praticamente morta ali, e só o Peter foi ao seu socorro, deveríamos tentar salvara vida dela primeiro. – ANNIE, RÁPIDO.

Vou até ele, ainda perplexa, e dou-lhe a faca, ele a pega e com um único golpe tira a vida do garoto, sem hesitar. Ponho as mãos na boca e lágrimas escorrem dos meus olhos. Olho para a Ester e mais lágrimas escorrem dos meus olhos, e sei que não resistirei à tamanha crueldade. Mags disse que seria difícil, mas não sabia que seria tanto assim.

– Vamos pessoal, temos que sair logo daqui. - Peter me trás de volta ao mundo que jamais gostaria de estar, Rony tira a rede do garoto, sem um pingo de compaixão e vai caminhando com o Peter. Eu não movo um dedo, mas as lágrimas continuam a cair sem o mínimo de esforço.

– Vamos, Annie! Os outros vão chegar logo, logo. – Isso me faz despertar. Pensar que verei mais sangue, mais mortes, mais loucura. Levanto-me e vou até eles. Rony coloca o braço envolto do meu pescoço, mas isso não me conforta nem um pouco, apesar de já me sentir um pouco mais segura.

Adentramos na floresta, caminhando em passos largos por quase 20 minutos e enfim o Peter fala:

– Acho que aqui já é suficiente, mas teremos que montar vigia todas as noites. – Rony acena com a cabeça e começam a ver as mochilas.

As minhas mochilas são as mais inúteis: Um cantil vazio, uma caixa de fósforos, um pacote de biscoitos extremamente pequeno e uma mínima faca. Somando tudo, estávamos bem: uns 9 cantis de água, alimentos, cobertores, uma barraca, armas, um veneno letal é o que diz no frasco e mais algumas coisas que com certeza não terão utilidade.

Armamos a barraca e ficou decidido que, depois da divulgação dos mortos, Rony ficaria de vigia. Um pouco depois, creio que umas 2h da tarde ouvimos barulhos de canhão. Bum, bum, bum, bum, bum, bum, bum, e por fim, bum. Oito mortes em um dia. O primeiro dia. Uma sombra abrange meu coração, e ela retorna certo tempo depois, com o início do hino.

O majestoso hino que era a assinatura da Capital. O hino que tenho repudio. O hino que marca o anúncio dos mortos. O rosto do garoto do Distrito 2, Max, aparece no céu. O rosto de Eva, distrito 3, toma seu lugar. E o que eu com certeza mais lamento, o rosto de Ester. Segue-se após isso: A garota do Distrito 7, Letícia. O garoto do distrito 8, Alex. O garoto do 9, Evan. O garoto do 10, Prince. E por fim, a garota do distrito 11, Sophia.

Após essa seção de tortura, corro para dentro de nossa barraca. A angustia volta com tudo, para assombrar minha noite, para assombrar meus sonhos, o resto da minha vida. Sinto que isso estará para todo o sempre comigo, e por isso choro até pegar no sono.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado o/ Mandem Reviews.



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