Nossos Vizinhos: Os Addams escrita por TheSecretWriter


Capítulo 13
Uma Noite na Casa dos Addams


Notas iniciais do capítulo

Desculpem, gente, é serio, eu não quis demorar tanto assim para postar esse capítulo, é que estava difícil de sair. É que eu tive uma ideia ótima pra ele (na minha humilde opinião, claro, :P), mas na prática, tava osso. Então, foi mau msm que eu demorei, não foi a intenção, :P. Enfim, guys, enjoy! :D



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        Era o dia mais frio do ano em Cemitery Lane. Joey tinha colocado três blusas antes de sair para a casa dos Addams.

        - Onde você pensa que vai, moleque?

        - Ver a Wandinha e o Feioso.

        - Nesse frio?

        - Sim.

        - Nem pensar, você vai pegar uma pneumonia, tá doido?

        - Ah, mãe, qual é? Nem tá tão frio!

        Assim que pôs o pé fora de casa, uma forte rajada de vento quase o derrubou. Com muito esforço, conseguiu atravessar a rua, que nunca lhe pareceu tão comprida.

        Chegando do outro lado, ele abriu a porta dos Addams e entrou, sem nem se dar ao trabalho de tentar achar a campainha.

                - Oi, gente – ele disse, pisando dentro da casa dos Addams – O que tão fazendo?

        - O de sempre, Joseph. Não sei porque ainda pergunta – disse Wandinha.

        Era mesmo uma pergunta idiota, porque Feioso estava no meio da sala em uma cadeira elétrica.

        – Toma, põe isso – ela disse, lhe entregando um par da óculos de cientistas – Sei como você é delicado – zombou Wandinha.

        Ele apenas pôs os óculos.

        - 3... 2... E... – Wandinha fazia a contagem regressiva.

        Mortícia entrou na sala antes de ela chegar no um.

        - Crianças, parem o que estão fazendo e venham jantar.

        - Mas mãe...

        - Não, estamos atrasados. Sabe que se deixar a comida da Vovó esperando por muito tempo, ela foge.

        - Por favoooor! – eles imploraram.

        - Ah, tudo bem. Mas não demorem muito.

        - UM! – ela disse, por fim, apertando o botão, eletrocutando então Feioso, que gritava de alegria – Pronto, agora a gente já pode comer.

        - Então, eu já vou indo – Joey caminhou até a porta e tentou virar a maçaneta. Estava emperrada, a porta não abria. Ele olhou para Wandinha, como se acusando-a.

        - Dessa vez não fui eu – ela disse – Porque não olha pela janela, gênio?

        Uma tempestade de neve havia caído durante os minutos em que havia ficado ali.

        Quando se virou, viu que Wandinha sorria estranhamente para ele, como se dissesse “Agora sim. Dessa vez a culpa foi minha

        - Ora, Joseph. Parece que você vai ter que passar a noite aqui – a escuridão que tomou conta do rosto da garota naquele momento a deixava ainda mais assustadora – E dormir no nosso quarto.

        A idéia de poder morrer esfaqueado durante a noite não lhe agradava muito.

        - Ora, crianças, o que vocês ainda estão fazendo aqui? Joseph? Achei que já tinha ido para casa.

        - Ele pode dormir aqui hoje com a gente, mãe? – pediu Feioso.

        - Se estiver tudo bem para ele – Joey assentiu positivamente – Então, crianças, mostrem a ele o quarto. Ah, e nada de brincadeiras durante a noite, ok? Queremos devolvê-lo inteiro.

        Joey percebeu que Wandinha havia ficado levemente irritada com a ordem da mãe.

        Wandinha e Feioso subiram com ele as escadas, saindo no quarto em que Joey geralmente os encontrava. Escuro, com bonecas descabeçadas e armas de tortura espalhadas por todos os cantos. O mesmo quarto que o tinha feito desmaiar de medo diversas vezes.

        Joey se lembrava bem da tenebrosa sensação, o que lhe causou arrepios.

        - Que foi, Joseph? Não gostou da ideia? – perguntou Wandinha – Se você não quiser ficar, você ainda pode tentar voltar para a casa, claro. Pulando pela janela.

        - Hã... Não, Wandinha, obrigado. Passo tanto tempo com vocês... Uma noite não vai fazer diferença.

        Já era tarde da noite, quando o trio foi dormir. Tropeço havia colocado mais uma cama para Joey no quarto, perto da janela.

        - Boa noite, Joseph. Tente ficar vivo – disse Wandinha. Joey apenas a ignorou e se virou na cama, na direção da janela, onde pôde ver um homem sobre o telhado, uivando para a lua.

        “Tio Fester...”, ele pensou, “Insiste mesmo nesse lance de namorar a lua”.

        Joey fechou os olhos e tentou ignorar os uivos para esperar o sono chegar. Seus olhos já estavam ficando pesados, e ele achou que estava ouvindo vozes chamando seu nome.

        - Joseph? Joseph? Joseph, caramba acorda! – e a voz lhe deu um tapa na cabeça.

        Ele se virou e viu que a voz, na verdade era Wandinha, que estava ajoelhada do lado de sua cama.

        - Que susto, garota! Quer me matar do coração, é?

        Ela apenas olhou para ele. Joey sabia a resposta.

        - O que você quer? Tá tarde.

        - Quero que você venha comigo a um lugar.

        - Onde?

        - Ah, Joseph, não seja medroso! Se uma garota te chama para ir a um lugar no meio da noite, normalmente não se recusa. – esse comentário o fez corar levemente.

        - Anda, o Feioso já dormiu, vem comigo. Claro, se tiver coragem.

        Joey se levantou e a seguiu em silêncio. No corredor, ela virou para ele e disse:

        - Você já acha essa casa tenebrosa de dia, não é? Já parou pra pensar como ela é de noite?

        - Qual é? Eu venho todos os dias aqui, faz uns seis meses, e toda vez encontro você e Feioso em uma parte diferente da casa, já devo conhecer cada milímetro dela.

        - Não diga isso, Joseph. Nem eu não conheço todos os cômodos dessa casa.

        - E o que pretende fazer?

        - Explorar.

        Joey seguiu Wandinha por uma série de corredores.

        - Viu? Eu te disse. Conheço isso aqui tudo como a palma da minha mão.

        Wandinha puxou uma alavanca, e fez parte do chão logo atrás de Joey cair, revelando um grande buraco.

        - Mas o que...

        Ele estava na ponta dos pés, já quase caindo, quando         Wandinha o empurrou. Joey, no puro reflexo, agarrou a manga da camisa de Wandinha, fazendo-a cair junto, além de um guarda-chuva que estava próximo.

        Quando chegaram ao fundo, Wandinha caiu em cima de Joey, naquela cavidade apertada. O buraco era tão fundo, que Joey se surpreendeu de não ter se machucado gravemente.

        - Grande idéia, Joseph. Agora estamos os dois presos aqui embaixo.

        - Tá falando o que? Foi você que me empurrou.

        - É, mas eu não tinha calculado que você seria burro o bastante de me trazer junto. E pra que esse guarda-chuva?

        - Sei lá, foi a única coisa que eu achei para me segurar. Agora, sai de cima de mim, vai.

        Joey olhou para cima.

        - Como pretende tirar a gente daqui?

        - Sei lá. Papai usava isso aqui para prender as visitas indesejadas, foi feito justamente para não ter como sair. Talvez se alguém nos jogasse uma corda...

        - Mas é quase meia-noite. Todo mundo já deve estar dormindo.

        - Mamãe e papai não. Se é que me entende.

        - Ótimo, se gritarmos alto, talvez eles escutem e...

        - Joseph, não seja burro. Eles não interromperiam o que estão fazendo para resolver um probleminha assim.

        - Probleminha? Resolve você então, se é tão esperta.

        - Daqui a pouco o Tio Fester deve sair do telhado. Se ele passar por aqui, talvez ajude a gente.

        Joey e Wandinha ficaram ali, esperando, mas aguentaram apenas algumas horas, caindo no sono ali mesmo.

        Não perceberam, mas dormiram abraçados naquela noite.


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Notas finais do capítulo

Que tal? Comentem, porque isso me faz feliz :D