Scritto Nelle Stelle escrita por Karla Vieira


Capítulo 34
Flores


Notas iniciais do capítulo

Bom dia amores! Vim postar esse capítulo cedinho porque hoje eu não vou ter tempo nem disposição, já que vou fazer a cirurgia dos cisos e arrancar os quatro de uma vez só, daí vim dizer oi. Então, só avisando que esse capítulo tá cheio de fofuras, romance e "nhénhénhé" e alguns podem não gostar, mas eu gostei! A gente se vê nas notas finais.



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Dias Depois

Ian Hawking POV

- Ela vai falhar, Senhor. – Disse Arthur, um dos meus empregados. – Obviamente ela vai sucumbir ao amor pelo Evans e vai tentar salvá-lo.

- É justamente isto que eu quero que ela faça. Achar que me engana, fazer alguns favores para mim, e quando eu estiver com o Evans nas minhas mãos, ela tentar salvá-lo. Então, eu matarei dois coelhos em uma cajadada só. Quer dizer... Com um tiro só.

- Que tipo de favores você planeja conseguir dela? Sem querer ser curioso demais, Senhor.

- Como hoje estou de bom humor e você é um dos poucos empregados que não fez nenhuma burrada em serviço, posso lhe contar. A Carter vai conseguir informações valiosas para nós diretamente da MI6, coisa que nem aquele inútil do traidor apaixonado não conseguiu fazer. Ele está tão obcecado pela Carter que só quer o Evans morto. Pena que ele não faz ideia dos meus planos... Ele também irá perecer. Ele sabe coisas demais sobre nós.

- E quem terá a honra de fazer este serviço? – Perguntou esperançoso. Notei que Arthur nutria um desafeto especial pelo nosso “Apaixonadinho”.

- Estou me decidindo entre a própria Carter, que vai estar tão cheia de ódio que vai querer sujar suas mãos com o sangue dele, ou entre eu mesmo. Vai depender do curso que o jogo tomar nos próximos dias. Mas agora suma daqui, eu tenho mais o que pensar.

- Sim, Senhor.

Arthur fechou a porta e apoiei meu queixo nas mãos, pensando. O Apaixonadinho ainda poderia ser útil, obviamente. Mas não por muito tempo.

Mahara Carter POV

A campainha tocou e eu me levantei do chão, onde estava tentando pintar umas flores no rodapé. Estava tentando fazer uma moldura de flores no contorno da parede, ao redor da paisagem que havia pintado: uma praia calma no pôr do sol, com algumas gaivotas voando em direção ao horizonte, e um casal de golfinhos pulando para fora da água. Deixei o pincel apoiado em um dos potes de tinta, e fui até a porta. Olhei pelo olho mágico e vi o porteiro segurando um buquê de flores. Intrigada, destravei a porta e a abri.

- Srta. Carter! Pediram-me para entregar isso para você. – Ele estendeu o buquê para mim. Era um buquê de várias flores do campo, de variados tipos e coloridas.

- Quem foi?

- Ah, eu não sei, foi o entregador da floricultura que deixou para mim. Mas ele disse que tem um cartão.

Notei um envelope de tamanho médio bege perdido no meio das flores.

- Bom, Srta. Carter, eu tenho que voltar para a portaria. Bom dia!

- Bom dia, Hank, obrigada!

Hank sorriu e se afastou. Voltei para dentro do meu apartamento, fechando a porta e sentando-me no sofá, colocando as flores na mesinha de centro e pegando o cartão para ver de quem seria, mas no fundo, já sabendo a resposta. Abri o cartão e vi a letra que foi forçada por ele a parecer caprichada, mas continuava garranchos legíveis.

“Flores do campo para a mais bela Flor do Campo.

Mahara, quando eu disse que não vou desistir de você, é verdade. Eu não vou desistir de ser feliz com a mulher da minha vida, a única que fez meu coração bater de outra forma. Eu sei que você se sente da mesma forma. Eu sei que é arriscado para nós dois. Mas eu quero arriscar. Eu preciso arriscar. E você? Vai desistir de nós?

I won't give up on us even if the skies get rough, I'm giving you all my love, I'm still looking up…

Com amor, do seu grandão. Dan.”

Quando terminei de ler, meus olhos lacrimejaram. Eu não queria chorar. Não, eu não podia nem queria chorar. Apoiei a cabeça nas mãos e suspirei. Tudo o que eu mais queria era arriscar. Era tê-lo ao meu lado. Para sempre.  E eu faria de tudo para esse para sempre durar.

Levantei-me e fui até janela, que estava aberta, e por ela entrava um vento frio. Eu poderia ser fria como ele. Tornaria tudo tão mais fácil! Assim eu não estaria me importando tanto com Dan. Ou estaria? Ou o calor dele faria derreter o meu gelo? Será que o sorriso dele derrubaria as minhas barreiras e o brilho do olhar dele iria vir iluminar a minha alma, mesmo assim? Será que a voz dele se faria ouvir dentro do mar gelado que seria o meu coração? Eu acho que sim. Acho que seria exatamente igual, mesmo se fôssemos pessoas completamente diferentes. Se estava escrito nas estrelas que os nossos destinos se cruzariam, nessa vida ou em outra, eles iriam se cruzar. Independentemente se fôssemos dessa forma, ou de outra.

Olhei para o céu, que estava naquele belo misto de cores de quando o sol se põe. Até olhar pro céu era uma atitude que me fazia lembrar-me de Dan. Fazia-me lembrar das noites no acampamento, onde passamos um tempo olhando para as estrelas. Onde também foi o nosso primeiro beijo. Toquei meus lábios, inconscientemente. Lembrando do gosto do beijo dele. Do calor do abraço dele. E consequentemente, me peguei pensando em como pude fazer isso com ele. Comigo. Conosco.

Dei um tapa no vidro da janela, que estremeceu, enquanto crispava os lábios fortemente para não chorar. Eu não queria chorar. Eu queria manter a armadura de ferro. O problema de toda armadura, máscara, é que uma hora ou outra, querendo ou não, ela cai.

Peguei meu telefone e telefonei.

- Alô?

- Andie... – Eu disse com voz chorosa. – Eu preciso que você venha aqui.

- O que houve?

- Eu preciso conversar. Sei lá. Vem cá?

- Calma, estou indo. Daqui a cinco minutos chego aí.

Andie desligou. Uma coisa que eu admirava nela é que se você dissesse que precisava dela, ela largava tudo o que estava fazendo e vinha correndo te ver. Como eu sabia que ela estava fazendo agora. Larguei-me no sofá, olhando para o teto enquanto a esperava. Caramba, o que eu deveria fazer? Eu não tinha uma resposta. E eu odiava não ter respostas.

A campainha tocou e fui até a porta, olhei no olho mágico e então a abri. Andie pulou em cima de mim.

- Mahara Carter! O que houve? Você me deixou preocupada! Eu estou preocupada!

- Olha em cima da mesa e você vai entender. – Eu disse, enquanto retribuía o abraço.

- Foi o Dan? – Perguntou, me soltando. Eu assenti em concordância, enquanto fechava a porta. – São lindas! Qual o problema?

- Dan é o problema!

- Eu não vejo nenhum. Se fosse o Frank que tivesse lhe mandado, você reclamaria por causa do Dan. Se fosse o Jones que tivesse mandado, você reclamaria por causa do Dan. É o Dan que está mandando, e você está reclamando! Garota! Qual o seu problema? – Perguntou ela. – Não, eu já sei qual. É ficar com medo de arriscar e assim deixar o Dan escapar pouco a pouco de você. Ele não vai correr atrás de você para sempre, sabia? Ele é louco por você, ele te ama para valer, e você aí, choramingando porque tem medo de arriscar! Vai atrás dele!

- Mas...

- Mas nada Mahara! Você o ama! E não podes negar nem fugir disso! Você só tem que perder esse medo idiota de arriscar, pois se você não o fizer, vai perder Dan! E aí, como é que fica? Fica solitária chorando pelos cantos porque não está com quem ama! Não jogue essa chance no lixo! E que se dane o Hawking, e que se dane tudo, que se dane o mundo! Você quer Dan, o Dan te quer, então corre atrás da sua felicidade! É melhor você ir por livre e espontânea vontade antes que eu te pegue pela orelha e te carregue até ele! Caramba, vocês são dois cabeças duras!

Larguei-me no sofá e apoiei a cabeça nas mãos. Eu estava ouvindo um grande sermão da Andie, e o pior de tudo, é que ela tinha toda e completa razão.

- Quer saber? – Disse ela, mais suavemente e em um tom mais baixo. Ergui a cabeça e a vi ajoelhar na minha frente, sorrindo de canto. – Você tem que ir atrás dele. Agora. Desse jeito. Não importa se está um pouco suja de tinta. Ele não vai se importar com nada. Ele vai até achar um charme. Diga para ele tudo o que você sente, peça desculpas, peça para que ele volte para você. E o “vocês” volte a existir. E quer saber mais? Ele vai se sentir o homem mais feliz do mundo quando você fizer isso. E depois... Bem, vocês vão se beijar, o clima vai esquentar e ele vai te fazer subir pelas paredes. E é claro que eu não vou ficar para assistir isso, a pornografia iria acabar com a minha inocência!

- Andie! – Eu exclamei rindo levemente. Ela sorriu travessa. Só Andrea White para estragar discursos romanticamente fofos com uma sacanagem dessa.

- Eu estou certa. Vai lá.

- Mas onde ele está?

- Ele deve estar no prédio da MI6. Então... Espera, eu resolvo isso.

Andie pegou o telefone e ligou para alguém, que eu soube na hora ser Dan. Quando desligou, sorria.

- Eu estou indo buscá-lo, afinal, ele não pode sair sem a companhia de algum dos seguranças. Não se preocupe, eu e McCartney vamos cobrir vocês. E não se preocupe, dará tudo certo. – Ela sorriu. – Em quinze minutos ele estará aqui. Você pode ir ensaiar as suas falas no espelho, botar uma lingerie vermelha rendada, encher esse apartamento de velas, sei lá. Só não saia daí.

Dito isso, saiu porta afora feito um furacão. Sorri fracamente, enquanto meu estômago dava um nó junto com o meu intestino grosso e o resto dos órgãos de tanto nervosismo que eu sentia.

Dan Evans POV

Parei na frente da porta de Mahara. Andie estava no fim do corredor, e sussurrou “o que você está esperando? Toque a campainha!” antes de entrar no elevador. Eu tremia da cabeça aos pés, e não era de frio. Respirei fundo, e apertei o botão. Logo a porta se abria, e lá estava ela.

Tão baixinha que não passava do meu peito. Os cabelos loiros soltos com as pontas coloridas, e um pouco sujos de tinta azul e vermelha. A pele clara. A pinta de nascença em forma de coração na base do pescoço. Os lábios rosados, nem finos, nem grossos. Os olhos intensamente azuis, brilhando de alegria, nervosismo e... Amor?

- Dan... – Ela disse baixinho, quase que em um sussurro.

- Mahara...

- Entra, por favor.

Entrei no apartamento e reparei que ela estava pintando a parede da sala novamente. Isso explicava a tinta no cabelo e nas roupas. As cortinas estavam fechadas, e o ar condicionado estava ligado. As flores que eu havia enviado para ela estavam em um vaso na mesa de centro. Virei-me para ela e a vi apertando as mãos – sua mania quando estava nervosa. Abri minha boca para falar, mas ela foi mais rápida.

- Volta para mim. – Disse ela, baixinho. – Vamos arriscar, tentar de novo. Reajustar tudo o que tem para ser ajustado... Vamos fazer com que o “nós” volte a existir. Eu não...

Mahara não conseguiu terminar a frase. Seus lábios foram tapados pelos meus. Minhas mãos foram parar na sua cintura, puxando-a para junto de mim, fazendo com que não houvesse distância entre meu corpo e o dela. Depois do choque inicial, ela amoleceu em meus braços, passando os dela pelo meu pescoço, segurando com uma mão meus cabelos, me empurrando para junto dela. O desejo desesperador era mútuo. A ansiedade em recuperar o que quer que nós tenhamos perdido era mútua. E a necessidade de ar também era mútua.

Distanciamo-nos muito pouco, tanto que nossos narizes se roçavam, as testas estavam coladas uma na outra, e eu podia sentir a respiração dela contra meu rosto, aquele seu hálito de morango e menta.

- Eu acho que isso é um sim, não é? – Perguntou ela, e mesmo de olhos fechados, eu sabia que ela estava sorrindo.

- Você é tudo o que eu mais quero neste mundo. Mas se ainda te restam dúvidas...  – Eu disse, logo em seguida tomando seus lábios em outro beijo. Mais lento, mais suave, mais calmo. Menos desesperado. Tomei-a nos braços, distanciando-me um pouco e abrindo os olhos, e ela riu.

- O que estamos fazendo? – Perguntou risonha.

- Nós estamos indo sentar no sofá, pois eu cansei de ficar de pé.

- Fracote! Não aguenta mais ficar alguns minutos de pé?! – Ela debochou, passando as pernas por cima das minhas e encostando-se ao meu peito.

- Ou talvez eu queira ficar mais próximo ainda de você, te ter nos meus braços e nunca mais deixar você sair deles... Não sei, acho que só cansei de ficar em pé mesmo. – Dei de ombros. Mahara sorriu. Ela ficava linda sorrindo. Parecia que o mundo se iluminava, pois o seu sorriso era o mais belo do mundo. O que o tornava mais belo era não ser apenas a curva dos lábios, e sim sua continuação nos olhos – que brilhavam tanto, como um farol que brilha a noite, sobressaindo-se na escuridão, guiando os navegadores. Os olhos dela eram o meu farol, no mar do seu amor.

- Se você quiser, eu gritarei para o mundo inteiro que eu amo você.

Ela virou a cabeça para o lado, e me olhou com uma carinha interrogativa. Como se duvidasse. Aproximei-me de seu ouvido, e sussurrei bem baixinho “eu amo você”.

- Você não ia gritar? – Perguntou ela, sorrindo de canto.

- Para quê? O meu mundo não é surdo. Está bem diante de mim. Você é o meu mundo, Mahara.

Ela corou furiosamente, e olhou para baixo, para nossas mãos entrelaçadas, sorrindo. Levantei seu queixo levemente com a mão livre, e olhei os seus olhos.

- Você, Dan Evans, é o único por quem já senti algo assim. Você é o único homem que exerce efeitos sobre mim, é o único que consegue me fazer sentir dessa forma... Acho que você é o homem da minha vida. – Disse ela.

Sorri bobamente, e a beijei. Eu não tinha mais palavras para expressar o quanto eu a amava, e quanto estava feliz em tê-la nos meus braços novamente. Agora, somente gestos poderiam falar por mim. 


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram?
Eu preciso de uma opinião sobre os próximos capítulos. Eu tenho que fazer uma cena muito boa para iniciar o final da história, porém, nela teria uma cena hot. Eu quero saber se vocês querem que eu faça tudo detalhadinho típico de cena hot, ou se eu apenas insinue. É porque pode ter gente que como eu, se sente mais a vontade com cenas de insinuação, apenas. Mas não custa perguntar...
E rezem para eu não ter mais ideias para a história nova e conseguir focar aqui direitinho, porque está bem difícil! Oxa!