Hoje já era Sábado. A Primeira Tarefa ocorreria daqui algumas horas, e eu ficaria presa em uma sala com o pior professor do mundo ao invés de estar torcendo por meu namorado e meu melhor amigo. Acho que não preciso mencionar que estou odiando Snape mais do que nunca nesse momento.

Pelo menos Harry conseguira uma pista sobre a Primeira Tarefa através de Hagrid. Eram dragões. Cedrico, eu e Harry passamos a maior parte da semana na biblioteca, estudando sobre dragões e pesquisando feitiços que poderiam ajuda-los na competição.

Passei a manha de sábado inteira com Cedrico. Não falamos muita coisa, apenas ficamos abraçados na sombra de uma arvore. Estava me sentindo muito culpada por não poder comparecer a Primeira Tarefa e vê-lo. Até tentamos falar com Minerva, para adiar a detenção, mas Snape fora mais rápido.

– Sinto muito senhorita Granger, mas o Professor Snape disse que não havia outro dia disponível para sua detenção e que ela era terrivelmente necessária – Minerva disse, com uma sombra de tristeza no olhar, quando fomos conversar com ela.

Cedrico almoçou comigo na mesa da Grifinória, ninguém reclamou nem disse nada, todos perceberam minha preocupação, inclusive Dumbledore que veio pessoalmente falar comigo antes de minha detenção dos infernos começar.

– Não tem pra que se preocupar senhorita Granger. As regras foram alteradas e o Torneio está mais seguro, nada acontecerá com seu namorado e nem com o Harry – Dumbledore disse – Vá para as masmorras cumprir sua detenção, faltam algumas horas para começar a Primeira Tarefa ainda, se for rápida, pode ser que dê tempo de você ver Granger – ele piscou para mim e saiu andando pelos corredores.

Claro que isso não seria possível. Snape me seguraria naquela sala até essa Tarefa acabar, talvez mandasse até mesmo eu lavar seu cabelo sedoso, qualquer coisa para me prender lá dentro e impedir-me de ver as pessoas que eu mais me importo no mundo lutarem contra dragões. Mesmo sabendo que não iria sair mais cedo era melhor não me atrasar.

Despedi-me de Cedrico com um longo beijo, e de Harry com um abraço carinho, desejei-lhes boa sorte e com um peso enorme no coração fui e direção as masmorras.

Não conseguia parar de me preocupar com os garotos. Mas que droga Mione! Porque você fora discutir com Snape? Esse era o plano dele o tempo todo: irrita-la até conseguir um motivo para dar-lhe uma detenção.

Lagrimas rolavam por meu rosto. E se algum deles morresse? Juro por Merlim que se isso acontecer mato esse Seboso desgraçado! Só por que nunca teve amor na vida quer destruir a vida dos outros? Enxuguei minhas lágrimas e lembrei-me do que Dumbledore disse. O Torneio era seguro. Eles não morreriam. Bom, se eu não quisesse morrer era melhor me apressar! Corri até as masmorras.

– Está 18 segundos atrasadas senhorita Granger, acho que devo retirar... 18 pontos da grifinória? – ele disse sorrindo

– Você que sabe professor – disse entre dentes.

– Ótimo! Vamos, hoje irá cumprir sua detenção na Floresta Proibida.

– O-o que? – gaguejei

– É isso mesmo que você ouviu. Sua detenção será mais como um... castigo, por assim dizer. Terá que me trazer Losna, Asfódelo e algumas Beladonas até às 19 horas – droga, o Torneio estava previsto para acabar as 18 horas – e se não conseguir me entregar tudo ontem, fará de novo sábado que vem, só que a lista irá aumentar um pouco... Enfim, levarei você até a Floresta e depois te encontrarei na Cabana do Hagrd e...

– Espere, o senhor não vai comigo professor?

– Claro que não, tenho coisas mais importantes pra fazer – ‘Como ver a Primeira Tarefa do torneio’ pensei – Como ver a Primeira Tarefa do torneio – Snape disse sorrindo, como se tivesse lido minha mente.

Ótimo, o safado ia sair pra ver Cedrico lutando com dragões e eu ficaria procurando suas plantas dentro da floresta, a não ser que... Bom poderia dar certo.

– Certo vamos – sai praticamente correndo da sala e em menos de dez minutos já estava parada sem fôlego na frente da Cabana de Hagrid.

Bati na porta desesperada.

– Hermione! Que visita agradável, entre... – disse Hagrid abrindo a porta.

– Hagrid não tenho tempo para isso, me encontre na clareira perto do inicio da Floresta, daqui uns dez minutos, por favor!

Hagrid fez cara de preocupado e ia responder, mas avistei Snape saindo do castelo e corri para longe da cabana. Hagrid percebeu e apenas assentiu e fechou a porta. Dava para vê-lo espiando pela janela.

– Granger, por que correu assim, desesperada? Não vai conseguir achar tudo a tempo de ver a Primeira Tarefa mesmo... Agora vá, não saia daí até achar tudo o que pedi – mandou ele, mas eu não prestei atenção, já estava dentro da Floresta.

Demorou um pouco mais do que eu previa para achar a clareira onde Cedrico havia me levado no nosso primeiro encontro...

Oh, Cedrico! Só de pensar nele dava um aperto no meu coração...

Quando cheguei ao lugar combinado, Hagrid já estava lá.

– Hermione – ele correu em minha direção – Ta tudo bem? O que Snape mandou você fazer aqui?

– Hagrid – disse, tentando recuperar o fôlego – eu preciso ver Cedrico e Harry competindo, e o professor Snape me deu detenção bem hoje... Você conhece melhor que ninguém essa floresta, poderia me ajudar a conseguir algumas coisinhas?

– Não sei não Hermione, parece trapaça pra mim...

– Por favor, Hagrid! Se eu não ver meu namorado e Harry competindo nunca vou conseguir me perdoar por isso... – estava em pânico.

Hagrid, ao perceber que estava preocupada e em pânico, abaixou a cabeça, derrotado.

– Tudo bem, vamos lá, o que Snape pediu?

Sorri e dei um abraço no meu grande amigo.

Demoramos uma hora e meia para acharmos os três ingredientes que Snape me mandara pegar. Achamos facilmente a Acônito, pequena flor roxa parecida com uma boca aberta, era meio engraçada. Não fora muito fácil achar a Beladona, flor rosada, entre tantas outras no meio da floresta. O mais difícil, porém, foi achar Losna: planta esverdeada parecida com alecrim. Se eu estivesse sozinha, nunca saberia a diferença entre um alecrim normal e Losna. Quando finalmente achamos tudo, a Primeira Tarefa devia estar começando.

– Vá Hermione! Logo eu chegarei lá também – Hagrid disse, quando mencionei espera-lo.

Corri como nunca havia corrido na minha vida. E logo cheguei no estádio. Subi também correndo a escadaria para a torre dos professores, ao chegar lá Snape parecia surpreso ao ver-me.

– Senhorita Granger, eu disse que...

Entreguei-lhe os três ingredientes que havia pedido – Ta tudo ai professor, agora se me der licença tenho que me juntar aos meus amigos para ver a Primeira Tarefa – sem esperar a resposta me virei e desci a torre praticamente correndo, não sem antes dar uma piscadela para Dumbledore, que sorriu e piscou para mim novamente.

Ao me posicionar ao lado de Ron ele parecia surpreso, mas foi Fred quem comentou primeiro.

– Mione! O que está fazendo aqui? – ele sorriu – Que coisa feia...

– Matando a detenção, é? – Jorge completou, sorrindo também.

– Calem a boca – disse rindo dos dois – Para sua informação eu já acabei a detenção e vim aqui ver meu namorado e Harry lutando contra os...

– Dragões – Fred e Jorge completaram juntos.

– Pera, como vocês sabem disso? Hagrid contou também? – disse surpresa.

– Hagrid? Claro que não! – Jorge disse, achando aquilo uma piada.

– Foi Ron quem descobriu e nos contou – Fred disse.

Virei-me e encarei Ron – Você?

– E por que a surpresa? – ele disse irritado.

– Nada, é só que... Bom, você está brigado com Harry, não achei que fosse ajuda-lo no Torneio...

– Ahn, é, sobre isso...

Mas ele não conseguiu terminar de falar, a voz de Dumbledore soou pelo estádio.

– Senhoras e senhores! A Primeira Tarefa do Torneio Tribruxo começará em poucos minutos, mas antes, vamos explica-la para vocês. A missão de cada campeão e lutar contra um dragão, e conseguir pegar seu ovo, o qual terá uma dica sobre a próxima Tarefa, que ocorrerá semana que vem... Cada campeão lutará separadamente com o dragão sorteado, bom, então vamos começar.... Primeiro as damas não é mesmo? Com vocês: Fleur Delacour!

Fleur entrou e lutou contra o dragão. Ron soltava suspiros por ela ao meu lado. Se isso fosse há algum tempo atrás ficaria nervosa e sairia correndo para longe dele, mas agora só me preocupava com Cedrico. Ah, e com Harry também.

Depois que Fleur conseguiu o ovo, Krum entrou em seu lugar. Em menos de 10 minutos ele já dominara seu dragão e pegava seu ovo. Ok, agora era hora de Cedrico, ou de Harry. Meu coração foi a boca quando vi Ced entrando no lugar de Krum. Ele varreu a torre da grifinória com o olhar, e quando me viu, abriu um grande sorriso. Sorri de volta. Merlim, eu amava aquele garoto! Ele demorou um pouco para dominar seu dragão, mas logo já estava saindo sorrindo em minha direção com o ovo debaixo dos braços.

Ótimo! Cedrico já foi. Agora faltava apenas Harry. Quando ele entrou, a torre da sonserina e lufa lufa explodiu em vaias. A da grifinória e corvinal em aplausos e gritos de entusiasmo. Até mesmo Ron aplaudia e assobiava para seu amigo. Pelo jeito se entenderiam depois que Harry conseguisse sair da arena, o que apenas foi possível graças a um feitiço que aprendemos nessa semana, ele o usou para trazer sua vassoura para a arena e conseguir distrair o dragão e pegar seu ovo.

Dumbledore nem tinha avisado o fim da Primeira Tarefa e eu já descia a torre em direção a barraca dos campeões.

Ao chegar, Cedrico estava de costas conversando com Harry. Corri em sua direção e o abracei por trás, dando um beijo em seu pescoço. Ele me virou e deu-me um beijo, que foi interrompido por Rita Skeeter que acabara de tirar uma foto nossa.

– Cedrico Diggory namorando? – ela disse com um sorriso – Você não mencionou isso na nossa entrevista querido, quem é a sortuda?

– Hermione, Hermione Granger – disse, apertando a mão da jornalista.

– Já ouvi falar de você... Poderia ceder ao Profeta Diário uma entrevista?

– Talvez mais tarde – Cedrico respondeu por mim – Poderia nos dar licença Rita? – perguntou simpaticamente.

– Querem ter um tempinho a sós não é? – ela piscou para mim – Eu entendo vocês, a entrevista fica para amanha, em Hogsmeade?

– Tudo bem – dei um sorriso forçado.

Assim que Rita saiu, Cedrico me deu um beijo na testa.

– Você conseguiu chegar a tempo, meu amor.

– E você conseguiu lutar contra o dragão e sobreviver – disse rindo.

Harry riu também e eu fui até ele dar-lhe um abraço. Não me pergunte como, mas Rita surgiu do chão e tirou uma foto nossa, sem dizer mais nada e com um sorriso nos lábios ela saiu da barraca.

– Droga! O que ela vai fazer com aquelas fotos? – perguntei preocupada.

– Provavelmente publicar no jornal com uma matéria cheia de mentiras a nosso respeito – Cedrico disse com a cara amarrada.

Coloquei meu braço em seus ombros e o dele na minha cintura. Virei-me de frente para ele e vi que continuava com a mesma expressão, dei-lhe um selinho e ele sorriu.

Victor Krum não desviava o olhar de nós.