O problema simplesmente não era só a confiança em Dong como também o fato de que eu não poderia mais de jeito algum me meter em confusões. O olhar de Dong era sincero ele parecia realmente confiante em todas as palavras, mais eu nem o conhecia direito e também não posso esquecer a minha fome que estava cada vez maior e uma oportunidade como aquela não vai aparecer sempre para mim. Então eu tinha duas escolhas dizer não para o Dong ficar com fome e evitar supostas confusões ou dizer sim para Dong não ficar com fome e ser feliz para sempre... É eu vou ficar com a segunda mesmo.

- Você tem certeza que não tem problema eu e no dormitório masculino? – Perguntei para confirmar. Ele ainda segurava minha mão com força.

- Tenho! Não se preocupe enquanto andar comigo nunca haverá problemas.

O olhei para ele mais uma vez desconfiada, porém tenho de admitir que suas palavras me confortavam bastante então decidir seguir em frente. Ele andava rápido e os corredores se encontravam vazios, mas toda vez que passávamos por alguém esse alguém nos fitava de uma forma assustadora e eu não entende bem o porquê mais era apavorante ver aquelas pessoas nos seguido com os olhos.

- Por que todos estão nos olhando? – Perguntei enquanto passávamos por um corredor repleto de gente.

- Por que eles não têm mais o que fazer. – Ele falou bastante serio sem nem mesmo me olhar.

Quando finalmente entramos em um corredor completamente deserto onde tais pessoas nem faziam questão de passar perto, Dong decidiu andar devagar. Minha respiração encontrava-se ofegante, acredite não é nada fácil correr com fome. Eu já estava tremendo e minha mão suada escorregava da mão de Dong, meus olhos estavam fundos e querendo fechar eu estava na minha ultima gota de energia e força, cai no chão sentada puxando Dong comigo.

- Oh! Sulli! – Gritou ele ao notar que estava sendo puxado por mim.

- Eu... Estou cansada. – Digo com os olhos fechados e com o suor escorrendo.

- Vem deixa eu lhe ajudar.

Meus olhos ainda se encontravam fechados mais senti Dong me pegar no colo e me levar para algum lugar. Quando abri meus olhos eu já estava em um lugar confortável, uma cama talvez ou um sofá super confortável, sentei-me então naquele “sofá” em que a pouco estava deitada e quando olhei em volta me vi em um lugar parecido com meu dormitório e o das meninas só que mil vezes melhor. Havia dois andares dividindo o quarto, bastantes prateleiras com livros e alguns utensílios. O quarto tinha uma cor agradável, pôsteres em quase todas as paredes e outras coisas típicas de garotos, mas não havia duvidas de que aquele quarto era um sonho.

Senti algo macio em meu lado e era um travesseiro, eu estava em cima de uma cama coberta por uma colcha azul e do lado da cama, macia e confortável tinha uma mesinha com um telefone e uma bandeja com suco de laranja e um grande e apetitoso sanduiche de atum. Aquilo me lembrou de Dong e logo imaginei que tudo aquilo poderia ser coisa dele então peguei a bandeja coloquei em meu colo e comecei a saborear o delicioso sanduiche com suco.

Entre mordidas eu gemia era um prazer gigante comer aquele sanduiche com suco gelado de laranja. Enquanto eu lambia os meus lábios com uma satisfação enorme para limpar qualquer vestígio de suco que havia ali, pude ouvir uma risada e ao olhar para escada que levava ao segundo andar do quarto vi o Donghae sentado.

- Está gostoso? – Perguntou ele sentado com as mãos dadas apoiando seu queixo.

- Sim. – Respondi com a boca cheia e lhe sorrindo com os olhos.

- Você me assustou... Sabe, quando desmaiou. – Disse ele travando um pouco as palavras enquanto se levantava e andava em minha direção.

- Desculpa. – Digo abaixando meu olhar e por um momento deixando de saborear aquele sanduiche.

- Não precisa pedir desculpas. – Ele continuou a vir em minha direção.

Quando me dei conta Dong já estava sentado de frente para mim sorrindo daquele jeito que só ele sabe fazer. Ele desviou seu olhar de mim para o sanduiche, estendeu suas duas mãos até as minhas e pegou o sanduiche com cuidado, mordeu o canto de sua boca e levou o sanduiche ate a minha. Minha primeira reação foi sorri nunca imaginei que ele fosse fazer aquilo mais aceitei seu ato de carinho e abri minha boca deixando ele me servi.

- Abre mais. – Ele me disse.

- Assim? – Perguntei abrindo a boca um pouco mais como foi pedido e quando notei Dong estava imitando-me.

- Sim... – Ele sorriu de canto.

Mordi o sanduiche tirando um pedaço generoso ele sorriu ao ver minhas bochechas ficarem cheias e eu apenas sorria junto enquanto mastigava e me deliciava.

- Eu mesmo que fiz. – Disse ele ainda segurando o sanduiche.

- Nossa... – Dei uma golada no suco para ajudar o sanduiche descer. – Está uma delicia. – sorri como forma de agradecimento.

Dong colocou o sanduiche de volta no prato que estava em cima da bandeja em seguida pegou a mesma e colocou ao seu lado. Eu já estava cheia então não o impedi passando apenas a assistir seus movimentos. Ele voltou a me olhar e soltou um leve suspiro, eu como não sabia muito bem o que fazer apenas sorri para ele.

- Você... – Dong dessa vez me fitava diferente assustando-me um pouco, vindo em minha direção me inclinando na cama eu não sabia bem o que fazer afinal ele não tinha cara de quem tinha más intenções comigo, mas quando me dei conta eu já estava deitada na cama com Dong em cima de mim, olhando para minha boca, fechei meus olhos com força e a única coisa que eu senti foi a ponta de seu dedo encostando no canto da minha boca. Tomei coragem para abrir meus olhos e vi Dong ainda em cima de mim olhando para ponta de seu dedo que estava sujo.

- O que é isso? – Perguntei para ele.

- Atum, estava no cantinho da sua boca. – Respondeu ele saindo de cima de mim e sentando-se novamente

- Ah...

Sentei-me de volta e fiquei completamente sem palavras, meu rosto ardia eu estava corada só de vergonha, por um segundo achei que Dong fosse me beijar.

- Sulli? – Disse Dong quebrando o silencio.

- O-oi._ Foi o que consegui dizer mesmo que gaguejando um pouco.

- A aula vai começar daqui a pouco se importa de me esperar para a gente ir junto?

- Não! – Gritei. – Não, não claro que não, quero dizer... Não eu não me importo de esperar e sim, sim a gente pode ir junto. – Falei sem jeito corando novamente.

- Está bem, então fica quietinha que eu já volto. – Ele se retirou da cama e subiu as escadas.

Eu continuei ali sentadinha e quieta como foi pedido, porém todo aquele quarto tirava minha total atenção de qualquer coisa. Ao lado da cama que eu estava tinha uma prateleira que parecia ser as coisas do Dong. Levantei-me da cama e fui em direção à prateleira, lá tinha uns livros e alguns porta-retratos, havia foto de Dong com o ruivo simpático da aula de literatura, com o tal Kyuhyun e uma deles com outro garoto. O garoto da foto era alto, bonito dos cabelos negros e forte, peguei o retrato e fiquei olhando de mais perto gostaria de identificar o garoto, mas não o reconhecia de nenhum lugar, coloquei o retrato no lugar e fui para o outro lado do quarto que tinha outra cama e outra prateleira. Andei ate essa prateleira e as coisas eram totalmente diferentes tinha pequenas coisas de ouro em algumas porcelanas e apenas um retrato que não parecia ser nenhum dos meninos. Na foto tinha um pequeno menino dos olhos puxados segurando uma linda bebê em seu colo, a tal foto roubou-me certa atenção aquele bebê me lembrava  alguém, alguém conhecido mais eu não conseguia identificar quem.

- Quem é você?! – Gritou uma voz grossa assustando-me, me fazendo deixar o pequeno retrato cair no chão e quebrar.

Quando me virei para ver quem era o dono daquela voz assustadora encontrei com os olhos do garoto da foto o menino dos cabelos negros. Ele estava furioso dava para ver pela forma de como suas sobrancelhas se união e como ele me fuzilava com os olhos, sua respiração era forte e alta e sua primeira reação ao ver o retrato quebrado no chão foi vim em minha direção segurando meu braço com força.

- Quem é você?! – Gritou novamente só que dessa vez com mais raiva.

Ao agarrar meu pobre braço fraco senti uma leve fraqueza me entregando totalmente para ele, como mais um pouco de força e impulso para baixo ele conseguiu ajoelha-me no chão tendo total completo controle de mim. Sua voz era grossa e bastante rígida fazendo me chorar de medo, o pavor fez com que eu me mantivesse imóvel, apenas abaixei minha cabeça e deixei aquele rapaz alto, bonito e ignorante gritar comigo.

- O que está fazendo aqui garota?! Quem a deixou entrar?! – Ele ainda falava com o tom de voz autoritário e completamente nervoso mantendo-me apavorada com tudo.

Eu não sabia o que responder a voz não saia era muita coisa para mim em um só dia. Primeiro o azar com o suco, atraso na sala de aula, pervertido tirando gosto comigo, atraso para o almoço e agora estou sendo sacolejada e machucada por uma criatura que nem conheço... Estou completamente inexplicavelmente sem sorte.