– Filha? – disse minha mãe, assim que abri a porta.

– Oi, mãe. – disse trancando a porta, e quando estava indo deixar minhas coisas no sofá, minha mãe apareceu na minha frente.

– Ah, filha, tudo bem? Como foi a escola hoje? Aconteceu algo de diferente com você? – disse com um grande sorriso.

Sinceramente, não gosto quando minha mãe finge não saber do que acontece comigo, só para eu ter de contar tudo para ela. Mas, se ela fica feliz quando faço isso, não queria interrompê-la, afinal, tudo que eu queria era que aquele dia terminasse perfeito, assim como começou. Meus pais não me acompanham muito no dia-a-dia, não gosto muito de falar sobre minha vida para eles... Eu sei que são meus pais, mas não me sinto confortável. Ela ficaria feliz de saber como foi meu dia!

– Niall foi me buscar na escola hoje, mãe! Depois, fomos almoçar... E por fim, fomos dar uma volta! Nada de mais mãe! – assim que acabei de falar, já me via subindo as escadas, quando escuto minha mãe.

– Filha, vocês estão namorando? – fiquei totalmente surpresa com tamanha naturalidade de minha mãe ao me perguntar isso.

Desci o primeiro lance da escada, olhei para trás e disse:

– Não mãe... – pensei um pouco e finalizei. – Ainda! – sim! Eu havia falado aquilo... Não consigo viver um minuto se quer sem ouvir a voz do Niall. Acho que hoje que fui perceber esta triste realidade! Acho que... Não, eu não acho! Desta vez, tenho absoluta certeza, eu estava muito apaixonada pelo Niall. Não consigo me contentar vendo aquele sorriso envergonhado.

– ESPERE MINHA FILHA! O QUE VOCÊ QUIS DIZER COM O “AINDA!”? – perguntou minha mãe desesperada, subindo as escadas.

De meu quarto, que já estava com a porta totalmente trancada, apenas gritei.

– ESQUECE MÃE! ESQUEÇA O QUE EU DISSE.

– Minha filha, por favor, abra a porta! Precisamos ter uma conversa que nunca pude ter com você. – que conversa? Abri a porta.

– Entre. – disse.

– Então minha filha... – e começa agora, minha mãe me explicando como que eu nasci... – Já te expliquei como surgem os bebês, não é?

– Ah, mãe! Por favor, não é? Com licença do meu quarto! – a interrompi e fui em direção à porta, indicando que ela deveria sair.

– Não espere! – disse ela, tirando minha mão da maçaneta da porta, fechando-a. – Não era sobre isso que queria conversar com você!

– Que foi?

– Olha, sempre quis ter essa conversa com você, mas nunca tive a oportunidade, porque você nunca se interessou em se abrir para mim... – naquele momento, parecia que meu chão havia caído.

Naquela hora, fui perceber que eu e minha mãe não passávamos tanto tempo igual todas as pessoas normais. Todas as pessoas que vejo, tem suas mães presentes. Não sei como é isso, porque nunca tive.

– Me perdoe, mãe! O que a senhora gostaria de saber?

– Perdão pelo que minha filha? A culpa é totalmente minha! – ela limpou as lágrimas e continuou. – Pronto! Lágrimas já passaram... Agora me conta tudo! O que você sente pelo Niall?

– Ah, mãe... Não sei, acho que estou meio apaixonada! – disse sorrindo.

– AI QUE GRACINHA, MINHA FILHA APAIXONADA! -disse apetando minhas bochechas.

– Mãe, posso lhe dar uma dica? Quer ser uma mãe legal? –a interrompi.

– Claro, minha filha!

– Olha, primeiramente, não aperte minhas bochechas... Segundo, não fale com gírias!

– Ah, sim! Desculpe. – disse ela, concertando-se.

– Mas, mãe, eu não sei o que faço. Parece que cada segundo longe do Niall, meu coraçã... – naquela mesma hora, meu celular havia vibrado. Era Niall.

– ATENDE LOGO, MENINA! – disse minha mãe ansiosa.

– Espere, mãe! – peguei o telefone. – Alô?

– Oi, Mel! Tudo bem? – disse Niall com uma voz meio rouca.

– É... Oi, Nini!

– NINI? AI QUE MEIGO, JÁ SE CHAMAM POR APELIDOS! – afinal, o que minha mãe ainda estava fazendo lá? Onde se encontra a privacidade nesses momentos?

– Sua mãe? – disse Niall sorrindo. – Enfim, o que você irá fazer amanhã à tarde?

– Desculpe pela minha mãe... – disse envergonhada, a fuzilando com os olhos.

– Amanhã? Não tenho nada.

– Ótimo! Você pode ir ao cinema comigo? – e continuou. – Olha, como amanhã é sexta, vou te “raptar”! Irá ficar o fim de semana comigo...

Pode ser? Fim de semana? Como assim? Raptar? Então...

– Como assim, Niall James Horan? Claro que vou! – disse sorrindo.

– Perfeito! Não se preocupe que irei lhe buscar amanhã na escola, de novo.

– Tá. Então, está tudo combinado! Até amanhã, Nini...

– Tchau, Mel.

Eu mal havia desligado o telefone e:

– ENTÃO FILHA, O QUE ELE DISSE?

– É... Sabe mãe... Amanhã, ele me chamou para ir ao cinema... – tentei explicar, mas parece que ela iria ficar me interrompendo. Fui paciente.

– ESTÁ ESPERANDO O QUE? ARRUME SUA ROUPA! VÁ BEM BONITA AMANHÃ!

– Não, mãe... A senhora não está entendendo... Ele... Me chamou para passar o fim de semana com ele...

Naquele momento, o ânimo de minha mãe despencou. Seu sorriso sumiu.

– Passar o fim de semana com um menino? – uma lágrima caiu de seu rosto. – Minha filhinha cresceu.

– Pare de chorar, mãe! – disse, limpando suas lágrimas. – Se a senhora não quiser que eu vá, não tem problema! Eu fico...

– Não, filha! Você não irá ficar em casa por causa da sua mãe boba. Faço questão que você vá! Aproveite com seu menino... – então, ela levantou-se de minha cama, abriu a porta e saiu.

Meu menino? Quem dera poder chama-lo de meu. Quem me dera! Mas, até minha mãe havia dito para continuar acreditando em “nós dois”. Aliás, nem sei ao certo se havia “nós”. Acho que Niall estara realmente apaixonado por mim. Ou, poderíamos ser apenas bons e velhos amigos.

Não me imagino passando o “fim de semana” com o Niall. Onde será que iríamos? Será que iríamos nos encontrar com os meninos? Ou será que ele estava querendo um tempo a sós comigo, sem meus pais? Será muito engraçado quando descobrir o porquê disso tudo. Que grande mistério será esse? Fim de semana... Fui dormir pensando nisso. Amanhã será um grande dia!