Confissões De Hermione escrita por Guilherme Faquini


Capítulo 3
O Ataque Sombrio


Notas iniciais do capítulo

Hogwarts sofre um mestirioso ataque. Hermione, que está a ponto de desvendar o Segredo de Petter Lacun, percebe que algo estranho está acontecendo e decidi tomar decisões importantes para a preservação da vida de todos os bruxos.



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Eu estava na aula de Herbologia, quando Snape entrou correndo em direção à Professora Pomona Sprout aos berros.


– Dementadores! Dementadores!


O olhar assustado dos alunos não conseguia esconder o medo que todos estavam sentindo naquele momento. Harry, Ron e eu permanecemos estáticos, sem reação. Malfoy por sua vez, ria do que estava acontecendo. Talvez ele soubesse o porquê dos Dementadores, mas infelizmente não podíamos julgá-lo.


– Será que estão invadindo o castelo? – Cochichou Luna.


Rony parecia com mais medo do que todo o corpo acadêmico junto. Por alguns minutos cheguei a pensar que sua respiração havia sido bloqueada. Ninguém sabia o que fazer e, enquanto os alunos comentavam, Snape se reunia com Pomona à frente da sala, dizendo algo que não conseguíamos ouvir.


O silêncio era estarrecedor. Do lado de fora o vento soprava forte, luzes podiam ser vistas no céu cinza e em um relampejar de segundos tudo se escureceu.


Snape então sacou sua varinha e trancou a imensa porta de madeira da sala de aula. Estávamos com medo, não sabíamos o que acontecera.


– Quero que todos permaneçam em silêncio! – ordenou Snape


Lumus! – disparou Sprout


Graças ao feitiço, uma pequena luz se espalhou no local. Mesmo com muita dificuldade podia-se ver as faces e os olhares aterrorizados de todos. Ninguém queria se comprometer.


Snape também parecia trêmulo, assustado e sem muita ideia do que fazer.


– Eu nunca vi Snape desse jeito, Hermione. Algo muito sério está acontecendo em Hogwarts. – Comentou Harry quase que sussurrando.


Eu queria dizer algo, queria mas não podia. Minha mente latejava como uma ferida aberta. Mil pensamentos vieram em minha cabeça. Pela primeira vez eu estava com medo do que poderia acontecer e do preço que tudo aquilo poderia nos custar.


– Hogwarts está sendo invadida por Dementadores. Sim, Dementadores! Vocês, como exímios alunos de magia e bruxaria sabem o que são essas criaturas. Nunca estão sozinhas, costumam se deslocar em bando, sempre a mando de alguém superior. Hogwarts está sofrendo dias difíceis, dias negros e sombrios...


Enquanto Snape falava, todos os alunos observavam atentos. Luna parecia a mais centrada, seu olhar crítico examinava atentamente cada gesticular do professor.


– Ainda não sabemos quem mandou esses Dementadores, mas descartamos a hipótese de que Voldemort tenha planejado essa ação. E sabem por quê? Por que a menos de dez minutos o fantasma de Nick Quase-Sem-Cabeça foi atingido por um feitiço maligno e agora o mesmo se encontra literalmente sem cabeça...


A comoção foi geral. Todos começaram a falar ao mesmo tempo, nada se ouvia a não ser o burburinho generalizado.


– Eu ainda não terminei! – Disse Snape, dando continuidade a sua explicação


– Nick não foi à única vítima. A Murta foi crucificada no quadro da gorda, o dragão de Hagrid foi brutalmente assassinado, uma aluna do segundo ano teve a mão direita mutilada e Gina Weasley teve um dos olhos perfurados.


Nesse exato momento, Rony gritou. O pânico tomou conta do seu ser depois de saber que sua irmã havia sido uma das vítimas do ataque.


– Eu quero ver Gina, agora! – Gritava Ron


– Ela está bem, Weasley! Seu olho já está no lugar e ela está de repouso na ala hospitalar. – explicou Snape


Respiramos aliviados. Percebei que enquanto Snape se preparava para continuar seu discurso, Harry sentia novamente sua cicatriz queimar. Eu não gostava de ver meu amigo com a mão sobre a testa. Potter me assegurou que estava bem e eu apenas concordei com um balançar de cabeça.


– Exijo que se concentrem todos no refeitório. Vamos passar a noite lá! O aluno Cedrico Diggory os acompanhará em segurança. – Ordenou


– Todos em fila, por favor! – organizava Cedrico


No caminho, andando pelos corredores, Harry e eu comentamos um pouco sobre o que estaria acontecendo. Ambos não faziam ideia, ainda mais depois de descartarem Voldemort como o mentor de tudo aquilo.


Podíamos ver muito sangue pelo chão. O silêncio era total, ouvia-se apenas o eco dos sapatos em contato com piso gelado.


– Essa parte do castelo foi completamente atingida. Peço que, por gentileza, produzam o feitiço Lumus. Precisamos atravessar com segurança! – Solicitou Cedrico.


Minha varinha andava meio problemática, já não me obedecia mais como antes. Mas mesmo com dificuldade consegui disparar um fecho de luz.


– Até sua varinha não te suporta mais, Mione! – Gargalhou Ron.


Ao chegarmos no refeitório, fomos acomodados em finos colchões. Dumbledore conversava com Hagrid, mas não se pronunciou. Apenas desejou ao corpo estudantil uma boa noite.


Rony dormiu logo, Harry apenas fechou os olhos, mas sabia que estava acordado. Eu maquinava tudo em minha cabeça, pensei em Lacun e o tentei ligar ao que estava acontecendo naquela noite. Cheguei à conclusão que ele não seria capaz, ainda mais por ser um simples fantasma que já não fazia mais parte de Hogwarts.


Ouvi os passos do Diretor que vinha caminhando cuidadosamente com Hagrid. A medida com que se aproximavam, podia-se ouvir sobre o que estavam conversando.


– Mas você não tem ideia de como isso aconteceu, Hagrid? – Questionou Dumbledore sobre algo.


Percebi que Hagrid estava com um ar de preocupação. Ele buscava as palavras adequadas para responder o Diretor. Algo sério realmente estava acontecendo.


– Eu não me lembro! A única coisa que sei é que separei vários livros velhos e os entreguei ao Ministério para que os arquivassem. E como permitido, presenteei alguns alunos com livros educativos, nada que pudesse colocar suas vidas em risco, Alvo. – Respondeu Hagrid.


Eu não queria entender o que estava acontecendo, mas foi inevitável. Eles estavam em busca de algo, algo que deveria ter sido entregue ao Ministério. O livro de poções que Hagrid me entregara continha a tal revelação de Lacun no fim da página, muito suspeita por sinal. Era óbvio que alguém havia escondido aquele enunciado no livro, estava claro.


– Temos que encontrá-lo com urgência. Não podemos deixar com que ele retorne a Hogwarts! – Avisou Alvo.


Hagrid concordou e se despediu. Alvo desapareceu em meio aos corredores e nós permanecemos ali, deitados como cadáveres. Eu sabia que entregar o livro era a melhor alternativa, mas não podia. E mesmo sabendo do risco que Hogwarts estava correndo, era minha missão se encontrar com Lacun e descobrir de fato sua origem e o que ele representou para o mundo mágico.


Deitada, olhando para o teto desbotado, percebi lágrimas escorriam pelo meu rosto. Estava vivenciado um turbilhão de sentimentos. Talvez eu não devesse ter aceito o livro. Busquei todas as saídas possíveis, mas a sede de seguir em frente era maior do que eu. Eu era Hermione Granger, a garota valente e destemida. Eu tinha muito que fazer por Hogwarts, eu tinha que seguir  sem olhar para trás.


– Não vou desistir. Você deve lutar bravamente até o fim, Granger! – falei comigo mesma.


Percebi que Harry se movia no colchão ao lado. Era óbvio que não estava dormindo.


– Como? Você está bem, Mione? – Perguntou Harry


Sequei as lágrimas, amarrei o cabelo e virei para o lado, numa direção em que eu pudesse enxergar os olhos claros de Harry. Ele transparecia bondade. Nunca havia parado para observá-lo, como fazia naquele momento. Então sorri timidamente, antes de respondê-lo.


– Estava apenas falando sozinha, bobão! Acho que devo estar com saudade de algo que eu ainda não descobri. É coisa de garota, você nunca entenderá.


Harry sorriu. Seu olhar era tão puro e verdadeiro que me sentia bem em ficar parada observando o deslocar de seu globo ocular. Potter era guerreiro, assim como seus pais. Ele realmente merecia ser quem era e eu tinha orgulho de tê-lo junto a mim.


– Eu espero nunca entender, mesmo. – Responde Harry, enquanto me abraçava.


A noite caía lá fora, os perigos rondavam o castelo mas estávamos seguros. Me senti confortada em seus braços e, por alguns instantes, me esqueci completamente do que havia acontecido naquela noite.


– Acho que devemos dormir. Amanhã teremos muito que descobrir sobre esse ataque sombrio. – avisou Harry


Eu concordei. Desejei-lhe boa noite e fechei meus olhos. Embora estivesse aparentemente sossegada, meus pensamentos duelavam como criaturas selvagens. O medo tomava conta de mim e eu já não sabia mais para onde ir. Respirei profundamente e pensei no novo dia que estava por vir. Com certeza seria melhor, pelo menos era isso que eu e todos os alunos desejávamos.


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Notas finais do capítulo

@GuiFaquini



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