Minha Falsa Julieta escrita por PiperBell


Capítulo 5
Tira a merda da sua língua da minha boca!


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Tudo bem? Bom, aqui tem mais um capítulo, bem antes do que eu esperava postar, mas isso é bom. Agradecimentos especiais à Sasura e à Priscila, que deixaram reviews. Obrigada, meninas! Músicas do capítulo:
1 - Highway to Hell - AC/DC



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Jack eu matamos a aula de Geometria, que era a primeira, e voltamos para nossa ula de Álgebra. Eu estava ouvindo meu Ipod, sem nem sequer olhar para a professora.

“Living easy

Living free

Season ticket, one on one, way ride

Asking nothing, leave me be

Taking everything in my side”

                Sem que eu percebesse, a professora tirou meus fones de ouvido e me mandou para a sala do diretor,melhor, da diretora. aratrocou um sorriso com suas amigas bobocas e eu saí da sala. Dei
passos lentos até a direção, com a carta de explicação em mãos.

                - Ora, ora, srta. Willow...Sabia que adaptaria logo a nossa escola... – disse a diretora, cujo nome eu lera na  plaquinha,  Angelina.  Ela leu a carta e noticiou – Bom, venha buscar seu Ipod às 18h30.Como punição... Vejamos... Ah, por que não apresenta a escola à professora Andrea Calder?  Ela é nova. Quando vier buscar seu aparelho, você faz
o que eu pedi.

                - Mas, Angelina... Tenho treino
de teatro às 18h30. Não posso apresentar a escola a essa professora.

                - Se vire... – comentou ela, risonha, digerindo as palavras, bem pausadamente. Então, ela saiu da sala.

                - Se você pensa que vai ficar assim... querida... – eu murmurei. Em seguida, abri com um grampo um bibelô de vidro e mogno que ficava num canto da sala e peguei quatro garrafas de vodka. Então, abri a gaveta dela e peguei um maço de cigarros e saí, contrabandeando tudo dentro da minha bolsa.


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                - Eu não acredito que a diretora fez isso! – reclamou Anna, pela quadrigésima vez.

                - Anna, você já falou isso! –reclamei. Nessa hora, Aria abriu a porta com um sorriso no rosto.

                - Meninas... Já sei um jeito de nos vingarmos da Lara.

                Anna sentou-se perto dela e eu fui pra sacada fumar um cigarro, fechando a porta atrás de mim. Olha, eu não me mportei  que havia mais alguém no nosso almoço. Só me importei que aquela
pessoa fosse a Lara.

                Nesse momento, Aria abriu a porta da sacada e disse:

                - Vamos usar...

                - Olha, Aria... Não quero me vingar dela. Confesso que fiquei até aliviada por ela ter vindo e interrompido nosso almoço. Eu não estava confortável.

                Ela ficou quieta por um instante e se ofereceu:

                - Eu apresento a escola para a professora nova.

                - Você faria isso?

                - Óbvio que sim. – então ela jogou meu cigarro no chão e pisoteou. – Você está acabando com seu pulmão.

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                Cheguei ao anfiteatro no horário combinado e ele estava vazio e silencioso. Bebi uma garrafa de vodka inteira e então, Jack chegou.

                - E aí, Emma?

                - Oi.

                - Pensei que podíamos ensaiar a cena da sacada agora.

                - Tá, tanto faz. – eu estava vendo tudo meio dobrado mesmo.

                Subi na sacada de mentirinha e comecei minha fala, meio grogue:

                - Oh, Romeu, Romeu... Onde estas tu, Romeu?

                - Ela fala! – e eu comecei a rir incontrolavelmente do jeito que ele falara. Parecera tão pomposo. – O que foi dessa vez, Emma?

                - Nada não... Relaxa. Continua aí.

                Ele falou mais algumas coisas e eu me segurando para não rir.

                - Eu juro... Juro que te amo. Juro por essa lua...

                - Não jures pela lua, essa inconstante. A menos que seu amor seja tão inconstante quanto. Se quiser jurar por algo, jure por si mesmo, que é o deus da minha religião.

                Então, ele colocou a mão em minha bochecha, acariciando-a. Eu coloquei minha mão sobre a dele, como o scripr dizia. Então, eu olhei em seus olhos negros e selamos nossos lábios. Tudo como o script dizia. Então, ele fez algo que não estava no script.

                Ele enfiou a língua na minha boca.

                Sem pensar, empurrei-o da árvore de mentira em que ele estava e ele caiu com um estrondo no chão.

                - Tira a merda da sua língua da minha boca! – desci da sacada, louca de raiva, enquanto ele gemia, no chão. Desci do palco e fui até as cadeiras onde eu estivera sentada antes, para pegar minha mala. Para minha tristeza, ele veio atrás de mim.

                - Você é louca? – ele me empurrou na cadeira, como se eu fosse uma criança. Fiquei mais tonta e vomitei atrás da cadeira. – Você bebeu... – ele concluiu.

                - Bebi sim, qual é o problema, idiota?!

                - Você não pode fazer isso!

                - Por que não? Para não acabar com sua peça idiota? Hipócrita!

                - Roqueirinha!

                - Idiota!

                - Bêbada!

                - Eu não vou gastar meus adjetivos com você – eu disse, sentindo lágrimas nos olhos. Ele me expusera à humilhação. Virei as costas e lágrimas desceram pelo meu rosto.

                - Mas eu tenho mais um adjetivo para te descrever. – ele segurou meu braço e eu virei pra ele, sem medo de que ele me visse chorando.

                - Ah é, qual? Filhinha de papai? Revoltadinha?!

                - Não! Linda... – então, ele me puxou pela cintura e me beijou. Não um selinho, como fazíamos na peça. Um beijo de verdade. Com língua e tudo.

                Suas mãos exploravam minha cintura e as minhas, seu cabelo negro, todo arrepiado. Nossas línguas se moviam em sincronia, assim como nossos corpos. O beijo era feroz, mas delicioso, me fazendo quase derreter-me.

                - Como vão meu Romeu e minha Julieta? – o professor Robert entrou na sala e nos separamos, rapidamente. – Ops, desculpe interromper, queridos. Continuem.

                Ele saiu e eu olhei para Jack, meio transtornada. Peguei minhas coisas e fui andando, ás cegas. Não sei como cheguei em meu quarto, só sei que desmaiei assim que abri a porta.

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                Acordei com o bipe do despertador e tateei minha mesa de cabeceira, em busca de desligá-lo. Minha cabeça doía, minha garganta estava seca e com um gosto amargo. Ao me mexer para desligar o despertador, minha nuca deu umas fisgadas e eu gemi de dor. Minha
voz estava seca. Abri os olhos, com relutância e a luz do abajur estava acesa. Meus olhos arderam e eu os fechei novamente.

                - Emma? Você tá acordada? – perguntou uma voz ao meu lado.

                Eu abri meus olhos e vi uma Ariana toda borrada, com Anna a seu lado, as duas parecendo preocupadíssimas.

                - O que aconteceu ontem? – perguntou Anna, colocando a mão sobre minha testa, como para se ver se eu estava com febre.

                - Eu... – tentei me sentar, mas não consegui. – Eu não me lembro direito. Empurrei Jack do palco. Nós brigamos e...

                - E...? – incentivou-me Aria. E eu me lembrei. Um jorro de lembranças invadiu minha mente e eu praticamente entrei em pânico.

                - E nós nos beijamos...

                - Ahhhhh!!!! – Anna começou a gritar e minha cabeça parecia que iria explodir. Aria deu um tapa em seu braço para que ela parasse de gritar e me informou, em voz baixa:

                - Já falamos com a diretora que você está passando mal e não vi comparecer às aulas hoje...

                Assenti e Anna me estendeu um copo com água e eu bebi com goladas fracas, já que minha garganta meio que ardia  Então, bateram na porta. Aria foi atender e Jack entrou, meio que arregalando os olhos ao me ver naquele estado.

                - Vamos deixar vocês a sós... – murmurou Anna e elas saíram. Ele sentou-se na cama e olhou em meus olhos.

                - Oi, Emma...

                - Oi.

                - Olha, eu vim aqui pedir desculpa por ontem, fiquei me remoendo sem parar, quase não consegui dormir direito.

                - Tá tudo bem, Jack... Eu não me importo.

                - Mas eu sim. Eu... Eu não devia ter te beijado...

                - Se foi por causa do beijo, não precisa...

                - Não foi por causa do beijo! Eu..  Eu estou namorando.

                - Q-quem? – minha voz vacilou após um longo silêncio.

                - A Lara.

                Eu não o olhava mais nos olhos. De uma hora pra outra, a colcha que me cobria ficara tão interessante. Percebi que ele esperava uma resposta minha,  mas eu não a dei.

                Ele deixou meu Ipod em cima da mesa de cabeceira e eu o olhei, meio sem entender.

                - Você o recuperou? – ele assentiu  levantou-se e, quando estava com a mão na maçaneta, eu disse – Jack... Obrigada. – ele assentiu, novamente e foi embora. Senti lágrimas quentes marejarem meus olhos, mas eu as sequei rapidamente. Se ele queria namorá-la, para mim não importava. Sério. Então, Aria entrou chorando.

                - Sinto muito, Emma... – choramingou ela.-Ele saiu chorando e eu entendi. E eu meio que já sabia. Me desculpa...

                - Aria, tá tudo bem... Escuta, não importa. Nós não tínhamos nada mesmo. Onde está Anna? – perguntei, para mudar de assunto.

                - Foi executar a primeira parte do plano.

                - Que plano?

                - O plano para acabar com a Lara. – eu protestei, mas ela me cortou – Escute: o que Lara mais gosta nesse mundo é moda, então, use a mesma roupa que ela. Ia ser ridículo.

                Pensei por um instante e assenti. Não era por Jack. Era pra pô-la no lugar onde ela pertencia.

                No lixo.


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Notas finais do capítulo

MUAHAHAHAHAHA... Fim sombrio! E aí, meus amores, gostaram do capítulo? Teve pouca música, eu sei, mas não houve muito espaço. Sugestões? Críticas? Elogios? Músicas?



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