- Emma...

            - Fala, Doug...

                Elesentou-se na areia barnca de Malibu, em nosso cantinho secreto. O sol se punha vagarosamente no horizonte, parecendo que mergulhava no mar.

                - Ontem foi seu aniversário de dez anos, né?

                - Sim...– eu disse, esfregando meus pés na areia. Ele não conseguira ir.

                - Pois então. Você sabe que meu pai trabalha na Apple e ele veio me visitar ontem. Por isso eu não fui na sua festa.

                -Tá, Doug, eu sei de tudo isso.

                -Ele me trouxe alguns presentes, sabe, novidades da Apple e tudo o mais e aqui está o seu presente.

                Ele estendeu-me suas mãozinhas gorduchas com um aparelho eletrônico. Era um Ipod. Um Ipod lindo.

                -Doug...  Eu prometo que sempre vou carrega-lo comigo. Sempre. Nunca vou te esquecer.

                -Eu também prometo, Emma.

                -Até amanhã.

                Dei um beijo em sua testa e peguei minha bicicleta, pedalei até minha casa. Dormi feliz aquela noite.

                No dia seguinte, acordei e vesti um biquini e, por cima, um vestido branco rendado e sandálias. Tomei um café rápido, me despedi de minha mãe e seu namorado, Pierce, e fui à praia. Ao chegar lá, não encontrei Doug. Estranho. Passávamos o dia todo juntos e o ponto de encontro era ali. A casa dele era mais perto, então ele sempre chegava mais cedo.

                Após um tempo esperando, resolvi caminhar até a casa dele. Cheguei na alva mansão e toquei a campainha. Simonne, a empregada, atendeu e me deu um beijo e eu a cumprimentei também.

                -Monne, onde está Doug?

                -Ah... Emma. Eu acho que ele saiu. Vou chamar dona Danielle.

                Ela saiu e logo em seguida chegou a mãe de Doug, uma moça magra, loura de cabelos cacheados, olhos azuis e físico escultural. Parecia uma diva de Hollywood.

                -O que você quer, Willow? – perguntou-me ela com um certo tom de nojo na voz. Ela me dava muito medo.

                -B-bom dia, senhora Danielle. O Doug está?

                -Ah, ele saiu com uma amiguinha que preste
se é que você me entende.

                -E pode me dizer aonde ele foi? – perguntei, ignorando o ceticismo na minha voz.

                -Meu marido o levou de manhã cedo para Venice Beach.

                Não pensei duas vezes. Peguei minha bicicleta e pedalei até lá, o mais rápido que pude. Ao chegar lá, vi Doug sentado numa pista de skate vazia com Miranda, a menina mais metida da minha série. Aproximei-me e ambos me olharam com uma cara de nojo.

                -Doug, o que está acontecendo? – minha voz falhou.

                -Sai de perto de mim, Willow. Minha mãe me disse que você é só a filha de uma vendedora de doces e que nós, da alta sociedade, não devemos nos meter com esse tipo de gente, mas sim com gente como Miranda. – a garota sorriu pra mim, cínica.

                -Mas, Doug...

                -Não fale mais comigo... Gata borralheira!

                Os garotos em volta começaram a rir e eu saí pedalando até minha casa, chorando. Ao chegar lá, minha mãe e Pierce me olharam e eu subi para meu quarto. Ela subiu as escadas atrás de mim e perguntou-me o que havia acontecido. Eu praticamente vomitei as palavras e ela só acariciando meus cabelos. Quando mencionei a
senhora Danielle, seus olhos se estreitaram. Ao final, ela disse:

                -Filha... Eu queria que o momento fosse mais feliz, mas nós estamos de mudança. Vamos pra Londres, filha. A fabricação está de vento em popa e não posso perder essa oportunidade.

                Eu somente assenti. No momento em que embarcávamos no aeroporto para Londres, eu decidi deixar aquela menina boba que amava a todos e era doce e fofa para trás. Minha alma ficou pra trás. O básico sobrou, meu coração era de pedra.

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                Acordei com o mesmo Ipod do meu sonho-lembrança tocando:

“I could have been a princess, you'd be a king
           Could have had a castle and worn a ring
           But no, you let me go”

                        -Anna, ela acordou!!! – eu vi o rosto de Aria surgir na minha cara seus cabelos em meu rosto. Anna logo surgiu também. – Ah, Emma, como você preocupou a gente. Eu tava dançando com o gato do Harry, sabe, o irmão da Lara e da Olívia, que, por sinal não parece nada com elas e a Anna com o Robert, então o Jack entrou, meio alterado, e nos informou que você não estava bem, tinha ido para o quarto. Depois, ele puxou o Robert da Anna e foi falar com ele num canto.

                - Emma, o Rob me pediu em namoro. – disse Anna, corando.

                - Nossa... –eu me surpreendi – Parabéns! Isso é muito legal, Anna.

                - Tá, mas fala aí... O que aconteceu entre você e o Jack? – perguntou Aria.

                - Nós nos beijamos... – respondi, tristemente. – E eu fui embora.

                - Mas por quê? – foi a vez de Anna

                - A Lara tá grávida dele! Não tem como a gente ficar
junto.

                - Tá, que seja, vai se arrumar que nós vamos comprar nossos vestidos para o baile de inverno.

                - Mas, Ariana, vai ser só em novembro, e nós estamos em outubro!

                - Sim, mas também vamos comprar para o baile de outono, que vai ser dia 20 desse mês e o de Hallowen!

                - Quem te disse que eu vou nesses bailes todos aí?

                - Ah, mas você vai!

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                Estávamos no centro de Brighton, num Starbucks.
Eu tomava um frapuccino e as meninas haviam comprado todas as
minhas roupas e as delas também. Então, meu celular tocou e eu atendi:

                - Alô?

                - Oi, Emma... Aqui é sua mãe.

                - Oi, mãe. Tudo bem?

                - Tudo, amor. Deixa eu te perguntar...Por acaso eu não esqueci o exame de gravidez da Avril aí?

                - Espera... O nome dela vai ser mesmo Avril?

                - Claro que vai, não foi isso que você escolheu? Enfim, o exame dela eu levei praí e não trouxe de volta. E é importante pra mim guardar isso.

                - Como é esse exame?

                - É o de farmácia mesmo, fininho, com tampinha azul e sinal de positivo.

                Nessa hora, um flashback veio em minha mente. Lara tirando um teste de farmácia do bolso de sua saia, com tampinha azul. Ela poderia ter entrado no quarto de minha mãe e roubado o dela. Precisava checar nas câmeras de segurança.

                - Mãe, tenho que desligar.

                Levantei-me, peguei minha bolsa e saí.

                - EMMA! Onde você vai?

                - Vou pro colégio. Descobri uma coisa.

                Rapidamente, elas pegaram o frpuccino  e as sacolas e vieram atrás de mim. Ao pedirem explicações, comecei a falar e elas arregalaram os olhos.

                - Lara não faria isso... –começou Anna.

                - Pois eu não duvido de nada. Se conseguirmos aquelas filmagens, Lara está ferrada e Emma poderá ficar com Jack!– disse Aria.

                Pegamos um ônibus e, ao chegar ao colégio, subimos para nosso quarto.

                - Tá e qual é o plano? – perguntou Anna.

                - Vamos pedir pra diretora pra entrar na sala de segurança? – arriscou Aria.

                - Não, nem pensar. Nem a Lara é tão burra a ponto de não ter um plano desse.

                - Mas por mais que consigamos entrar lá, como vamos provar que o teste de gravidez é da sua mãe, e não da Lara? – indagou Anna e nós ficamos pensando, até que uma voz masculino disse:

                - É só pedir pra que ela faça um exame médico. – pulamos com a voz e olhamos pra trás. Robert estava lá, na porta do banheiro e veio dar um selinho em Anna – Desculpem-me, garotas. Entrei
e ouvi a conversa de vocês. Quem vai ser a garota que vai entrar na sala da segurança?

                - Eu. – eu disse, dando um passo a frente.

                - Nem pensar, eu vou. – disse Anna, decidida – Vai ficar muito na cara, e além disso, Angelina já está de olho em você.

                - Eu crio uma distração pra diretora. – disse Aria.

                - E eu pra Lara. – completei. – Mas eu não entendo como Lara soube que minha mãe estava grávida. Eu não disse nada a ela!

                - Talvez ela tenha ouvido sua mãe me contando... – disse Robert, com um tom de desculpas.

                - Tá, que seja...

                - Se vocês não e importam, garotas, tenho que falar com alguém, tá? – ele deu um beijo na testa de Anna e saiu.

                Demos início ao plano.