One Dream, One Chance escrita por Jules, Marina Temporal


Capítulo 1
Anything You Can Do/ Anything Goes


Notas iniciais do capítulo

Bom, aqui vai o primeiro! Espero que gostem muito! Quis colocar o POV das duas autoras porque... Bem, porque a autora número dois ia encher o saco... COF COF Mah: Autora número dois é você e.e
Whatever! Espero que gostem! XD AAAH!



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POV Amber

Mais um dia caia em Londres, eu estava um pouco cansada, devo admitir, digo, quem pensa que trabalhar em um estúdio de gravações não passa de mudar voz de cantores, conhecer celebridades e ficar na vida boa... Por favor abra os olhos. Eu simplesmente acabava meu expediente morta, mas o que tenho que fazer? Aquele era o mais próximo que havia conseguido chegar do meu sonho. Ah certo! Deixe-me começar o princípio. Bem, eu não sou exatamente daqui... Na verdade vim de longe. Nasci na Irlanda e bem, meus pais se mudaram para o Brasil quando eu era apenas uma criança, portanto, mesmo não sendo, considero-me uma brasileira nata. Sim, a terra do carnaval, da felicidade, das pessoas bonitas, o meu querido Brasil! Queria tanto estar lá, em momentos como esse a saudade batia em meu peito, mas eu tinha a certeza de que naquele momento eu estava no lugar certo, na hora certa para conseguir em fim o que eu sempre quis.

Meu sonho é cantar. Desde pequena tenho um grande amor por música, já tive algumas experiências com bandas, mas nada que passasse do show de talentos da escola. "Eu quero ser muito famosa, ter o seu amor"... Hm, não, Claudia Leite, juro que não te perdoo com o que faz com a música. Ok, desculpe, eu precisava deixar isso claro... Onde eu estava? Ah sim. Quando mudei pro Brasil, aos meus dezessete anos foi quando as coisas começaram a andar de verdade... Ou melhor, foi quando eu entrei em uma coisa chamada último ano e conheci uma ruiva. Essa ruiva hoje é minha melhor amiga, mesmo sendo hiperativa e tendo um gênio... Insano, aprendi a amá-la. [Ai, Savanna! Não precisa me bater! Eu vou chegar lá] OK, continuando, a garota e eu tínhamos muito em comum. Ambas queríamos ter uma vida grande, queríamos ser alguém, queríamos ter fama mundial e nome a ser lembrado, queríamos encantar a todos com nosso talento e isso nos uniu mais do que a cola mais forte desse mundo. Tentamos alguns concursos, chegamos a cantar em algumas casas de show, mas nada estava ajudando de verdade. Foi então que a grande notícia chegou aos meus ouvidos. O pai de Savanna havia falecido. Sim, uma coisa horrível e trágica. Fiquei ao lado da minha o tempo que deu, eu nunca havia perdido um membro importante da minha família, mas imaginava que deveria ser algo realmente horrível. Seja como for, Sav começou a ficar realmente mal com tudo o que havia acontecido e sua mãe, no intuito de animar a filha, propôs a maravilhosa ideia: Nos mudarmos para a Inglaterra para corrermos atrás do nosso sonho. Savanna e eu sabíamos que o exterior era a nossa melhor chance e não pudemos deixar para trás com a ideia. Eu tinha uma tia que morava ali, muito querida, irmã gêmea da minha mãe. Disse que poderíamos ficar com ela até acharmos trabalhos e uma casa para nós e pelo fato de estar indo para casa de parentes, meus pais não hesitaram em deixar que eu fosse. Seria tudo tão maravilhoso! Duas amigas, um país inteiramente novo -ou quase -aventuras nos esperando pela frente... Pois bem, de fato foi

Foi extremamente maravilhoso de início. Compramos até não conseguirmos mais, gastamos todo o nosso dinheiro em comida porcaria, visitamos todos os pontos turísticos que não conhecíamos, fizemos as coisas mais legais imagináveis... E vendo nossa situação algo realmente acabou chocando-se contra nós: Precisávamos urgentemente de empregos. E é aí que paramos. Savanna sempre foi uma grande desenhista e conseguiu um ótimo estágio de ajudante de moda de uma grande empresa, coisa que lhe dava um bom salário e eu... Usei a única coisa que Deus havia me oferecido: A música. Os primeiros meses nos empregos foram maravilhosos! Mesmo! Aquela havia sido a melhor experiência da vida! Savanna conseguia uma boa grana, eu conhecia muitos famosos, minha amiga pirava na maioria deles -sim, acho que a ruiva gostava mais do meu emprego do que eu -estávamos realmente nos saindo bem, gravei para uma banda que em pouco tempo o vocalista acabou se tornando o meu namorado... [sim, Savanna, sei que ele é gostoso] Bem... Devem conhecer Allstar Weekend, não? Em fim, tudo indo muito bem...Até nosso sexto mês que foi quando tudo realmente mudou.

Bem, era mais ou menos umas 19 horas... Zach havia viajado com o pessoal da banda havia pouco menos de um mês e eu estava trocando mensagens com eles naquele momento. Meu expediente havia finalmente acabado e eu estava a caminho de casa. Estava morta, não aguentava mais mexer em computadores, eu precisava de um bom tempo no escuro e uma maravilhosa noite de sono. Meus olhos estavam concentrados nas letras da tela e um sorriso enorme esboçado em meu rosto quando ouvi uma voz chamar por meu nome. Meus olhos distraídos procuraram confusos pelo dono da voz, e com um pulo de surpresa dei de cara com meu patrão parado bem de frente para mim. Bem, meu patrão não era o tipo de cara fofinho que você adoraria apertar as bochechas e servir-lhe cookies, na verdade ele era um homem enorme, de pele morena e expressão séria... Me lembrava bastante o Jay-Z, vai entender... Não tinha problemas com ele, não pense isso... Na verdade ele me adorava, porém, sua imagem não era a mais tranquilizadora e serena do mundo e por completo reflexo, soltei meu celular sobre a mesa e olhei-o atentamente, como um soldado perdido chamado pelo comandante. Julius sorriu para mim e assentiu ao perceber que estava prestando atenção, dei uma risadinha um pouco sem graça.

–-Hm... Desculpe... Julius.

Cumprimentei-o, Julius apontou para minha cadeira sinalizando para que eu me sentasse e assim fiz, caminhando até minha frente, sentou-se na mesa também e mexeu em alguns papeis, jogando um bloco sobre a mesa e o virando para mim. Franzi a testa um pouco confuso olhando para o que me parecia ser um contrato.

–Você está acabando o trabalho com Black Eyed Peas não é?

Perguntou enquanto colocava os seus óculos para olhar em meus relatórios, torci o nariz assentindo.

–Sim... Acabei de arrumar a última música do álbum, só quero terminar a bônus e vou passar para o grupo depois, pra ver o que acham.

Contei. Julius assentiu como se eu tivesse acabado de esclarecer muita coisa. Me abriu um sorriso logo em seguida que eu fiz questão de retribuir.

–Bem, acha que aguenta um novo projeto enquanto finaliza esse?

Perguntou de forma atenta, dei uma risadinha dando de ombros logo em seguida.

–Não sei, remixar a voz da Fergie para fazê-la parecer bonita é um trabalho que leva tempo.

Brinquei, Julius deu risada da minha piada maldosa e assentiu logo em seguida, empurrando em minha direção o contrato sobre a mesa.

–Bom, acredito em você o no seu potencial. Essa banda aqui está começando com um novo álbum e queria que você investisse nos meninos... Estão uma febre por aí ultimamente e podem ser uma grande fonte de lucro para a gravadora.

Passei os olhos pela folha lendo o título destacado em letras maiores. Franzi o cenho.

–One Direction.

Li em voz alta, Julius concordou com minha leitura como se tivesse acabado de ler um parágrafo da bíblia... Eu já havia ouvido falar nos garotos... Não era bem o estilo de música que eu gostava, digo, eles me lembravam muito os Backstreet Boys, mas de fato estavam fazendo um bom sucesso com as meninas... Julius me abriu um sorriso confiante.

–Posso te passar o projeto? Não que você tenha escolha.

Dei uma risadinha mesmo sabendo que ele falava muito sério.

–Tudo bem.

Julius assentiu se levantando logo em seguida e me entregando um capacete, franzi a testa um pouco confusa com o objeto, meu patrão deu de ombros.

–São meninos... Pode ser difícil de se trabalhar.

Dei uma risadinha e assenti, talvez ele tivesse razão, a última Boy Band que a gravadora produziu nos últimos meses, teve o líder tornado como meu namorado. Peguei o capacete o analisando e torci o nariz.

–Acho que vou precisar de um maior.

Julius deu risada e assentiu, fazendo um joia com suas mãos.

–Irei providenciar. Bom descanso, Amber.

Falou enquanto se retirava, abri um sorriso agradecido enquanto deixava o objeto sobre a mesa e guardava o contrato que eu teria de analisar.

–Obrigada, para o senhor também.

Ok, eu tinha certeza que eu teria um grande problema nas mãos. Uma boy band poderia ser difícil de cuidar, os meninos são muito bagunceiros e hiperativos... Eu não havia produzido o Allstar Weekend, mas havia visto o estrago que eles havia tido com a equipe e todas as noites que eu havia passado rezando para não pegar um grupo jovem, foram por água abaixo. Mas tudo bem, eu daria um jeito, afinal, não era mais velha do que eles... O que poderia ser pior... Mas vamos parar com os pensamentos negativos, que tal? Somente uma coisa era certa: Eu ia me estressar.

Juntei minhas coisas do trabalho e esperei meu ônibus que graças a Deus, naquele dia não demorou a chegar. Eu queria logo me jogar no sofá e nunca mais me levantar de lá, mas antes disso tinha que saldar a pessoa que dividia o apartamento comigo. Acredite, mas até mesmo Savanna chegava cansada de vez em quando... Mesmo sendo difícil. Como era uma sexta feira era bem provável que ela fosse querer sair para uma boate ou coisa assim, mas como a boa amiga que eu era, teria que passar aquele compromisso.

Caminhei o resto do percurso até o prédio onde ficava nosso pequeno apartamento. Ah sim, acho que não contei, Savanna e eu havíamos conseguido juntar um dinheirinho para comprar um AP para nós duas. Nada muito chique, mas era o bastante... Confortável e uma gracinha de lugar, se desconsiderarmos os encontros matinais com o proprietário do prédio de pijama e com seu jornal nas mãos, bebendo levemente o seu café... Não que ele não fosse agradável, era só... Estranho.

Abri a porta com um suspiro enquanto jogava todas as minhas coisas em cima da mesa de jantar, fechei a porta logo atrás de mim e parei por um momento para ouvir se Savanna já havia chegado, porque acredite em mim: Nós ouvíamos com facilidade a presença da ruiva.

–Querida, cheguei!

Falei em um tom irônico imitando o Fred Flintstone chamando por minha amiga, olhei em volta procurando por sinal da ruiva e logo pude ouvir barulhos frenéticos de passos vindo em minha direção, abri um sorriso enquanto via um pontinho vermelho surgindo pelo corredor.

–Hello swettie!! Como foi o dia??

Perguntou minha amiga com sua animação estonteante de sempre. Abri um sorriso para ela, tentando parecer menos morta do que estava e soltei um pequeno suspiro enquanto caminhava em direção à fruteira sobre a mesa. Meu estômago estava roncando. Savy correu até mim e me deu um beijo na bochecha enquanto roubava uma das frutas que ia comer

–O que quer fazer hoje?

Disparou, fiz uma careta me apoiando na mesa e dando de ombros dando uma mordida na maçã que havia acabado de agarrar.

–Não sei... Está mesmo animada para sair? -Perguntei em tom manhoso. -Meu dia foi bom, aliás... -Voltei-me a sua pergunta anterior. -Meu chefe me passou um novo projeto, acho que ele gosta de me dar trabalho.

Dei uma risadinha... E era verdade. Era impressionante como sempre sobrava para a estagiária, mas eu não reclamava, eu realmente amava o que eu fazia.

A ruiva me olhou de canto de olho, como se conseguisse ler meus pensamentos e concordasse plenamente comigo... Talvez estivesse sobrecarregada no trabalho também... Mesmo sendo maldoso, a notícia me fez bem, era bom saber que não era a única sendo exigida ali.

–Hm... Que banda dessa vez? -Perguntou curiosa. -E é claro que eu estou animada, é sexta feira! MAAAS como sou uma amiga linda, podemos ficar em casa.

Falou enquanto pegava um Doritos no armário e se sentava de pernas cruzadas no sofá, abri um sorriso, graças a Deus ela havia sido piedosa e só pelo fato de ela ter aceitado a minha brilhante ideia de ficar em casa, era sinal de que ela queria descansar também, digo... Savanna é humana! Acho...

–Conhece One Direction?

Perguntei de forma indiferente olhando para a maçã que estava comendo e lhe dando outra mordida.

Eu juro que não esperava uma reação legal da minha amiga, digo, quando comentei sobre o Black Eyed Peas ela pulou em mim e saltitou alegremente, mas isso... Foi realmente surpreendente. Tudo começou com uma chuva de Doritos e logo em seguida um grito ensurdecedor.

–O QUEEEEEEE????????????????????????????????????????????????

Gritou estourando meus ouvidos com a maior facilidade, enquanto pulava no sofá como uma criança de seis anos que acabou de ganhar a Barbie que tanto queria. Arregalei os olhos me tentando me proteger de ser atingida por um salgadinho, mas não deu muito certo. Fiz uma careta olhando toda aquela sujeira. Olhei indignada para Savanna.

–Precisava de todo esse desperdício de comida?

Meus olhos se arregalaram quando vi o furacão ruivo correndo em minha direção. Ia gritar, mas ela foi mais rápida. Duas mãos agarraram meus ombros e logo eu estava sendo balançada como um chocalho. Fiz uma careta sentindo meu cérebro sendo esmagado contra cada canto do meu crânio.

–O QUEEEEEEEEEEE???????????????????????????? VOCÊ VAI ME LEVAR JUNTO!!!!!!!!!!!!!!!! Eu tenho que desenhar umas coisas mesmo. Pule comigo alegre agora... AAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!

Gritou começando a pular. Eu não estava sabendo o que estava acontecendo, muito menos o que fazer, então confusa e sem sequer perceber comecei a pular com ela. Vai entender! Eu sequer conseguia lembrar meu nome naquele momento. Depois de cinco minutos pulando e quando minhas pernas começaram a doer realmente, as palavras -ou gritos -de Savanna começaram a fazer sentido. Ela queria que eu a levasse comigo?! Estava louca? [Sim, Savanna estou acabando, espere aí!] Eu não poderia leva-la comigo, ia só ser mais... Complicado! Oh céus. Band Boys, uma fã maluca, um estúdio sério de gravação, uma estagiária... Era a equação perfeita para prever meu fim e minha provável demissão.


POV Savanna

[Ok, Amber, me da esse caderno logo!] Olá, olá, para quem não sabe, eu sou Savanna e eu vou continuar essa historinha aqui. Bom, mais um dia estava acabando na pacata Londres, graças a Deus, é claro. Hoje tinha sido um dia bem puxado, na verdade não muito diferente dos outros. Eu tive que fazer 3 desenhos em 4 minutos, servir o café e manter meu cabelo brilhoso como sempre... Não era fácil [Calada Amber, meu cabelo está sempre brilhoso!]. Suspirei, eu contava os últimos momentos em que o ponteirinho chatinho do relógio continuava insistindo em não se mover, mas eu ganharia dele pelo cansaço! Eu ia embora e não era ele quem ia me impedir! Já era o fim do dia e o escritório estava completamente vazio. Porque a estagiária sempre ficava por último? Aquele lugar me dava medo... Tudo bem que eu ia para lá todos os dias, no mesmo canto, no mesmo prédio, na mesma sala... Mas mesmo assim, eu tinha medo daquele lugar vazio como estava, era como se a qualquer momento um assassino psicótico pudesse pular das sobras e me atacar.

Mas em fim, assim que o relógio resolveu colaborar e bateu as 18h 30, peguei minha bolsa na maior velocidade que um ser humano seria capaz de ter e agarrei a chave já indo em direção a porta, e a centímetros do meu destino final, foi quando a voz que eu mais ouvi hoje me chamou. Era minha chefe. Voltei em passos pesados para a sala dela e ela estava séria... Não que fosse novidade pois... Sim, ela era meio chata mesmo. Ela dizia: "Se eu não for assim, vocês se tornarão imbéciles!" e para fechar com chave de ouro, falava com seu sotaque francês. Ao adentrar o local, pude vê-la sentada em sua mesa com a mesma postura séria de sempre e com seu coque em perfeitas condições como de costume. Limpei a garganta para que pudesse ser notada e quando recebi a atenção dos olhos da mulher, falei:

–Sim Meredith?

Sim, ela tinha nome de mocréia chata que não cuida dos filhos... Fazer o que. Ela me olhou com um olhar de cansada, mas parecia aliviada por eu estar ali... Eu acho né. As pessoas costumavam não se acostumar... Bem... com o meu jeito de ser... Você sabe, feliz, contagiante, entusiasmada... [Eu sei, eu sei. Eu te amo por me aguentar. Melhor assim?]. Meredith tirou os óculos de grau que usava e empinou o nariz como sempre fazia ao falar com alguém.

–Precisarei que você faça uma coleção de inverno com cores frias, mas que não fique monótono. –Falou no seu tom superior de costume. -Lembre-se do que está na moda aqui em Londres e faça. Lhe dou duas semanas em casa para fazer. Não precisará vir, mas contará como dias de trabalho. Então se não estiver pronto em duas semanas você não receberá nada... E sabe bem o fim, certo?

Suspirou, terminando sua fala com uma voz ainda mais cansada que os próprios olhos castanhos. Ela me passou um bloco com folhas brancas como ela sempre fazia com os estagiários, o que sempre me levava a perguntar: Por que eu? Tinha tanta gente que era tão bom ou melhor que eu, por que sempre sobrava para mim ter o trabalho em risco com a velha e boa lábia do “se não...”. Guardei o bloco assentindo às suas ordens, enquanto ouvia a mulher suspirar mais uma vez.

–Tudo bem chefe... Pode deixar. Em duas semanas estará pronto... Mas... Posso fazer uma pergunta que me incomoda as vezes? Porque me escolheu?

Sério. Era pelo menos o oitavo projeto que eu pegava desde que havia começado a trabalhar, e no meu ambiente e profissão, eu poderia te dizer que toda essa exigência não era algo comum. Meredith riu, o que me fez abrir um sorriso. Você não conseguia vê-la sorrindo muito. Era raro até.

–Eu não quero uma coleção monótona. –Falou como se fosse obvio. -E eu sei que você vai colocar varias toucas e acessórios. Eu confio em você.

Sorri com os elogios e soltei um gritinho que fez minha chefe levar as mãos à cabeça. Ela NUNCA, em nenhum histórico da Mad Style tinha dito isso para ninguém. Eu gostava dela, mas as pessoas ficavam dizendo que ela era chata e nunca tentaram realmente descobrir o que tinha por trás desta casca grossa... E sim! Gostava muito mais dela agora! No mesmo instante lembrei de meu pai, que havia morrido a algum tempo e todo dia parecia como o dia que ele morreu para mim. [Amber, calada. Eu não estou chorando!] Ele havia me educado para aprender a lidar com esse tipo de gente, porque ele dizia, que pessoas assim, eram as que tinham medo de não serem respeitadas e estavam assustadas e confusas por dentro... Ele tinha razão, e saber lidar com essas pessoas, era a melhor coisa que poderia fazer... E ele estava certíssimo. Eu devia todo o meu sucesso profissional ao meu pai. Como eu sentia a sua falta...

Agradeci aos elogios e saí da sala. Peguei o elevador que me deu direto para a rua seca de Londres, onde vários ônibus vermelhinhos igual ao meu cabelo passavam. Eu geralmente saia do trabalho no horário em que meu ônibus passava, então nunca tive problemas com ele, porém devido ao meu pequeno atraso, meu maior medo foi ter de esperar meia hora pelo seguinte... Mas acabei dando sorte e com gritos histéricos, correndo o mais rápido que pude, consegui parar o motorista e embarcar na hora... É o que eu sempre digo à Amber: Quem tem boca vai à Roma.

Depois de tudo isso deixe eu explicar minha situação: Eu e a Amber viemos para Londres logo depois que meu pai morreu para tentarmos nossa carreira. Nós queríamos ser famosas, e mostrar ao mundo nosso talento, mas estava sendo difícil. Amber... A Amber eu conheço desde antes da morte do meu pai, que nossos sonhos nos juntaram mais até do que unha e carne, viemos para cá e morarmos por algum tempo na casa da tia da A, quando conseguimos algum dinheiro arrumamos esse apartamento lindinho no centro de Londres, perto do seu estágio e do meu. Eu o decorei [Sim! Eu! Se fosse por você a gente nem tinha mesa!] todo direitinho, digo, falando em senso de moda e estilo, era eu quem vestia Amber na maioria das vezes! Nunca vi algo tão horrível quanto o gosto daquela garota! [Ai! Precisava partir pra agressão?] Em fim, moramos ali desde então... Voltando ao que interessa, cheguei em casa e fui direto para o meu quarto, tomei um banho e pus uma roupa qualquer... Na realidade a primeira que eu vi. E comecei a pensar em alguns estilos e cores, digo, agora que Meredith havia me elogiado daquela forma, eu me sentia na obrigação de fazer algo bem feito! De representar! De impressionar! Quem sabe isso me daria uma boa promoção! Levando o lápis até o papel, deixei minha mente fluir até o melhor da minha imaginação. Eu tenho que admitir: Amo o que faço. Quando Amber e eu ficarmos famosas, eu irei produzir nosso figurino para todos os shows, com certeza!

Eu estava quase terminando o meu primeiro Look quando ouvi a porta bater e logo escutei a voz da loira vindo ao longe, e bem... Isso mudou a minha vida. Amber me veio com uma novidade esmagadora, que fez meu coração dar cambalhotas como a melhor das ginastas do mundo e cantar ópera ao mesmo tempo. Minha melhor amiga ia fazer o disco dos meninos mais gatos do mundo!! Aquela era o meu tipo de notícia. Eu amava aquela banda tanto quanto eu amava bichinhos e o meu cabelo vermelho, ou seja, MUITO. Eu acompanhava eles desde o X-Factor e tentava acompanhar em todos os tipos de blogs. Eu tinha ouvido que a UAN TOUR tinha acabado e eles estavam voltando, então era a pior hora para perseguir eles por ai, então eu dei um tempo e fiquei só nos blogs mesmo.

–EU PRECISO CONHECER ELES AMBER!

A loira olhou para mim ainda meio tonta de tanto que eu tinha sacudido ela. Ela devia estar realmente tentando achar o próprio cérebro no meio de tantos Doritos que estavam no chão. Fiquei a encarando com êxtase e com os olhos arregalados esperando ansiosamente uma resposta. Eu nem conseguia acreditar! Eu queria gritar! Mais!

–Savy... Não sei não, eu sei que ama os meninos e tudo mais, mas é o meu emprego também. Sem eles teremos que voltar para o Brasil.

Senti uma faca entrando no meio da minha cabeça com o que ouvi. Não! Não! Não! Eu ia conhecê-los nem que fosse a última coisa que eu fizesse! Não!

–PORFAVOR A, EU TE IMPLORO! -Fiquei de joelhos no chão, só dava para ouvir o barulho dos Doritos quebrando sob mim. -EU FICO QUIETINHA! EU PROMETO! EU FICO DESENHANDO EM UM CANTINHO! SÓ ME DEIXA VER ELES DE PERTO!

Abri minha melhor cara de cachorrinho que caiu da mudança em meu rosto e nem precisei forçar para que meus olhos brilhassem. [Sim Amber, meu cabelo e meus olhos brilham... Sou o Edward!]. Amber mordeu o lábio parecendo completamente tocada por minha ação, o que foi bom. A loira levou a mão ao rosto e logo em seguida soltou um longo suspiro como se fosse se arrepender do que iria dizer a seguir. Oh céus! Minha carinha de cachorrinho nunca falhava! Como eu amava minha amiga!

–Tudo bem você pode ir. –Cedeu. –Mas quero você sem escândalos e sem assustar os meninos!

–IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIP! EU TE AMO! OK! Eu realmente vou tentar não gritar!

Guinchei para ela. Amber riu da minha reação, mas eu sabia que ela falava sério. Aqueles estágios eram bons para a gente e o dela principalmente. Vai que alguém descobre a gente? Eu não acreditava que iria realmente ver os meninos de perto, mas eu também precisava me concentrar em meus desenhos. Sem desenhos, sem dinheiro, sem dinheiro a gente não paga o aluguel, a gente não paga o aluguel a gente é despejada, a gente é despejada voltamos para o Brasil, voltamos para o Brasil e o nosso sonho seria destruído. Sim, a coisa era séria a esse ponto. Estávamos em Londres por nós mesmas, sem ajuda de papai ou mamãe no meu caso e iria provar a todos que sim, nós éramos capazes.

Antes que Amber pudesse se virar para se recolher, saltei em suas costas como uma idiota e lhe dei vários beijos em sua bochecha, minha amiga ria enquanto tentava se soltar de mim e soltava alguns gritos.

–Ah! Me solta, sua louca!

Exclamava, mas eu estava tão feliz, que ela poderia chamar a SAMU para me levar que eu não a largaria por nada! Olhei para minha amiga com os olhos brilhando, lhe dando um abraço forte.

–Obrigada! Você é a melhor! Te amo! Te amo! Te amo! Te amo! Nunca vou poder te agradecer o tanto que merece!

Amber riu do meu desespero em agradecimentos e assentiu como se dissesse que estava tudo bem. A loira parou por um momento me observando, coisa que me deixou um pouco desconfiada e logo um sorriso perverso se abriu em seu rosto, consequentemente abrindo um semelhante no meu, passando-me a informação de que ela havia tido uma ideia.

–Que tal, em agradecimento, você fazer uma pipoca amanteigada deliciosa que só você sabe fazer e nós vermos o tal filme que estava pendente?

O sorriso se alargou em meu rosto assim que ouvi sua ideia. Sim, eu cozinhava, desenhava e cantava. Eu arraso. [Cale a boca, Amber.]. Meus olhos se encontraram aos de minha amiga e uma concordância firmou-se no ar, nossas mentes estavam em sintonia, e com um sorriso divertido em ambas das faces, soletramos as palavras em uníssono.

–Johnny Depp.



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Notas finais do capítulo

Reviews? Recomendações? Serão MUUUUUUUUUUUITO bem-vindos! Sério! HUAHUAHUAHU