Scritto Nelle Stelle escrita por Karla Vieira


Capítulo 38
Hacker


Notas iniciais do capítulo

Bom dia anjos! Eu sei que a história não anda lá aquelas coisas, mas eu juro que estou tentando unir as cenas MUITO boas que surgem na minha mente com o enredo, e se eu conseguir, vai ficar muito bom! Acho que a história não passará de cinquenta capítulos, e então finalmente poderei começar a trabalhar na continuação de Flamma Amoris que tá todo mundo esperando - inclusive eu. Então, eu espero que gostem desse capítulo, de verdade...



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Mahara Carter POV

Encontrei a Andie em uma mesa mais escondida e reservada da Starbucks. Ela estava tomando café, e quando me sentei na sua frente com o meu copo de frapuccino de doce de leite (eu praticamente só tomo isso), ela sorriu.

- Aleluia. Demorou hein?

- Não demorei não. Estou bem no horário. Você que chega cedo.  – Ela deu de ombros. – Então, o que você conseguiu?

Andie abriu a bolsa preta enorme e tirou uma pasta bege de lá de dentro, colocando-a em cima da mesa.

- Pelo GPS’s dos carros de Collins e Jones, eu consegui o registro dos dois nas últimas duas semanas, apenas, mas já dá para ajudar. Grampeei os telefones deles e trouxe o registro de chamadas nas últimas duas semanas também. – Disse ela. – Durante a noite, enquanto eles não estavam e eu tinha que ficar de olho no Dan junto com McCartney, nós dois entramos nos computadores deles e pegamos o histórico de e-mails, e procuramos arquivos suspeitos. Em ambos os computadores havia uma pasta igual, com os arquivos do caso... E bem, nos dois havia uma pasta com fotos suas. Sozinha no escritório, em outros lugares... As fotos que fizeram Major Walker descobrir sobre você e o Dan... Isso é confuso. É como se ambos estivessem obcecados por você.

- Realmente, muito estranho. Não havia mais nada suspeito nos arquivos?

- Não. Você quer que eu faça mais alguma coisa?

- Quero. Você pode conseguir para mim uma cópia dos arquivos do caso, para eu estudá-los? Tive que devolver tudo o que eu tinha, junto com o meu distintivo.

- Claro. Ei, agora eu tenho que ir. Deixei Dan junto com McCartney e os outros seguranças, mas supostamente eu devo estar lá.

- Tudo bem. Até mais tarde, então.

- Até.

Andie se levantou e foi embora, e eu fiquei um tempo por ali, terminando meu frapuccino e olhando as primeiras páginas que a pasta continha. Era a lista de endereços em que Collins havia ido nas últimas duas semanas. Uma coisa chamou minha atenção: Rua Shelburne. Segundo o registro, havia parado diante do número 23. Tudo bem, ele poderia ter parado ali e ter ido para outro lugar na rua... Mas ter feito isso pelo menos sete vezes em duas semanas? No mesmo ponto? É estranho... Bom, eu terei que olhar mais de perto.

E eu vou fazer um bom uso dos meus conhecimentos de tecnologias, minhas habilidades como hacker, e é claro, minha nova tintura de cabelo. Eu sabia que era uma boa ideia me disfarçar. E bem, estava mesmo na hora de eu comprar alguns favores...

Coloquei a pasta bege dentro da minha bolsa – que desta vez não era a de franjas, e sim uma preta e mais discreta – e levantei-me da cadeira, me direcionando para a rua. Mais especificadamente, para uma loja a um quarteirão de distância. Andei apressadamente, disposta a acelerar um pouco as coisas. Logo, estava diante da loja do Jamie. Entrei e logo a campainha irritante tocou. Quantas vezes eu implorei para que ele tirasse aquela campainha de lá?

- Jamie?

- Mahara! – Ele exclamou, aparecendo de trás de uma montanha de caixas de aparelhos de som e rádio para carros. – O que posso fazer por você, minha salvadora da pátria?

Jamie me chama assim pelo fato de que salvei a barra dele em algumas situações com a polícia. Ele tinha um sério imã para problemas, e era sempre eu que o tirava deles.

- Bom, eu vim te cobrar um dos favores que você me deve.

- É claro, capitã. No que posso ser útil?

- Preciso de um aparelho de GPS compatível com um Camaro, outro compatível para um Opala, dois pen drives da Kingston de 256GB, e um notebook sem ID registrado. – Eu disse, e o rapaz assentiu, sumindo atrás de suas montanhas de caixas e estantes, e logo voltando com tudo nos braços.

- Aqui, capitã. Quantos favores isso quita?

- Dois deles. E tenta não ficar mais me devendo nenhum favor, ok? – Pisquei para o rapaz, que sorriu tímido.

- Sim, capitã. Estou tentando andar na linha.

- Nada de tentar hackear a MI6 de novo, ouviu? Nem nenhuma organização governamental de qualquer país. Não sei se conseguiria te salvar de mais um incidente desse. 

- Pode deixar, capitã.

- Tchau Jamie.

Saí da loja carregando os objetos dentro de uma sacola preta, e fui direto para casa. Eu planejava hackear os GPS dos carros de Collins e Jones, para observá-los eu mesma sem precisar de mais nenhum relatório da Andie sobre isso. E bom, eu usaria meus métodos de hacker para outras coisas também. Passar minha adolescência toda aprendendo o máximo sobre isso e sobre tudo o que eu podia valeu a pena.

Enviei uma mensagem de texto para Andie, e esperei.

“Eu preciso de sua ajuda, passe no meu apartamento mais tarde”.

Era por volta das oito da noite quando Andie chegou. Ela estava com os cabelos presos em um coque e a cabeça envolta pelo capuz da jaqueta preta, coisa que não era comum Andie fazer. Ela percebeu minha expressão e deu de ombros.

- Está garoando, estou sem guarda-chuva e achei que estivesse sendo seguida. Assim, eu vim pelas partes mais escuras. Creio estar ficando paranoica. – Disse ela, abaixando o capuz e entrando no meu apartamento. Fechei a porta, e quando me virei, a encontrei soltando os cabelos e sorrindo. – O que você precisa?

- Eu vou clonar o GPS dos carros de Jones e Collins, para ter acesso direto aos destinos sem precisar que você faça alguma coisa. Porém, eu preciso ter acesso aos carros, coisa que sozinha não consigo ter.

Andie assentiu sorrindo de canto, largando-se no sofá e pegando o cachorro no colo.

- Isso me soa divertido. O melhor momento para você entrar nos carros é quando ambos estiverem na MI6. Você ainda pode entrar no prédio normalmente, mas não pode ser envolvida em nenhum caso, e não pode ser vista fazendo algo suspeito, certo?

Assenti em concordância.

- Ok. Colocar você lá dentro vai ser fácil, tornar você invisível às câmeras pode ser um pouco mais complicado, mas precisamos de um plano. Você tem algum?

- Eu tenho uma ideia. Pode ser assim...

Eu estava esperando Andie dizer que eu poderia entrar na garagem da MI6 sem ser vista pelas câmeras. Era uma questão de segundos antes que ela paralisasse a imagem do sistema e me desse pelo menos dez minutos livre para clonar os dois sistemas. Seria uma corrida contra o tempo, afinal, eu não tinha certeza se sairia tudo como planejado. Por mais que eu conseguisse ser rápida com a clonagem, eu nunca seria capaz de prever todo e qualquer imprevisto. Entretanto, eu tinha que tentar.

- Mahara... Em três segundos você se tornará invisível. Três... Dois... Um... Vai. – Ouvi a voz de Andie na escuta no meu ouvido. Pulei o muro alto que cercava o prédio da MI6 em questão de segundos, e entrei pela janela na garagem no subsolo. Caminhei o mais rápido que pude com passadas leves e silenciosas até chegar à vaga de Collins. Tirei um aparelho do bolso e coloquei junto a porta, digitando um código que destravou a porta sem soar o alarme. Abri-a e entrei, sentando-me no banco do motorista e me inclinando até o GPS. Comecei a trabalhar o mais rápido que pude, desconectando-o e colocando o grampo correspondente a um dos GPS’s que eu havia pegado com o Jamie. Testei para ver se estava funcionando, e fiquei satisfeita ao perceber que estava. Coloquei o GPS no lugar e me preparei para sair do carro. Fechei a porta do carro de Collins e o alarme apitou como se fosse ativado. Ótimo.

Olhei para os lados e constatei que o estacionamento estava vazio.

- Cinco minutos, Mahara. – A voz de Andie disse ao meu ouvido. – Ande logo.

Direcionei-me a vaga de Jones que era a dois metros e meio de distância. Fiz o mesmo procedimento que fiz com o carro de Collins, com pressa, mas cautela. Quando estava colocando o GPS com cuidado em seu devido lugar, ouvi barulho de passos bem distantes, que ecoavam no estacionamento.

- Mahara, saia logo daí. Jones está indo para o carro! Anda! – Disse Andie. – Você tem um minuto e meio!

Coloquei o GPS o mais depressa que pude e saí do carro, e fiquei irritada por ele fazer barulho e poder me denunciar, mas ao mesmo tempo, outro carro entrava no local, e seu barulho pode ter encobrido o que eu fizera aos ouvidos de Jones. Fiz a primeira coisa que me veio em mente: me enfiei debaixo do carro ao lado, me encolhi, e esperei.

- O carro de Jones fez barulho, mas o outro entrando o distraiu. Você tem um minuto para sair daí. Vou criar uma distração... O alarme de incêndio. – Disse Andie. Sorri.

Em alguns segundos, o alarme de incêndio soou e várias pessoas começaram a sair pelas portas, desorganizadas. A água começou a cair do teto, e o barulho de passos e vozes encobriu tudo. Rastejei para o outro lado, longe do carro de Jones, e quase engatinhando, andei atrás de alguns carros para fora das vistas de Jones, que estava distraído tentando pegar algo dentro do carro para sair do prédio. Endireitei-me e comecei a correr como as outras pessoas, logo chegando à rua e me misturando com a multidão.

- Pronto tudo certo. – Disse Andie. – Agora é só você começar a me agradecer e dizer que eu sou demais.

- Obrigada, Andie. – Eu disse, rindo, caminhando calmamente de volta para o meu apartamento. Volta e meia, eu mudava o rumo, entrava em uma loja e/ou olhava para trás, para despistar algum possível perseguidor. Nunca se sabe.

Quando finalmente cheguei ao meu apartamento, me permiti relaxar. Trancada lá dentro, sentei no chão da sala, em frente a mesa de centro onde havia deixado os notebooks e outras aparelhagens. Pelo menos a primeira parte do meu plano estava dando certo. Agora, eu só precisava dar um jeito de hackear os computadores pessoais dos dois e conseguir todos os arquivos que eles tinham, todos os e-mails pessoais, tudo. Afinal, a pesquisa que Andie e McCartney haviam feito era curta e restrita apenas aos computadores do trabalho.

O meu celular tocou. Era um número restrito, porém eu tinha quase certeza absoluta de que se tratava de Hawking.

- Alô?

- Olá Mahara. – Disse Hawking do outro lado da linha. – Tenho uma pequena missão para você.

- Diga. Estou toda a ouvidos.

- Quero que você consiga todos os arquivos em que eu esteja envolvido, qualquer coisa em que meu nome verdadeiro ou algum outro falso apareça. Sei que você tem a lista das minhas falsas identidades. E também tudo o que a MI6 tiver sobre a estação de metrô abandonada.

- E o outro traidor da MI6, aquele em que você se recusa em me dizer quem é? Ele não pode conseguir pra você? – Perguntei, recostando-me no sofá.

- Ciúmes, Srta. Carter? – Perguntou desdenhoso. – Não, o Senhor Traidor está ocupado atendendo a outros pedidos meus, incluindo o Evans no meio. Não se preocupe.

- Tudo bem. E onde eu poderei entregar?

- No último endereço em que me viu, no edifício comercial.

- Eu acho melhor ser feito em um outro local. Creio estar sendo seguida pelos idiotas da MI6 e não posso comprometer um dos locais dessa forma.

- Compreendo. Arrume os arquivos, depois eu entro em contato.

- Entendido.

Ele desligou o telefone e eu suspirei. Mais um favor que eu teria que pedir para a Andie... Eu vou dever favores para ela pelo resto da minha vida.


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Notas finais do capítulo

E então? Muito ruim?