Confissões De Hermione escrita por Guilherme Faquini


Capítulo 7
Você Não Está Sozinho


Notas iniciais do capítulo

Qual o segredo? Quem será o alvo? Como sair de um beco escuro e estreito? Como correr em busca de uma solução? Como responder tantas perguntas?



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Mesmo com todo um banquete, não conseguira comer nada desde a noite passada, na qual me trouxera um pesadelo como cortesia. Aquele fantasma não saía da minha cabeça e, tudo que eu mais queria, era aparatar para longe e me refugiar, até, quem sabe, na Casa dos Gritos, embora muitos tenham sido mortos naquele lugar.

Harry e Ron ainda não haviam me procurado, mas tinha certeza de que no exato instante estavam se degladiando na mesa do café da manhã. Nenhuma palavra saíra de minha boca naquele amanhecer, exceto com Nick Quase-Sem-Cabeça, que me cortejara com um bom dia solidário. Talvez, soubesse o que minha face pálida representava. Minha aflição era notável.

Bom dia, Granger! – disparou Luna, com um ar majestoso.

– Bom dia, Luna! – Respondi com desânimo.

Não demorou para que Luna disparasse a conversar sobre tudo, mesmo sem minha atenção. Parada frente a mim, enquanto todos aproveitavam os raios de sol, Lovegood me falara sobre Poções Macabras, Defesa Contra as Artes das Trevas, Técnicas para Aparatar na Escola sem ser Descoberto, Receita do Sorvete Caseiro de Limão de Alvo, e tudo mais que alguém em sã consciência pode imaginar. Luna, obviamente, era uma Hermione em forção. Podia-se notar claramente.

Pensar daquela forma me fez sorrir. Luna era incrível e muito inteligente. Havia boatos de que a mesma conseguia enfeitiçar Elfos selvagens e domesticá-los apenas lhes oferecendo feijões mágicos. Um grande feito que eu ainda não dominava.

– Por que está sorrindo? – Perguntou Luna.

– Porque você é uma garota muito inteligente e eufórica. Me lembrei do dia em que você pintou a barba de Alvo de cor-de-rosa apenas com um lance de feitiço Collostrug. Foi realmente a cena mais engraçada que eu já presenciei em toda minha vida.

Luna, antes de responder, me examinou de todos os ângulos. Seu olhar mudara completamente e sua aparência era a de alguém bem irritado.

– Granger, eu deveria pintar a sua língua de rosa. Aquilo foi um acidente de percurso, não proposital. Você deveria se esquecer disso, assim como Alvo, que me entregou uma medalha de honra ao mérito por ser tão aplicada a ponto de livrá-lo das garras de um Elfo selvagem que eu mesma criei dentro do meu armário. – Esbravejou.

Antes que Luna pudesse concluir, tomei conta da conversa.

– E que, por sinal, este Elfo foi sacrificado injustamente por ser prisioneiro de uma garota que ainda nem aprendeu a pentear os cabelos. E acredite isso não foi uma indireta, Luna. Agora, se me permite, tenho muitos unicórnios para pintar de cor-de-rosa. Bom dia!

Eu estava sarcástica e, embora gostasse de Luna, ela merecera tal resposta. Minha vontade era dar alguns bons tapas naquela carinha de boneca de plástico.

– HERMIONEEEEEEEE! – ouvi

Nem precisei me virar para saber que Rony vinha em minha direção com sua barriga roliça de tanto comer. Harry estava logo atrás, andando meio sem jeito, examinando algo que carregara em uma de suas mãos.

– Bom dia, meninos! Pelo visto o café da manhã foi maravilhoso. O que eu perdi?

– Bolinho de batata, ratos ao molho sugo, carne de ovelha do monte empanada, torta de framboesa, sardinhas com vegetais cozidos ao bafo de dragão e...

– Ah, tudo bem, agora cale a boca! Quero saber o que está acontecendo com todos desse lugar. Parece que estão me escondendo algo. O que é isso na sua mão, Harry?

Harry me olhou e sem hesitar, respondeu.

– É justamente sobre isso que temos que conversar. Você ainda não sabe, mas nós três corremos perigo. Me entende?

Eu queria dar um safanão em Harry, mas preferi respirar fundo.

– Quando nós não corremos perigo, Harry? – ironizei.

Harry me explicara que Peter Lacun era poderoso e, talvez, até mais que Você-Sabe-Quem. O fantasma aprisionado em Azkaban, era o único vigiado por Dementadores 24 hora por dia. Mas, me revelara que sua fuga fora arquiteta minuciosamente pelos seguidores de Vol e que tudo não durou mais que alguns minutos.

Mais de cem guardas foram mortos, vítimas de um feitiço desconhecido, porém mais potente do que aquele que fizera a cicatriz em forma de raio na testa dele. Meu coração dispara à medida que Ron também revelava o que sabia a respeito do tal de Peter. Harry não se conteve, talvez pela raiva que sentira naquele momento, e em tom baixo desengasgou o que tanto queria dizer.

– As horcruxes não acabaram! Existe uma delas escondida em algum lugar, na qual contém parte da alma de Peter Lacun fragmentada. Esse fragmento é a chave para conseguirmos salvar Hogwarts. Peter Lacun, incialmente, pode ser apenas um fantasma, mas acredite, o mundo mágico corre perigo. Meus pais foram vítimas de Peter, que por inveja ordenou que Voldemort que os matassem covardemente. Tudo começou quando Peter foi expulso de Hogwarts. Ele era filho de trouxas, mortos em um acidente de avião na Escócia. Peter fora condenado a prisão perpétua por armar um plano para matar uma antiga professora, a Srta. Angela Spkees. Angela, pelo que sei, não colecionava inimigos, ao contrário disso. Porém, como um maníaco que alucina pela madrugada, Lacun a enforcou em sabugueiro que existia no alto da colina de Loonder Loonder. O corpo da professora fora encontrado quando seu corpo já se desprendera do pescoço. Inicialmente não havia suspeitos, mas Lacun deixara para trás uma prova crucial que o incriminaria e o condenaria para toda a vida: uma gargantilha dourada. O objeto fora guardado a sete chaves durante meses, até Lacun ser oficialmente considerado culpado. Os dizeres “Para sempre será meu, para sempre o levarei, meu pequenino descansa porque a vida lhe entregarei” foram determinantes para a conclusão das suspeitas. A frase era da mãe de Peter, que pediu para que gravassem em sua corrente que mais tarde fora entregue ao filho. Desde então, Peter Lacun escrevera por vezes as palavras em seus cadernos de estudos, deixados em Hogwarts durante a fuga.

Foi então que, depois de fugir durante anos, Peter realmente foi preso em Azkaban. Dizem que Voldemort se enfraqueceu com a ausência do comparsa que, pelo óbvio, era o chefe de todos os bruxos malignos, inclusive do próprio Você-Sabe-Quem.

Lacun permaneceu mais cem anos sendo torturado em Azkaban, até que em uma manhã de outona fora encontrado morto em sua sela. O curioso foi o motivo de sua morte. Lacun se enforcou, e antes de cometer o suicídio, deixou gravado nas paredes de pedra aquilo que até hoje aterroriza Hogwarts e todos seus bruxos mais velhos, nos quais escondem tudo que sabem a respeito do assunto. “Não haverá morte mais dolorida do que a de todos os bruxos juntos, empilhados, como num massacre sanguinário e sofrido. Penduro-me aqui para dar continuidade a uma história digna de gritos e olhos esbugalhados. O fim está longe e Hogwarts cairá para toda a eternidade.”

Desde sua morte, Hogwarts vive sob atenção. Você-Sabe-Quem, na verdade, sempre fora subordinado por Peter. O bruxo mais poderoso ainda não conhecemos, mas sei que assim como Voldemort, Lacun também tem sede de destruir aquele que seu seguidor não conseguiu matar: eu.

– Chega! – grite.

Minha cabeça não queria permitir que todas aquelas informações chegassem ao meu cérebro. Tudo parecida estar fazendo sentido, mas era algo forte demais para se acreditar. O livro que ganhará de Hagrid por engano, no qual devolvi, poderia conter respostas importantes para o momento fatídico que estávamos enfrentando. Eu deveria ter examinado tudo com mais detalhes antes de me render. Estava claro que Dumbledore estava escondendo algo terrível dos alunos.

Se Harry estivesse correndo perigo novamente, Lacun não anunciaria vingança a todos gratuitamente. Voldemort sempre fora claro sobre quem pretendia destruir. Sempre fora Harry, sempre Harry. Isso não fazia sentido.

– Mas por que acha que Lacun quer destruí-lo, Harry?

Harry apenas me olhou e antes que dissesse o que sentia, omitiu.

– Ainda não sei, mas se esse Peter Lacun entrou em evidência, é porque nada será tão fácil.

– E como soube de tudo isso? Onde encontrou esse pergaminho?

Rony respirou e abraçou Harry pelas costas como quem quisesse desejar força ao amigo.

– Hagrid também está sendo ameaçado de morte, principalmente por ter me ajudado durante todos esses anos e, foi ele que contou tudo a nós. Nunca pensei que veria meu grandalhão chorando como hoje. – Harry se emocionou.

– Então, se for para você morrer, morreremos juntos, Harry. Sempre foi assim e nós nunca vamos te abandonar, assim como Hogwarts. Aqui é nossa casa, e pessoas leais defendem suas casas. Você não está sozinho Harry. – senti uma lágrima tocar o chão


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Essa história é para vocês!
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