Luminous escrita por abishop


Capítulo 1
Capítulo Único




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Estava indo com Carmen em mais uma festa no The Planet, dessa vez o tema da festa era primavera. Carmen usava um vestido claro e eu uma roupa mais social. Já era quase umas oito da noite quando aparecemos por lá. Vimos Bette, Tina, Alice, Dana e Helena sentadas em uma mesa e nos aproximamos.

– Carmen, não deixa ela escapar de você. – Falou Alice.

– Pode deixar que não vou deixar isso acontecer. – Carmen colocou uma mão em meu ombro e me beijou na bochecha.

– Muito engraçado Al. – Falei. – E o que vocês estão achando da festa até agora? – Perguntei.

– A decoração está maravilhosa. – Helena falou.

– Tenho que concordar com a Helena. – Falou Bette.

– Kit sabe como dar uma festa. – Dana comentou.

Debaixo da mesa, minha mão segurava a de Carmen e nossos dedos estavam entrelaçados. Trocamos olhares discretos e voltamos a prestar atenção na conversa de nossas amigas.

– Vocês viram aquela loja no centro? – Alice perguntou.

– Aquela que tem um nome esquisito? – Carmen perguntou.

– Essa mesmo! – Falou Alice.

– Ouvi boatos de que a loja é realmente é muito boa. – Falou Tina.

– Preciso fazer umas compras com essa daqui. – Carmen falou e olhou para mim.

– Que foi? – Perguntei

– Roupas Shane.

– Realmente estou precisando.

– Mesmo você precisando, está ótima e não precisa de nada. – Carmen falou.

– Obrigada docinho. – Falei. – Vou pegar uma bebida para gente. Alguém quer? – Perguntei.

– Não. – Todas responderam.

Levantei-me da mesa e fui até o bar pegar uma cerveja para mim e Carmen. Enquanto esperava o garçom pegar o meu pedido, via as meninas conversando na mesa.

– Carmen, que historia é essa da Shane te chamar de docinho? – Tina perguntou.

– Pelo jeito a noite de ontem foi boa. – Alice falou.

– Pode ter certeza que sim. – Ri.

– Então o que houve? – Bette perguntou.

– É o que eu gostaria de saber. Hoje ela acordou e começou a me chamar assim.

– Será uma mudança? – Helena questionou.

– Ela vem vindo ai, acho bom mudarmos de assunto. – Tina falou.

– Amor, aqui está a sua cerveja. – Falei entregando a outra garrafa de cerveja para ela.

– Obrigada querida.

– E então, o que vamos fazer agora? – Perguntou para mim depois de ter dado um gole na cerveja. Começou a tocar uma música romântica.

– Quer dançar comigo? – Perguntei e estendi a mão para ela.

– Com licença meninas... – Carmen falou e fomos para a pista de dança onde havia mais algumas pessoas. Coloquei meus braços envoltos da sua cintura e os delas envolveram meu pescoço.

– O que vocês tanto conversavam enquanto eu pegava nossa bebida?

Ela olhava em meus olhos e seus olhos brilhavam.

– As meninas me perguntaram o que te aconteceu para você começar a me chamar de docinho.

– Elas são curiosas.

– Mais é uma coisa que eu também quero saber.

Continuamos a dançar abraçadas no meio da pista de dança.

– Não sei Carmen. Acho que do nada eu passei a ter consciência do quanto eu amo você isso fez com que eu te valorizasse ainda mais. Quer que eu pare?

– Lógico que não. Estou adorando você me chamar assim. – Ela me beijou.

– Carmen, acho que poderíamos tirar uma foto ali. – Indiquei o lugar para que ela visse.

– Vamos lá agora.

Entramos na fila e esperamos nossa vez.

– Carmen, estive pensando em aprender espanhol.

– Serio? – Ela me olhou e parecia feliz com o que tinha acabado de ouvir.

– Serio. Sua família já me aceitou e não entendo nada. Queria ser mais participativa.

– Eu acho ótima a ideia de você querer aprender espanhol.

– Legal. – Demos um passo e seriamos as próximas. Não demorou muito e logo foi a nossa vez. fizemos muitas poses e depois voltamos para a mesa.

– Pelo jeito a dança foi ótima. – Falou Alice.

– Cala boca Al. – Falei.

– Eu disse algo demais? – Alice fez-se de vitima.

– Eu sei aonde você quer chegar com essas insinuações.

– Não confunda as coisas Shane. Só fiz uma brincadeira de amiga.

Kit sentou-se um pouco na mesa conosco e ficou conversando.

– O que vocês acharam da festa?

– Está ótimo Kit. – Falou Helena.

– Mandou bem Kit. – Falei.

– Ainda bem que estão gostando. Deu um trabalho para organizar tudo.

A próxima primeira hora foi cheia de conversa. Minha mão segurava a de Carmen por debaixo da mesa, apertei de leve e ela olhou para mim. Fiz um gesto para irmos embora. Ela entendeu.

– Meninas, desculpe interromper, mas já vamos embora.

– Mais já? Está cedo, fiquem mais um pouco. – Kit falou.

– Estamos cansadas Kit. – Falei.

– Se é assim, então tenham um bom descanso. – Falou Kit.

– Boa noite meninas. – Carmen e eu falamos para nos despedirmos de todas.

Abri a porta do carro para ela e fechei assim que ela se acomodou. Dei a volta no carro e sentei no banco do motorista. Dirigi de volta para casa.

– Shane, o que te deu para tratar a Alice daquele jeito? – Ela perguntou enquanto eu prestava atenção no trânsito.

– Eu só não gosto que fiquem se metendo na nossa vida intima.

– Mais isso não era motivo para você ter tratado a Alice daquele jeito.

– Eu sei Carmen, mas se ficassem se intrometendo na sua vida intima, você iria gostar?

– Não, mas...

– Tá vendo, é disso que estou falando.

– Mesmo não gostando, você poderia ter tratado a Alice um pouco melhor.

– Já entendi o que você quer dizer. Vou me desculpar com ela.

Dei uma mão para ela e trocamos olhares. Coloquei o carro na garagem e entramos. Carmen foi tomar um banho e eu fiquei parada vendo rápido as correspondências que haviam chegado. Fui atrás dela e tomamos banho juntas na banheira. Primeiro eu entrei e depois ela recostou-se em meu corpo. Deslizava minha mão em seu corpo. Seu corpo estava encostado ao meu e me transmitia uma sensação boa, sua pele era macia e isso me deixava mais confortável.

– Shane?

– Hm.

– Você ainda não contou para as meninas, não é mesmo?

– Estou pensando em um jeito de começar a falar.

Ficamos em silêncio por algum tempo e num raciocínio rápido eu decidi perguntar uma coisa que estava pensando há alguns dias.

– Carmen...

– O que foi Shane?

– Quer casar comigo?

Ela se ajeitou na banheira e olhou para mim por algum tempo. Jamais esperava ela pensar tanto para dar uma resposta.

– Você está falando sério?

– Nunca falei tão serio em toda a minha vida.

Ela ficou em silêncio por mais alguns instantes e olhou profundamente em meus olhos.

– Carmen, diga alguma coisa. Estou ficando nervosa com esse suspense todo.

– Shane, o que te fez pensar que eu quero casar com você?

– E não quer?

– Quero, mas...

– Você quer saber até onde o meu amor vai você, né?

– Isso mesmo. – Ela falou e ficou esperando por uma resposta.

– Bem, eu te amo e você me ama, isso já é o suficiente. Te faço feliz assim como você me faz feliz, e só tenho agradecer por isso, pois quando você não desistiu em lutar pelo meu amor, você salvou uma vida. Serei eternamente grata a você. Por isso quero me casar com você. Pra te fazer feliz mais do que faço, para construir uma vida a dois, para a cada dia a gente colocar um tijolo no nosso castelo e fortalece-lo. E então, o que me diz?

– Não precisa dizer mais nada. Aceito me casar com você. – Ela veio até mim me abraçou e me beijou. Correspondi.

– Nós temos que contar para nossas amigas essa novidade?

– Não precisa ser agora Shane, elas podem esperar mais um pouco.

– E como você imagina nosso casamento?

– Algo simples, mas bonito. Que as pessoas se lembrem do quanto foi bom.

– Também pretendo que seja assim.

Sentamos no sofá e ficamos conversando por horas sobre o casamento. Eu apenas ficava escutando Carmen falar da decoração e eu concordava com tudo, pelo ponto de vista dela parecia que ia ficar bom e é até bom que ela escolha tudo, não tinha muita noção dessas coisas. Ela estava feliz e eu também, com o tempo as meninas ficariam sabendo.

– Carmen, como você quer que seja depois que nos casarmos?

– Você se refere depois de todo o procedimento do casamento e ter nossa vida juntas?

– Isso.

– Hm, não tinha pensando nisso antes. Acho que quero e desejo que ele seja luminoso, cheio de coisas boas tanto para mim ou para você, para nossa vida a dois.

– Entendi. Também quero que seja assim.

Já tinha anoitecido. Ficamos no sofá vendo televisão, ela estava aconchegada em meus braços e dava para ver o seu semblante feliz. Eu também estava. Com o tempo as coisas se ajeitariam e só uma coisa mudaria: o fato de estarmos casadas. O resto continuaria o mesmo.


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