À tarde depois do almoço eu fui para o hospital, quando cheguei lá Evelyn ainda dormia. Fiquei sentado na poltrona ao lado da cama, esperando ela acordar e, não demorou muito para Bill e Mel chegarem também. Ficamos todos conversando, inclusive Evee quando acordou.

E assim seguiu por 3 dias Bill, Mel, Evee e eu ficávamos a tarde toda fazendo ‘farra’ naquele quarto de hospital, as enfermeiras que piravam com a gente e, viviam vindo nos repreender como se fossemos crianças.

– Ai gente não sei o que seria de mim sem vocês pra me animar nesse hospital tenebroso. Evee falou depois da piada sem graça que Bill havia contado.

– Somos seus amigos, jamais te abandonaríamos aqui. Mel disse sorrindo.

– É meus amigos, meus melhores amigos. Evee disse e naquele momento eu senti que o que ela dizia era verdade, ela não me amava mais, apenas me via como um amigo e ser apenas um amigo eu não queria.

[Evelyn]

1 semana depois

Finalmente, depois de uma longa semana eu havia recebido alta. Nada melhor do que estar em casa.

Depois que Bill e Mel haviam me deixado em casa foram trabalhar, afinal a loja já havia ficado ‘parada’ a semana toda, se bem que Tom nos últimos dias não tinha ido me visitar, Bill dizia que ele tinha muito trabalho na loja e não podia, só que isso eu não engolia. Não sabia o motivo por ele ter sumido, mas o fato era que eu senti sua falta e todos os dias em que ele esteve lá comigo me fez entender que eu nunca deixarei de amá-lo e esse medo que eu sentia de novamente me envolver com ele era algo de minha cabeça, e agora havia ficado claro, eu não posso perder ele.

Desde que eu havia saído do hospital, dois dias se passaram, eu não podia sair de casa, pois o médico tinha me proibido eu precisava ficar de repouso, e para não desobedecer às ordens médica Mel contratou uma empregada, ela disse que era para me ajudar, mas eu sabia que era pra ficar de olho em mim enquanto ela estava no trabalho.

Depois que, finalmente, eu já podia ao menos sair de casa, fui até a mansão de Mel ficar sozinha em casa estava me deixando um tanto atordoada e lógico eu planejei ir lá ao intuito de encontrar Tom e saber o porquê ele sumiu nos últimos dias e não me procurou mais, como sempre fazia.

E como se fosse tudo premeditado quando estava saindo da casa de Mel, Tom havia acabado de chegar.

– Tom? O chamei e, ele se virou.

– Evelyn, ah oi. Bill tinha me dito que você havia saído do hospital.

– Pois é. Você sumiu, senti sua falta não foi mais me visitar, aconteceu algo?

– Ahh não, tive muito trabalho na loja, não pude ir, me desculpe.

Ele estava diferente, eu podia sentir isso.

– Tom, filho você não... – Simone apareceu na porta. – Não acredito Evelyn? – Ela veio em minha direção de braços abertos. – Bill tinha me dito que tinha voltado e, eu não acreditei. - Ela me abraçou de uma maneira que parecia que me desmontaria. – Senti tantas saudades.

– Também senti muita saudade. Disse ainda abraçada a ela.

– Nossa você mudou tanto, está mais linda do que nunca, mas venha entre e me conte o que tem aprontado desde que foi embora. Simone me arrastava, praticamente, para dentro da casa e Tom nos seguiu.

Ficamos conversando sobre vários assuntos, Simone não foi apenas minha professora de geografia, mas foi como uma segunda mãe e em todos esses anos eu senti muita falta dela, havia coisas que ela sabia sobre mim que nunca contei aos meus pais. Era muito, muito bom rever ela.

– Ah querida, foi muito bom te reencontrar, mas eu preciso ir Gordon está me esperando. Ela disse após desligar o celular.

– Também preciso ir, mas antes quero falar com Tom.

– Diga a ele que mandei um beijo e, mais tarde espero ele e Bill lá em casa como me prometeu. – Ela riu. – E temos que marcar um almoço, já que não posso tê-la como minha nora pelo menos como amiga.

– Claro, marcaremos sim. Ri.

– Tchau querida. A porta fechou-se.

Subi até o segundo andar, para tentar achar o quarto de Tom, já que o mesmo havia sumido enquanto Simone e eu conversávamos.

Havia uma porta aberta e, uma música tocava, em um volume não muito alto, segui até lá e vi Tom deitado sobre a cama, parecia distante, perdido em seus pensamentos.

– Posso entrar? Disse parada na porta e Tom me olhou.

– Claro. Sentou-se na cama.

– Bonito quarto. Falei admirando a decoração.

– Obrigado. – Disse. – Achei que já tivesse ido embora.

– Ah sim, eu ia, mas precisava falar com você antes.

– Falar? O quê?

– Você pode me achar uma chata em insistir nesse assunto, mas eu sei que não tinha muito trabalho na loja, por que não foi mais ao hospital? Sentei-me ao seu lado na cama.

– Bom, não é segredo para ninguém o quanto eu gosto de você e, quando voltou eu quis te ter de volta a todo custo, embora, não quisesse e, eu fiquei meio obcecado e essa obsessão me cegou, mas esses dias você me chamou de amigo e só então eu entendi que acabou, nossa história não tem mais continuação, tudo acabou, eu entendi que eu te perdi.

– Não! Você nunca me perdeu, e nunca vai perder, eu tinha medo, todos esses anos eu fiquei completamente fechada, nunca me permiti um relacionamento com ninguém por medo de acontecer o mesmo que aconteceu com você e isso não foi diferente agora, era medo, quando disse que não te amava mais era mentira, só estava tentando me proteger de alguma forma, eu amo você mais do que tudo, sempre amei e sempre vou amar, não posso te perder, não posso. - Uma lágrima escorreu. – Tom você é... Fui interrompida por um beijo urgente e necessitado, cheio de emoção misturado com uma paixão enlouquecedora.

– Sabe o quanto esperei para ouvir isso? Ele disse num quase sussurro, depois que nos separamos.

– Me perdoe eu fui uma completa idiota, só estava tornando as coisas mais difíceis ao invés de aproveitar cada segundo com você.

– Shiiu, esqueça tudo deixe para trás o que importa é o agora, esse momento, não vamos estragá-lo com coisas que não tem a mínima importância é passado, passou deixa isso enterrado lá. Ele, novamente, me beijou.