Scritto Nelle Stelle escrita por Karla Vieira


Capítulo 19
Folga


Notas iniciais do capítulo

Olá! Demorei um pouco, não é? É que essa semana estava complicado para eu escrever. É retiro da crisma, é um dia de secretária no escritório da irmã, é mostra artística do colégio... Eita! Mas hoje eu consegui escrever alguma coisa para vocês, e eu não gostei tanto desse capítulo, não ficou lá muito bom, mas eu espero que vocês gostem mesmo assim.



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Mahara Carter POV

O suor escorria na minha testa, e eu estava concentrada no que eu estava fazendo. Graças a isso, eu conseguia perceber cada movimentação ao meu redor. Soquei o rapaz loiro no olho e chutei o moreno na barriga, afastando-o de mim por mais alguns estantes. O loiro voltou e ergueu o braço para me socar, e consegui desviar, puxar seu braço e torcê-lo. Ele tentou acertar meus joelhos e me fazer cair, mas usei o movimento para desequilibrá-lo ainda mais e fazê-lo acertar o moreno. Os dois caíram no chão, arfando cansados.

– Isso é o melhor que vocês tem a fazer? – Perguntei, cruzando os braços e os olhando desafiadora. Senti um leve movimento atrás de mim e me virei exatamente no momento em que surgiu um rapaz de cabelo castanho pronto para me pegar, e eu acertei sua face com um soco de esquerda que o fez desequilibrar, tropeçar nos próprios pés e cair. Isso que a esquerda nem é o meu forte. – É sério isso? Não tem nem graça treinar com vocês, rapazes.

O loiro, Malcolm, disse um palavrão de realmente baixo escalão.

– Caramba, Mahara, você é uma máquina de destruição ambulante! – Disse ele. Eu apenas ri.

– Não, meu caro, isso são anos de prática. Vocês tem que praticar mais, porque três rapazes de mais de um metro e setenta perderem uma luta para uma garota de um metro e sessenta de altura é vergonhoso!

– E ela ainda joga na cara. – Reclamou o moreno, Gabe.

– Claro! Eu tenho que me divertir. Bom, se vocês me dão licença, eu vou treinar minha mira com as facas ou com as armas de fogo.

Fiz um cumprimento de marinheiro (encostar dos dedos na testa e afastá-los) e saí. Fui até o meu armário emprestado do vestiário feminino e peguei meu celular, colocando-o no bolso da calça de um tecido que eu não sabia o nome, mas era elástico, confortável e resistente, indo para o grande cômodo parecido com um ginásio onde os agentes treinavam a mira com as facas e as armas de fogo. Claro que a parte das armas de fogo tinha isolamento acústico e proteção suficiente para que ninguém se machucasse. Peguei um alforje com sete punhais pontiagudos e afiados, e me dirigi para a plataforma que tinha cinco pedaços de madeira com formas humanas, que ao meu sinal girariam e eu tentaria acertá-los com os punhais. Hoje era Amy que cuidava dessa aparelhagem, e quando me posicionei, com o alforje preso na minha cintura e um punhal em mãos, ela ligou.

Os homens de madeira começaram a girar ao meu redor, e eu fechei os olhos e respirei fundo, deixando que o meu instinto falasse mais alto. Sendo assim, comecei a atirar as facas. Quando o meu alforje ficou vazio, ergui as mãos e Amy parou a aparelhagem. Então observei os homens de madeira. Três tinham uma faca centrada a cabeça, sendo que dois deles possuíam uma faca na região abdominal. Os outros dois bonecos tinham as outras duas facas restantes em dois lugares diferentes: um no peito, e outro no precioso masculino. Você entendeu.

Eu estava treinando tanto porque era meu dia de folga e eu estava inspirada para treinar e aperfeiçoar minhas técnicas. Ultimamente eu estava tendo que lidar demais com tentativas de homicídio e evitando-as.

– Você é boa, Mahara. – Disse Amy. – Geralmente eu tenho que desviar de algum punhal perdido, mas você nunca deixa um escapar.

– Acho que tenho que melhorar um pouco mais a mira, quero um dia acertar todas as facas na cabeça, ou só no peito. Bem no centro.

– Continue treinando que você consegue. Aliás, se você acertar um punhal em um homem de verdade onde você acertou aquele boneco ali – Ela apontou para o boneco de madeira que tinha um punhal no precioso – Você poderia matá-lo. Então... Errar às vezes é bom.

Amy sorriu maquiavelicamente, e eu sorri de canto, enquanto recolhia os punhais e os colocava no alforje. Eu estava prestes a pegar um nas mãos e me preparar para mais uma rodada, mas meu telefone vibrou dentro do meu bolso. Peguei-o e o atendi.

– Alô?

– Pequena? – A voz de Dan chegou aos meus ouvidos, do outro lado da linha.

– Olá grandão.

– Onde você está?

– Na academia. Por quê?

– Bom... Vá para casa, tome um banho e coloque uma roupa confortável, sendo um short ou uma calça, e eu vou passar lá para te buscar. Você vai sair comigo, ok?

– Eu não tenho opção, aparentemente.

– Não mesmo! Soube que é seu dia de folga no estúdio e resolvi levá-la para sair. Algum problema em um namorado querer levar a namorada para algum lugar?

– Claro que não! Mas vai ser surpresa?

– Exatamente.

– Ok, então. Estou indo para casa.

– Daqui uns cinquenta minutos eu passo lá.

– Tá bom. Tchau, grandão.

– Tchau, pequena.

Desliguei o telefone sorrindo.

– Acho que por hoje é só, Amy. Fui intimada para um compromisso!

– E pelo visto com algum homem. Vai lá garota, e arrasa! Depois você me conta os detalhes sórdidos.

Eu ri com gosto, e saí feliz da “academia”. Bem, não deixava de ser uma. Fui para casa e tomei um não tão rápido banho morno, e coloquei um short jeans e uma blusa soltinha tie dye colorida, mas discreta, já que eu não havia tingido com cores muito fortes, e não deixei muita concentração de tinta na água. Coloquei uma rasteirinha gladiador e peguei minha bolsa de franjas, sentando no sofá e esperando Dan chegar.

Quando chegou, senti borboletas surgirem no meu estômago. Comecei a tremer e o coração disparou. Era o efeito que Dan surtia em mim, mesmo depois de duas semanas de namoro escondido. Odiava o fato de ser escondido, mas tinha que ser. Caso contrário, meu emprego estaria em jogo, a minha vida em jogo, e a vida dele já estava em jogo. Eu não podia perder isso.

Mas vou confessar que sempre fui amante do perigo.

Quando Dan me abraçou, eu senti que ele estava tremendo.

– Por que você está tremendo? – Perguntei intrigada. Ele disse baixinho no meu ouvido:

– É muita responsabilidade segurar meu mundo nos braços.

Fechei meus olhos, sorrindo, e o abracei mais forte. Eu nada consegui dizer. Afastei-me um pouco, o suficiente para que nossos narizes passassem a se encostar e nossas testas ficassem unidas uma contra a outra. De olhos fechados, eu senti vontade de chorar. Havia tanta coisa que Dan não sabia sobre mim, que eu omitia; e ele estava completamente apaixonado por mim. Ele fora honesto desde o começo. Eu era uma farsa no começo. Agora eu omito essas coisas, mesmo que para protegê-lo.

E então, eu o beijei. Intensa e desesperadamente. Como se eu, em um beijo, pudesse me redimir desses meus “erros”. Como se nele, eu pudesse demonstrar o quanto o amava, e o quanto o queria junto de mim. Como se nele eu fosse capaz de demonstrar que eu não poderia perdê-lo de jeito algum. E ele retribuiu o beijo na mesma intensidade.

Inconscientemente, recuamos até o meu sofá, onde acabamos caindo sentados, e logo Dan inclinou-se sobre mim, deitando-me no sofá, e mal distanciando nossos lábios ara tomarmos ar. Quando sua mão tocou a minha coxa exposta, minhas mãos foram parar em seu peito, empurrando-o gentilmente para trás. Eu corei violentamente.

– Dan... – Eu tentei buscar as palavras certas.

– Não é o momento certo. – Ele sorriu compreensivo, e carinhoso. – Eu sei. E concordo. Esse momento tem que ser mais do que especial para nós dois.

– E eu tenho que confessar uma coisa... – Se era possível, eu corei mil vezes mais.

– Diga. – Ele perguntou acariciando meu rosto com uma mão, e apoiando seu peso no outro braço, ainda estando acima de mim.

– Eu... Eu... – “Droga, Mahara, tão corajosa para várias coisas e não tem coragem para uma frase?” pensei. Liam ergueu as sobrancelhas, incentivando-me a continuar. – Eu sou virgem.

– E há algum problema nisso? Eu não vejo algum. – Ele disse, sorrindo de canto, e eu fiquei calma. Afinal, é raridade uma garota de 21 anos ser virgem nos dias de hoje. Eu sempre fui romântica demais e decidi esperar pelo homem que eu soubesse que me amava como eu amaria ele, que eu soubesse que valeria a pena me entregar. Eu sabia que Dan era esse homem. – Isso só ressaltou como o momento tem que ser especial.

– Obrigada por compreender. Isso só me fez ter mais certeza de que você é o homem certo para mim. – Eu sorri. Ele também sorriu, e me beijou.

– Então vamos logo, pois eu tenho uma surpresa para você, lembra?

– Não consegui esquecer. – Eu disse, enquanto levantava. Desamarrotei minhas roupas e ajeitei meus cabelos, e Dan fez o mesmo. – Nenhuma dica?

– Não. Só sei que você vai gostar, porque é bem o teu tipo de coisa.

– É um esporte radical? – Perguntei, com os olhos brilhando.

– Talvez. Eu sei que você nunca o fez, mas irá fazer hoje e comigo.

– Ok. Estou com medo agora. – Eu disse, rindo, mas ficando nervosa. O que Dan estava aprontando?



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Notas finais do capítulo

O que vocês me dizem?