Zayn's POV:

–Sigam-me por favor. –A enfermeira falou e assim fizemos. Fomos até uma sala sem ninguém, apenas com umas cadeiras perto de uma maca pela qual Mauren estava deitada. As paredes eram brancas, tanto quanto Mauren. Ela estava com uma aparência feia, cheia de aparelhos ajudando-a a respirar, uns apitavam os batimentos cardíacos dela e vários outros que eu não tenho a mínima ideia para que serve. –Eu vou esperar vocês de longe.

Eu não posso chorar, eu não posso parecer fraca mas, ao ver Mauren deitada naquela maca, sem poder fazer nada, era praticamente impossível me mostrar forte. Ela estáva gelada e pálida. Poderia até dizer que estava morta se não fosse aqueles olhos escuros, quase fechados, sem brilho. Os cabelos dela estavam todos despenteados, a boca da mesma cor do resto do corpo. Eu queria fugir dali e levar ela junto comigo, mas não, eu não podia. Fomos até ela e passei a mão pelo cabelo dela. Ela suspirou. Me arrepiei com os bips daquele aparelho do coração dela. Eu estava acabado. Eu não consegui falar uma palavra sequer, mal comi. O amor da minha vida estava ali, sem forças...

-Ei, como tá te sentindo? -Carol falou sentando-se na berada da cama e apertando a mão de Mauren. - Me diz que não foi culpa da minha comida isso tudo né...

Mauren fez um gesto de quem tentava falar mas não conseguia. Vi uma lágrima cair do rosto de Carol e eu ligeramente sequei-a. 

-Fale com a gente!

Ela arregalou os olhos e tentou falar mas não conseguia. Então ela deu um suspiro.

-Já sei, quer escrever? PEraí, vou pegar um papel e uma caneta... -Carol falou pegando algo dentro da bolsa. Ela tirou uma folha com uma caneta e entregou no colo de Mauren. -Ó.

Mauren com dificuldade conseguiu escrever.

"cadê os meninos e as meninas?"

-Os meninos foram no estúdio gravar amor. Eu não posso ir junto. Tenho que ficar aqui com você. -Falei olhando nos olhos dela que estavam pouco abertos.

-E as meninas foram juntos... Dizem elas que não gostam de hospital. -Carol falou com a voz falha.

Mauren voltou a olhar no papel e escreveu com dificuldade.

"E o Gustavo?"

-Ele está... -fiz uma pausa. - Bem. Está esperando por você na UTI.

-E você logo vai estar amamentando-o e dando todo o amor do mundo para ele né? -Carol completou.

MAuren voltou a escrever no papel. Dessa vez ela demorou bastante.

"Eu não tenho tanta certeza. Acho que minha hora está chegando. Pesso a vocês dois que nada de mal aconteça com ele, por favor. Eu dei minha vida para salvar a dele. "

-Cala a boca menina! -Carol falou engolindo o choro. Eu apenas assenti.

"E quanto aos meninos... Não só os quatro mas você também meu amor... Não abandonem a banda, por favor. Foi por causa dela que tudo isso começou. Também não deixem as fãs de lado, o amor de fã é um dos mais verdadeiros que existe. Quero que vocês pessam para eles cuidarem do Gustavo. Ele vai ter os melhores padrinhos do mundo. 

Peça a Liam que cuide da Dani, e pra ele continuar sendo o paizão que ele é e para ele não chorar vendo Toy Store com o Gustavo. Pede para  Louis que cuide MUITO bem da nossa toti, e que nunca deixe de fazer palhaçadas. Pessa a Harry para não maguar o coração da Karina, ela não mereçe, e também para ele não tirar aqueles cachinhos pela qual eu amo. Peça a Niall para que cuide de ti Carol, que ele te faça feliz. Peça para ele continuar comendo bastante mas não ensinar isso para Gustavo. "

-Mauren, pode contar com a gente mas, você vai sair dessa. -Carol falou chorando já.

MAuren balançou a cabeça negativamente e voltou a escrever.

"Diga a Toti e a Karina que eu as amo demais, e que é pra elas nunca desistirem dos sonhos delas, assim como nós não deisitimos. Quero que vocês três Carol, continuem sempre unidas mas nunca esueçam que eu vou estar com vocês, em qualquer lugar."

Ela nos mostrou o bilhete e uma lágrima caiu dos olhos dela. Eu cheguei perto do rosto dela e sequei a lágrima. Ela voltou a escrever.

"Carol. Quero que você seja a mãe do Gustavo. Quero que você ame-o incondicionalmente assim como eu o amo. Quero que vocês dois não escondam nada dele, absolutamente nada, caso aconteça alguma coisa comigo. E, Carol, promete que vai cuidar dele?"

-Prometo. -Ela falou depois que terminou de ler.

"Agora meu amor... Não deixe de sonhar. Cuide de Gustavo, dê a ele tudo o que puderes. Não deixe de sorrir também, pois só o teu sorriso é que me faz sorrir. Ensina ele a andar de biscicleta, ensina a como ganhar gatoras, ensina a ler e a escrever... Fique do lado dele quando ele se apaixonar pela primeira vez, ensina ele a fazer a barba quando ficar maior. Manda ele não esquecer de usar camisinha e, por favor, não abandona ele. Promete?"

-Eu prometo meu amor! -Falei sando um beijo nos lábios dela. Ela voltou a escrever, dessa vez com muitas lágrimas caindo dos olhos.

"para vocês dois, e para todos: NUNCA ESQUEÇAM O QUANTO EU OS AMO, E NUNCA ESQUEÇAM QUE VAI TER UMA PESSOA QUE VAI ESTAR SEMPRE COM VOCÊS, MESMO DE LONGE. CAROL, NUNCA ESQUEÇA DA NOSSA VIAGEM PARA LONDRES. AMOR, NUNCA ESQUEÇA DO AMOR QUE EU SINTO POR TI."

Os bips do aparelho começaram a diminuir de velocidade. Meus olhos se encheram de lágrimas. Mauren voltou a escrever no papel.

"eu amo vocês."

E aquilo bastou. O aparelho fez um bip contínio e eu já sabia o que isso queria dizer.

-MEU AMOR, EU TE AMO, NÃO VÁ! -Falei e carol virou as costas para Mauren e começou a chorar.

Então foi muito rápido que tudo aconteceu. Eu vi a luz dos olhos dela se apagarem. Eu vi ela perder a vida, pelo nosso filho. Eu ia cuidar dele como um verdadeiro pai. Vou fazer tudo o que ela pediu, TUDO. Então os médicos entraram na sala e nos mandaram pra fora. Fomos pra sala de espera e eu não tinha voz. 

Carol's POV:

Eu já não tinha mais forças. Ela morreu ali, na minha frente. Tudo o que eu pude fazer foi ligar para Niall mandando eles vim para cá.

Ligação on.

-Niall, vem pra cá agora, traz todos, -Falei com a voz falha tentando disfarçar.

-O que houve? -Ele falou.

-VEM PRA CÁ, CORRENDO.- desliguei o celular

Ligação off.

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-O QUE HOUVE?- Toti falou quando eles chegaram. Eu não consegui parar de chorar, Toti entendeu e se juntou a nós. Todos eles viram nós chorando e entenderam. Ficamos chorando por muito, muito tempo. Até que aquela enfermeira chegou.

-Eu.. Eu lamento mas.. a.. Paciente.. não.. resistiu. -Ela falou isso e se virou. Aí sim que meu mundo caiu. Desabou,

Devia ser mais de meia noite e eu já não via mais motivos para viver, a não ser Gustavo. EU já mostrei para eles tudo o que Mauren pediu e eles prometeram. Eu estava em casa, sentada no sofá e resolvi escrever.

“Adoeço está noite, pois tu acabas de decidir que já é hora de partir.. Então, adoeço
Adoeço pra que de alguma forma, tu fique. Pra que se preocupe e fique.
Que egoísta não? Mas esta é a vida... Feita de egoísmo e orgulho. 
Por isso, está noite, resolvi adoecer e lhe implorar de uma forma não tão obvia, que fique mais um pouco. Talvez por mais uma meia hora, ou talvez apenas pela uma hora.. É.. Esqueça da meia, pois isto já seria a mais e de mais estou farta. 
Quero apenas mais uma hora.. Estou a adoecer temporariamente. me encontro com um daqueles resfriados passageiros. Não te preocupe tanto, ao ponto de ficares pra sempre. 
Mas, por favor, preocupe-se apenas por uma hora. Apenas por tempo o bastante para que eu grave tuas feições em minha memória novamente.
E então, quando estiveres devidamente guardado em minhas poucas lembranças, vá embora. Vá, pois estarei curada e cansada dessas doenças que me batem nas horas mais corridas.. Como a noite de hoje, onde deveria estar em repouso, ou lendo um bom romance, mas na verdade, estou a lhe implorar pra que cuides de mim. 
E que grande ironia não meu caro? Adoecer-me por adoecer a ti.”

E de nada diantou. As lágrimas não paravam de escorrer em meus olhos. Resolvi ir pra rua, Zayn foi atrás de mim. Me deitei no pátio e fiquei a observar as estrelas. Sem demora, peguei o caderno e começei a escrever novamente.

“Me pego olhando para as estrelas novamente, tenho feito isso bastante ultimamente, até mesmo quando as nuvens estão por cobrir o céu. Cada estrela é como se fosse um dos meus sonhos, cada uma tem um simples significado: um pedaço de mim. Se você soubesse que para saber tudo de mim teria de roubar cada estrela, você o faria? 
Outra noite, tomei coragem de nomear uma estrela com o seu nome; mas nem toda noite eu posso reencontra-la. Naquela noite, ela era a que mais brilhava, nem me surpreende que eu tenha lembrado de você. Me incomoda o fato de você ter muito em comum com a estrela, principalmente por não te ver todas as noites.
Eu roubaria as estrelas, e as esconderia no teto de nossa casa; se eu pudesse eu guardaria algumas no bolso, se pudesse guardaria a sua estrela no bolso.”

E foi assim que eu adormeci ali mesmo. Queria dormir pra sempre, ou dormir e voltar no tempo, para não ter que vê-la partir.