Nossos Vizinhos: Os Addams escrita por TheSecretWriter


Capítulo 1
Conhecendo os novos vizinhos


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo, os Addams só aparecem do meio para o fim. Espero que gostem!! :D



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Haviam acabado de se mudar, a família de Joey. Ele era completamente contra a mudança, mas afinal, quem é que se importava com o que ele pensava? Sua mãe julgava estar sempre certa, sua irmã só ligava para garotos e qualquer coisa publicada nas revistas de moda que lia, e o pai, que sempre concordava com elas.

Na nova casa, só havia dois quartos. Um para Jessica, a irmã, e outro para os pais. Joey teria que dormir no sótão, que parecia ser assombrado.

– Joseph! Joseph! – gritava a mãe, repetidas vezes – Desce que eu preciso que você me faça um favor! – Ele desceu lentamente as escadas – Aqui, pegue esses biscoitos e leve para os vizinhos da frente. Tente parecer agradável, são os únicos vizinhos que temos nas redondezas!

– Tá bom, mãe.

Ele atravessou a rua, distraído com o pacote, e imerso em seus pensamentos.

Para os Addams, dizia o pacote. Joey ficou imaginando como seriam.

Addams. Parece o tipo de família que vai impecavelmente para a escola todos os dias, com os cabelos perfeitamente arrumados e nunca têm caries nos dentes. Addams!”, pensava o rapaz. E como estava enganado!

Joey, ao chegar ao outro lado da rua, percebeu que era a primeira vez que parava para observar a casa. Ele sentiu um leve calafrio percorrer seu corpo. Uma casa enorme, cercada por árvores mortas, talvez algumas tivessem sofrido explosões, com aves escuras sobrevoando a casa. Era como se fosse mal-assombrada.

Respirou, tomou coragem e adentrou os medonhos portões.

Atravessou o jardim, e parou em frente à porta. O chão rangia sob seus pés. Seu dedo automaticamente tentou apertar a campainha, mas tudo o que encontrou foi uma parede gélida. Não havia campainha na casa. Joey bateu na porta.

Por um instante, silêncio. Achou que não tinha ninguém na casa, até que uma garota abriu a porta. Estava inteira de preto, como se vestida para ir a um funeral, e seus olhos eram tão sem vida, que parecia que o funeral havia sido o dela. Tinha longos cabelos pretos, presos em duas finas tranças.

Sua aparência, apesar de ser somente uma garotinha, era amedrontadora, de forma que fez Joey recuar um pouco. Eles se encararam por um momento.

– Tio Fester, é mais um daqueles caras do correio! Posso acabar com ele? – ela gritou para alguém dentro de casa.

Acabar?”, ele pensou, e engoliu em seco. Então percebeu que seu boné azul e o pacote em sua mão lembravam mesmo um carteiro.

– Não, eu não sou do correio. – ele disse, rapidamente, tirando o boné.

– Então? – ela perguntou. Seu tom de voz era... Era... Indescritivelmente indiferente.

– Ah, sim. Meu nome é Joseph Anderson, Joey – ele estendeu a mão. Ela olhou para a mão, e a ignorou – Bem, nos acabamos de nos mudar e eu vim trazer isso para vocês.

– Ah... – disse ela pegando o pacote – Só isso?

– Bom... É.

– Ótimo. Perdi meu tempo à toa. – ela se vira e começa a voltar para casa. Joey põe a mão entre o batente e a porta.

– Espera – ele diz, fazendo a garota virar – Não me disse seu nome.

– E deveria? – ela o encarou por um instante.

Então ouviram um barulho alto, como se fosse um tiro.

– Wandinha! Vem aqui, eu acho que alguma coisa deu errado! – gritou alguém lá de dentro.

– Wandinha... – Joey disse, mais para si do que para ela.

– Feioso, seu imprestável! Será que você não consegue fazer nada direito?! – ela gritou de volta, e bateu a porta na cara de Joey.

– Tudo bem, então... Eu volto mais tarde! – ele disse, sabendo que ela não estava mais ouvindo. Joey voltou para casa


Entrando na cozinha, sua mãe cortava ferozmente um pedaço de carne.

– Corta... Logo... Seu... Pedaço... Maldito... De Vaca! – dizia ela, pondo seu melhor esforço no corte. Ela então nota a presença do filho – Oi, amor, como foi lá?

– Legal.

– E os vizinhos, são gente boa?

– Maneirões. Me amarrei neles. – disse tudo isso muito desanimado.

– Ah... Entendo. E os nomes?

– Hã... Acho eu ouvi Wandinha, Fester e... Feioso.

– Feioso?

Ele apenas assentiu com a cabeça. A mãe não disse mais nada, não quis insistir, e voltou a mutilar a carne do jantar. Joey então subiu para seu quarto.

Lá, ele terminou de desempacotar as coisas. Finalmente, podia voltar a brincar com seus explosivos. Joey era fã de explosivos. Gostava do barulho deles – quanto mais alto, melhor -, do jeito como irritavam sua irmã, e que eles deixavam os vizinhos xeretas longe.

Ele colocou um sobre a mesa. Riscou o fósforo e acendeu o pavio e a explosão aconteceu diante de seus olhos. Esperava para ouvir os gritos de raiva da irmã, mas se lembrou de que ela tinha saído com o novo namorado – ela trocava de namorado mais do que trocava de roupa – o rapaz que havia conhecido no dia anterior.

Ele sentiu falta da raiva dela, mas algo o deixou curioso. Logo após a primeira explosão, ele ouviu outra, que parecia vir do outro lado da rua.

Estranho.”, pensou.

Joey então acendeu outro. E novamente a segunda explosão. Pegou seu telescópio e conseguiu ver que na casa em frente, na janela, observando-o de volta com outro binóculo, havia um garoto – provavelmente Feioso Addams.

Ele acendeu outra bomba e o garoto fez o mesmo. Era como se ele quisesse se comunicar com Joey por... Explosões? Joey pegou um caderno e uma caneta e escreveu em letras grandes: Olá. Mostrou o papel pela janela e o garoto, após alguns segundos pareceu acenar. Em outra folha, escreveu: Seu nome?

O garoto parecia ter entendido o sistema. Pegou folhas de papel e começaram a se corresponder.

Feioso.

Meu: Joey

Conversaram um pouco, e alguns minutos depois, a conversa foi interrompida. Feioso explicou que estava no quarto da irmã, Wandinha, e que se não saísse antes dela chegar, estaria em problemas. Eles então se despediram e Joey voltou com suas experiências.

Sem que eles soubessem, estava ali começando uma longa amizade.



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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Comentem o que vocês acham que pode ser legal acontecer!! :D