Batalha Por Kahamma escrita por Victor Martins


Capítulo 4
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Grupos e nomes que aparecerão (até o capítulo 4):
Os Escoteiros de Madabloom -
Luccas, esfaqueador profissional
Cheilan, arqueiro olho-de-águia
Benato, mercenário sagaz
Gorje, espancador inpiedoso
Lelmo, guilhotina de Madabloom
Clã Oficial do Arcanum -
Raquelizha, arcanista violeta
Simmon, mestre da gravidade
Maynah, a escolhida por Rumurhu
Settio, alquimista-mor
Huisos, mestre dos espíritos



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Era tempo de agitação, euforia nas nações de Irravar e Ivelma. A primeira luta das dez seria com clãs originadas das tais nações. As nações ficariam lotadas por causa dos estádios. Durante os quatorze anos, obras de gigantes estádios em cada nação foram propostas por Relman: "em cada batalha, dentro dos estádios das devidas nações que lutam, será criada uma enorme projeção em três dimensões que fará o público se sentir dentro do campo de batalha. Com o enorme fluxo de viagem para as nações em que se passará a projeção, aumentaremos os preços dos restaurantes, hotéis e táxis..." Naquele momento, os Madabloom estavam na capital de Ivelma, o que era novidade para eles. Como a linhagem dos Madabloom não era Ivelmiana legítima, foram empurrados para a periferia do continente, excluídos da sociedade. Mas os escoteiros conseguiram impressionar o rei e entrar no campeonato. Haviam acabado de chegar na capital e estavam entrando no hotel qual ficariam hospedados, o que atraíra mil repórteres e fãs enlouquecidos.

Dentre toda aquela agitação, Cheilan, o jovem arqueiro dos Madabloom, um rapaz com um sorriso grande e encantador, olhos de uma cor entre o marrom e o verde, e cabelos no ombro castanhos como o tronco de um pinheiro, avistou uma figura diferente. Uma garota de mais ou menos um metro e 64, cabelos cheios e ondulados até a metade das costas e um olho verde mais brilhante que o sol. Cheilan se aproximou da cerquinha que o separava dos repórteres.

– Mono? O que você faz aqui? - O menino segurou as mãos da garota, enquanto apreciava seu lindo e familiar sorriso.

– Vim ver você lutar. - Disse Mono, naturalmente.

– Mono! Já conversamos tanto sobre isso... - Parecia que o garoto ficaria dois anos falando, mas se conteve. Levou seu queixo até seu ombro com os olhos fechados, e encarou a menina denovo. - Aonde você está?

– Em um hotel - Foi um longo segundo de silêncio, Mono mudou sua expressão, sua sombrancelha se curvava e expressava toda a tristeza da garota. - Eu não podia ficar na nossa cidade, eu iria levar esse receio para o túmulo se não corresse atrás de você.

– Meu risco de vida é muito grande, Mono. A última coisa que eu quero no mundo é te machucar, mas é melhor você já ir se acostumando com nossa separação do que dar de cara com minha morte - Na hora que ele o disse, Mono abaixou a cabeça, deixando seus cabelos caírem sobre seu rosto. - Depois nós conversamos.

– Espere, você está livre hoje? - Seus olhos se desesperaram.

– Depois da entrevista geral do grupo, vai passar ao vivo em rede internacional. A gente tem essa noite, e amanhã intero.

Mono o entregou um pedaço de papel dobrado. - Toma. É meu endereço e meu novo celular. Não deixa de falar comigo, não vou aguentar não te ver antes da batalha.

Uma mão pousou sobre o ombro de Cheilan. Era Luccas. Cheilan abriu seu melhor sorriso para Mono e se virou, andando em direção a portaria do hotel, deixando aquela loucura da multidão, junto aos outros meninos do grupo.


~ • ~


10 anos atrás -

Raqueliza tinha apenas doze anos quando Relman fora convidado à universidade de magia para os membros que seriam selecionados para representar o grupo do Arcanum - a tal universidade de magia -. Aos olhos da criança, ele era a luz em forma de homem. Seu roupa era dourada e brilhante, mais rígida e grossa que um látex, parecido com couro envolvido por pele de cobra. Concerteza a ida de Relman no Arcanum havia sido marcante, pois havia sido lá aonde conhecera sua esposa, Ilena.

Raqueliza estufava o peito. Entre suas colegas, era a mais bela e forte. Seu cabelo era liso e chegava até seu cóccix, com pontas atrapalhadas. Era de um louro intenso como o sol. Suas sombrancelhas eram objetivas e finas, seu nariz empinado, e seus olhos passavam perfeitamente uma imagem de calma, mesmo se fosse falsa. Ajeitava suas luvas, até ouvir Relman dizer com uma voz alta e forte, "Que comece", e escorou sobre o trono. Relman virou a cabeça. Seria uma luta entre duas crianças, e uma morreria. O oponente de Raqueliza era 4 anos mais velho que ela.

Raquelizha permanecia parada, esperando o menino correr em sua direção. Raquelizha precisou apenas erguer os bracinhos e em uma área na frente do menino, criar uma espécie de buraco negro. O coitado tentou parar, mas não conseguiu a tempo. Naquela época, não era certo o resultado da passagem pelo buraco negro. Alguns diziam que os que entrassem iriam para outra dimensão, outros que se mutariam. Mas ali, em frente aos olhos de todos, Raqueliza os mostrou o resultado. Era dona de uma grande resposta.

Na mesma hora em que o menino entrou no buraco negro, passou para o outro lado. A cena foi horrível. Como um inseto, o corpo do menino estava contorcido e rasgado, diminuido e próximo ao formato de uma bola, enxarcado de sangue. Uma gota respingou nas botas douradas de Relman. Ele se levantou.

– Você está dentro - Olhou para as autoridades do Arcanum presentes. - Por hoje é só, não realizem essas lutas entre garotos denovo sem minha presença. - Saiu do lugar a passos longos, e nunca mais esteve presente no Arcanum. Raqueliza observou aquela cena. Primeiro o rei, depois o corpo. Sem expressão alguma, saiu lentamente do local.


~ • ~


Na biblioteca do Arcanum, se encontraria tudo. Milhões de livros e documentos ocupavam as estantes do grande salão. Era de madrugada, quando Settio se apresentava lendo Os Segredos da Alquimia e Um Pouco Mais - Volume II sentadoem uma mesinha em meio as várias outras. Nela, também havia béqueres, frascos e potes vazios e sujos com substâncias de cores vivas. Estava descabelado, e suas pálpebras estavam quase fechando por vontade própria. Ilena, a diretora do Arcanum entrou sorrindo dentro do salão e se aproximou de Settio. Pousou a mão sobre a mesa, o assustando e atraindo um olhar desesperado.

– Decidimos que você irá para o campeonato - Realmente, Ilena não sabia o que esperar da reação do alquimista. - Pagaremos todos os recursos necessários para suas poções.

Settio a olhou sem saber se se interessava ou sentia medo. Seu olhar aparentou muito mais velho e sábio para um homem de vinte e quatro anos. Se levantou, sem dizer nada, e saiu pelas portas da frente. Os pensamentos sobre a notícia haviam deixado-o duas vezes mais cansado do que as horas que havia gastado na biblioteca.


~ • ~


Era uma menina bela de quatorze anos. Seus cabelos eram brancos, cheios e longos. Synviara também havia sido selecionada para o grupo do Arcanum, mas não era como os outros. Raqueliza via a seleção como um jeito de mostrar seu poder, de provar ser melhor que os outros, Simmon, irmão de Raqueliza, via como um pesadelo, e Settop se sentia indeciso. Synviara o encarava como uma honra. Prometera às autoridades desempenho e esforço. A era elegante na derrota e humilde na vitória, um verdadeiro símbolo de pureza. Maynah a observava de longe. A garota dos cabelos brancos se apresentava sentada debaixo de uma cerejeira, enfaixando as mãos. Maynah era uma vergonha. Uma menina inútil e fraca. Mas ali, estava diferente. Carregava uma espada fina e bonita como uma obra de arte, e seus olhos estavam laranjas. Correu em direção à menina, que se virou no último segundo, inutilmente. Maynah a acertara no peito, e enfiara a espada até sair pela suas costas. A menina soltara um grito horrendo e pegara no braço de Maynah, deixando suas unhas se transformarem em garra. Fincou no braço de Maynah até chegar ao osso. Em questão de segundos, as garras da menina se transformaram em unhas novamente e seu corpo caiu ao chão. Maynah abandonou o local com passos lentos. Ao chegar mais longe, viu folhas da cerejeira cobrirem o corpo da menina. Sua expressão não mudou em nada, sua boca ainda continuava uma linha reta. Se virou novamente, e continuou caminhando, calma, em sincronia com a brisa de verão, que remexia seu cabelo.


~ • ~


Já marcava sete horas no relógio. Os grupos já estavam no estúdio do pragrama da entrevista, o primeiro grupo a ser intrevistado seria o dos Escoteiros.

– Saudações, queridos presentes e telespectadores! - Gritou o homem alto e bonito, com cabelos curtos e negros. Seus olhos eram traiçoeiros e seu boca era sedutora. Seu peito era triunfante, e possuía ombros largos. Ele usava um terno preto e uma gravata vermelha. Causou certa agitação na platéia, abrindo seu maior sorriso. - Hoje é um dia especial, suponho que saibam. Esta noite, vamos ficar sabendo das expectativas e conhecer um pouco mais sobre os membros dos grupos que estreiarão o campeonato por Kahamma! - Apreciou a enorme platéia, então pousou uma mão sobre o peito, e outra ele esticou em direção a uma entrada do palco. - Primeiramente, vamos receber os jovens e habilidosos... Escoteiros de Madabloom! - Os meninos foram entrando. Cada um devia ter de 17 à 21 anos.

Eles foram cumprimentando o apresentador e sentando no grande sofá, à frente da platéia e rodiado por câmeras. O tal apresentador chamava Igo D'veleras, e beirava os 35 anos de idade. A entrevista estava sendo divertida, todos riam e faziam piadas, até uma pergunta pegar Cheilan de surpresa.

– Então, querido Cheilan - Na mesma hora, o menino olhou assustado para Igo, ele estava era o mais calado do grupo naquele momento. - O mundo está se perguntando quem é a misteriosa menina qual você conversou e segurou a mão hoje, na "manhã de autógrafos". - O público se calou, prestando atenção.

– Ah... - Cheilan olhou cada canto do palco, depois abriu um sorriso tímido, direcionando seu olhar a Igo. - Ela é apenas...

O que não sabia Cheilan, era que a "misteriosa garota" estava o assistindo agora. Estava sentada em seu sofá de pernas cruzadas, na mesma hora que ouviu a pergunta, abriu um sorriso encantador no rosto.

– Nada de mais. É uma amiga minha daqui da capital de Ivelma que eu não via a tempos.

Mono se decepcionou. Olhou para trás, fitando a mesa que havia preparado para os dois, com velas e flores cheirosas. Pensou na hipótese de Cheilan não querer a encontrar mais depois da entrevista. Desligou a TV e andou até a cozinha. Depois, até seu quarto, e então, a cozinha denovo. Quando caminhava para seu quarto, parou no meio da sala e bateu o pé no chão, soltando um rugido. Estava completamente aflita.



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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo começa a batalha!



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