MANUELA POV’S

  Saí do quarto deixando Niall e Dani a sós, eu não estava afim de segurar vela, não mesmo, só queria achar o Carlos logo, onde ele poderia estar? Fui no quarto dele, bati e bati, ninguém atendeu, andei esse colégio todo, mas finalmente eu o encontro, num lugar afastado do colégio, com uma garota, me aproximei e disse:

      - Carlos, quero falar com você, agora !
      - É tão importante assim? – Ele me perguntou.
Ridículo, não interessa se é importante, eu tinha que falar com ele, por fim eu disse, quando já estávamos sozinhos:
     - Vou ser direta ok?... Estou terminando com você.
Ele arregalou os olhos e disse alto:
      -  QUÊ? COMO ASSIM? ME EXPLICA.
      - Explico, acontece que não dá mais pra mim continuar com você, eu não consigo esquecer o que você fez comigo no nosso primeiro dia aqui !
      - Mas isso são águas passadas, e você disse que tinha me perdoado Manuela.
Eu respirei fundo e respondi:
       - Águas passadas só se for pra você ! Oquê? Você acha que é fácil de esquecer uma agressão? Duas bofetadas bem na cara?
       - Mas eu disse que tava arrependido PORRA, e eu te bati porque eu estava com ciúmes, é difícil de você entender isso?
Eu me arrepiei quando ele disse isso, eu sentia medo dele, ainda mais depois do que ele me fez, eu tinha medo de que ele ainda fosse capaz de me fazer algum mal, ali, naquele momento. Então eu disse, num tom meio irritado:
        - Por um acaso eu tava agarrando o Harry pra você ficar com ciúmes?
Ele se alterou de novo e disse:
        - Manuela, você me TROCOU pra ficar com ele, pra ficar sentada do lado dele.
        - Ahhh tá bom, mas você se preocupou em sentar ao meu lado no ônibus? Não....
        - Oi Manueeeela. – Disse cinicamente Victoria chegando onde eu e Carlos estávamos, ela continuou á dizer:
        - Eu tava passando por aqui e, não pude deixar de ouvir a conversa de vocês.
        - Ah, agora deu pra você ficar ouvindo a conversa dos outros? – Eu falei, Victória disse:
        - Vocês são namorados... né?
No mesmo momento me lembrei que ela tinha visto eu e Harry nos beijando, e com certeza ela ia abrir a boca, Carlos falou:
        -  Sim, somos, porque?
        - Não, não somos mais, acabamos de terminar! – Eu falei alto, Victória sorriu ironicamente e disse:
        - Achei que você ia ficar pondo mais chifres no seu namoradinho Manuela, ou ex,  seilá.
        - COMO ASSIM PONDO CHIFRES?
Eu não vou mentir, vou abrir o jogo logo pra ele, é o melhor. Eu disse:
        - Eu fiquei com o Harry ontem Carlos....
Eu via a raiva que ele estava, eu via pelos olhos deles. Victória disse:
        - É verdade, sou testemunha disso, testemunha concreta...... Bom, vou indo, acho que já fiz o que eu queria fazer.
Em seguida aquela vadia saiu. Olhei para Carlos, do nada ele agarra meus braços bem forte, e gritou:
        - COMO VOCÊ PÔDE SUA PUTA?
        -  Eu amo o Harry Carlos.
        - EU TE PERGUNTEI SE VOCÊ AMA AQUELE DESGRAÇADO? ME RESPONDE, PORQUE VOCÊ ME TRAIU?
        - Porra, eu disse, eu amo ele, eu ia terminar com você antes mas não deu.
        - Ama ele porcaria nenhuma Manuela, você é uma puta, deve estar doidinha pra sair dando pra qualquer um!

         - CALA A BOCA SEU MERDA, ME SOLTA.
         - VOCÊ E ELE VÃO ME PAGAR, VOCÊS VÃO VER.
         - Me solta caramba, seu drogado.
  Os olhos dele estavam vermelhos de raiva, parecia quando alguém fica de abstinência de droga, ele já era alterado, e com drogas era alterado mais ainda, ele estava usando fedendo, eu sabia muito bem quando Carlos estava sob efeito das drogas. Mas a verdade é que ele não precisava estar dopado para me maltratar. Ele disse:
         - Te soltar? Claro.
Em seguida ele me empurra monte á baixo. O colégio ficava em cima de um pequeno morro, eu e Carlos estávamos perto da ladeira que todos diziam para nunca chegar perto, ele me empurrou, e eu fui rolando, ficando completamente machucada, o morro era pequeno, mas grande o suficiente para matar alguém caso caísse de lá. Desci rolando todo aquele chão, cheio de pedras, folhas, galhos. Quando acabou a ladeira bati contra uma árvore, batendo minha cabeça muito forte, então, desmaiei, eu estava muito fraca e machucada...

        ~ 6 HORAS DEPOIS, ERAM 20H30 ~

Estava escuro e eu estava acabada, até que Harry beijou meus lábios e me salvou, vi a chuva cair enquanto eu tocava o rosto dele, então eu disse com dificuldade:
          - Harry..... seu olhar é como o brilho do sol, que me aquece e me faz bem, as emoções me tomam quando eu te encontro, eu nunca senti nada assim....
Harry sorriu, um sorriso lindo, que me fez um pouco mais forte, mas eu ainda não tinha forças o suficiente para me levantar do chão e abraçar meu tão amado Styles. Eu estava completamente feliz de ver ele ao meu lado, antes eu estava morrendo de medo de morrer ali mesmo, sem que ninguém me encontrasse. Ele então me levanta e coloca todo o meu corpo em cima dele.

   HARRY POV’S

Eu estava aflito, onde a Manuela estava? Ninguém viu ela, caramba. Pensei logo que ela estava com a Dani, fui tratar de procurar ela.... Finalmente achei, então eu perguntei:
           -  Dani, cadê a Manuela?
           - Uai, não sei Harry, a última vez que eu vi ela foi á uma meia hora atrás, foi quando ela foi procurar o Carlos.
           - O Carlos?
           - Sim, ela deve ter ido terminar com ele.
           - Ta, valeu Dani.
Nem esperei pra ver se ela dizia mais alguma coisa, eu saí correndo, eu só queria encontrar a minha menina, passei o dia inteiro procurando ela, e nada de achar, eu já tinha procurado em todos os lugares daquela bagaça enorme de colégio. Decidi ir procurar em lugares afastados, mesmo achando que ela não poderia estar lá, mas por via das dúvidas.... Cheguei perto da ladeira, olhei para baixo e vi um corpo caído, sumindo na escuridão daquela noite fria, o corpo estava contra uma árvore, me aproximei mais, olhei, meu coração começou a bater mais rápido, minhas pernas tremeram, eu arrepiei, era a Manuela, minha Manuela, caída no chão. Saí correndo em direção á ela, eu não conseguia pensar direito, ver ela ali, caída, desmaiada, toda machucada. Minhas pernas ainda tremiam, me joguei no chão ao lado dela, ela estava completamente apagada, eu estava sentindo uma sensação horrível, doía em mim ver ela daquele jeito e eu não pude fazer nada para que aquilo nunca tivesse acontecido. Porra, o que será que aconteceu? Olhei para ela, uma lágrima escorreu no meu rosto, acariciei o rosto liso dela, rasguei a minha blusa, enrolei no machucado da cabeça dela para que não entrasse sujeira ou para que protegesse caso saísse sangue ou algo do tipo. A beijei, ela estava fria, muito fria, tirei meu casaco e a cobri, esperei um pouco, ela abriu os olhos, e no mesmo momento me senti feliz por ver aqueles maravilhosos olhos dela, ela tocou meu rosto e disse:
          - Harry...... seu olhar é como o brilho do sol que me aquece e me faz bem, as emoções me tomam quando eu te encontro, eu nunca senti nada assim.
Eu sorri,  e a deitei em meu corpo, eu beijei a testa dela, e em seguida sua boca, ela estava machucada, fraca, me soltei dos lábios dela, passei a mão no rosto dela e disse:
          - O que aconteceu meu amor?
Ela me beijou, ela parecia feliz por eu estar ali, apesar de não ter forças para sorrir como ela sorria quando estava bem, depois parou e disse:
          - Eu tava passando por ali, não vi uma pedra que tinha, tropecei e caí aqui.
          - Mas o que que você tava fazendo perto da ladeira?
          - Eu tinha ido terminar com o Carlos.
Fiquei em silêncio por um tempo, apenas fiquei acariciando os cabelos de Manu, depois eu falei:
          - Pode falar pra mim, isso que você disse não faz sentido, ele te empurrou, não foi?
Manu não disse nada, vi algumas lágrimas escorrerem no rosto dela, ela expirou lentamente e disse:
          - Foi Harry, foi, mas e daí? Eu terminei com ele, agora eu posso ficar com você!
          - Mais que caralho, aquele vagabundo vai se ver comigo, Manu..... eu tinha te prometido que eu nunca ia deixar ele bater em você, me desculpa, a culpa é minha por você estar assim, eu não soube te proteger direito e....
Manu se levantou com dificuldade, colocou as mãos no meu rosto e me beijou, os lábios dela me faziam ficar calmo, ela parou, me olhou e disse:
          - Larga de ser bobo, nunca que a culpa é sua, você não é obrigado a cuidar de mim.
          - Sou sim, eu tenho que te deixar bem, eu tenho que te manter bem.
Ela me deu um selinho e falou:
          - Harry, você me matem bem só por respirar.
          - Mas eu falhei com você.
          - Você nunca falhou comigo, para com isso. Olha, só pra você ter uma idéia, quando senti seus lábios tocarem nos meus, eu já me senti forte.
A chuva começou a ficar mais forte, a Manu sabia me deixar ainda mais apaixonado por ela, eu sorri e a beijei, dessa vez nosso beijo foi mais longo.
Eu a ajeitei em meus braços e disse:
          - Eu vou sempre te manter em meus braços, você nunca vai estar sozinha.
Mas caara, quando um homem está apaixonado ele fica gay assim mesmo? É, realmente, o amor muda a nossa vida. Me levantei, a peguei no colo e caminhei o mais rápido possível em direção á enfermaria.