Senti ele me apertando contra a parede. Ele mantinha aquele sorriso incrivelmente perfeito nos lábios e fitava a minha boca. Senti sua respiração percorrer por toda a extremidade do meu pescoço. Estremeci. Ele roçava sua boca no meu pescoço, subindo para o maxilar e ia dando leves beijinhos. Gabriel, era esse o garoto baterista que fazia qualquer garota delirar. Enchi minha mão com o seu cabelo loiro e o pressionei sobre o meu corpo, pedindo mais.

Dessa vez, senti a respiração do Trevor no meu rosto. Abri os olhos lentamente, ainda curtindo o meu sonho.

- Tão linda dormindo! - Mordeu os lábios.

Coloquei as mãos no rosto e suspirei, tentado entender o motivo daquele sonho com o Gabriel. Foi tudo tão involuntário! Dizem que quando você sonha com algo, é porque pensou bastante nisso antes de dormir. Mas dessa vez foi diferente. Eu nem sequer tinha me lembrado da existência do Gabriel. Ah, talvez só um pouco, mas não tanto. Ele tinha uma beleza fora do normal, impossível não notar.

- Pequena...?! - Trevor me tirou dos meus devaneios. 

- O quê? - Resmunguei, tirando a mão do rosto.

- Nada, você tá quietinha. - Fez carinho na minha bochecha com o polegar. - Achei que tivesse dormido de novo.

Olhei para o relógio que ficava na cômoda do meu quarto. Quatro e meia da manhã. 

- São quatro e meia da manhã! - O olhei incrédula. - Fazendo o quê aqui, á essa hora?!

- Eu estava sem sono, então achei que te ver dormir, me faria bem. - Sorriu. - E fez!

- É, mas eu preciso dormir. - Respondi ríspida, talvez um pouco brava por saber que o Trevor interrompeu meu sonho.

- Quer que eu vá embora? - Fez biquinho.

- Ahn, pode ficar, Trev. - Suspirei e me virei para o lado contrário.

Então o Trevor ficou lá, fazendo carinho no meu cabelo. Não consegui dormir e acabei me remexendo pela cama de cinco em cinco segundos.

- Quer ajuda aí? - Trevor sorriu malicioso e deitou comigo, só aí notei que ele estava de cueca box, como faz toda noite.

Mordi os lábios. Ele deitou em cima de mim e chegou pertinho, tão perto que pude sentir sua respiração contra o meu rosto. Mordeu meu lábio inferior e puxou de leve. Coloquei a mão na sua nuca e o aproximei ainda mais, encostando nossas testas.

- Então você quer, July?! - Me provocou com um sorriso vitorioso estampado no rosto.

Apenas assenti com a cabeça.

- Pede! - Murmurou no meu ouvido, com a voz rouca.

- Não vou pedir. - Arqueei uma sobrancelha e cruzei os braços.

- Não vai?! - Pegou minha mão e a fez deslizar por toda a sua barriga. - Então não vai ter! - Mordeu os lábios, malicioso.

- Humpf, se tem alguém que tem que pedir aqui, é você! - Puxei minha mão rapidamente, antes que eu fizesse besteira.

- É você que me quer, não é?! - Beijou meu pescoço.

- Não é isso que parece. - O pressionei contra o meu pescoço, fazendo ele aprofundar os beijos, que viraram chupões.

- Vai, pede, July! - Parou e ficou me encarando. - Bastam três palavras!

Hesitei.

- Não vou pedir. Então tchau, Trevor. - Sorri forçado.

Ele saiu da cama e riu fraco pelo nariz.

- Não sabe o que perdeu. - Murmurou.

- Metido.

[...]

Acordei com o barulho irritante do despertador, bufei e o desliguei.

- Tenho certeza que se tivesse pedido ontem, não estaria com esse mal humor. - Trevor apareceu no batente da porta do meu quarto, sorrindo. - E eu teria te acordado com muitos beijinhos... Era só pedir!

Joguei uma almofada no Trevor e ele riu.

- Mô, era difícil pra você dizer "Eu quero você!" ? - Me pegou pela cintura.

- Difícil pra caralho! - Reclamei. - Mas quem perdeu foi você!

- Só um pouquinho. - Apertou minha cintura, me fazendo sentar na bancada de granito do banheiro.

Cruzei os braços.

- Um pouquinho? - Fiz biquinho. - Obrigado, Trevor.

- É, acho que perdi muito, não é?! - Mordeu os lábios. - E agora? Você pede? - Afastou uma mecha do meu cabelo do pescoço e deu mordidas de leve. 

- Nem fudendo! 

Ele riu com o trocadilho idiota e me fitou meus olhos. Entrelacei minhas pernas na sua cintura e ele, me apertou contra o seu corpo.

- Como você é difícil, heim!