- Muitas coisas não são ditas, porque pensamos que não podemos dizê-las da melhor forma¹. – comentei, sem prestar muita atenção. Mas quando parei para pensar...

Eu nunca ouvi de sua boca, aquelas palavras que tanto esperava. E mesmo assim, me enganava. Não sei se é engano ou se realmente me ama...

- Eu não me importo se sair muito emocional, e eu não me importo desde que o que você diga seja sincero¹. – sorri completando, observando aquele belo garoto em minha frente.

Seja sincero uma vez... Diga-me o que realmente sente.

- Haku... Como eu devo agir com você...? – ele corou levemente me olhando timidamente

- Você quer saber como me tocar...? Bem, é fácil¹. – ri lhe contemplando – Lembra-se de quando tentei, falhamente, lhe ensinar a tocar piano? – ele acenou – Oh, é como tocar piano, eu não me importo se você errar algumas notas: você não tem que ser um Mozart, se você tocar com seu coração¹.

- O que quer dizer com isso? – ele perguntou confuso

- Use seu coração e seja sincero. – expliquei de forma mais simples – Não precisa tentar ser perfeito, nem precisa ficar se preocupando com tudo o mais. Só aja como sente que deve agir. – dei de ombros – Somos amigos, não somos?

- M-Mas... – ele gaguejou abaixando o olhar – E-Eu... Haku, eu...

- Eu sei que quando algo é falado em voz alta você não pode tomá-los de volta, mas não seja muito orgulhoso para arriscar¹. – o interrompi – Se você falar uma mentira, só estará machucando... Tanto a si mesmo quanto ao próximo. – sorri um pouco – Só fale se tiver certeza, Teito.

- Mas eu tenho certeza, Haku! – ele cruzou os braços e fez bico – Eu realmente gosto de você!

- Teito...! – senti-me imensamente feliz – Eu esperei mil anos para essa época, estou impressionado ao ponto onde eu estou cego². – sorri – Eu te amo, Teito.

- Eu também te amo, Hakuren. – ele se jogou em mim, me abraçando com força.

Oh, do jeito que você está tocando aquele piano parece que tenho um Mozart só para mim. Do jeito que você vai e vem por essas teclas, soa como uma sinfonia pra mim.¹

- Teito... Meu Teito... – o abracei com mais força ainda, quase nos fundindo – Eu te amo. – beijei o alto de sua cabeça com leveza antes de erguer seu rosto. Vi que ele derramava lágrimas – Por que choras?

- E eu esperei mil anos para essa época, minhas lágrimas inundam através de um vasto oceano². – ele riu – Eu estive esperando durante tanto tempo, Haku... Que simplesmente não consegui mais segurar essas lágrimas. Mas são lágrimas de emoção, pois meu sofrimento virou felicidade quando ouvi suas palavras.

- Oh, meu pequeno. – puxei seu rosto e depositei um beijo em seus lábios. Um beijo cálido e doce – Eu te amo, Teito. – sussurrei

- Eu também, Haku. – ele afundou a cabeça em meu pescoço – Por que... Nunca disse nada antes? – ele suspirou após algum tempo

- Eu tinha medo. Medo de que você não sentisse o mesmo que eu. – respondi sinceramente – Quando eu quis te contar, eu cometi um erro. Me afastei³.

- Então, quando de repente virou tão distante... Foi por isso? – ele ergueu a cabeça

- É, algo do tipo. – ri – Mas agora estamos juntos... Eu te amo, Teito. – repeti só por segurança – Sempre amei. – beijei-lhe novamente – Se cada interação inicia uma reação em cadeia4, então o nosso encontro desencadeou o nosso momento de amor. O momento aonde você poderia perdoar a si mesmo... E eu poderia esquecer sobre aquela dor. Porque fomos feitos para superar tudo juntos.

Ele sorriu e me beijou. Porque não precisávamos de mais nada, só a presença do outro já era o que precisávamos. Amar é aceitar o outro e a si própria no mesmo equilíbrio... Sentir que estamos completos pelo simples fato de nos vermos... Eu sempre busquei isso em meu íntimo...

Só faltava você, Teito.