A adaga em tuas mãos

Como pudi ser tão tolo...

Fui seu amigo, confiei em você,

Fiz de tudo para te agradar,

Mais como agradar o incontentável?

Responder, não sei,

O que sei é apenas que tentei,

Lutei, fiz de tudo para dar certo.

Entreguei-te tudo,

Meus sonhos, meus segredos, meus sentimentos.

Deixei amigos, pessoas e alguns sonhos por você,

Pois sinceramente queria que isso enfim desse certo.

Mais como agradar o incontentável?

E quando você já tinha tudo, o que fez?

Pegou sua pequena adaga,

E sonho por sonho,

Sentimento por sentimento,

Você foi apunhalando-os,

Cada golpe doía em minha alma.

E mesmo assim acreditei em ti.

Sofri calado, pois cada apunhalada doía,

Rasgava, me matava por dentro,

E mesmo assim, continuei caminhando nessa estrada em busca de te fazer feliz,

Agüentando cada apunhalada,

Minhas pernas já não agüentavam mais,

Mais a minha vontade de fazer-te feliz eram mais forte.

Então você resolveu colocar erros de outros em minhas costas,

E como caminhar sendo apunhalado por minha amada,

Carregando a carga de outros em minhas costas?

Isso não sei responder, sei apenas que tentei.

E cada gota derramada, me fazia ver o quanto eu sou...

Forte, tolerante e tolo,

Desculpe, talvez não fosse tão tolerante assim,

Mais mesmo assim fui forte, carreguei isso.

E quando eu já podia andar suportando toda essa dor,

Você já tinha matado os meus sonhos,

Mais de que me importaria eles agora?

Se estava construindo um futuro ao seu lado?

E mais uma vez sua adaga, agora impregnada de egoísmo,

Decepou minhas pernas,

Já não podendo mais andar fiquei estagnado no caminho.

Porque você fez isso?

Mas não te culpo de mais nada,

Pois cada situação que passei foi por conta das minhas escolhas,

Hoje já consigo caminhar,

Mas não sei para onde eu vou,

Nem o que vou fazer,

A única certeza que tenho é...

Eu ainda a amo...