Scritto Nelle Stelle escrita por Karla Vieira


Capítulo 36
Castanhos


Notas iniciais do capítulo

Olá! FELIZ ANO NOVO GALERA! (Eu sei que eu já disse pelo negócio que eu postei, mas quis dizer de novo). Então... Esse capítulo pode estar pequeno e meio sem graça, mas é bom para vocês começarem a ter noção do que vai acontecer. Ok? Espero que gostem!



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Mahara Carter POV

“– Simples: há um traidor entre nós.

– Por quê?

– Dinheiro, poder... Vingança, talvez.”

Pensa Mahara... Do quê o traidor se vingaria? Do quê?

“Mas sei que é alto, de ombros largos e moreno. E que ao falar de você, percebi muito carinho na voz. O cara está apaixonado por você e acha que você está com o Evans, e sente raiva do cantorzinho barato por isso.” A voz do Finnigan ressoou na minha mente, clareando um pouco minhas ideias. A vingança seria do Dan, por estar comigo, já que o traidor estaria apaixonado por mim. Se bem que isso me parece mais obsessão doentia, pois alguém apaixonado nunca faria algo assim. Eu pelo menos não faria.

Na descrição do Finnigan só se encaixavam duas pessoas da MI6 que trabalhavam no caso – pois o resto da corporação não sabia de nada do caso. Era só a pequena força tarefa que Major Walker montou que sabia. A primeira havia me chamado para sair alguns dias antes de eu começar a namorar Dan. Frank Collins. E a segunda me chamou para sair depois que fui afastada do caso. Adam Jones.

Eu queria acreditar que não era nenhum dos dois, mas não havia ninguém mais que poderia ser. Não pela descrição do Finnigan, mas não vejo porque ele mentiria, sendo que ele não ganharia mais nada com isso, e não há compaixão e lealdade nesse mundo do crime. Já vi muito disso. Eu não tenho todos os meios para descobrir se é um dos dois. Mas sei de alguém que pode me ajudar. Peguei o telefone e liguei para Andie.

- Fala, Flor do Campo! – Ela atendeu sorridente. “Manda um oi pra ela!” ouvi Dan dizer. – Dan disse oi e disse que te ama, que tá com saudade, que quer te ver logo e quer te amar a noite inteira.

Soltei uma gargalhada.

- Oi Dan. Então, Andie, eu preciso de um favor seu.

- Diga.

- Estou tentando descobrir quem é o traidor. E preciso de você para isso. Mas quero falar sobre isso pessoalmente, então se você puder passar aqui mais tarde...

- Claro! Colocarei o passarinho do Dan na gaiola e irei ai. – Eu prendi o riso. – Não, espera, isso ficou estranho. Vou deixar o Dan na MI6 e irei aí. Não estou...

- Calma, Andie, eu entendi. Estou esperando por você.

Desliguei o telefone e olhei para a caixinha na minha frente. Eu teria que mudar a coloração do meu cabelo para me tornar uma pessoa mais discreta e confundível em um lugar aberto, por causa desse caso e qualquer caso que eu possa ter. Eu pediria a ajuda de Andie para pintá-los, sendo que ela sempre me ajuda quando eu vou mudar a coloração. Isso desde que nos conhecemos como colegas de quarto na faculdade. Eu só queria ver a reação de Dan ao me ver morena, com os cabelos castanhos.

Um tempo depois, Andie chegou, e o pequeno Thor ficou latindo para ela até que ela se abaixasse e desse um pouco de atenção para o meu pug folgado e carente.

- O que você quer de mim? Hoje eu deixo você abusar da minha inesgotável bondade. – Disse ela, entrando no apartamento sorrindo.

- Bom, primeiro eu quero que você me ajude a pintar o cabelo. Tenho que mudar a coloração para ficar mais discreta.

- Se Major Walker visse isso ela iria dizer “aleluia Senhor, ela tomou juízo”. – Ela deu uma risadinha. – Qual a cor da vez?

- Castanho chocolate.

- Ah, beleza. Vamos lá para o banheiro e você me conta qual é a segunda coisa.

Enquanto pintávamos meu cabelo, eu comecei a explicar.

- Eu preciso de ajuda para descobrir quem é o traidor da MI6. Não tenho todos os recursos necessários para fazer isso sozinha, mas você tem. Você pode ficar de olho dentro da MI6 e me dar todas as informações do caso, além de ficar de olho nos meus suspeitos.

- Seus suspeitos? Quem? Como? – Perguntou ela, enquanto pincelava uma mecha de cabelo com a tinta.

- Bom... A primeira coisa que me fez pensar foi o Collins dizendo que a traição podia ser motivada por vingança. Mas vingança de quê? Então me forcei a lembrar do que o Finnigan, aquele que tentou matar Dan dentro da MI6, me disse: o traidor é alto, moreno, e está apaixonado por mim e quer matar Dan a todo custo por ele estar comigo.

- Então o traidor já sabia de vocês fazia um tempo, antes do segredo vir a tona. O que sugere que ele esteja te vigiando. Agora estar apaixonado por você... Os únicos homens que se encaixam nessa descrição da força tarefa da Major são Collins e Jones. E os dois te chamaram para sair. Fora que você aceitou namorar com Dan no mesmo dia em que você iria sair com Collins, mas não foi por causa da tempestade.

- Exato.

- Bom, se ele está te vigiando, ele deve ter colocado algo aqui no seu apartamento para manter o olho em você. Assim vendo tudo o que você e Dan fazem e... Caramba!

- O quê? A tintura tá dando errado? – Perguntei exasperada.

- Não, não é isso... Se ele colocou algo aqui dentro, ele sabe que você e Dan estão juntos novamente. O que implica que a qualquer momento ele pode dedurar você para a Major Walker, e fazer você ser despedida de vez. Sendo assim, ele sabe que eu e McCartney sabemos, e fará com que nós dois sejamos punidos também. É só nós fazermos algo contra ele.

- Supondo que haja algo dentro do meu apartamento, temos que descobrir o que é e onde está, para desativar. – Eu disse, encarando o meu reflexo no espelho, com mechas do cabelo, lambuzadas de castanho, presas em piranhas azuis e outras mechas livres, ainda loiras, e uma mecha bem segura nas mãos de Andie, que pincelava a tinta castanha nele. – Precisamos de um daqueles aparelhos detectores. O negócio deve ser minúsculo, que para acharmos sozinhas a olho nu iria demorar demais.

- Eu conseguirei um na MI6. E vou ficar de olho no Collins e no Jones, e te dando todas as informações que eu puder conseguir.

- Obrigada Andie.

- Não precisa agradecer. Eu sei que você quer manter Dan são e salvo, além de ser meu trabalho protegê-lo também. Ainda bem que você pensou nisso.

“E você nem imagina o que eu estou fazendo para protegê-lo” pensei sombriamente. “Penso em tantas coisas que você não faz ideia... E nem deve saber”. Suspirei.

- Mas eu só quero ver a reação de Dan ao ver você morena! – Exclamou ela animada. – Ele vai ter um infarto agudo do miocárdio, com certeza.

- Não é mais fácil falar ataque cardíaco?

- É que eu quis soar mais elegante. – Andie riu. – Pronto. Agora só falta massagear, esperar e depois enxaguar.

- Massageia para mim? Você tem mãos melhores... – Perguntei manhosa e preguiçosa. Andie riu.

- Já estou fazendo tudo mesmo...

Dan Evans POV

Todos já tinham tido alta do hospital. Estávamos prontos para recuperar nossa rotina, mesmo que Luke ainda estivesse atrapalhado com aquela tala no braço. Estávamos na arena onde iríamos nos apresentar na noite de amanhã, ensaiando. Estávamos tocando Time Bomb, e eu estava super empolgado cantando o meu solo, quando tudo ficou mais lento.

Um dos acessos aos bastidores, o mais próximo de nós, explodiu. Assim, de repente. A onda de calor nos atingiu e nos fez cair para o lado, desorientados. Eu não conseguia ouvir mais nada direito. Sentei-me e com o ouvido bom, ouvi gritos e correria, enquanto vinham ver se nós estávamos bem, iam ver o que exatamente havia acontecido. Olhei para os lados e vi os rapazes tão desorientados quanto eu. Sean estava com arranhões grandes no braço, sangrando, devido a destroços que bateram nele, assim como os outros. Jack tinha um corte no supercílio. Os outros estavam com pequenos arranhões, mas estavam bem.  O acesso aos bastidores estava totalmente destruído, com pequenos focos de fogo que foram apagados pelos seguranças com o extintor de incêndio, restando apenas cinzas e fumaça.

- Dan, você está bem? – Perguntou o agente McCartney, agachando-se ao meu lado. – Ah, caramba, temos que levar você ao pronto socorro. Você está sangrando!

- N-Não, foi nada, eu estou bem.

- Tem um corte acima do seu ouvido, sangrando para caramba. Não, você não está bem e eu vou chamar paramédicos.

- Você acha que foi um acidente? – Perguntei.

- Não. Foi o Hawking tentando assustar você novamente. Vamos lá, vamos cuidar de você e dos outros, e depois fazer de tudo para abafar isso aqui. Já basta o acidente de carro que o mundo todo ficou sabendo. Não podem achar que estão fazendo algo contra vocês. – Disse ele, sério. – E nós não vamos cancelar o show por causa disso. No máximo, mudá-lo e transformar em algo mais calmo para não exigir mais de vocês.

- Vocês tem alguma pista dele? Estão perto de pegá-lo? Não sei mais quanto tempo posso suportar isso tudo, McCartney.

- Não se preocupe. Estamos mais perto dele do que nunca. Um de nós está o vigiando de perto. Daqui a poucos dias, no máximo três semanas, e tudo isso estará acabado.

- Assim espero.

Alguns minutos mais tarde, estávamos sendo atendidos por uma equipe de paramédicos. Estávamos todos com ferimentos bem leves, e deveríamos ficar em repouso hoje e diminuir o ritmo da apresentação amanhã. Decidimos então fazer um show mais acústico, e mudamos o palco para que ficássemos todos sentados em baquetas, e o cenário ficasse sendo mudado no telão constantemente, lembrando clareiras, céu estrelado e essas coisas assim que combinam com músicas mais calmas e acústicas.

À noite, eu fui até o apartamento de Mahara, como eu havia prometido para ela. Não havia dito nada sobre o nosso incidente do período da tarde, e havia escondido meus cinco pontos na cabeça com uma touca. Estava frio, de qualquer maneira. Quando ela abriu a porta, eu paralisei, e o meu queixo foi ao chão.

Mahara estava morena. Quer dizer, sequer parecia Mahara.

- Quem é você e o que você fez com Mahara Carter, a minha namorada? – Perguntei. Ela riu.

- Sou eu mesma, Dan. Tive que pintar para ficar mais discreta. Gostou?

Fiz que sim com a cabeça.

- É bem diferente, mas eu gostei. Posso me acostumar com uma versão morena de você. – Mahara riu e deu espaço para que eu entrasse no apartamento, fechando a porta atrás de nós.

- Dan, o que aconteceu? Você está diferente, meio pálido. O que houve? – “Mahara Carter e seu poder de sempre saber quando algo está errado comigo” pensei. Suspirei.

- Um dos acessos aos bastidores da arena aonde vamos nos apresentar explodiu. Hawking, provavelmente, querendo me assustar.

- Ah meu Deus, você está bem? Não se machucou? – Ela se aproximou me olhando atentamente, pousando a mão na minha testa, pescoço, peito e braços.

- Tive um pequeno corte na cabeça, mas eu estou bem, não se preocupe. – Eu disse sorrindo e puxando-a pela cintura para um abraço. – Agora eu estou bem, porque estou ao seu lado.

Senti-a sorrir no meu pescoço. Distanciei-me um pouco e a beijei. E o Thor latiu de novo.

- Meu Deus, rapaz, vou ter que te trancar no banheiro cada vez que eu vier aqui, para você não atrapalhar os meus momentos com ela? – Virei-me, falando com o pequeno cachorro. – Larga mão de ser ciumento, por favor?

O cachorrinho sentou, virou a cabeça para o lado e abanou o rabo. Mahara riu.

- O que foi? – Perguntei.

- Você fica engraçado falando com ele. E ele é mais engraçado ainda, fazendo essas cenas de ciúme. Na verdade, vocês dois são muito ciumentos. Não sei como aguento vocês.

- É que você nos ama.

- Verdade...

Demos uma risadinha juntos, e eu a beijei novamente. E incrivelmente, desta vez, Thor não latiu. Talvez estivéssemos começando a nos entender.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?