De repente, me vi deitada em seu colo. Niall estava fazendo carinho de uma forma delicada e doce em minha cabeça. Todos no barco haviam percebido o clima que havia entre nós. Ouvíamos apenas sussurros. Então, Zayn fala:

– Vocês querem um frango aí? Olha, eu tenho de sobra, mas se vocês quiserem posso encomendar mais no Nando’s.

Rapidamente, sem pensar, Niall me tira de seu colo, levanta correndo e grita:

– EU QUERO!

Liam virou-se para Zayn com um olhar furioso e disse:

– Zayn!

– O que foi gente?– disse Zayn inocentemente.

Harry chega perto de mim e fala:

– Desculpe, Zayn é assim mesmo!

– Ah! Desculpe pelo o que? – disse, tentando disfarçar.

– Ah, você sabe do que eu estou falando. – disse ele, sorrindo com um leve toque de malícia.

Tive de sorrir também, até porque, sei que ele sabia do que estava prestes a acontecer.

– Sim, isso não tem problema...

Harry virou-se e andou em direção ao Niall. Eles conversaram por bastante tempo, não sei do que se tratava, mas vez ou outra Niall olhava para mim, com um leve sorriso envergonhado.

Enquanto Harry conversava com Niall, resolvi ficar com as meninas, Dani e El. No começo, não consegui me enturmar rápido, mas posso garantir que as duas são muito simpáticas. Procuravam sempre assuntos novos, para eu poder me entrosar. Ambas falavam de seu cotidiano, como minha vida era parada, e só sabia viver de rotina, fiquei calada.

Então, El me perguntou:

– Você e Niall estão juntos?

Bem que queria dizer que sim. Mas, infelizmente, não seria essa a resposta.

– É... não... sabe somos apenas amigos!

Dani e El se olharam e sorriram ao mesmo tempo. E ambas disseram:

– AMIGOS? Nós vimos como você e Niall se olhavam. Os olhos de vocês se encontravam, pareciam dois apaixonados...

– Só você sabe o que passa no seu coração, e quem somos nós para julgar algo? Espero que saiba o que está fazendo! Niall é um menino muito sensível. – disse Dani.

– Mas o que mudaria se ele é sensível ou não? Como havia dito, somos apenas amigos. – disse tentando escapar do assunto.

– Tudo bem, não vou interferir em sua decisão. Só não quebre aquele coraçãozinho, promete? – completou Dani.

– Prometo.

Neste exato momento, Niall chegou por traz de mim, beijou minha bochecha e sussurrou um pedido de desculpas. Dani e El saíram de perto. Ele me puxou, de uma maneira delicada para sua frente e em seguida me abraçou. Esqueci-me do mundo e só sentia aquele caloroso abraço. E para minha perturbação, o buraco negro abriu-se novamente, e começou a sequência: mãos, estômago e coração. Por um momento, todos no barco pararam o que estavam fazendo e começaram a nos observar.

De repente, meu celular começa a tocar. Era minha mãe. Então, Niall sorriu e falou:

– Atende!

– Não, ela pode esperar! Ligo mais tarde... Ela sabe que estou com voc... Ah, ela sabe onde eu estou.

Mas parece que era algo urgente. Minha mãe me ligava continuamente. Não estava entendendo o porquê de tanto desespero, afinal, ela sabia que estava com Niall. Mas como toda mãe, tem um toque de exagero com seus filhos. Deixei para lá, porque a poucos minutos, voltaria para casa.

Mas, pela grande quantidade de chamadas, resolvi atender. Escuto minha mãe ao telefone, pouco nervosa, falando:

– Filha, houve um imprevisto. Eu e seu pai, temos de ir a uma viagem de negócios para o Brasil. Você terá de ficar sozinha, por quatro dias novamente. Deixei tudo organizado em casa. Dinheiro e abasteci a dispensa. Qualquer coisa ligue para mim ou seu pai. Nós te amamos muito. Desculpe-nos, beijos.

– M...mas, mãe... Mãe?

Ela já havia desligado. Provavelmente, ela havia acabado de embarcar em seu avião. Ela e papai, não acompanham muito minha vida. Pelo fato, de terem de viajar constantemente, e seu trabalho é muito agitado. Por isso, não tem tempo para mim. Não ligo muito para isso, porque já me acostumei. Minha vida sempre foi assim, aprendi a me cuidar sozinha, desde pequena.

– O que houve? – perguntou Niall, preocupado.

– Meus pais... Eles vão ter de ir ao Brasil, e... vou ter de ficar em casa.

– SOZINHA? POR QUANTO TEMPO? – disse Niall, pouco espantado.

– Sim, acho que por uns quatro dias.

– QUATRO DIAS? Ah, sei... – finalizou com um leve toque de malícia. – Vamos subir! Está todo mundo lá em cima.

– Pode ser. – disse.

Subimos. A conversa, de repente, cessou. Deu a entender, que estavam falando de nós dois. Mas, não demonstrei ter percebido isso. Harry olhou para Niall, e fez um sinal de “legal” com o polegar. Niall afirmou com a cabeça. Bom, não entendi muito bem o que aquilo significava. Até que, nossa presença é ignorada, e o assunto volta novamente. Procurei me enturmar na conversa, afinal, a obrigação era minha. Tive de esquecer minha timidez.

Estava ficando tarde. Niall, ainda queria sair para jantar, mas recusei, porque tinha de voltar para casa. Ele me falou que seria rápido, mas continuei negando o convite. Tinha de obedecer às ordens de meus pais. Não me esqueço do dia que cheguei em casa depois das dez horas, e minha mãe me esperava furiosa na porta.

Chegando a minha casa, Niall despediu-se:

– Se precisar de algo, pode me ligar. Você já tem o meu telefone, certo?

– Sim, tenho. Mas, não precisa se preocupar comigo. Eu me viro... Tchau, obrigada!

– Não, eu me preocupo, sim! Tchau, depois te ligo.

Entrei em casa, tomei meu banho. Aquele dia estava muito frio. Peguei minha coberta, e resolvi deitar no sofá para assistir televisão. Acordei de manhã cedo e vi que havia dormido na sala. Levantei-me, e fui ver se minha mãe havia ligado. Mas, nada. Só havia um torpedo. Adivinha de quem era? Niall. Ele dizia: “Bom dia, Mel! Dormiu bem? Se arrume que 9 horas, estou passando aí, para te buscar.” Já eram 08h30min. Pronto, fui correndo me arrumar. Tomei um banho rápido, coloquei minha roupa. Assim que terminei de me arrumar, estava descendo as escadas, quando... A campainha toca! Era o Niall. Corri para a porta, mas não queria parecer desesperada.

– Oi!– disse parecendo surpresa com sua presença.

– Oi, Mel! – Niall estava com aquele sorrisinho de sempre, bochechinhas coradas, e aqueles olhos... Ahh! AQUELES olhos. – Dormiu bem?

– Sim... Estava cansada e acabei dormindo no sofá.

– Hm, mas enfim, você já está pronta?

– Claro. Para onde vamos? – disse.

– Não sei, para onde você quer ir? – perguntou Niall, com uma voz doce, me olhando com aqueles olhinhos.

Ótimo, para onde eu quisesse ir... Onde? Demorei a responder. Fui mal-educada, por não ter lhe falado para entrar. Ficamos parados na porta, para eu poder pensar. Então, finalmente, decidi:

– Hm, que tal irmos ao “London Aquarium”?

– Ótima escolha! Vamos. – Niall me chamou.

Tranquei a porta de casa. Havia esquecido de alimentar o Bobby, então, tive de voltar. Pedi desculpas para Niall. Então, fomos a caminho do Aquário.

Lá, nos divertimos bastante. Niall tem um ótimo senso de humor. E quando ele sorri, seu rosto fica vermelhinho. Mas me surpreendi com uma pergunta:

– Posso te chamar de “Mel”?

Nem lembro ao certo qual foi minha reação no momento. Não falei nada, apenas afirmei com a cabeça e sorri envergonhada. No momento, ele também sorriu com vergonha. Como Harry afirma, ele fica sem graça perto de meninas que ele gosta.

Cheguei em casa, convidei Niall para entrar, e ele aceitou. Pedi para ele me aguardar na sala, enquanto tomava banho. Quando acabei, desci as escadas e adivinha? Niall estava dormindo no meu sofá, com a televisão ligada. Obviamente, não iria manda-lo embora. Pedi para ele subir, e o convidei para se deitar em minha cama. Iria para a cama de meus pais, e ele ficaria na minha. Mas, ele meio acordado falou:

– Não! Você vai dormir comigo!

Fiquei surpresa com o que ele havia falado. Mas, concordei. Estava frio, e ele estava tremendo. Peguei algumas cobertas reservas. Dormimos abraçados por conta disso...