Irlanda do Norte, 12 de abril de 2017:

Era uma tarde de sol, na fria Irlanda ainda pertencente a coroa Britânica; Os olhos calmos e ríspidos de uma garota loira de cabelos cacheados eram bem visíveis ao sol que teimava em adentrar todas as brechas em aberto de seu apartamento. A garota por mais calma que parecesse estava com o coração cheio de dor, cheio de lágrimas e o som angustiante do amor gemia dentro do seu ser, dentro do seu 'eu'.

Sam, o nome real da tal garota, portava em suas delicadas, todavia firmes, mãos de adolescente uma folha esbranquiçada de papel e um fino lápis preto com detalhes em amarelo ouro. Sentada em cadeira que tanto parecia com uma poltrona azul turquesa, deixava seus braços e os objetos que segurava, sobrepostos sobre uma escrivaninha em tom rústico de caráter bem elegante.

Só ela sabia o que sentia, só ela tinha o conhecimento de suas angustias muitas vezes causadas pelo amor, não era qualquer amor, era sim o maior e mais fiel amor, o amor chamado, Freddwad Benson, que lhe abandonara a alguns meses, a fazendo sofrer e se entregar a uma eterna solidão, que mais parecia a morte.

Freddward ou simplesmente Freddie havia lhe deixado, não por maldade mas sim por motivos ocultos ao conhecimento de Samantha, ele nunca tinha falado o real motivo antes de partir.A Garota então começou a descrever em formas de versos, ou que sá música, seus sentimentos naquela delicada folha de papel, deixando frias e raras lagrimas cair sobre o mesmo...

"...Não vai adiantar

Querer tapar o sol

A verdade é que você

Não quer se entregar...

Sua letra era caprichada e firme porém borrada com lagrimas que teimavam, mas uma vez em cair, Sam não entendia o motivo de Freddie ter a abandonado, quando pareciam estar tão felizes, juntos, um com o outro, o complemento verdadeiro do que julgava o maior sentimento de todos, o amor.

...À magia de um abraço meu

Aos meus beijos alegrando os teus

Numa fuga incessante

Te vejo voar...

Há Muito tempo, desde sua partida, a alguns meses ela tentara em vão esquece-lo, deixa-lo ir, sem o atormentar... mas isso era em vão, era impossível seu amor, era como ponte que ligava os maiores continentes, continentes estes chamados, corações.

...Se desfaz dessa paixão

Joga fora a emoção

Insensível, faz de pedra

O recanto do amor...

Sim... Aquela fria manhã de Janeiro era como um pesadelo em sua mente, era rocha que teimava cair sobre seu corpo, rolando em uma montanha de dor, e até então... Felicidade.

Era a Alma era um, era ambos em um consumo fiel de seus corpos, unidos... consumando de uma vez por todos, o que ainda era o verdadeiro amor. Ela havia relutado alguns momentos antes, talvez por medo, mas Sam confiava em Freddie, e então se entregou...

...Não quer se entregar pra mim

Então, diz pra que inventaram o amor?

Pra machucar assim?

Tô amando sozinha, esperando você...

Depois daquela manhã, Freddie saiu em direção ao desconhecido, sem explicar o motivo de sua partida, apenas a beijou, beijou apaixonadamente com paixão, com Fé, com... amor!

...À magia de um abraço meu

Aos meus beijos alegrando os teus

Numa fuga incessante

Te vejo voar...

Samantha, enxugou de vez a penúltima lagrima, que ainda caía em seu rosto, sim a penúltima pois talvez a 'última', ainda não viera... Saiu em direção, a um local, o local onde Freddie provavelmente se encontrara agora, na verdade, Freddie estava ali, mas Sam não aceitava a partida do seu amor.

...Logo agora que eu descobri

Que os amores não nascem aqui

Vem do além a semente do amor

Coração terra fértil de flor...

Sentada em um banco de pedra e concreto fixado ao chão, perante ao um túmulo, um belo túmulo porém cheio de dor... ali estava Freddie... morto... ou como Sam preferia crer... dormindo, para que um dia acordasse e voltassem a viver com intensidade, aquilo que fora consumado na manhã que ele a deixou... ele a abandonou... era isso que ela imaginava, já que ele nunca dera noticias, ela se sentia traída pelo destino, mas o que Sam não sabia era que Freddie fora envenenado pela paixão, e tão animado estava naquela manhã, que saiu para comprar o anel, anel este que ele a daria para pedi-la em casamento.

Freddie... ninguém sabe como morreu, isso era um mistério, ou melhor ela julgava um mistério, pois não tinham muitas condições financeiras a ponto de despertar o interesse frio de bandidos, que por algum motivo, o assaltaram.

Sam tinha a firme certeza de que Freddie era sano o suficiente para reagir a um assalto a mão armada, porém algo o impedira de entregar o tal objeto que despertara o intrigante desejo aos ladrões, que nunca foram presos, porém deixaram a prisão de solidão a Sam, quando friamente depositaram o único e fatal tiro no peito de seu amado, com mais precisão ao lado esquerdo do peito... em seu coração.

Freddie queria fazer uma surpresa a Sam, e tinha guardado dinheiro por algum tempo, por mais que fosse estável sua situação financeira, passavam por algumas dificuldades pois a moeda de seu pais tinha sido bloqueada por algum motivo a certos meses, então depois de trabalhar muito conseguira juntar o dinheiro suficiente para comprar a aliança de casamento à Sam, aliança que pretendia a entregar naquela noite, noite esta que nunca chegou, ou apenas se adiantou algumas horas, o impedindo de voltar a ver o sol, e o mais belo de seus raios, Sam.

Pena que nada disso era visível ou revelado a Sam, ela apenas soube que Freddie morrera com um tiro, apenas isso, nada mais...

....Pra que inventaram o amor?

Pra machucar assim?

Tô amando sozinha, esperando você

Você...!"

Sam selou a carta com um beijo marcante por seus lábios e a deixou cair sobre o túmulo de seu amado... e assim viera a sua última lágrima.Era o que Samantha pensava, era isso que ela tinha na fiel forma de sentir, o tão triste, impiedoso e amargo...

E assim acabava, ou não, mais uma de tantas outras histórias de amor.

FIM!