Scritto Nelle Stelle escrita por Karla Vieira


Capítulo 40
Cerco


Notas iniciais do capítulo

Vou implorar por perdão. Sei que fiquei quase um mês sem postar, e vou justificar: minha irmã sofreu o acidente de moto e eu ainda tenho que ajudá-la com algumas coisas; minhas aulas começaram, estou tendo aula das 7:30 até 12:35 e ainda estudo a tarde porque é ano de vestibular, e é realmente muito conteúdo; minhas aulas de violão estão prestes a recomeçar, e ainda penso em fazer aula de teatro e jogar hóquei na grama esse ano. Meu tempo tá ficando curto. Fora isso eu estava sofrendo de um sério bloqueio criativo, e estava a ponto de desistir da SnS quando percebi que não era justo com vocês que acompanham e me incentivam sempre, e decidi mudar meus planos para fazer um final bom, rápido e explicativo. Sendo assim, Scritto Nelle Stelle está chegando perto do fim. Na minha cabeça, mais uns quatro ou cinco capítulos e então começarei a escrever a continuação da Flamma Amoris como prometido, da qual eu não paro de ter ideias (e já sugiro para vocês darem uma relida em alguns capítulos da FA para se acostumarem com a mudança de nomes). Então, sem mais delongas, aqui está o novo capítulo, e eu espero que gostem!



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Mahara Carter POV

Dias mais tarde.

Collins poderia ter entregado a “gerente” do Nando’s um pacote com informações sobre a MI6 e sobre os próximos passos de Dan. Meu sexto sentido diz que é exatamente isso. Meu sexto sentido (que raramente falha) diz que ele é o traidor. A ironia sou eu me preocupar absurdamente com isso enquanto eu mesma sou uma traidora da MI6, e consequentemente, traidora da pátria britânica. Esse sentimento é estranho, sei que não está certo, mas é necessário. Afinal, situações desesperadoras exigem medidas desesperadoras. O amor nos leva a fazer essas coisas.

Suspirei.

Havia imprimido os arquivos que Hawking havia me pedido e colocado em um envelope pardo, junto com o pen drive, e havia combinado com ele de que iria encontrá-lo em uma avenida movimentada cheia de cafés e lojas, onde seria mais fácil uma camuflagem, se necessário. Antes, eu havia feito uma cópia dos arquivos da estação de trem abandonada, pois sabia que algo importante aconteceria por lá, e eu tinha que descobrir.

Dirigi-me ao café onde no horário combinado, e lá estava ele, sentado em uma mesa lendo um jornal. Respirei fundo e aproximei-me, sentando-me na sua frente.

- Como sempre pontual, Srta. Carter. – Disse ele, baixando o jornal e me olhando com um sorriso que muitos julgariam simpatia. Eu nunca pensaria isso. – Aceita um café? É por minha conta.

- Claro, obrigada. – Aceitei por pura educação, pois não tinha certeza se eu conseguiria fazer com que qualquer coisa descesse pela minha garganta. Ele assentiu ainda sorrindo e com um gesto de mão chamou a garçonete, e eu fiz meu pedido de um café com chocolate e caramelo. Logo, a moça trouxe o café e Hawking pagou a conta. Beberiquei o café, enquanto Hawking analisava-me, e analisava o local ao nosso redor.

- Trouxe o que eu lhe pedi? – Perguntou em tom displicente. Assenti em concordância, abrindo a bolsa e tirando o envelope pardo, e lhe passando em um gesto que tentei ao máximo fazer discreto.

- Exatamente como pedido. Impresso, e no pen drive.

- Alguém te viu indo buscar?

- Apenas um agente, porém dei uma desculpa que ele aceitou.

- Tem certeza? Pois estou vendo dois agentes da MI6 a paisana atrás de você. A Srta. White e o Sr. Collins. Deve haver mais. Pegue um espelho e olhe.

Tirei um espelho de dentro da bolsa, como se fosse olhar minha maquiagem leve, e vi de fato os dois a algumas mesas de distância. Guardei o pequeno espelho, e respirei fundo. Tomei alguns goles do café, me sentindo tensa, mas tentando ao máximo disfarçar. Pensei em meios de sair dessa sem que meu plano fosse por água abaixo, e não conseguia ver nenhuma. Hawking suspirou.

- Escute bem. Você vai criar uma distração e nós dois vamos sumir daqui. Pegue isto, e haja rápido. – Senti o cabo de uma pistola bater de leve no joelho por baixo da mesa coberta pela toalha branca, e a peguei. – Depois entro em contato com você.

Ele se levantou, despedindo-se com um aceno de cabeça, e me deixou ali. Terminei meu café enquanto pensava no que ele queria que eu fizesse, sabendo que Andie e Collins apenas esperavam um pouco para vir atrás de mim. Então tudo ficou claro. Levantei-me e ergui a arma, atirando duas vezes para cima, gerando um pandemônio total na avenida. Coloquei a arma no bolso, sabendo que ela poderia voltar a ser útil, e saí correndo para o meio das pessoas, agradecendo por ser morena e poder me camuflar mais facilmente. Olhava para trás ocasionalmente, para ter certeza que Andie e Collins não estavam me seguindo, mas sabia que iriam atrás de mim no meu apartamento.

O cerco estava se fechando para mim.

Mesmo assim, voltei para meu apartamento, decidida a sair de lá o mais rápido possível. Achei uma mala pequena, e dentro dela coloquei algumas mudas de roupa. Em outra bolsa, coloquei os notebooks e os papéis que uso para estudar o caso e fechei. E então um pequeno latido chamou minha atenção. Thor.

- O que vou fazer com você, amigão? Não posso te deixar sozinho. – Ele choramingou como se entendesse o que eu pretendia fazer.

Larguei-me no sofá e o cachorro saltou para o meu colo, lambendo de leve minha mão. Onde eu o deixaria? Com Dan, não dava; ele ainda estava morando na MI6. Nenhum dos outros rapazes aceitaria ficar com o cachorro. Com Andie ou com a sua mãe? Sem chance. Depois do que aconteceu hoje, era questão de tempo para Andie me encontrar e eu ser levada a MI6 com acusações sérias de traição.

A campainha tocou e eu congelei, começando a suar frio e a tremer de nervosismo. Com certeza não era algum vizinho me pedindo alguma coisa – ninguém nunca havia me pedido nada. E era óbvio que o primeiro lugar que me procurariam era justamente meu apartamento, afinal, eu não tenho nenhum outro lugar para ir. Minha família está na Tailândia, os amigos que sabem quem eu sou de verdade são da MI6 e estão me procurando, meu namorado mora no prédio da MI6 por causa de um psicopata louco que está atrás dele.

Se eu pudesse definir minha situação atual, usaria uma palavra que começa com “F” e termina com “eu”.

- Mahara Carter! Eu sei que você está aí dentro! Abra logo esta porta antes que eu tenha que arrombá-la! – Gritou Andie do outro lado da porta. Thor saltou do meu colo e foi até a porta, olhando-me como se perguntasse “você não vai abrir?”. Respirei fundo e encontrei forças para me levantar, aceitando o que aconteceria a seguir. Só não entendo por que razão Andie tocou a campainha e bateu, em vez de arrombar a porta, gritar “agente federal!”, apontar uma arma para mim e me levar em custódia.

Abri a porta apenas para dar passagem para um furacão raivoso Andie White que fechou a porta com agressividade, trancou-a e em seguida prensou-me na parede. Eu via nos seus olhos a raiva e a decepção estampados.

- Mas o que raios você estava fazendo com Ian Hawking? Você está traindo a MI6, Mahara? Traindo a MINHA confiança? A confiança de todo mundo? Você estava me usando para conseguir informações para aquele psicopata? Caramba, eu não acredito que confiei em você! Como pude achar que você era a minha melhor amiga? Quando na verdade você é uma deles?

- Andie, me deixa explicar... – Tentei dizer, mas ela me interrompeu.

- Explicar o quê? Aliás, o que eu tô fazendo, falando isso tudo? Eu deveria estar te algemando e te levando sobre custódia! Mas não, eu disse para o Collins te procurar em outro lugar com o Jones enquanto eu viria aqui fazer o quê? Ficar de papo com uma traidora?

- Andie! Deixa-me explicar! Eu não estou traindo a MI6! Eu nunca trairia você, o Dan, a pátria, ninguém!

- E tá fazendo o quê, então? Porque não me pareceu que você é a pessoa que diz ser, Mahara.

- É o seguinte...

Quatro batidas fortes e rápidas na porta me interromperam.

- Mahara Carter! Abra esta porta! Sou eu, agente Collins! Abra-a ou vou arrombá-la!

Andie foi até a porta e a abriu, mantendo o olhar em mim para ter certeza que eu não faria nada contra ela. Collins entrou, apontando a arma para mim, enquanto Andie fechava a porta. Ela com certeza não estava a fim de dar um espetáculo para os vizinhos.

- Frank, abaixa a arma, por favor. – Eu disse, estendendo as mãos para o alto em sinal de paz. – Eu não sou a pessoa que vocês acham que eu sou. Eu não sou uma traidora.

- É? Então você vai se explicar lá na MI6. – Disse Frank, ríspido.

- Não! Vocês não entendem... Abaixa essa arma e me deixem explicar, pelo amor de Deus!

Collins trocou um olhar com Andie, que assentiu minimamente. Ele abaixou a arma e a colocou no case, deixando-a frouxa e permanecendo preparado para qualquer movimento mais hostil que eu pudesse fazer. O que eu não faria.

- Eu estou nessa a mando da própria MI6. – Eu disse. 


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram? Vão me desculpar pela demora?